A linha de água
Já passei várias vezes por Montederrano, um Convento fundado por D. Teresa Urraca, de Portugal, mãe de D. Afonso Henriques, a favor dos frades beneditinos, mas aí permaneceram cerca de 40 anos. Foi entregue aos Cistercienses que dependiam do Mosteiro da Junqueira, de Espanha. Aliás a Ribeira Sacra do rio Sill, é rica em documentos religiosos desde a pré-história. Fica muito próximo de Orense,existem conventos, eremitérios, centros religiosos, lugares de mâmoas diversas, lugares inóspitos, onde as pessoas se refugiam, ainda hoje, para reflectir e interiorizarem regras espirituais que no silêncio e na contemplação encontraram como ditâmes de Deus. Temos aí S. Pedro de Roccas, o Mosteiro Stº Estevão, para além de pequenos “pueblos”,etc…
Ora acontece que, quem conhece a Igreja do Convento de Montederrano acabada de construir no séc. XVII, sabe o que aconteceu no tempo da sua construção: o desvio de um rio, o rio Mao, anteriormente tinha outro nome, rio uhmano, para a construção da respectiva igreja. Usaram todos os meios da época necessários e que hoje seriam talvez os mesmos, mas a mãe d`água tornou aquela igreja tão húmida que não é fácil a sua conservação, às vezes, a água até nasce do chão empedrado com pedras tumulares e escorre pela própria nave, como de um pequeno ribeiro se tratasse.
O que acontece ali, acontece em muitos lados, onde os proprietários ou os técnicos são ignorantes ou fingem não conhecer em proveito de mais lucro...esquecem-se que é difícil vencer a própria água, ou melhor a mãe d'água, não fosse ela o elemento fundamental da natureza que nasce e segue o curso até ao fim muito naturalmente, não permitindo que alguém se atravesse na sua frente.
Isto acontece na nossa terra; e em Mazarefes houve um desvio de uma mãe de água que nunca foi reposto.
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