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sábado, 15 de agosto de 2009

A Verdadeira História da Família Patos - 2007

Sendo ele um homem de negócios, um comerciante, viu que se desse aos filhos escolaridade, estes iriam ajudar mais facilmente, apesar de serem 7 raparigas e 1 só rapaz. Mas quem não tem cão, caça com um gato, foi aquilo que ele fez, e não se enganou.
Comprou uma carroça e um cavalo e mandou os filhos mais velhos vender para as feiras, embora sendo ainda bastante jovens, começou por ensinar-lhes o sentido da responsabilidade muito cedo.
Estes iam vender as mercearias e tamancos pelas feiras das redondezas.
Nessa altura já o fabrico dos tamancos era feito em casa por operários, tudo isso era lucro, o pessoal vivia lá em casa, quase trabalhando só pela comida, tinha o pessoal que fabricava os tamancos e os pauzeiros, aqueles que fabricavam o solado dos tamancos, chamados paus, comprava os pinheiros e amieiros, madeira ideal para o fabrico do solado dos tamancos, portanto, ali cortava-se as peças, este era o trabalho do Sr. Domingos Pato e a Sra. Isabel, a esposa, e assim o negócio ia crescendo e progredindo.
Mais tarde, foi alargando os negócios em Barroselas e vieram viver para Viana, já só tinham em casa as 3 filhas mais novas e solteiras.
Depois, em Viana, abriu uma tamancaria que por fim deixou à sua filha Ana, quando se retirou dos negócios.
O Sr. Domingos Pato era um homem com muitas ideias ambiciosas, queria crescer na vida trabalhando, ele já tinha o seu próprio negócio de tamancos, ele não queria ser lavrador como o seu Pai e seu Avô.
Portanto, pensou que gostava mais do negócio, quis crescer, e pensou!!!
«Conheci a mulher que eu quero para mim, tenho de me casar com ela», e se bem pensou assim fez, como todas as coisas que fazia pensava nelas e logo executava, não era homem de pensar muito nas coisas, e com ele próprio teria que ser assim também. Pensou e disse!!!
Casava-se com a linda costureirinha, ela ajudava-o debruando as peças dos tamancos, ele fabricava-os e assim seriam um casal feliz.
O Domingos era de Barroselas, Capareiros, e a Isabel era da freguesia de Mujães, terra vizinha da dele, e se assim pensou assim fez, e casaram-se.
Casaram no ano de 1900 e no ano seguinte, a 13-11-1901 nasceu-lhes a primeira filha, a que deram o nome de Águeda.
Esta filha foi a dona da Casa Águeda, casa de louças, negócio bastante forte e promissor, e que ainda hoje alguns filhos e netos continuam com o negócio de louças. Foi mãe de 10 filhos.
Depois, a 27-09-1903 nasceu-lhes o primeiro e único filho, a quem deram o nome de Manoel.
Este filho continuou a viver em Barroselas, aonde tinha o seu negócio de camionagem, foi um lavrador muito forte, com uma casa cheia de pessoal de lavoura, com muitos campos, gado e vinho.
Só não tinha no seu nome o apelido do seu Pai que era Pato. (Desconhecendo o motivo porque isso aconteceu, mas penso que ele não gostava desse apelido, talvez gozassem com o nome “Pato” e resolveu desfazer-se dele, com ordem dos seus Pais, porque quando se casou aos 19 anos, necessitou da autorização para o fazer, portanto, se mudou de apelido, teve que ser autorizado pelos seus Pais também, o que foi uma pena, porque era o único filho que tinha esse apelido, as filhas, naquela época, só tinham o nome da Mãe, e os filhos homens é que continuavam com o nome do Pai, e hoje em Barroselas não existe ninguém com o apelido “Pato”.
Em contrapartida, existem centos de nome “Silva”, nome que o Manoel adoptou, passando a chamar-se Manoel Alves da Silva, foi pai de 6 filhos, 3 deles homens e o mais velho destes foi pai de 10 filhos, todos homens. Só estes homens teriam enxameado Barroselas com o nome “Pato”, mas como isso não aconteceu, o nome Pato acabou com o Sr. Domingos Pato, o que foi uma pena, mas que apesar de ter retirado o seu próprio apelido, acabou por ser conhecido por Manuel Pato ou Sr. Pato.)
Depois, a 10-05-1906 nasceu o terceiro filho, que foi uma menina, a quem deram o nome de Anna, assim se escrevia o seu nome, esta filha foi a que ficou com a Tamancaria Pato, em Viana, negócio do seu Pai quando este abandonou os negócios.
Mais tarde passou a ser Casa Pato e depois Sapataria Patos, acabando com a tamancaria e passou a serem sapatarias, negócios muito fortes e grandes, hoje também já tudo acabou. Foi mãe de 14 filhos, mas só 10 sobreviveram.
Depois foram nascendo as outras filhas, Arminda, Maria, Guilhermina, Conceição e Deolinda.
Arminda nasceu em 1908. Nunca trabalhou no negócio dos Pais, era a mulher da casa, alguém teria que fazer, cozinhar, tratar da roupa, enfim, era uma casa cheia de gente. Casou com um dos pauzeiros da casa.
Mais tarde veio para Viana e ficou a morar na Rua da Bandeira, junto da Igreja de Nª Sra. de Fátima, trouxeram de Barroselas 5 filhos, o marido estava doente, ficando viúva cheia de filhos, fez-se padeira, vendendo pão pelas portas. Voltou a casar e teve mais um filho. Viveu muito pobre mas no fim da vida viveu confortavelmente.
A seguir foi a Maria, que ficou sempre em casa. Nunca foi para as feiras pois alguém teria de ficar na mercearia, padaria e taverna, ou seja, na chamada venda. Casou-se com o padeiro da casa e foi mãe de 5 filhos.
A Guilhermina, que graças a Deus, ainda é viva e está de boa saúde, já muito perto dos 90 anos,
sempre airosa e bonita, encontra-se presentemente no Lar da Piedade. Foi dona do Café Escondidinho, na Rua de S. Pedro. Foi mãe, de 2 filhos. Esta foi uma das 3 filhas mais novas que vieram para Viana quando os Pais deixaram os negócios em Barroselas.
Em 1923 nasceu a Conceição, esta gémea do Sebastião, que não sobreviveu. Casou muito jovenzinha, com 13-14 anos, tendo de ir casar a Espanha por não ser permitido fazê-lo em Portugal. Viveram com dificuldades. Foi mãe de 6 filhos, tinha que trabalhar de noite e de dia a debruar peças dos tamancos, para conseguir pôr o pão na mesa, e fez-se também padeira, vendendo pelas portas e mais tarde fabricava rissóis, que vendia aos milhares para cafés, restaurantes e particulares. Teve um fim de vida feliz, Graças a Deus.
E por fim nasceu o Querubim da família, a Deolinda. Esta foi umas das queridas dos pais e irmãos, era um pouco filha dos irmãos e dos sobrinhos. Todos adoravam a Deolinda. Hoje continua a ser uma senhora bem disposta e querida por todos. Quem não conhece a Dona Deolinda, esposa do Sr. João Domingues, armazenista forte da nossa praça, a Tia Deolinda para toda a família. Foi mãe de 4 filhos.
Segundo sei, o casal Domingos Pato foram pais de 18 filhos, mas só sobreviveram 8, um rapaz e 7 raparigas. Alguns dos filhos ainda chegaram a nascer mas viveram pouco tempo com a pneumónica, peste que matou muitas pessoas, naquela altura, outros foram abortos.
Destes filhos todos, tiveram um par de gémeos, mas o menino não sobreviveu, de nome Sebastião, era gémeo com a filha Conceição.
A família Pato é muito grande, descendentes deste casal, por todos os filhos terem sido pais de muitos filhos, mas gémeos só nasceram o primeiro casal dos pais, depois duas meninas de um neto e um casal de um Bisneto. O engraçado de tudo isto é que os pais dos gémeos são todos de nome Domingos, ou seja, Domingos Alves Pato, Domingos Nunes de Sousa e Domingos (desconheço os apelidos, é neto da filha Águeda). Coincidência ou não, esta é a realidade.
Muita da sua família, existe, mora ou morou na Rua da Bandeira e arredores, junto da Igreja Paroquial de Nª Sra. de Fátima. Filhos, netos, bisnetos, tetranetos até à 6ª geração.
O Sr. Domingos Alves Pato foi um exemplo para todos os seus filhos. Pai atencioso, preocupado pelo bem estar dos seus filhos e família, mesmo depois de ter abandonado os negócios, parecia ter-se desligado de tudo mas ele parecendo que nada via, via tudo o que acontecia à volta da sua família e os seus filhos nada faziam sem primeiro pedir a opinião ao seu Pai e, geralmente, aquilo que ele dizia era acordado.
Infelizmente faleceu ainda bastante novo, com 72 anos, com uma doença que ainda não tem remédio para ela. Em pouco tempo se apagou.
Quem ainda se lembrar deste Grande Senhor, respeitador, educado, pessoa delicada, sempre de fato, camisa, gravata e chapéu preto e a respectiva bengala, castoada a prata, felizmente ainda existe.
Eu, sua neta, tenho por meu avô Pato muito respeito e admiração e só lamento não ter o seu apelido no meu nome. Infelizmente não tive filhos pois se eles existissem teria feito tudo para que esse apelido vigorasse na família, até porque isso era fácil, bastava ser descendente do Sr. Domingos Alves Pato.
Ainda tenho esperança de saber que algum dia os familiares descendentes tiveram a coragem de colocar no seu apelido, que só nos trouxe orgulho, e de voltar a existir este apelido “PATO”, que por aquilo que já consegui descobrir até hoje, já vem de muito longe sempre igual, Alves Pato, todos os homens desta família eram assim chamados e já consegui chegar, nas minhas pesquisas, bem perto de 1790.
Uma das muitas netas que “adoraram” este avô, e ainda tem esperança que a família seja pato no nome verdadeiro, com muito orgulho sou conhecida pela São Pato.
São Pato

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