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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Nova Evangelização-2007

O apelo do Papa à Igreja Portuguesa para uma mudança de mentalidade, está a mexer com os cristãos desde os mais responsáveis aos menos comprometidos.
Há muita gente irrequieta. Os Bispos reflectem, criam comissões de especialistas para estudar os relatórios que as Dioceses Portuguesas enviaram para a Santa Sé, antes da visita e que deu origem às conclusões de que em Portugal, a igreja ainda não tinha assumido plenamente o Vaticano II.
Não admira, nesta nação, talvez a mais antiga da Europa e sempre a mais resistente às mudanças, já assim aconteceu com o Concílio de Trento.
Os portugueses são mais lentos na mudança. Deste modo é a hierarquia que reconhece na doutrina, nos papéis e o afirma publicamente que os leigos são corresponsáveis, mas, por outro lado, parece ter medo deles, da sua criatividade, da sua espontânea iniciativa, sobretudo, quando esta se trata de entrar no mundo para quem Jesus disse “que não vim para os justos, mas para os pecadores, para os pobres e para os doentes”.
Quando os leigos pretendem entrar no mundo do pecado para praticar a caridade, às vezes, há medo e até se foge; quando o Mestre chamou Zaqueu, falou com a Samaritana. O leigo, no baptismo, recebe pela natureza do baptismo a missão de ir ao encontro dos outros ainda que seja no meio do mundo do pecado, da fome de pão ou da palavra de Deus e da fome do corpo, isto é, não podem deixar de evangelizar, proclamar a palavra, celebrá-la e vivê-la como os padres, os Bispos e o Papa.
É nesta comunhão que somos corresponsáveis na Igreja cuja cabeça é Cristo e nós os seus membros.
Normalmente, os padres de outros tempos e suponho que ainda agora, sobretudo, os diocesanos, são educados muito duma forma individualista que, depois, dificilmente corrigirão. Este individualismo é também uma consequência da sociedade em que se vive nesta terra onde há rivalidades antigas de freguesias, de paróquias, de lugares dentro das paróquias, costumes enraizados que são sagrados. Mexer neles é acabar com a fé (qual fé?!...).
Bento XVI interpela-nos no sentido de estabelecermos regras claras nas funções do clero e do laicado. Na sociedade civil também existem estruturas democráticas e representativas.
Talvez o Padre não tenha de ser presidente nato da Comissão Fabriqueira ou de um Centro Social. Normalmente, isso são acções temporais que os leigos são sempre mais peritos e competentes, enquanto os padres e os bispos devem estar mais voltados para os sacramentos, para o acolhimen-to, para a evangelização para andarem no meio do povo. São pastores servindo e só servem se andarem com as ovelhas e não escondidos ou longe delas.
A Igreja Portuguesa não pode ficar imóvel aos desafios do Papa, mas os leigos também têm de ter consciência de que têm de ter razões da sua própria fé e dar testemunho dela.
“A Família, por influência de algumas correntes contrárias ao Evangelho, dos media, do consumismo, e de certos critérios morais, deixou de dar a fé com o leite materno” segundo Maria Isabel Oliveira, primeira directora do secretariado diocesano da Educação Cristã, no Porto.
“Casa de Família, escola de pais” é linguagem que está a passar ao lado não porque as famílias queiram, mas porque o sistema, a sociedade, o sistema político tudo faz para que os filhos pela manhã entrem numa escola às 8h e estejam todo o dia num espaço de pressão para os pais os irem buscar às 18h. Todo o dia a crescer na mesma escola, com os mesmos professores nas horas pedagógicas, fora delas com uma auxiliar na maioria do tempo à porrada entre uns e outros, aos palavrões, aos socos, aos pontapés e quando comem também sabe Deus o que por lá vai...segundo aquilo que se ouve... Dantes ainda passavam por ATL, outras pessoas, outras acções, outros espaços...
Ao fim do dia as crianças com os pais só estão prontos para explodirem: os pais cansados, esgotados do trabalho sobre pressão, tensão, stress e os filhos metidos numa janela de pressão todo o dia e, que chegada aquela hora era tempo para serem ouvidos, acarinhados e distensão física e psíquica para um harmonioso crescimento quantas vezes, estes por motivos de trabalho que se estende também pelo fim-de-semana ainda mais complica a situação. Como passar a fé? Como fazer germinar vocações sacerdotais no meio disto tudo?
Não há crise de vocações. Há crise de família porque há crise nos valores que os políticos não defendem e até os prejudicam.
Alguns dizem que não há padres porque não podem casar. Não acredito. Segundo Vaz Pinto, um famoso e conhecido Jesuíta, não é solução, pois, “veja-se o caso das igrejas luterana, calvinista e anglicana, nas quais os sacerdotes podem ser casados”, e estão com crise muito maior que a Igreja Católica.
Vejamos o que acontecerá daqui a uns anos entre os ortodoxos...
Não quero dizer que não aceitasse que pudessem vir a ser ordenados casados, mas o que tiver de acontecer, o Espírito o ditará na altura própria.
A. C.

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