Celebramos hofe 16 anos da fundação do Gabinete Social de Atendimento à Família (GAF). Foi em 24 de Maio de 1994, celebrava-se então o primeiro Ano Internacional da Família, que a Comunidade dos Padres Carmelitas do Carmo, movida pelo Espírito que tudo revoluciona e transforma, que considerou ser o tempo favorável e oportuno a criar uma resposta inovadora e eficaz para responder aos múltiplos problemas humanos, sociais e espirituais com que as famílias do Alto Minho se confrontavam, lidos, percebidos e discernidos no atendimento diário da sua acção pastoral.
Homilia do Director do GAF
Sem estruturas físicas, que ainda hoje quase não possui, mas mobilizado pela missão de se sentir en-viado ao mundo da exclusão, foi desenvolvendo servi¬ços progressivos e diversificados em ordem ao bem comum, sobretudo aos grupos mais tipif icadores da exclusão social: jovens/adultos sem projectos de vida provenientes de famílias disfuncionais, sem-abrigo, consumidores de substâncias, infectados de HIV/SIDA, mulheres vítimas de violência, desempregados de longa duração, famílias em situações reais de pobreza estrutural (económica, emocional e social), famílias que passam fome e vivem do cabaz de géneros ali¬mentares que vem buscar regularmente ao GAF, ou se alimentam no seu refeitório social. Actualmente, o GAF conta com uma numerosa equipa de cerca de 60 colaboradores, sendo 30 técnicos su¬periores das várias áreas das Ciências Sociais e Huma¬nas, atendendo cerca de 1000 pessoas ao ano com mais de 15 mil atendimentos anuais. Imagino que face a estes dados, fica no ar esta ques¬tão: Como se torna sustentável esta obra grandiosa e quase incomensurável? Vai-se viabilizando com imensas dificuldades financeiras, mas graças ao em¬penho e compromisso de muitos cristãos e cidadãos do Distrito de Viana do Castelo que gostaria enunciar: » O apoio incondicional da Ordem do Carmo, através do seu Provincial e da colaboração disponível e con¬tinuada da Comunidade do Carmo de Viana; » Cidadãos que no decurso deste anos integraram
voluntariamente os órgãos sociais do GAF: João Ferreira, Fernando Guerreiro, Liliana Iglésias, José Mi-guelote... José Vieira, Isolina Pequeno; Ângela Pontes, Julieta Palma;
>> A dedicação de muitos voluntários anónimos; » A colaboração de inúmeros parceiros: Organismos públicos: Câmara Municipal, Governo Civil e Centro Regional de Segurança Social; e entidades, organis¬mos privados e empresas, com sentido de responsa¬bilidade social;
» Cidadãos, que contribuem anonimamente com gé¬neros alimentares realiza nas grandes superfícies co¬merciais do distrito;
» Os sócios amigos do GAF, que periodicamente con¬tribuem em forma de donativo solidário, para a sua sustentabilidade financeira; » A criatividade, dedicação e saberes científico e té¬cnico dos profissionais que passaram pela instituição que mantiveram sempre este sentido de pertença e missão à família GAF mesmo com remunerações mo¬destas.
Que futuro para o GAF nestes tempos de Crise?
Haverá espaço para a solidariedade e para as políticas sociais de erradicação da pobreza e da exclusão em tempo de grave crise social, precisamente no ano europeu de combate à pobreza e à exclusão social? Se o presente do GAF já é problemático e me preo¬cupa com as dívidas aos nossos fornecedores (que
têm sido tolerantes!) e à banca, o futuro produz-me insegurança, incerteza e apreensão. Os tempos pró¬ximos, dizem os analistas financeiros, serão de grande contenção das despesas e sacrifício para todos. Espe¬ro que não recaíam sobre os mesmos e os que nada têm; que os poderosos sejam mais sensíveis à partilha, à justa distribuição dos bens da terra em ordem ao bem comum, para que se esbatam as desigualdades e não hajam cidadãos de primeira e cidadãos que aguardam ainda a sua possibilidade de o serem de pleno direito. Acredito que, com um maior investi¬mento e compromisso na definição de políticas so¬ciais eficazes por parte do Estado e um crescente envolvimento da sociedade civil e da Igreja numa maior responsabilização social, poderemos encontrar soluções criativas e inovadoras para viabilizarmos este projecto GAF ao serviço dos mais carenciados, colaborando solidariamente m construção de uma sociedade mais fraterna e justa na distribuição do bens da Terra.
Continuamos a lançar a campanha dos "sócios e ami¬gos do GAF" para despertar a consciência colectiva dos cristãos, de que temos de cuidar responsável e solidariamente dos nossos pobres que são os "te¬souros mais preciosos da Igreja". Cada um, através desta forma, poderá ter a oportunidade de partilhar o pouco que tem; de certeza, que não vai agravar o vosso orçamento familiar. No próximo ano fiscal, na declaração do vosso IRS podereis também sinalizar que 0,5% das vossas deduções poderão ser atribuídas para o GAF.
No final da celebração, na saída da Igreja, encon¬trareis funcionários do GAF para vos entregar alguma informação acerca dos vários serviços que actual¬mente se prestam no GAF e uma ficha de inscrição, caso decidam aceitar o nosso desafio, para serem "Sócios amigos do GAF".
Em nome dos cidadãos anónimos que servimos todos os dias, um muito obrigado a todos. Que Deus vos abençoe e vos conceda graças abundantes para que as possam partilhar abundante e graciosamente por aqueles que mais precisam.
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