Um trabalho que tinha de ser feito, não só para melhor produção da vinha, mas para melhor aproveitamento por baixo das latadas com erva para o gado ou outro produto vegetal para o mesmo efeito, ou para o homem.
Eram mais organizadas cavadas onde havia troca de trabalhos e se chamavam jornaleiros ou jornaleiras que sempre havia na terra, à espera de ganhar algum.
As cavadas faziam-se também nas terras onde o arado não chegava, como o cabedulho e os terrenos com pomares, e na abertura à sachola dos regos que faziam as leiras ou as leivas para o centeio ou para a aveia.
Era trabalho cuja ferramenta era uma sachola e, na minha região, gostavam de comprar, de contrabando, sacholas espanholas que eram de melhor material, mais resistentes e rendosas.
Cavadas foram também as sepulturas nas pedras na antiguidade e que agora nós encontramos nos montes, nos castros. E encontramos sepulturas perfeitas.
As cavadas, como todos os trabalhos agrícolas, eram também ocasiões para criar solidariedade, comunidade. Muitos nem se faziam rogados, iam mesmo trabalhar sem que o vizinho, amigo ou o familiar esperasse uma ajudazinha, que no fim de contas era tão apetecida, bem vinda e grata. A.V.
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