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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O Dízimo PN2004

O Dí zimo...
Tanta gente fala do Dízimo porque há muitos cristãos, que não estando esclarecidos na fé, nem aproveitam o que a Igreja lhes oferece para formação religiosa, através de catequese de adultos nas paróquias, ou através de cursos intensivos, ou cursos bílbcos, ou ainda, em horas pós-laborais, no Instituto Superior Católico, procuram a verdade fora da Religião Católica. Em algumas seitas, onde se metem "são obrigados" a pagar o Dízimo, isto é, 10% de cada cem. É bíblico. Significa a entrega de 10% dos 100% que Deus nos dá. O Dízimo é a devolução, contribuição, ou melhor, correspondência ( "amor com amor se paga" ), acto de amor e gesto de partilha.
Nós não pagámos o dízimo, nós devolvemos o dízimo. Pela fé tudo o que somos e temos pertence a Deus.
O Dízimo é uma íntima e profunda relação entre a criatura e o criador, pois Deus é o criador de tudo e, se produzimos, é porque ele nos permite, ou nos dá as condições necessárias.
Por isso quando se fala do Dízimo não pode ser tido como uma contribuição, um imposto e dinheiro, devemos entender como a participação do cristão na comunidade. A oferta do Dízimo será decorrente da nossa comunhão relacional com os outros, e com eles participamos na acção comunitária.
O Dízimo não pode ser o que sobra, mas sim, a primeira coisa a ser dada, pois para Deus não podemos dar o resto e sim as primícias, como diz a Bíblia no Génesis, na cena entre Caim e Abel.
Nunca o Dízimo tem o sentido de comprar Deus porque Ele não se deixa comprar, mas aceita o coração onde Ele faz morada; e os cálculos... são para os homens e não para Deus! Deus recompensa sempre. A medida que cada um usa para si, Deus a utilizará na sua infinita justiça.
(Conf. Ml.3, 10-12: "Pagai integralmente os Dízimos..." e fundamenta-se com o livro dos Pr. 3, 9-10: "Paga ao Senhor com teus bens..."; Dt. 14, 28-29: "A cada três anos tomarás o dízimo da tua colheita..."; Dt. 14, 22: "Todos os anos separarás o dízimo..."; Lv. 27-30: "Todos os dízimos da terra...são coisas consagradas ao Senhor"; Ml. 3,8-9: "A Deus não se engana..."; Ml. 3-10: "É um desafio..."; "Que te parece Simão? De quem os reis da terra cobram os impostos ou tributos..." Mt. 17, 24-27.
O Dízimo não foi inventado, ele nasceu como resposta da humanidade à bondade e misericórdia de Deus, S. Paulo aos Coríntios (2 Cor 9,7) "...conforme as suas posses e de acordo com o seu coração".
O dízimo é o grande sinal de amor, compromisso cristão que ama a Igreja e os irmãos, acto de fé, de confiança, dom extraordinário de Deus, é um acto de obediência, é um compromisso individual e livre, não é um imposto, nem taxa ; não é oferta, nem esmola; é justiça, partilha, generosidade, expressão consciente da vida em comunidade, um gesto livre de gratidão para com Deus, Criador, na pessoa, na família, na comunidade que o recebe; é semente, é fruto de consciência e compromisso; Deus não precisa das nossas coisas e do nosso dinheiro, mas quer que saibamos ser generosos e disponíveis para a partilha com o outro.
O Dízimo é para a comunidade, para os irmãos que se amam e que precisam de ajuda, o Dízimo é sinal de amor, partilha, benção e prosperidade.
Quem já faz esta experiência certamente que vive uma experiência cheia de alegria.
Esta pastoral falta nos serviços organizados ao nível das nossas comunidades ou paróquias. É uma questão de educação e, sobretudo, de vivência cristã com objectivos próprios como o dinheiro de ofertas, festas e promoções que se poderia destinar em geral, para manter as despesas ordinárias das Paróquias, ou das Comunidades com as despesas normais e fixas como funcionários, secretaria, serviço doméstico, côngrua, material de escritório, didáctico, equipamentos de catequese e promoção, carro, como de serviço combustível, trabalho com ou para os pobres, festas; ou extraordinários como obras novas, reformas, manutenções, imprevistas ajudas a outras comunidades pobres, etc., etc...
Temos de voltar às origens. Se o fizéssemos nós também, poderia haver um fundo paroquial e diocesano para tudo, para pagar a quem trabalha nas comunidades, para manutenção dos bens, para obras novas e, sobretudo, menos pobres existiriam entre nós porque cada comunidade era capaz de se bastar a si própria.
Deixávamos de ser comunidade onde se vive da esmola para isto ou para aquilo...
As comunidades que não estabelecem metas na sua organização financeira-comunitária de forma sólida, terão sempre dificuldades e estarão sujeitas aos peditórios.
Para chegar lá, havia necessidade em primeiro lugar de uma vivência diferente dos cristãos, dum conhecimento mais profundo das Escrituras Sagradas; e em segundo lugar de uma equipa paroquial ou da comunidade para a organização e orientação clara e comum sobre a forma de organização. Equipas pastorais do dízimo para dar a conhecer o sentido bíblico, dar o exemplo, atender os dizimistas; trabalho de conjunto usando a mesma linguagem e com a mesma orientação e experiência administrativa. A equipa paroquial deve assessorar, orientar e ensinar cada comunidade, ajudar a organizar com o Conselho Paroquial, o orçamento de forma participativa e solidária, orientar as comunidades, respeitar a prestação de contas, oferecer subsídios sobre o dízimo e encaminhar todos os meses a contribuição para a Diocese.
A Comunidade tem de ter consciência permanente sobre o Dízimo, em lugar acolhedor, de fácil acesso, para atendimento dos dizimistas e o recebimento do dízimo, especialmente antes e depois de cada celebração e encontro comunitário, incluir periodicamente o acto do dízimo nas celebrações, celebrar as datas importantes do dizimista, prestar contas, ir ao encontro dos que se atrasam no pagamento ou se afastam, preparar pequenos folhetos de informação, rezar e divulgar a Oração Dizimista oportuna e inoportunamente.
O Dízimo aparece na Bíblia, no livro do Gen. 14, 18 a 20, no Romanos 4, e Gálates 3, 6 a 9; João 8, 30; Heb. 7, 1 a 10, Gen. 28, 20-22; Malaquias 3, 10 a 12; Mt. 23, 23; II Coríntios 9, 7; I Cor. 16, 2; Actos 4, 34 e 35; Génesis 28, 20 a 22; Malaquias 3, 10; II Cor. 9, 1 a 15; Ageu 1, 5 a 6; Heb. 7, 9 e 10; Num. 18, 25 a 29; Deut. 14, 22 a 29; Num. 18, 25 a 29; Mt. 25, 34-40; Act. 2, 44-45; Deut. 8, 17-18; II Cor. 9, 6-7; Ml. 3; Mt. 22, 21; Mt. 23, 23; Deut. 14, 28-29; Num. 18, 26; Mt. 23, 23; Deut. 16; Mt. 10, 8; João 10, 11; Jo 14, 6. A.C.

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