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segunda-feira, 28 de novembro de 2016
domingo, 27 de novembro de 2016
Carniçaria - UM TOPÓNIMO DE MAZAREFES QUE DESAPARECE
Carniçaria - UM TOPÓNIMO DE MAZAREFES QUE DESAPARECE
O topónimo Carniçaria tem dado
origem a falsas interpretações sobre a origem de Mazarefes, confundindo
Mazarefes com Magarefe. Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
O topónimo Carniçaria nasceu no
século XVI. Mazarefes aparece em documentos do século X. Há uma diferença muito
grande.
O sítio da Carniçaria a meio da
Avenida entre a igreja e a Rua Manuel Vaz Coutinho, teve este nome devido à
morte inocente de um escravo do fidalgo Rui Pereira.
Rui Pereira era um fidalgo da casa
de Mazarefes que, não correspondido nos amores por Isabel da Silva, dos
fidalgos de Vila Fria resolveu um dia vingar-se dela e, armado com os amigos de
Mazarefes, fez um assalto ao Paço da freguesia vizinha. Conseguiram entrar no
Paço. Espancaram a mãe da referida Isabel, já viúva, e à menina cortaram-lhe o
nariz, como era costume, nesse tempo, cortar orelhas e narizes como castigo
infligido por justiceiros.
Passou-se essa noite, mas no dia
seguinte já Rui Pereira teria desaparecido, talvez a caminho da Índia, onde
viria a morrer mais tarde no cabo da Boa Esperança. E foi precisamente no dia
seguinte, naturalmente no mesmo mês e do ano de 1550 que os de Vila Fria vieram
a Mazarefes tirar a desforra e vingar-se do que tinha acontecido, castigando o
criminoso Rui Pereira. Mas, não o encontraram, pelo que valeram-se de um
escravo seu trazido da Índia que usaram como alternativa.
Não ficou por aqui, pois em
Barcelos, no tribunal, foi condenado Rui Pereira e queimaram uma esfinge numa
das suas praças enquanto Rui Pereira naufragava no regresso da sua terceira
viagem à Índia.
Também não podemos confundir com o
carniceiro Pedro Gonçalves, matador e vendedor de carnes verdes que existia na
zona dos Castelhanos, muito perto da Carniçaria em princípios do século XVII.
OBS: No meu tempo de
criança entre a Avenida da Igreja e os Castelheiros havia uma carreira pedonal
de ligação entre o caminho que ia do cruzeiro das Boas Novas pela casa dos
Dias, Castelhanos e ligava junto à casa do Alexandre onde hoje vive um bisneto
o Manuel Pita e a casa do Avelino Sousa, no topo de cima da referida avenida.
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Um breve texto, apontamento da Serra de Arga
Falar ao jeito da Serra
d’Arga
Um breve texto
O jovem andava a “aranhar” e ela disse: “amaneia-te”, vamos
para a frente, minha gente. Senão põe-te a andar que não prestas.
- Olha que menina que “não canta, nem dança, nem namora,
pode sair daqui para fora.”
- De facto não tens graça nenhuma porque menina que não
cheira, nem fede em lado nenhum tem lugar e enquanto estou eu sempre agarrado a
aranhar, se apareces na minha teia a feder ou a cheirar eu salto para te
“arrasar” porque cada macaco no seu galho.
Amaneia-te – Anda, meche-te, desenrasca.
Aranhar – Estar parado, ou anda atrás e adiante como a
aranha na teia que parece parada.
Trupar – Bater com os nós dos dedos na mesa.
Arrasar – Ser uma boa preza que cai na teia e a aranha a
come.
Quando me encontrava na Serra d’Arga as pessoas falavam e
trocavam algumas palavras da letra ‘e’ fechado como negro e diziam com o é
aberto: négro.
Assim como chamavam às escadas incrustadas nas paredes dos
socalcos dos campos caleiras, ou escaleiras.
sábado, 12 de novembro de 2016
A realidade e os desafios da família” – 2ª Sessão
Paróquia de Nossa Senhora de Fátima -
Ano Pastoral 2016-2017
A Família Amor e Vida”
Formação-Tema: A realidade e os
desafios da família” – 2ª Sessão
Local: Igreja da Sagrada Família
(Abelheira) – Dia 12 de Novembro às 15H
Relator: José Rodrigues Lima
1 – Objectivos:
1.1
Acreditar que a família é fonte de Amor e Vida;
1.2
Aprofundar a relação matrimonial;
1.3
Anunciar o Evangelho da família;
1.4
Reconhecer o bem da família como decisivo para o
futuro do mundo;
1.5
Analisar as dificuldades e desafios actuais das
famílias;
1.6
Praticar as três palavras na vida familiar: com
licença, obrigado e desculpa.
2
–
Texto Bíblico
“Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento” (Carta aos Efésios,
4,26)
3.1 A situação atual
da família
«Fiéis ao ensinamento de Cristo,
olhamos a realidade actual da família em toda a sua complexidade, nas suas
luzes e sombras. (...) Hoje, a mudança antropológico-cultural influencia todos
os aspectos da vida e requer uma abordagem analítica e diversificada ». Já no
contexto de várias décadas atrás, os bispos da Espanha reconheciam uma
realidade doméstica com mais espaços de liberdade, «com uma distribuição
equitativa de encargos, responsabilidades e tarefas (...). Valorizando mais a
comunicação pessoal entre os esposos, contribui-se para humanizar toda a vida
familiar. (...) Nem a sociedade em que vivemos nem aquela para onde caminhamos
permitem a sobrevivência indiscriminada de formas e modelos do passado».10 Mas
« estamos conscientes da direcção que vão tomando as mudanças antropológico-culturais,
em razão das quais os indivíduos são menos apoiados do que no passado pelas
estruturas sociais na sua vida afectiva e familiar».
33. Por outro lado, «há que
considerar o crescente perigo representado por um individualismo exagerado que
desvirtua os laços familiares e acaba por considerar cada componente da família
como uma ilha, fazendo prevalecer, em certos casos, a ideia dum sujeito que se
constrói segundo os seus próprios desejos assumidos com carácter absoluto».12
«As tensões causadas por uma cultura individualista exagerada da posse e
fruição geram no seio das famílias dinâmicas de impaciência e agressividade
».13 Gostaria de acrescentar o ritmo da vida actual, o stresse, a organização
social e laboral, porque são factores culturais que colocam em risco a
possibilidade de opções permanentes. (A
Alegria do Amor) – Papa Francisco
3.2 Costumes Inaceitáveis
Neste relance sobre a realidade,
desejo salientar que, apesar das melhorias notáveis registadas no
reconhecimento dos direitos da mulher e na sua participação no espaço público,
ainda há muito que avançar nalguns países. Não se acabou ainda de erradicar
costumes inaceitáveis; destaco a violência vergonhosa que, às vezes, se exerce
sobre as mulheres, os maus-tratos familiares e várias formas de escravidão, que
não constituem um sinal de força masculina, mas uma covarde degradação. A
violência verbal, física e sexual, perpetrada contra as mulheres nalguns
casais, contradiz a própria natureza da união conjugal. Penso na grave
mutilação genital da mulher nalgumas culturas, mas também na desigualdade de
acesso a postos de trabalho dignos e aos lugares onde as decisões são tomadas.
A história carrega os vestígios dos excessos das culturas patriarcais, onde a
mulher era considerada um ser de segunda classe, mas recordemos também o «
aluguer de ventres» ou « a instrumentalização e comercialização do corpo
feminino na cultura mediática contemporânea » ( A Alegria do Amor) Papa
Francisco
4 – Três Palavras Fundamentais
Vejamos: a primeira palavra é «com
licença». Quando nos
preocupamos em pedir gentilmente até aquilo que talvez julguemos que podemos
pretender, construímos um verdadeiro baluarte para o espírito da convivência
matrimonial e familiar. Entrar na vida do outro, mesmo quando faz parte da
nossa existência, exige a delicadeza de uma atitude não invasiva, que renova a
confiança e o respeito. Em síntese, a confidência não autoriza a presumir tudo.
E quanto mais íntimo e profundo for o amor, tanto mais exigirá o respeito pela
liberdade e a capacidade de esperar que o outro abra a porta do seu coração. A
este propósito, recordemos aquela palavra de Jesus no livro do Apocalipse: «Eis
que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta,
entrarei na sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo» (3, 20). Até o Senhor
pede licença para entrar! Não o esqueçamos! Antes de fazer algo em família:
«Com licença, posso fazer isto? Queres que eu faça assim?». Uma linguagem bem
educada, mas cheia de amor. E isto faz bem às famílias.
A segunda palavra é «obrigado».
Certas vezes pensamos espontaneamente que estamos a tornar-nos uma civilização
malcriada, de palavrões, como se eles fossem um sinal de emancipação.
Ouvimo-las com frequência, inclusive publicamente. A gentileza e a capacidade
de agradecer são vistas como um sinal de debilidade, e às vezes até chegam a
suscitar desconfiança. Esta tendência deve ser evitada no próprio coração da
família. Devemos tornar-nos intransigentes sobre a educação para a gratidão e o
reconhecimento: a dignidade da pessoa e a justiça social passam ambas por aqui.
Se a vida familiar ignorar este estilo, também a vida social o perderá. Além
disso, para o crente a gratidão encontra-se no próprio cerne da fé: o cristão
que não sabe agradecer é alguém que se esqueceu da língua de Deus. E isto é
feio! Recordemos a pergunta de Jesus, quando curou dez leprosos e só um deles
voltou para dar graças (cf. Lc 17, 18). Certa vez ouvi uma pessoa
idosa, muito sábia, boa e simples, mas dotada da sabedoria da piedade e da
vida, que dizia: «A gratidão é uma planta que só cresce na terra de almas
nobres». Esta nobreza de alma, esta graça de Deus na alma impele-nos a dizer
obrigado à gratidão. É a flor de uma alma nobre. E isto é bonito!
A terceira palavra é «desculpa».
Certamente, é uma palavra difícil, e no entanto é deveras necessária. Quando
ela falta, pequenas fendas alargam-se — mesmo sem querer — até se tornar fossos
profundos. Não é sem motivo que na prece ensinada por Jesus, o «Pai-Nosso», que
resume todas as questões essenciais para a nossa vida, encontramos esta
expressão: «Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido» (Mt 6, 12).
Reconhecer que erramos e desejar restituir o que tiramos — respeito,
sinceridade, amor — torna-nos dignos do perdão. É assim que se impede a
infecção. Se não soubermos pedir desculpa, quer dizer que também não seremos
capazes de perdoar. No lar onde as pessoas não pedem desculpa começa a faltar o
ar, e a água estagna-se. Muitas feridas dos afectos, muitas dilacerações nas famílias
começam com a perda deste vocábulo precioso: «Desculpa». Na vida matrimonial
muitas vezes há desacordos... e chegam a «voar pratos», mas dou-vos um
conselho: nunca termineis o dia sem fazer as pazes. Ouvi bem: esposa e esposo, brigastes? Filhos e pais, entrastes em
forte desacordo? Não está bem, mas o problema não é este. O problema é quando
este sentimento persiste inclusive no dia seguinte. Por isso, se brigastes,
nunca termineis o dia sem fazer as pazes em família. E como devo fazer as
pazes? Ajoelhar-me? Não! A harmonia familiar restabelece-se só com um pequeno
gesto, com uma coisinha. É suficiente uma carícia, sem palavras. Mas nunca
permitais que o dia em família termine sem fazer as pazes. Entendestes isto?
Não é fácil, mas é preciso agir deste modo. Assim a vida será mais bonita.
Estas três palavras-chave da família são simples, e num primeiro
momento talvez nos façam sorrir. Mas quando as esquecemos, deixa de haver
motivos para sorrir, não é verdade? Talvez a nossa educação as ignore demais. O
Senhor nos ajude a repô-las no lugar que lhes cabe no nosso coração, no nosso
lar e na nossa convivência civil.
E agora convido-vos a repetir todos juntos estas três palavras:
«com licença», «obrigado», «desculpa». Todos juntos (praça) «com licença», «obrigado»,
«desculpa». São as três palavras para entrar no amor da família, para que ela
vá em frente e permaneça tal. Depois, repitamos aqueles conselhos que eu dei,
todos juntos: nunca termineis o dia sem fazer as pazes. Todos: (praça): nunca
termineis o dia sem fazer as pazes. Obrigado!
(A Família gera o mundo) – Papa Francisco
10 Mandamentos dos pais
cristãos
1
- Dê a devida liberdade aos seus filhos. .(Galatas 5:1) Devida não é
total... pense nisso.
2 - Permita que eles questionem os valores que significam muito
para suas vidas(1 Pedro 3,4)- A omissão de uma resposta pode ser o início de um
longo problema.
3 - Tenha paciência com suas manias passageiras ! (Timóteo 4:5)-Elas passam rápido...
aproveite todos os momentos com seu filho e tire proveito disso.
4 - Exerça autoridade sobre seus filhos sem irritá-los, estabeleça limites (Provérbios
22:28) Lembre-se que você é quem
'manda' na casa.
5 - Demonstre calor e simpatia, sem mimá-los muito, para não se tornarem
inseguros (I Coríntios 14:20)
Não confunda amor com superproteção.
6 - Aprenda com seus filhos, eles
também tem lições maravilhosas para nos ensinar (Colossenses 2:19)
Tenha seu filho como um professor em sua vida.
7 - Aceite as falhas de seus filhos (Filipenses 4:6)- Você crescerá
com isso também.
8 - Seja leal aos seus filhos,
compartilhe com eles a vida no lar (Efésios 4:25) - Não esqueça que seu filho,
não importa a idade, também é um membro da sua casa. Merece atenção.
9 - Seja íntimo de seus filhos, torne-se seu confidente (Romanos
10:13-15) É melhor você ser o melhor amigo do seu filho o que um
estranho.
10- Seja enérgico mas, com SABEDORIA (Tiago 1:5)- Não desconte
a sua raiva em seus filho, mas também não deixe de educá-lo. Fonte: 12th August
6 – Pai e Mãe!
6.1 Saiba Acreditar;
6.2 Saiba Agradecer;
6.3 Saiba Contemplar a
Família…
7 – Oração
Meu Deus!
Peço-Te a Bênção para nós
– Pais;
Peço-Te a Bênção para
nossos filhos;
Peço-Te a alegria da vida
familiar.
Amén
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
A CAPELA DA SENHORA DAS BOAS - - NOVAS EM MAZAREFES
A CAPELA DA SENHORA
DAS BOAS -
- NOVAS EM MAZAREFES
Está situada esta capela no centro
da freguesia passando-lhe junto a estrada municipal do mesmo nome e que liga as
estradas nacionais n.º 213 e n.º 308.
Trata-se de uma capela bastante ampla,
cujas proporções se confundem com uma igreja paroquial levando até ao engano. Muitos
dos que transitam pela primeira vez pela referida estrada pensem que estão a
passar pela igreja da Freguesia. É uma grande capela com uma linda torre de
relógio e campanário.
Não se sabe de quando data a sua
fundação. Uma vaga tradição atesta-nos que, a princípio, seria uma pequenina
capela escondida entre oliveirais como acontecia naquele tempo com muitas
outras. Também é vulgar ouvir-se dizer a pessoas idosas que a princípio era uma
capela sob a invocação da Senhora dos Prazeres, a quem o povo designava somente
pelo nome de «Senhora», como se encontra em documentos antigos, sítio da
Senhora.
O nome «Senhora das
Boas-Novas», dizem, foi inspirado pela devoção do povo quando viu abandonar os
lares os seus entes queridos à procura de uma vida melhor em terras do Brasil.
É evidente que a gente de Mazarefes mergulhada na saudade e na incerteza ia
ajoelhar-se aos pés da «Senhora» a pedir as «boas novas» e, como testemunho de
gratidão ou inconscientemente através do tempo lhe teriam mudado o nome, vindo
o novo título de glória - «A Senhora das Boas-Novas» que ainda hoje vigora e
vigorará.
A sua fundação deve remontar a
alguns séculos atrás, talvez ao século XV ou XVI.
No século XVIII foi instituído o
morgadio da Senhora das Boas Novas que teve vida efémera.
Na sua forma actual, diz o P.e Matos
na monografia manuscrita, foi construída em 1805 com muita pedra aproveitada da
antiga igreja paroquial em ruínas «S. Simão da Junqueira», trazida para ali em
carros de bois.
Foi, portanto, em 1805 ampliada e
reconstruída a expensas do P.e Manuel Martins de Carvalho, filho desta terra
que, por essa ocasião, havia regressado do Brasil.
Depois, a expensas de um devoto,
lavrador Manuel Augusto Fernandes Barbosa, desta freguesia e de quem já falei
no artigo sobre a «Casa das Marinheiras», foi erecta a torre, em 1901 (1).
Em 1911 foi colocado o relógio que
ainda hoje admiramos, adquirido com uma subscrição feita entre a gente da terra
a trabalhar no Brasil.
É nesta capela que se
realiza, no Domingo de Pascoela, a maior das festas desta freguesia, chamada a
Romaria da Nossa Senhora das Boas-Novas, à qual acorrem inúmeros forasteiros
das freguesias circunvizinhas e até de Viana, em especial, da Ribeira. As
famílias dos pescadores não só no dia da festa, mas durante todo o ano vão ali
agradecer à Virgem as boas novas dos seus ausentes, daqueles que sobre as águas
do mar, em horas difíceis, imploram a sua protecção.
Em 1960 surgiu a cruz luminosa que
se encontra sobre o vértice superior da torre, devendo-se essa iniciativa à
Comissão de Festas desse ano.
Fizeram obras no tecto em 1960.
Em 1964 substituíram o pavimento de
pedra por taco de madeira e foram colocados os azulejos.
Também é recente a construção dos
coretos que se vêem no adro.
Mais obras se fizeram em 1971, sendo
reduzida a sacristia nas suas dimensões e aproveitando-se o resto para ficar
aberto à capela-mor com altar voltado para o povo.
13 de Maio de 1974
(1) –Serão,
nº139.
Abade Matos - Apontamentos avulsos
Abade
Matos
Apontamentos avulsos
O abade António Francisco de Matos
nasceu em 9 de Julho de 1860, em Mazarefes, filho de Francisco António de Matos
e de Antónia de Piedade de Passos Pereira Maciel, “de Castelo de Neiva”, ambos
lavradores. Eram seus avós paternos o José António de Matos, tenente da guerra
da Maria da Fonte, e Maria Rodrigues e maternos António Lourenço de Passos
Pereira Maciel, cirurgião em Esposende, e Maria Martins (de Figueiredo) ”do
lugar de Castelo de Neiva.” Era da casa dos quatro chicos: O Francisco António
Matos era o pai, o porco era Chico, o burro (cavalo) era Chico, e o criado
Francisco de Aguiar, de Barcelos. Ele próprio o dizia a brincar. Com o nome de
António foi feito cristão, pelo baptismo católico e pela mão do Pe. José de
Araújo Coutinho, por doença grave do Abade Manuel Rodrigues Lima, que era o
pároco, levado ao colo da madrinha Rosa de Jesus Passos Pereira Maciel, em 13
de Junho do mesmo ano, quatro dias depois de nascido.
Estudou em Braga. Era um jovem
inteligente, dinâmico, criativo e cheio de vida.
Conta-se que um dia apareceu em Braga
com uma bicicleta (......)
Ordenou-se sacerdote em 20/11/1887, e
foi nomeado pároco de Mazarefes em 1892. Faleceu confortado com os últimos
sacramentos, com 87 anos, em 07/03/1947. Foi ordenado pelo Arcebispo Primaz D.
António José Freitas de Honorato.
Celebrou as bodas de ouro sacerdotais
em 20 de Novembro de 1937.
Deixou à freguesia bens como a sua
casa para Residência Paroquial e cerca de 20.000m2 de terreno que ficou a fazer
parte do passal.
Nunca deixou morrer pobre nenhum à
fome.
Depois da morte dele, a única pessoa
da freguesia a precisar de ajuda foi a Maria Crasto, no tempo do Pe. Delfim, de
Darque quando esta ficou anexa àquela Paróquia. Era a família Galhofa que
preparava a lista.. Faça a lista que eu leio-a de semana a semana, dizia o
prior de Darque. No fim de cada missa era lida na igreja para que os
paroquianos fossem levar a comida a casa daquela família. Isto ainda conheci
porque só acabou quando dois filhos começaram a trabalhar e decidiram por
sustentar a família. Era criança de 9/10 anos.
Eram assim as listas:
1ª semana – Segunda-feira, Manuel
Rodrigues Gomes; Terça-feira, Inra D. Ezabel; Quarta-feira, Manuel Fernandes
Liquito; Quinta-feira, Manuel Fernandes Forte; sexta-feira, Manuel Gonçalves
Dias; Sábado, José da Costa Dias; Domingo, José Pinto da Costa
2ª semana Segunda-feira, Domingos
Rodrigues de Araújo Coutinho; Terça-feira, António Rodrigues da Rocha;
Quarta-feira, José de Araújo Vaz Coutinho; Quinta-feira, Manuel Gomes;
Sexta-feira, Viúva de Manuel Ferraz de Miranda; Sábado, Avelino Correia
Lavandeira; Domingo, Francisco Gonçalves de Souza.
3ª semana – Segunda-feira, Glória
Alves...; Terça-feira Alexandre R. Coutinho; Quarta-feira, Avelino Martins de
Souza; Quinta-feira, Ana Alves; Sexta-feira, Manuel Rodrigues de Araújo;
Sábado, José de Araújo Coutinho; Domingo, José Rodrigues de Amorim.
4ª semana –Segunda-feira, António
Augusto Vieira de Amorim; Terça-feira, Rosa Ribeiro Coutinho; Quarta-feira,
Miguel Afonso Forte; Quinta-feira, Manuel Agostinho Paulino; Sexta-feira,
Joaquim Alves Coutinho; Sábado, Armindo Delfim Correia Ribeiro; Domingo, Rosa
da Cunha.
5ª Semana – Segunda-feira, Conceição
da Cunha Meira, Terça-feira, José Gonçalves Pequeno, Quarta-feira, Artur
Augusto Matos; Quinta-feira, Viúva de Manuel Ribeiro da Riba, Sexta-feira,
Artur Pedro da Silva Domingues; Domingo, Francisco da Silva Coutinho.
6ª Semana – Segunda-feira, José de
Oliveira Silva Reis; Terça-feira, Teresa Rodrigues Leite; Quarta-feira, António
Rodrigues de Araújo Coutinho; Quinta-feira, António Ribeiro Gomes; Sexta-feira,
António Afonso Forte Ribeiro
7ª Semana – Segunda-feira, Agostinho
Rodrigues de Carvalho; Terça-feira, Engrácia Fernandes Dias; Quarta-feira,
Manuel de Matos Gonçalves da Cunha; Quinta-feira, Manuel Francisco Rodrigues;
Sexta-feira, João Rodrigues de Carvalho; Sábado, António Rodrigues Carriço;
Domingo Maria Rodrigues Vaz.
8ª Semana – Segunda-feira, José Gomes
da Cunha; Terça-feira, João Matos Gonçalves da Cunha; Quarta-feira, Joaquim
Dias Felix; Quinta-feira, José Gomes da Cunha; Sexta-feira, José Rodrigues
Reis; Sábado, José Fernandes Liquito; Domingo, José Rodrigues de Araújo.
Não o conheci, pois faleceu no ano em
que nasci, mas era um padre muito piedoso, generoso, um bom amigo, culto,
poeta, amigo dos pobres e dos doentes, crítico e ouvi vários testemunhos de pessoas que lhe
ajudaram à missa, andarem na catequese dele, pessoas que ele casou e destaco
agora algumas dicas que disseram dele, como um santo e um homem muito bem-humorado,
alegre e brincalhão.
Duas piadas dele:
· Na casa do visconde de Vila
Franca, e num dia de aniversário, uma
das filhas, a mais nova do visconde que estava casada para a casa do Junqueira
de Mazarefes, vestida com um vestido da cor de canário... - "Aquela menina
lá ao fundo vestida de canário"....
- O canário é meu, o canário tem
dono, responde o marido...
· Quanto a D. Júlia que casou com D. Tomás ... vinha à missa a
Mazarefes, no fim iam cumprimentar o Abade à sacristia.
Ai meninas eu tinha um soneto feito
ao meu pintagalhinho (canário).
-
Diga o soneto, então.
-
Não
digo que envergonho as meninas....
-
É
assim:
Meu bichinho
Doudivanas
Também pintas as pestanas
Também pintas o biquinho...
Ai que nojo meu bichinho.
O Abade Matos foi Presidente da Junta
da freguesia desde 1896 a 1910.
“Eu pertenço à freguesia mais rica de
Viana do Castelo” dizia ele a quem o interpelava: - "Ai Abade o que será
de Mazarefes quando o senhor faltar, e continuava, respondendo:” tem bom
Alfaiate (O Pulcena), bons Carpinteiros (Geraldo, o Néné e o Simplício), bons
Cesteiros (os Galhofas), boa Banda de Música (a Banda do Carvalho), bons
Pedreiros ( Zé da Mata e Rocha), bons Fogueteiros (os Miras), bom Latoeiro(o
Luciano Carvalho), bons Ferreiros ( Cunha e Forte), bom Sapateiro (o Enes) e
vários lavradores abastados. Portanto Mazarefes, segundo ele, não precisava de nada.
Era uma terra rica. Tinha de tudo e bastava-se a si próprio não precisava de ir
buscar fora.
Tinha gosto artístico e, a propósito,
quando ia a Subportela dizia para os daquela terra: Olha que Santos feios,
olhando para as imagens da igreja. Em Vila Franca, gozava os daquela terra com
a imagem do (…). Ao parar em frente dela dizia com a sua graça natural: quando
tirais este “gajo” daqui?... pois era uma imagem com a cabeça muito grande.
Então os de Vila Franca trocaram a imagem, mas arranjaram uma imagem maior que
mal cabia no nicho. – Ó, tiraste um e puseste outro que nem cabe em casa,
continuou ele a brincar.
Aliás ele tinha um espírito muito
crítico e por isso, pôs aos de Mazarefes uma alcunha a cada habitante por assim
dizer. Punha nomes a toda a gente: És bacôlo.
Uma mulher forte, irmã do Pe.
Américo, pároco de Gondarém, veio servir para a casa dele e deu-lhe as dores.
Curava ele, como era costume, as dores de barriga com testos quentes. - Alto,
isto não é nada comigo... ide chamar a ti’ Ana Dias e preparai-me o burro para
a levar para casa dela, a Alvarães.
Na febre pneumónica, só deixou morrer
uma senhora, a mãe do Zé “Pirralho” por estar de parto, a mãe do Zé Dias e não resistiu,
aliás era costume dizer-se: Quando viesse o médico a alguém, já se sabia que
era para morrer...
Houve um dia uma confessada, na
Igreja de Vila Franca e havia duas sacristias: uma a sul e outra a norte. O Pe.
Manuel Salgueiro de Subportela, o Pe. Zé Pinto, de Vila Fria, o Pe. João Matos,
o Pe. Francisco Matos e Pe. Fernandes de Deão, eram os confessores.
Ao sair da sacristia vê um “polícia”
e diz o de Vila Franca: - porco..., porco..., Diz o Pe. Francisco Matos de
seguida: - porco não, porca sim.. – Tu és poeta, diz o Salgueiro. - Olha rapaz
(para o Prior que era novo) -Tu és novo, és rapaz, tens muito que aprender, mas
tu, Salgueiro, és parolo porque és velho e não sabes que mijado sobre cagado é
de mulher e não é de homem...
Era todo da casa do Estivada, e amigo
de Celestino. A primeira mulher do Joaquim Estivada, assim como a segunda que
era a Joana Gandra, cozinhava e lá comia com a família.
Ele passava a noite toda à beira de
um doente. Disse o Prior de Vila Franca, no seu funeral: - o vosso pároco viveu
como um anacoreta, que nem à cama ia. E é verdade que vinha a casa comer à meia-noite
e depois ia passar o resto da noite junto do doente...
Chamavam-lhe o “Pardal”. Assim como
alcunhava os da sua terra, também o alcunharam a ele.
Não era republicano, nem monárquico,
mas “ regenerador” e nesta política comungava com os Miras. Um dia os Miras “assaltaram-lhe”
a casa, na hora da liberdade da República, mas nada para mal. Eram amigos e
respeitavam-se.
Não calçava botas, mas sapatos
”branquinhos” era um género de sapatos de pano para sair ou ir a Viana, pois na
missa usava pantufas. Para o caminho da aldeia eram os socos os seus
companheiros e meias de lã de ovelha. O castiçal que tinha na sacristia era um
solitário partido onde metia o toco da vela. Para andar de noite usava uma cana
com um prego na ponta, onde dependurava um lampeão, andava sempre com um
barrete redondo com três dedos de aba e na igreja antes da missa rezava sempre
com o barrete. Era calvo, raramente usava a batina, usava mais o viatório e
capa ou “guarnacho”. Ele tinha muito cuidado com a saúde.
Era primo do Pe. João Matos, de Vila
Franca e primo do Cirurgião Matos de Mazarefes. O seu pai casou duas vezes. A
primeira mulher veio do Castelo do Neiva e trouxe uma sobrinha para criar. Era
ela tão bonita rapariga que não lhe faltavam pretendentes e, sobretudo no
Castelo pelo que veio a casar com o tio aos 75 anos de idade da qual ainda o velhote
teve 5 filhos, um deles o Abade.
O pai do Abade casou para a casa das
Castelas. Dali saiu a irmã do Abade Matos que foi mãe do Pe. Albino, da Meadela
e aí nasceu também o Abade.
Era investigador, poeta, “médico”,
artista, um amigo dos pobres. Mantinha um albergue e o povo tinha-o como um
sábio e um bom padre.
O Pe.
António Quesado, jovem prior, pároco de Vila Franca, aconselhou a celebrar as bodas de ouro
sacerdotais e o Padre Matos fez a vontade, reunindo em Mazarefes, e na sua
residência, muitos padres.
Às vezes citam-no, dizendo que «a
mulher tem sete manhas e a raposa tem a manha de sete mulheres... e sete vezes
sete ....»
Consta que o cadáver do “Rosalina”
não se desfez no cemitério, passados muitos anos e o abade Matos pegou numa
vara de lodo e deu-lhe uma pancada e desfez-se logo.
O seu sobrinho Pe. Albino Maciel de
Miranda entre 1945 e 1946 fez o serviço do tio na Paróquia, pois ele
mostrava-se já muito debilitado pela saúde e pela idade.
Era muito alegre, divertido.
Raramente se deitava de noite e nos últimos anos nunca foi à cama. Dormia numa
espreguiceira. Quando não tinha doentes com quem passar a noite, ia fazer serão
para a casa do Alexandre de Araújo Coutinho, meu bisavô... Ia de Verão ou de
Inverno da sua casa directo, pelo caminho de terra, lama e pedras, com o
lampeão na ponta do pau passar o serão até às tantas depois regressava para se
esticar no alpendre, espécie de torre ao centro da casa para a qual subi quando
criança e se via tudo à volta até Viana pelas vidraças que a rodeava.
Ainda conheci, onde ele estudava, rezava,
escrevia e dormia um pouco antes da missa.
O Património para a ordenação foi-lhe
feito pela mãe, viúva, em 16/08/1878 quando ele tinha ainda 18 anos.
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
A IGREJA PAROQUIAL DE MAZAREFES
A IGREJA
PAROQUIAL DE MAZAREFES
Esta
igreja, nos primeiros tempos da sua edificação constituía o mosteiro do
convento beneditino, aqui fundado pelos monges de Santiago de Compostela.
Quanto
à sua actual posição topográfica, fica situada a 2km da capela de S. Simão,
para o lado sul, num local onde se torna vista e admirada desde Santa Luzia a
S. Silvestre, sem, todavia, acontecer o mesmo do lado sul, nascente e poente.
Destes dois últimos pontos cardeais duas perspectivas maravilhosas se desfrutam
mas só podem ser focadas a menos de 500m.
Pela
retirada dos monges e passagem destas terras para os Pereiras, começou a ser
utilizada pelos fidalgos como capela da sua casa, sob a invocação de S. Nicolau
e com o direito de padroado.
Foram
várias as transformações por que passou até aos nossos dias, como indica a
diversidade de estilos.
Vejamos:
A capela-mor apresenta-nos do lado norte e nascente uma parede românica,
actualmente coberta com cal. A cornija do norte é diferente da cornija do lado
sul e do lado nascente (em papo de rola). A cornija do lado sul é igual à
cornija do corpo da igreja.
As duas
cruzes que encimam a capela-mor são diferentes da que está na parte frontal da
igreja. São duas cruzes estreadas e de pequenas dimensões. A que se encontra
sobre a frente é uma cruz latina trevada e de maiores proporções.
Portanto,
não há dúvida em afirmar que é a capela-mor a parte mais antiga, talvez uma das
partes primitivas do convento.
O corpo
da igreja, bem como a ampliação da capela-mor com a sua tão artística tribuna e
os dois altares laterais em talha de estilo barroco-renascentista, foi obra dos
Pereiras, continuada depois pelos Azevedos, vendo-se a águia (brasão dos
Azevedos) sobre os referidos altares.
Por
cima da porta de travessa, na parte exterior, encontra-se um brasão com as
armas dos fidalgos «Pereiras» e «Pessanhas» (?).
Também
a ornamentar a porta principal existe em cantaria um frontal aberto simples com
uma concha na abertura e mais acima uma rosácia e um nicho com a imagem, em
pedra, do padroeiro. A frente deve ser dos fins do séc. XVIII.
Há
ainda várias obras, como a construção do passadiço, da casa para o coro, a
construção da torre, a ampliação do coro e das escadas que para ele dão
entrada.
Diz o Pe. Matos que
sobre o levantamento da torre é um facto ainda bem vivo na tradição. Sabe-se,
diz ele, que antes desta obra os sinos se encontravam pendurados nos troncos de
castanheiros a pequena distância da igreja. A torre é obra dos princípios do
séc. XIX.
É
recente a construção e ampliação do coro, bem como os dois últimos altares
laterais, (fins do séc. XVIII ?) feitos em estilo bastante diferente do que já
existia e o sanefão adquirido na igreja de Caminho em estilo barroco tardio (D.
João V) e aqui adaptado.
O
guarda-vento existente na porta principal também foi construído neste século em
1903.
A
tribuna do estilo barroco-renascentista está deveras bem centrada, com um
grande altar na base. A talha é admirável. Os arcos reais e as colunas
salmónicas com o fuste retorcido imitando os pámpanos de ramos e parra com
cachos de uvas a serem comidos pelas aves estão bem delineados. Os arcos reais
estão unidos por um grande laço ao centro. Aqui e acolá encontram-se anjos repolhudos,
ora mostrando só o rosto, ora mostrando todo o corpo suspenso do conjunto das
colunas com as suas bases áticas de pequena dimensão e com capitéis de ordem
composita e folhas de acanto. Todo o conjunto é de uma beleza incomparável
embora de tom um tanto pesado.
Os
degraus do trono apresentam características de um estilo posterior (D. João V)
e sobre eles existe um resplendor com uma dezena de rostos de anjos em
adoração.
Em
alguns retábulos vê-se com frequência folhagem serpeante e algumas grinaldas.
É
também interessante a configuração do sacrário: Tem em forma de espelho, por
baixo da porta, um dístico com as palavras da consagração; a porta tem o livro
dos evangelhos e sobre ele descansa o cordeiro pascal; ao centro da porta vê-se
uma bandeira formando o monograma de Cristo; em toda a volta encontra-se um
floreado ou arabescos com dois grandes anjos sustentam e por cima dela uma
cornija com umas palmetas ou volutas amplas formando um pequeno frontal com uma
flor ao centro, característica da renascença.
O
altar-mor é muito posterior e talvez do séc. XIX. Do lado esquerdo da
capela-mor há um grande jazigo do séc. XVI, metido na parede com uma armação em
madeira e uma bela pintura da época. Vendo-se ao centro o brasão de fidalgo e
cavaleiro. Na parte superior tem a seguinte legenda: «Este jazigo mandou fazer
o doutor Gaspar Pereira senhor dos Coutos de Mazarefes e Paradella cavaleiro da
ordem de Cristo, fidalgo da casa de El-Rei Nosso Senhor e do Conselho do mesmo
Senhor Chanceler da Casa de Suplicação. 1579.»
Os dois
altares laterais são posteriores mas de estilo semelhante ao da tribuna.
Os
arcos reais dos referidos altares são entremeados por uma espécie de cairel. Os
meninos geralmente apresentam-se com uma faixa azul e branca ou vermelha e
branca, conforme o altar. Sobre a cornija do altar encontram-se dois meninos
enfaixados, de pé, com uma palma da mão direita. Ainda sobre a cornija vê-se
uma espécie de frontão triangular feito de folhas de acanto e anjos, com um
espelho ao centro e uma águia sobre o vórtice superior, símbolo heráldico dos
Azevedos.
O púlpito é da mesma ocasião,
com base em pedra, pintada com motivos da época e gradeamento em madeira
torneada e pintada.
São de
bela e variada escultura as imagens. De entre elas distinguem-se pelo seu valor
histórico a de S. Simão e a de S. Bento; a primeira com todas as
características da sua antiguidade, de escultura bastante tosca, popular, mas
feita numa das madeiras mais preciosas do tempo e a segunda é ainda a da antiga
ermida desta invocação e de talha bastante perfeita. Outras se distinguem pela
sua talha artística modelar e escultura antiga de grande perfeição. São elas a
dos padroeiros S. Nicolau e S. Paulo que se erguem na tribuna.
A mais
bela, pelo seu valor artístico, é a da Senhora do Rosário, uma grande imagem de
escultura e pintura muito perfeita.
As
cancelas em ferro do adro foram colocadas pela junta em 1883, quando os
enterros começaram a ser feitos no adro. Fica mais ou menos descrita a igreja
paroquial, modesta mas rica no confronto dos seus tons arquitectónicos e na
beleza do seu ambiente perfeitamente religioso.
- Em 1882 foi estucado todo o
tecto. A obra esteve a cargo de um mestre de Vila de Pune que a faria de Agosto
a Outubro por 165.480 réis.
- Em 1887 o trono e a tribuna
estavam em muito mau estado.
15 de Agosto de 1971.
Esta
igreja entrou em obras de restauro e ampliação que lhe deram outra visibilidade
interior e exterior, no tempo do Padre sebastião Ferreira, hoje, Vigário Geral
da Diocese e ,de novo, pároco. Manteve as talhas douradas do estilo que tinham
e ficaram de fora os altares mais novos e menos significativos. Ficou melhor
assim. Era o altar das Almas e o do Sagrado Coração de Maria, se não estou em
erro.
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