O Crucifixo sinal de confiança
Já abordei com pormenor sobre oratórios que existiam em
cada casa. Alguns ainda existem em casas antigas e são verdadeiras obras de
arte.
Consta que o Senhor do Alívio
fazia parte de um oratório duma família antiga da Abelheira que o doou à
Capela, depois do cruzeiro que lá existia com alpendre se ter transformado numa
pequena capela cuja bênção foi em 20 de Outubro 1916, concedida autorização por
D. Manuel Vieira de Matos, arcebispo de Braga.
Hoje o crucifixo é pouco visível
nas casas novas, nos apartamentos e não sei se ao peito das pessoas.
Nunca devia ser usado como
amuleto, como acontece com alguns pupresticiosos. Trazem o crucifixo e outras
coisas mais à mistura que perturba a mente de qualquer “semelhante” sensível à
gerência e à fé esclarecida.
O crucifixo é um objecto que deve
inspirar-nos confiança. É bom contemplá-lo nas nossas casas, igrejas
domésticas. É bom que cada um se fizesse acompanhar ao peito ou bolso essa
imagem de um Deus feito Homem que, como tal depois de nos comunicar a mensagem
do Pai Eterno, expira crucificado numa cruz com a cabeça coroada de espinhos e
inclinada sobre o seu peito, com olhos vidrados, face sofredora cheia de sangue
precioso, coagulado. Contemplar os pés e as mãos trespassadas e as chagas dos algozes...Faz
doer o coração sensível de qualquer um.
Tudo isso por mim, por ti, por
nós...
Como é tão fraca a nossa
fidelidade ao seu grande amor. Como nós devíamos ser uns para com os outros
retribuindo assim tão grande afecto de Cristo misericordioso que tem uma
paciência tão grande para tolerar as nossas fraquezas, ódios, orgulhos e
vaidades...
Antigamente nas escolas existia
uma cruz nas salas de aula. Foram retiradas e, talvez por uma questão de
liberdade religiosa, tinha o seu sentido, mas nesta terra onde a maioria ainda
é cristã...talvez não viesse mal ao mundo por isso. Seja como for, também já
nem se fala de Deus ou de Jesus às crianças...Os pais pedem o baptismo para os
filhos, mandam à catequese, mas a oração ou simplesmente falar de Jesus, de
Deus que nos Ama e que nos pede para todos sermos bons, amando os outros, isso
está esquecido. Não é conversa para casa , nem para a rua!
O dinheiro, as coisas materiais,
cómodas da vida, o cartão de crédito, o pedido de crédito bancário...Etc...É a
maior preocupação.
Depois os catequistas são uns
exigentes, dizem. A Paróquia não tem catequese à semana e devia ter. Vou para
onde me der mais jeito. Ao fim de semana é para descansar e passear e ir aos
shoppings, não há tempo para a oração, para a missa, para a catequese nem num
lado, nem no outro.
À conta que vão à terra dos avós,
ao fim de semana, acabam por não fazerem prática religiosa em lado nenhum, nem
os pais, nem as crianças.
“Bem-aventurados os que ouvem a
palavra de Deus e a põem em prática”. “Tudo é possível àquele que crê”.
A confiança em Deus é uma
esperança que Ele não nos faltará com nada. Ele será a nossa luz e a nossa
salvação e nos protege. Ele há-de nos ajudar nas nossas necessidades materiais
e não nos preocuparmos com o futuro.
Se somos culpados, não tenhamos
medo do Salvador; não foi para nós, especialmente, que Ele desceu à terra?
Jesus perdoou a Madalena, à 3ª
negação de Pedro, a Zaqueu e abriu o céu ao bom ladrão.
Oh vós, que andais para aí!... Depressivos
com problemas de vida conjugal, com o 2º matrimónio, com o estigma de
condenados ou pecadores, Jesus continuam a dizer-vos: “Vinde a Mim que sou
manso e humilde de coração”. Continuai a rezar, a confiar em quem tudo pode. O
nosso Deus é grande em Misericórdia, na Bondade, no Amor, na justiça.
Ele nos há-de salvar.
Amigo, se me lês não te esqueças
que este é um valor a defender. Se a tua fé é grande, será igual à tua
esperança e seremos todos felizes porque, na tranquilidade e serenidade, este
objecto nos inspira para uma vida eterna, afastará de nós todos os medos e com
este sinal da cruz, venceremos todos os males!...
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