CONTAS 2008: GESTÃO CORRENTE NUMA PERSPECTIVA SOCIAL
A “Fábrica da Igreja Paroquial de Nossa Senhora de Fátima”, com sede no Largo das Carmelitas na Freguesia de Santa Maria Maior em Viana do Castelo, com o NIPC nº 501 171 762, é uma Instituição Canónica que para além das actividades destinadas ao culto possui outras actividades que a partir do ano de 2005, ficaram sujeitas a imposto: IVA e IRC .
Esta Comissão é actualmente constituída pelo pároco que com mais nove elementos são o rosto visível da nossa comunidade, tendo como missão a gestão dos bens móveis e imóveis bem como toda a sua gestão corrente. É de salientar que o trabalho “voluntário” destes elementos é fruto do trabalho e dedicação de muitos outros leigos, nomeadamente, a Comissão de Obras, Liga dos Amigos da Igreja Nova que de uma forma solidária e generosa colaboram com a comunidade. Um “bem haja” a todos, pois sem estas “pedras vivas” este trabalho não faria qualquer sentido. A comunidade é de todos e para todos, nesse sentido, conta com a ajuda daqueles que tenham um coração para amar, para compreender, e força ou coragem para comungar connosco, dando provas de uma verdadeira corresponsabilidade eclesial e de uma participação laical.
A Comunidade desde sempre apresentou as suas contas nos órgãos próprios, no entanto, a partir de 2000 a Comissão Fabriqueira entendeu, sem que para isso fosse obrigada, que deveria estruturar-se como se de uma empresa se tratasse. Foram razões de transparência e respeito por todos aqueles que generosamente nos entregam as suas dádivas, fazendo mais que umas contas de “deve e haver”, orgulhando-se hoje de possuir uma contabilidade organizada à semelhança do que ofialmente hoje se exige à qualquer empresa. É um exemplo que, como católicos, temos de dar à Comunidade...
À semelhança de anos anteriores, as contas do desempenho económico/financeiro da Comissão Fabriqueira de Nª Sª de Fátima foram aprovadas nos órgãos próprios da Paróquia, isto é, na Comissão Fabriqueira e no Conselho Paroquial de Pastoral. Paralelamente a estas apresentações, foram apresentadas na Rádio Alto Minho e estão disponíveis para consulta no cartório para quem o desejar.
De uma forma sumária podemos dizer que em 2008, as contas tiveram o seguinte desempenho:
ACTIVO LÍQUIDO …………………… 1.353.719,35€
* Imobilizações Corpóreas ………… 1.259.563,11€
* Existências: Mercadorias ………... 5.843,46€
* Dívidas de Terceiros: Estado IVA .. 1.112,20€
* Depósitos Bancários / Caixa ……. 87.008,42€
* Diferimentos: Despesas c/ custo difer.. 192,16€
SITUAÇÃO LÍQUIDA ………………… 914.399,23€
* Fundo Social ………………………. 666.553,07€
* Resultados Transitados …………….. 293.323,75€
* Resultado Líquido ………………….. -45.477,59€
PASSIVO: ………………………………… 439.320,12€
* Dívidas a Terceiros - curto prazo …….. 219.805,13€
* Receitas com proveitos diferidos ……… 219.514,99€
PASSIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA ……. 1.353.719,35€
Relativamente aos resultados do exercício, o desempenho reflectiu o período difícil que todos sentimos, e apesar de atempadamente procurarmos atenuar as quebras de receita (donativos), não foi possível apresentar resultados positivos, isto é:
* Proveitos e Ganhos Totais …………. 96.977,77€
* Custos e perdas Totais …………....... 142.455,36€
* Resultado Operacional …………..…. ( 51.509,45€ )
* Resultado Corrente ……………..….. ( 56.176,89€ )
* Resultado Líquido Exercício ………. ( 45.477,77€ )
Face aos valores apresentados, podemos constatar que a Paróquia é extremamente deficitária. Não tem receitas próprias suficientes para fazer face às suas necessidades. Prova disso é o Resultado Operacional negativo em (-51.509,45€) e que este ano, fruto da obra em curso – Nova Igreja da Abelheira, apresenta também um Resultado Líquido negativo de (-45.477,77€), dado que parte dos donativos foram canalizados para este fim, estando classificados numa rubrica do balanço “274 - Receitas com proveito diferido”, cujo acréscimo no ano em curso foi de 84.625,63€. Valor muito inferior ao de 2007, mas que apesar de escasso para as nossas necessidades é um grande contributo para o nosso principal desafio a curto prazo que é a conclusão da “Nova Igreja da Abelheira – Igreja da Sagrada Família”, no qual irão ficar instalados alguns movimentos da comunidade, nomeadamente a “Catequese”, que nunca teve instalações próprias e no qual todos nós temos uma responsabilidade acrescida, pois trata-se de criar condições físicas para a formação religiosa das nossas crianças. É um projecto arrojado e difícil, até porque o Estado, face às dificuldades orçamentais, não tem visto esta obra como um projecto prioritário, pelo que não podemos contar com a sua ajuda. Assim sendo, apenas podemos contar com nós próprios e com todos aqueles que directa ou indirectamente estiverem solidários connosco, isto é, instituições, empresas e pessoas de boa vontade que acreditam e são solidárias.
Até à data, já foram investidos cerca de 800.000,00€ para construir os pisos inferiores (1ª Fase) e a estrutura da nova igreja (2ª Fase). De momento, aguardamos a conclusão do caderno de encargos para lançar o concurso da (3ª Fase). É já uma fase de acabamentos pelo que no seu término nos irá permitir usufruir deste novo espaço. Contrariamente à nossa vontade, o arranque desta fase está com um ligeiro atraso, dado que os pormenores das especialidades ainda não estão totalmente concluídos. Temos a promessa do Arquitecto que brevemente o mesmo ficará pronto. Mesmo sem dinheiro, é nossa intenção iniciar de imediato o concurso para esta empreitada. Nesse sentido, iremos contrair um empréstimo bancário para poder continuar e simultaneamente honrar os compromissos com os nossos fornecedores. Somos pessoas de fé, pelo que continuamos a acreditar, que com a ajuda, colaboração e empenho de todos, o sonho de todos nós será uma realidade a curto prazo e mais que uma vaidade é uma questão de sobrevivência para vários organismos que existem na paróquia e um testemunho de fé para as próximas gerações.
Paralelamente a esta vertente mais materialista, a Comissão Fabriqueira, graças à generosidade dos leigos, amigos e benfeitores, tem desde sempre assegurado inúmeras actividades de caris mais “Social”. A nossa Comunidade Paroquial sempre esteve atenta aos outros, aos de dentro e aos de fora: e mesmo em tempo de crise e de acréscimo de despesas com a obra que tem em curso, a sua “Missão Social” nunca foi descurada: às crianças abandonadas, aos pobres, aos doentes, aos passantes, reclusos, ex-toxicodependentes, etc. É uma paróquia com espírito solidário e de missão. Só em 2008, e sem um programa definido, isto é: de uma forma espontânea, os vários organismos da paróquia (Comissão Fabriqueira; Centro Comunitário de Apoio a Necessitados, e Sociedade S. Vicente de Paulo), desenvolveram acções de solidariedade na luta e combate à pobreza num valor superior a 150.000,00€. No entanto, se a estas acções adicionarmos as actividades desenvolvidas pelo Centro Social, onde se insere: Berço; Centro de Dia; Refeitório Social; OZANAN; Jardim de Infância; RSI - Rendimento Social de Inserção, Centro de Convívio, ADI - Apoio Domiciliário Integrado, Serviço de Apoio Domiciliário, Escola de Música e Fórum, o volume de actividade de 2008 ultrapassa 1.000.000,00€. É um grande contributo social desta comunidade, mas também uma grande responsabilidade para todos nós.
Não só a Liturgia e a Catequese, mas com objectividade e também apaixonadamente, foram muitos os que sentiram o contributo do nosso serviço social, pois 150.000,00 € repartidos por valores em dinheiro, roupas, alimentos, remédios, mobílias, electrodomésticos... etc, revelam a generosidade de muitos participantes doadores e a ajuda de muitos voluntários. É obra!...
Armando Sobreiro – Abril de 2009(Economista)
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