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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Deus é Amor...caridade para os outros?

Deus é Amor...caridade para os outros?
A grande tarefa da Igreja é a tarefa da Caridade. É que Deus é Amor e a Igreja só é Igreja de Cristo, Povo de Deus, se nela vive o Amor. Esta tarefa de amar o próximo “está enraizada no amor a Deus” e é tarefa para cada um dos fiéis e para toda a comunidade eclesial: a paróquia como base e até outras comunidades dentro da paróquia, como as famílias, igrejas domésticas devem estar abertas à comunhão eclesial para com todos até chegar à comunhão da Igreja particular (Diocesana) e a Igreja Universal.
A Igreja tem de pôr em prática o Amor e é este o apelo do Papa com a sua primeira Encíclica.
“Os crentes viviam todos unidos e tinham tudo em comum, vendiam os seus haveres, os seus bens, e repartiam entre todos segundo a necessidade de cada um”. (Actos dos Apóstolos 2,44-45) citado na Encíclica do Papa.
Com o crescimento do número de crentes por todo o mundo desde os primeiros três séculos, foi impossível manter esta forma radical dos nossos primeiros irmãos em Jesus Cristo na comunhão material. No entanto, o núcleo central permaneceu na comunidade dos crentes. Sempre houve esse cuidado. Era eu pequenino e lembro-me da muita fome que os meus colegas na escola passavam e, como, os que melhor podiam, repartiam os seus lanches, as suas comidas. Também se ia levar a casa de famílias pobres, dia a dia, o alimento que precisavam. Aos menos miseráveis, ainda reconhecidos como pobres, uma vez, duas ou três vezes no ano, cada casa dava a esses do que tinha: vinho , pão, batatas, milho ou farinha, fruta, carne de porco, etc... pelo Natal e/ou pela Páscoa e festa principal da terra.
Nesses dias, não se podia esquecer os pobres. Havia foguetes no ar, mas primeiro, pão na mesa da fome.
Hoje até parece que só há ricos, mas, na verdade, há mas é mais pobres “envergonhados” a que muitos fecham os olhos para nem os ver... ou os acusarem de malandros e... Mais foguetes a estralejar no alto enquanto muitos morrem de fome ou de frio...Mesmo em nome dos santinhos se fazem coisas destas!...
Ora a solidariedade cristã já foi mais viva nas nossas comunidades. “Cada comunidade devia bastar-se a si própria” e, se possível, abrir-se ainda à comunhão eclesial com a Igreja Diocesana e com a Igreja Universal e nunca marginalizar ninguém seja por que razão for, ainda que seja “pagão”.
Há aqui apenas algo que falta: é que, às vezes, na base existe até comunhão, partilha, mas a comunhão deve ser mútua, e nem sempre é clara a comunhão em sentido contrário.
Apela-se demasiado à solidariedade, à caridade cristã a favor do “venha a mim” e esquecemo-nos com facilidade “oh!... vamos a eles”. “O serviço do amor ao próximo comunitariamente e de modo orgânico”, foi estabelecido já no princípio da Igreja.
A Encíclica do Papa Bento XVI diz que os que possuem, segundo as suas possibilidades e cada um quanto queira, entregue as suas ofertas ao Bispo e este sustentará os órfãos, as viúvas, os doentes, os que se encontram em necessidade, os fracos e os passantes. Estes gestos da Igreja da comunhão eclesial é que serão os gestos que criarão a admiração dos não crentes, dos pagãos do mundo de hoje.
Parece que estamos em tempos de radicalismos religiosos nascidos no Oriente e parece que no Ocidente estamos a ser permissivos demais, ao ponto de querermos tudo só para um lado. Não serão sinais de radicalismo ao contrário?
A nossa comunidade paroquial sempre esteve atenta aos outros, aos de dentro e aos de fora : dos passantes, dos indigentes, dos ex-toxicodependentes, de mães solteiras, servindo uma média de 17 refeições diárias ao meio dia. Isto já para não falar do Berço que acolhe bébés e crianças abandonadas e de alto-risco que não têm família para pagar mensalidades.
Não falamos já das famílias que a Conferência de S. Vicente Paulo serve, acompanha desde ajudas em remédios, alugueres de casas, obras em casas de pobres, alimentos, pagamentos de água e luz,etc...
Esta comunidade sempre esteve aberta a soluções para responder a questões sociais de vária ordem até particularmente nas missões ( Angola, Moçambique e Uruguai ) e outras Instituições.
Tudo isto, agora, tem sido prejudicado porque a comunidade está apostada em obras para idosos e para as crianças para melhorar a qualidade de serviços e criar espaços para, com dignidade, haver uma catequese adequada aos tempos de hoje, sede de escutismo para 80 a 100 escuteiros, uma igreja onde a comunidade, pelo Natal, pela Páscoa, pelas festas de catequese (12 ao todo) e nos fins de semana, ao sábado e domingo, possa reunir-se com as crianças em celebrações com espaço adequado às crianças e às famílias, sem ter que dividir a comunidade em si; e as festas de catequese em grupos de sábado e grupos de domingo e... só para as famílias. Os jovens não têm local onde reunir, assim como os mais de 50 catequistas.
Se estas preocupações são motivo de angustia, de preocupações e de sabores amargos de um pároco, de uma C. Fabriqueira, de Conselho Paroquial de Pastoral e de toda a Comunidade, então temos de nos dirigir a todos os amigos, sejam ou não paroquianos, a pedir uma oferta para nos ajudarem a construir uma Igreja, pois a C. Fabriqueira já tem as infra-estruturas feitas de acordo com o que ficou combinado com serviços públicos do Estado, consumindo a referida Comissão cerca de 500 000 euros (100 mil contos) para cobrir 1545 m2, todo o espaço sob a igreja e outro não comparticipável.
Queremos acabar. Para acabar temos de começar agora com a Igreja.
Contamos com a ajuda de todos os que têm coração para amar, para compreender, e força ou coragem para comungar connosco, dando provas de comunhão eclesial...
Padre Artur Coutinho

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