Não sei onde encontrei este texto, mas achei-o tão oportuno que mesmo sem invocar o seu autor, não posso guardá-lo só para mim. Desculpe-me o autor e a editora desta transcrição...
SER PADRE NÃO É UM EMPREGO
Caros amigos: gostaria, antes de mais, de exprimir a minha grande alegria porque aqui estão reunidos sacerdotes de todas as partes do mundo, na alegria da nossa vocação e na disponibilidade para servir com todas as nossas forças o Senhor, neste nosso tempo.
Estou bem consciente de que hoje é muito difícil ser pároco, mesmo e sobretudo nos Países de antiga cristandade; as paróquias são cada vez maiores, unidades pastorais… é impossível conhecer a todos, é impossível fazer todos os trabalhos que se esperariam de um pároco. E assim, realmente, perguntamo- -nos para onde ir. Mas gostaria de começar por dizer: sei que há tantos párocos no mundo que dão realmente toda a sua força pela evangelização, pela presença do Senhor e dos seus Sacramentos, e a estes párocos fiéis, que trabalham com todas as forças da sua vida, do nosso ser apaixonados por Cristo, quero dizer um grande “obrigado”, neste momento. Disse que não é possível fazer tudo o que se quer, que talvez se devesse fazer, porque as nossas forças são limitadas e as situações são difíceis numa sociedade cada vez mais diversificada, mais complicada. Penso que, sobretudo, é importante que os fiéis possam ver que este sacerdote não se limita a fazer um “job”, horas de trabalho, e depois fica livre e vive só para si próprio, mas que é um homem apaixonado por Cristo, que leva em si o fogo do amor de Cristo. Se os fiéis vêem que ele está cheio da alegria do Senhor, compreendem que não pode fazer tudo, aceitam os limites e ajudam o pároco.
[BENTO XVI, Diálogo com 15 000 padres, em 10 de Junho de 2010 ]
Em muitas paróquias, é tempo de fecho e balanço de actividades. Época talvez demasiado paralela à escolar, que pode levar-nos à psicologia de entrar também de férias no domínio da Igreja, da fé, da vida e formação cristã, do compromisso e do testemunho apostólico... até Setembro próximo!
Por outro lado, o tempo aquece e o Verão está por dias; o que nos leva a pensar que a Natureza não faz intervalos, mas apenas tem vários ritmos de progressão no processo da vida, que é contínuo.
Não sabemos se acontecerá o mesmo na vida duma comunidade de fé: se este tempo de verão também é tempo de amadurecer a flor e o fruto que se foi formando ao longo do ano; se nas férias se reza mais, se cele-bra e partilha melhor na Eucaristia; se o aprendido e ouvido vai ser aprofundado, assimilado e aceite na reflexão pessoal... ou deixado entre um longo parêntesis, e talvez esquecido, como acontece com a ma-téria escolar; se, em resumo, ao chegarmos à abertura dum novo ano pastoral, as coisas estarão num ponto mais evoluído e perfeito do que agora: se as crianças passarão para grupos de jovens, se os jovens continuarão em grupos de aprofundamento da fé sempre ao ritmo dos seus problemas e da sua vida, se os adultos assumirão mais e melhor o seu papel na Igreja e no Mundo...
Eis uma reflexão oportuna neste tempo de transição, entre o final de um ano pas-toral, com a diversidade missionária desta grande comunidade católica e o início de um novo ano pastoral, lá para depois do tempo de verão, durante o qual celebrare-mos o nosso padroeiro S. Lourenço.
SER CRISTÃO E SER IGREJA, SEM PAUSAS ! folha dominical paroquial de Ermesinde
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