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domingo, 1 de novembro de 2020

Vamos ao Cemitério. Na minha terra chamavam-lhe o Campo Santo

 

Vamos ao Campo Santo?

Mas quem é Santo? É o campo, são os fiéis defuntos que continuaram com a bondade de Deus a dar vida à n
atureza, nossos antepassados?

É o Campo porque nas suas entranhas se encontram as relíquias de quem foi obra de Deus que procurou fazer caminhada como nós a querermos fazer o bem e, às vezes, fazemos o que não devíamos, mas acreditamos que só Deus Santo.

Ele é Santo e três vezes santo: Santo, Santo, Santo. Diz D. António Couto que a palavra hebraica que significa santo, mas “cujo significado mais consistente é separado”. Não quer dizer que esteja separado da Criação, nem de nós que tudo vê com beleza e bondade, (…) e conhece-nos e acompanha-nos porque sendo Ele o “Santo” isto é só “separado de si mesmo e esta é a “surpreendente identidade de Deus!” Separado de si mesmo também não quer dizer que seja cioso da sua nobreza e superioridade agarrado ao seu ser divino. Pelo contrário, “o nosso Deus é um Deus que sai de si mesmo por amor, para, por amor vir ao nosso encontro” Esta realidade sobressai em textos do Antigo Testamento e do Novo na pessoa do anunciado “Jesus que se esvaziou de si mesmo, recebendo a forma de escravo”. Sendo rico fez-se pobre por nossa causa, para nos enriquecer com a sua pobreza. Vamos pois ao “campo santo”, pelo jardim iluminado e colorido pelas obras boas de quem partiu, sem olharmos aos fracassos porque o nosso Deus é Misericordioso, ( não somos nós quem podemos julgar os mais e os menos pecadores, mas só ao Santo Deus que vê os corações de todos ), mas às obras boas de todos e cada um. Se não formos, mesmo de longe, ou de perto, podemos e devemos contemplar os santos que estão canonizados e tantos ou mais que não estando oficialmente conhecidos…percebemos como os que nos precederam tiveram um projecto de vida de despojo, abandono de muitas coisas boas, família, amigos, diariamente neste mundo para se entregarem de alma e coração aos seus irmãos…demos graças a Deus, neste Domingo, ao Deus Santo que nos santifica.

Diz ainda D. A. Couto: “Só um Deus assim pode e sabe felicitar os pobres. Com um tom carregado de felicidade, não restritivo, mas alargado a toda a humanidade, as «Felicitações» do Rei novo atingem todas as pessoas, chegando às franjas da sociedade, às periferias existenciais, onde estão os pobres de verdade.” Tudo bem claro e declarado nas Bem-aventuranças.

OS FORTES, EM MAZAREFES

 FORTES DE MAZAREFES


Existia uma velhinha casa situada a nordeste da casa do actual Daniel Liquito, na Rua da Senhora das Boas Novas, do lado esquerdo de quem vem no sentido norte sul foi o primeiro berço duma geração de 9 irmãos e foi conhecida pela casa do Inácio, antigo cesteiro, conhecida mais tarde também pela casa do Armando Inácio, filho do José Barbosa Forte que casou com Teresa Afonso Forte, prima, de quem teve 5 filhos: o Armando casou com Maria Gomes Pinto e é pai de 2 filhos casados e com netos; o Evaristo ausentou-se para a Argentina, a Maria que casou com o Ângelo Vieira, da Conchada, e foi mãe de 9 filhos; a Ana que casou com Francisco Sousa e Ermelinda que casou com Joaquim Portela.
Nasceu, depois desta Casa do Inácio, a casa do Manuel do Inácio no Largo do Bicho, no cruzamento, onde passava a procissão de defuntos, pois o Manuel Barbosa Forte, filho do Inácio, cesteiro, casou com Maria das Dores, de Sabariz e foi pai de 7 filhos. O Graciano casou com uma do "Cordoeiro" e teve 2 filhos: a Maria Olívia e o Manuel Luís; a Isménia que casou com o Zé Calçada, de Vila Fria, com 5 filhos; a Maria das Dores que casou com Manuel Liquito que morreu novo e deixou 7 filhos; o José casado com Olímpia, do Ribeiro (Vila Fria), com uma filha; a Albertina casou com José Gonçalves, de Vila Franca; a Lurdes casou com António Dantas, de Vila Fria, com 2 filhos e a Ludovina casada com Augusto Dantas, de Vila Fria, e mãe de 2 filhas.
Esta casa do Manuel Inácio perpetuou de algum modo este ramo dos "Barbosa Forte", assim como nos "Afonso Forte" levou a palma, nesse ramo, a casa do Miguel Afonso Forte que foi carpinteiro e filho de José Afonso Forte e Rosa Rodrigues, (outra "cordoeira"). Foi pai de Manuel, Miguel, José, Maria e Virgínia. O Miguel andou no Seminário uns 4 anos. Tendo abandonado o Seminário, fez-se à arte de mecânico com tanta perspicácia que foi considerado o melhor mecânico de Viana do Castelo e região. Muito inteligente, de boa e fácil comunicação, especialista sobretudo do coração dos carros, os motores. Não só pelas suas qualidades intelectuais, mas também pelos seus dotes de solidariedade, granjeou muita simpatia e admiração na população da cidade e de toda a região do Alto-Minho. Foi presidente da Junta de Freguesia de Mazarefes durante 8 anos e 4 como Presidente da Assembleia de Freguesia, Vicentino, fez parte do Conselho dos Assuntos Económicos da Paróquia e foi dirigente do Centro Social Paroquial. Casou com Maria do Carmo Barros Lima, foi pai de numerosa prole. Continuando com os outros irmãos, o Manuel casou com Maria Cândida Sá de quem teve 4 filhos. O José casou com Maria Vieira e tem 2 filhos. A Maria casou com Augusto Galhofe, Augusto Pinto da Costa e ficou viúva nova com três filhos. A Virgínia casou com Manuel Rodrigues Cunha e foi mãe de 2 filhos.

A única fotografia feita por mim aqui aparece o Presidente Miguel Forte como seu cigarro no começo da abertura da estrada que une a Capela da Senhora das Boas Novas à igreja de S. Nicolau de Mazarefes.