A Iluminação
Depois da descoberta do fogo através de uma fricção entre duas pedras
e dum chispe resultante, surgiu também a luz até hoje falarmos da lâmpada, das suas
qualidades e diversidades, das que dão mais luz e das que gastam menos até chegarmos
às lâmpadas leds.
Ora a primeira iluminação teria começado por candeias de pedra até
porque o sufixo cand, de origem celta, vem de pedra. Houve candeias de pedra, candeias
de cerâmica, de argila, de cobre, de bronze, de prata, de ouro com desenhos
inspirados segundo as proveniências dos deuses do tempo do paganismo e também
pelo uso dado pelos reis, imperadores, os chefes das tribos até chegarmos às
candeias de folha-de-flandres para depósito de combustível que seria o azeite,
o óleo. Estas candeias ou lampiões que serviam para alumiar de noite os caminhos
por onde se passava, para ver onde se podiam pôr os pés, ou dentro das
cavernas, das casas, dos solares, com o zinco encaixilhavam vidros para poder
trazer para o exterior os resultados da
combustão da torcida inflamada pelo combustível.
A candeia conhece-se como vaso de metal ou de barro com asas, com
desenhos gregos, em nome de deuses como serviam para beber para alumiar.
Podiam fazer lembrar noutros tempos a vela dos moribundos e daí a
festa da candelária.
Tudo evoluiu a ponto de ter aparecido outro modo de combustível, como
o petróleo, por exemplo.
Apareceram os petromaxes. Não sei
quando, mas já os conheci no tempo de criança.
Neles havia um depósito para o combustível, uma armação em metal com
vidro cilíndrico e uma camisa em seda em forma de lâmpada. No depósito havia um
injector manual para criar pressão sobre o combustível que, ao entrar na
referida camisa, chegado uma chispa de fogo, começava a iluminar com uma luz
muito forte. Os gases libertados saíam por cima como por uma chaminé.
Outra experiência era a luz de acetileno, isto é, hidrocarbonetos
gasosos que se obtêm pela acção da água sobre o carboneto de cálcio, dentro de
uma garrafa de metal, por exemplo e um bico, tipo maçarico, que chegado ao lume,
incendiava e fazia uma chama de cerca de 10 cm, que iluminava muito bem.
Às vezes só se utilizava este tipo de luz pelas festas de família,
Natal, por exemplo.
A iluminação por acetileno era um pouco perigosa por causa de
possíveis explosões dos gases.
Hoje, só nos países do terceiro mundo se usarão iluminações destas e,
nem todos, porque a energia pela água e pelo vento é muito mais avantajada e
todos os dias se descobrem coisa novas para o bem-estar das pessoas e das
famílias.
A vela acesa num castiçal de esmalte, de cerâmica, de material mais rico ou
mais pobre, foi outro instrumento que iluminava. À luz da candeia, ou da vela
quantos livros se leram e quantos mais se escreveram; quantos contos e fadas,
fábulas e histórias, ao serão, quantas lendas e quantas histórias de família
passavam de geração em geração, quantas canções populares e fados enquanto se
tangiam ou dedilhavam acordes de viola, guitarra, bandolim, cavaquinho e de
concertina, de piano, afinando vozes desentoadas às vezes com aguardente ou
vinho tinto açucarado...Quantos sonhos e quimeras acompanhavam para a cama
depois de um serão animado e bem quente!...
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