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sábado, 15 de agosto de 2009

Uma Casa Antiga I -PN 2007


A propósito da casa antiga e à sua volta vem-me à mente o ambiente, as moscas, a mosquitada, os moscardos, ou os “tabardos” e o seu controle Biológico, ou medidas mecânicas ou químicas utilizadas noutros tempos, sobretudo, nas casas, nas cortes dos animais, nos lixos nas fossas ou esgotos. Quanto à morte dos animais, dos bichos, dos humanos, esses eram enterrados e pronto. Caso contrário, em alguns dias as larvas de insectos destroem em 4 ou 8 semanas os cadáveres . Os ernterrados são destruídos, dependendo tudo do ambiente húmido, do ar ou da ausência de ventilação, lugar seco e temperatura a mais ou menos elevada na putrefacção dos corpos. Quanto aos humanos nem sempre se tratou do mesmo modo. A religião também ajudou a evoluir. O enterro que se faz, normalmente, dependendo das circunstâncis já referidas pode levar até 10 anos a decomposição total.mas se for em jazigo e exumado em chumbo ou zinco galvanizado hermeticamente fechado inibe o fenómeno da decomposição como couro curtido e pode até conservar-se de uma forma diferente por séculos chamando-se a esse fenómeno o da coreificação do corpo, quase como uma mumificação natural.
Os nossos ancestrais chegaram a levar os mortos para os montes para que as aves de rapina, carnívoras, depressa as destruíssem e assim mais depressa se encontrassem com os seus deuses. A evolução fez com que chegássemos, na generalidade, a um respeito profundo de religiosidade pelo corpo cadáver do humano que nos precedeu e partiu para o Além, para nós cristãos, foi templo do Espírito Santo a partir do baptismo participante da natureza de Jesus (sacerdote,profeta e rei) ,portanto partiu para o seio de Deus.
A morte era, e é um acontecimento vivido na família, sempre com muita dor e saudade pelos famíliares, vizinhos e amigos... Ocasião para quebrar degelo entre pessoas, para perdoar, para esquecer problemas antigos,enfim...
No entanto, o ambiente numa casa antiga não ficava por aqui. O odor à fossa, ao estrume, a chorume das esterqueiras, das águas das lavagens dos estábulos, e de afluentes ou esgotos ao ar livre de fossas biodegestores onde materiais fecais urinas e excrementos eram transformados em adubos orgânicos à mistura com a cama dos animais feita de palha, junça, feno, roço, mato, restos de comida.
Eram, nessa altura, os adubos naturais utilizados pelos lavradores nas suas culturas das terras, com mais ou menos quantidade, conforme a qualidade do solo com mais ou menos humos, mais ou menos argila ou outros compostos insolúveis.
As águas do pio de pedra, normalmente, nas padieiras das janelas da cozinha, onde se lavavam as mãos e até a cara, ou onde se faziam as higienes matinais da cinta para cima.
As outras águas de banho de assento onde se lavava tudo da cinta para baixo até aos pés, incluindo as “miudezas”, normalmente, essas eram lançadas na esterqueira duma janela ou de uma porta de casa que ficava sempre aberta, quer de noite quer de dia, isto é, não ficava fechada à chave.
No Inverno por causa dos ventos e dos barulhos das chuvas eram usadas as chaves ou um gramilho interior por uma questão de segurança. Não fosse a casa, à sombra do clima favorável, ser assaltada pelo ”Zé do telhado” !...
Muito perto, ficava-lhe o espigueiro e o cão, as medas da palha para servir de alimento para os animais no alto inverno, o palheiro com a palha que misturada com erva, a palhada, era uma ração especial também para os animais no tempo em que não saíam para o pasto, a casa da lenha, a fossa. Normalmente, a adega com a salgadeira ficava por baixo da casa, assim como as tulhas do milho e do feijão, ao lado ou perto da corte dos animais. Não muito longe ficava o galinheiro e sob as escadas, ou num canto, anexo, o capoeiro, onde dormiam e se acautelavam os galináceos durante a noite.

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