A Senhora das Neves nos valha!...
Esta invocação, ou semelhantes, era vulgar, noutros tempos, ouvir-se em qualquer relação social entre uns e outros, às vezes, mesmo entre aqueles que não tinham fé...
Chamou-me a atenção o facto de ter lido uns artigos num dos jornais da imprensa regional, de nível concelhio e de cariz laico, e a terminarem sempre do mesmo modo "Que Nª Sra. das Neves olhe por Dem".
De facto, os de Dem têm como padroeiro S. Gonçalo, mas quem manda lá é a Senhora das Neves, é à Virgem Maria a quem recorrem todos os deenses nas aflições e dela obtêm as graças, as curas, os "milagres"... que esperavam... por isso o articulista, que conheço muito bem, de formação cristã e, cristão por convicção, lá termina os seus artigos: Valha-nos a Senhora das Neves!...
Já que ninguém mais o pode fazer melhor por nós...
A fé, vivida no dia a dia, leva-nos a uma atitude que manifesta as nossas próprias convicções. É ao mesmo tempo testemunho e luz para os outros. "Até amanhã, se Deus quiser"; "Deus nos dê boa noite"; "Graças a Deus"; "Deus nos ajude"; "Deus nos dê boa viagem". Com saúde e graça de Deus já se não é pobre.
Esqueçemo-nos das nossas verdadeiras raízes e isso está manifesto na constituição da Europa.
Parece que o Cristianismo nada marcou a civilização europeia e da Europa foi levado a todo o mundo. É um sinal dos tempos. É o homem sem Deus, é o valor do efémero, do superficial, é a negação de vida como dom.
Sendo assim não é difícil perder-se o respeito pelos outros, não ver o outro como parceiro com dignidade igual ,da mesma humanidade, filhos do mesmo Deus que passam por este mundo peregrinando até à parusia final. Esta é uma das razões por que se fala tanto na eutanásia e o aborto, ou no homem como senhor absoluto, dono de si e dos outros. Valha-nos Deus e a Virgem Maria, a "Senhora das Neves", se isto continua assim!...
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