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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A Paróquia e a Cruz PN 2009

A Paróquia e a Cruz numa diocese em Sínodo
Claro que a Cruz de que se trata aqui não é daquela cruz, a que o homem primitivo deu o significado de fogo, de luz, de sol porque pela fricção de dois paus obtinha o fogo. Também não é aquela que lhe deram ainda, mais tarde, um outro significado, a parte vertical significava o poder e a horizontal a submissão. Ou ainda a que outros lhe deram, o significado do bem à haste vertical, e à horizontal a haste do mal.
Quem vai ao Egipto compra hoje cruzes com um arco (uma asa) usada pelos faraós. Apareceram já nessa altura as cruzes suásticas que nada tinham a ver com o nazismo, mas com o culto do sol, pois os seus elementos radiais nada têm a ver com a opressão, o racismo, como se depreende pelo uso nazista.
Em quase todas as civilizações este sinal significava sol, luz, vida. Também a contextura física do homem é uma cruz. Ora ponha-se aí de pé e abra os braços!..
A Cruz a que aqui me refiro é outra, é que a Paróquia sem a Cruz, não pode ser Paróquia, porque Cristo dá-lhe uma simbologia completamente diferente. Foi nela que Cristo remiu e salvou o mundo, foi nela que consumou a obra de redenção humana, foi nela que abraçou todo o mundo, o passado, o presente e o futuro.
Os paroquianos têm de olhar para esta cruz e sentirem-se atraídos porque nela foi onde Cristo, o seu Senhor, crucificado e morto, manifestou amor nunca visto até então.
Aparece então a Cruz com Cristo crucificado apenas pelo século V e completamente nu, depois com uma cinta da qual pendia uma ponta, e mais tarde vestido de túnica sem mangas, de barbas e mostrando a chaga de lado. Veio o Concílio de Constantinopla, de 692, ordenar a representação do crucifixo.
No século XI generalizam-se os crucifixos com o Cristo vestido da cintura para baixo e com os olhos abertos, como encontramos em abundância na Espanha. Começa a Cruz a andar associada a símbolos cristãos: o sol, a lua, o alfa e o omega, o monograma de Cristo, o cordeiro, a vida. Conforme a arte e as civilizações, através dos tempos se foi apresentando duma maneira ou doutra, pois da verdadeira Cruz não há um documento, uma fotografia que possa ser reproduzida tal e qual por um escultor, fica quase tudo baseado em textos à imaginação do artista. Com um só cravo nos pés, com um cravo em cada pé, figura serena ou trágica, conforme a visão do artista, até chegar à arte dos nossos dias e o vermos à maneira do escultor José Rodrigues, no Cristo para Viana, que se apresenta na capela do seminário Diocesano desta nossa terra Vianense, etc.
Relacionadas com esta cruz de Cristo, temos as cruzes das nossas igrejas, exteriores e interiores, cruzes de procissões, cruzeiros, calvários, cruzes em nossas casas... A Cruz Paroquial cujo o zelo, a guarda, e a apresentação, conforme os costumes das paróquias, é entregue a "juiz" ou "mordomo", normalmente durante um ano.
Estas cruzes, qual delas a melhor... Normalmente são de Prata com mais ou menos trabalho artístico menor ou de maior valor, conforme o brio e a riqueza das Comunidades.
Celebra-se a 14 de Setembro a festa da Exaltação da Santa Cruz.
De qualquer modo a cruz sempre foi um instrumento de suplício e de morte, mas a liturgia cristã quis que ela fosse símbolo de força, de beleza, de capacidade humana de amor sobre o ódio, a injustiça e a mentira.
A morte de Jesus na cruz destruiu a vida natural sobre a terra para a substituir pela vida sobrenatural, como dizia Santo Efrén , um diácono sírio, no século IV.
É por isso que a cruz de Cristo é bandeira de glória para a paróquia, para os crentes, para todos aqueles que à sombra dela se reunem com a mesma fé e o mesmo amor; enquanto para os não crentes pode significar uma ignomínia, um fracasso, ou até, um sinal de masoquismo.
A Paróquia acredita e vive a vida de Jesus porque sabe que o sofrimento de Jesus na cruz não vem justificar o nosso sofrimento, mas abrir um sentido novo à nossa vida, mesmo à vida de sofrimento.
Na Cruz, Cristo salva-nos porque nos dá o seu amor, e o seu amor é capaz de nos atrair, converter ou fazer mudar o nosso coração, as nossas atitudes...se alguns perante o mal do mundo que todos os dias observam na televisão desesperam, perdem a esperança, deixam a fé...outros encontram mais depressa Cristo e a força capaz de se sensibilizar para a solidariedade com os que sofrem e lutar pela construção dum modo melhor e mais humano.
Esta é uma aprendizagem a partir da Cruz.
Há muitas missões de solidariedade como as dos médicos sem fronteiras e...usa-se a racionalidade da ciência, mas o coração muitas vezes está longe do sentido da Luz de Cristo, só apenas como actos de puro humanismo, altruísmo... e geram-se deste modo novos anjos, novos espíritos, novas fadas, novas mitologias, canções, festivais, consumo de drogas, sexo e tudo o mais que este mundo parece oferecer como felicidade imediata...
Hoje procura-se penetrar nessa felicidade seja como for: uns auto-ajudam-se, outros procuram exercícios físicos, ou mentais, rituais diversos, recursos às sabedorias antigas do oriente e às religiões orientais. Às vezes domina demasiado na nossa sociedade o âmbito do mercado e do Marketing e, do mesmo modo que no mercado mais interessa a utilização imediata, rápida e satisfatória, o prazer sugestivo agora e aqui, do que a verdade das coisas, esta Luz que vem da Cruz é muitas vezes preterida porque é exigente e verdadeira...
Se queremos o bem estar social, a melhor qualidade de vida, na nossa Comunidade Humana, na nossa Paróquia não podemos deixar de discernir bem os desejos que são iluminados por esta Cruz Salvadora.
Cristo foi feliz porque amou. Não procurou a felicidade própria, mas a do outro. A sua preocupação foi só a nova felicidade para os outros, para mim e para cada um dos paroquianos, como para toda a igreja, e ainda para todos os homens de boa vontade.
Foi por nós que Cristo foi vencedor e todos podemos cantar vitória, porque venceu a morte, em noite santa da Vigília Pascal. Celebrar a exaltação e a glorificação de Cristo, em 14 de Setembro, pelo madeiro da Cruz e santo lenho, é prova que a Comunidade vive à volta da cruz, onde o Mestre alcançou a Vitória Celeste para os seus que tanto amava.
Se a Comunidade não tiver os olhos na cruz do Mestre, não poderá ser Paróquia em comunhão com o pároco, com o Bispo, com o Papa.

Migrações e Paróquia PN 2004

A Paróquia e as Migrações
A Comunidade Paroquial não pode estar alheia aos problemas das Migrações. Esta Comunidade já teve um número razoável de emigrantes, como em todos os lados. Não tanto talvez como nas aldeias, porque na cidade sempre se abriam mais facilmente perspectivas aos necessitados de trabalho.
Quando para aqui entrei havia emigrantes talvez em número de umas trinta famílias. Algumas nunca voltaram a Portugal.
Hoje as contas são forçosamente outras não porque os que cá estavam, tivessem saído, mas porque muitos imigrantes de terras vizinhas aqui compraram um apartamento para viver, ou por motivos profissionais passam a semana de trabalho, ou para passar férias. Esses, em relação à comunidade, podemos considerá-los imigrantes.
Nós somos imigrantes no Brasil, na França, na Argentina, em Angola, em Moçambique e Cabo Verde, na Venezuela, África do Sul, etc. ...Sabemos o que custa ser imigrante por isso devíamos compreender a dificuldade daqueles que são hoje imigrantes na nossa terra.
Um problema novo que nos surge para reflexão e debate de carácter social, cultural, económico. A Paróquia tem de criar processos dinâmicos de integração do imigrante e para isso há esforços que têm de ser feitos mutuamente, os que acolhem e os que são acolhidos. Exige uma interactividade desde de igual para igual, caso contrário não conseguiremos a verdadeira integração dos que chegam porque só assim haverá afecto comum que conduzirá ao respeito mútuo.
Onde os direitos e os deveres, a precaridade e vulnerabilidade de empregadores sem escrúpulos, a equiparação dos salários aos nacionais, pois trabalho igual...
O facto do acesso à formação profissional...
Os imigrantes se chegam é porque fazem falta. Se houver ofertas de trabalho que não são preenchidas pelos nossos, devemo-nos sentir felizes porque há quem chegue e os imigrantes não só levam dinheiro a que têm direito para a terra deles, mas também deixam obra e dinheiro à nossa terra. Em 2001, segundo dados estatísticos deram um rendimento público de 65.000.000 de contos.
Daí que uma Comunidade Cristã deve acolher e defender às vezes fragilidades injustas, explorativas, há que potenciar e facilitar a comunicação e lutar contra a discriminação étnico-cultural.
Quando uns e outros puderem exercer a cidadania num país, isto é, exercerem direitos e deveres iguais, então temos uma integração social e cultural. Será mais fácil.
É importante que na Paróquia os movimentos ou as instituições participem num acolhimento claro e franco aos que chegam, como gostaríamos que os outros, noutros tempos ou, ainda hoje, nós gostamos de ser acolhidos para onde vamos.
A imigração é agora um problema para nós desde a legalidade à ilegalidade, desde aqueles que chegam com vontade de trabalhar e de fazer algo até àqueles que vêm apenas para manter vícios de pedincha, de roubo...
Da nossa porta deve existir a boa vontade em acolher bem, em saber qual concretamente o seu problema e ajudá-lo em primeiro lugar na sua legalização...se não estiver interessado, então só nos resta ajudá-lo a que regresse à sua terra...

Comunicações e Paróquia PN 2004

A Paróquia e a Comunicação

O dom mais importante que Deus deu à natureza foi o dom do Homem se entender por palavras e gestos. Como os seres viventes os animais irracionais, entendem-se também, cada um com sua espécie pela sua linguagem. Os seres inanimados sentem o frio ou o calor, a mão do Homem inteligente e "aceita" que este lhe faça mal ou bem. Não se queixa. O homem inteligente destroí por destruir ou destroí para construir. Às vezes gere tão mal a natureza que sofre depois facturas pesadas.
Ao Homem deu-lhe o dom da fala que na relação com os outros o leva a uma vida em comum que há-de ser encontrada na cruz, por isso, esta comunidade humana não pode ser vivida na solidão do claustro, mas no acompanhamento mesmo do inimigo, como Cristo chegou à Cruz acompanhado dos blasfemos e dos malfeitores.
Aí está uma missão difícil, uma tarefa árdua. "O reino de Jesus Cristo deve ser edificado no meio dos seus inimigos. Quem rejeita isto renuncia a formar parte deste reino, prefere viver rodeado de amigos, entre rosas e lírios, cheios de maldade, em círculo de gente piedosa. Não vedes que assim blasfemais e atraiçoais a Cristo? Se Jesus tivesse actuado assim como vós...quem seria possível salvar-se?" (Lutero).
A Comunidade Cristã significa construção em Jesus Cristo e por Jesus Cristo. Nenhuma comunidade cristã poderá ser nem mais nem menos que isto, pois tem de ser uma comunidade de crentes que apresenta Cristo como mediador, como a nossa paz (cf. Et. 2, 14).
Cristo mediador entre Deus e os homens, e, pelo baptismo, fomos eleitos para sempre. Por isso somos a fraternidade cristã não com o ideal humano, mas na realidade de Deus e na realidade de ordem espiritual e na de ordem psíquica.
Tem uma espiritualidade psíquica e o dom gratuito de Deus, elemento essencial na vida comunitária que forma a igreja cristã em missão com Cristo cabeça e nós os seus membros.
A vida de comunidade deve ter regras de conduta desde o nascer ao pôr do sol, desde o deitar ao levantar.
Quer dormamos, quer trabalhemos é sempre este Reino que está em causa.
Alimentamos em comum com a leitura da Bíblia, com o cântico, com a oração e com o partir do pão, com o trabalho, com a festa, com a comida e também com o saber estar só no teu quarto mas, em comunidade, unida pelo mesmo espírito de todos.
As tarefas de Comunidade têm de ser em comunhão, senão não são de comunidade, daí o diálogo entre os homens, o primeiro meio de comunicação ao serviço dos outros sem altivez, mas sempre sabendo escutar, ajudar, aceitar o próximo e respeitá-lo ainda que por ventura caia em pecado. O pecado destroí a comunhão com Deus e com os irmãos. Saber suportar o pecado do irmão sem o desprezar significa dar-lhe perdão e abrir caminho para entrar de novo na comunidade. (Cf. Sal. 6,1. ).
A Palavra de Deus deve ser sempre o mesmo objectivo através das obras, do testemunho e da palavra que utilizamos hoje através dos meios de comunicação social a nosso alcance porque todos eles sem excepção devem estar ao serviço de Deus. Caso contrário o Homem não os tinha descoberto sem que ninguém queira gloriar-se de ser o primeiro, mas sim gloriar-se por ser o servo de todos.(Cf. Et. 10).
É por aqui que temos de caminhar e não ter medo da televisão, da rádio, da Internet. Só tem medo quem não for capaz de sentir capricho que dizia no principio , isto é, quem não souber viver em comunidade fraterna.
Não podemos ter medo de dizer por esses meios que "Confessamos mutuamente os nossos pecados".
Deus veio por causa nossa pecador para nos salvar. Alegrai-vos!
Se fordes verdadeiros este mensageiro vos libertará. Não podeis a Deus ocultar por maior que seja a vossa máscara diante dos homens. (Cf. Provérbios 23).
O convite a confessar-se com o irmão e a receber o perdão fraternal no seio da comunidade cristã é um convite a aceitar a graça de Deus na igreja.
Pela confissão chegamos à comunidade. O irmão que não sente, não o fez em próprio nome, nem por uma própria autoridade pessoal, mas por ordem de Jesus Cristo, isto é, em nome da comunidade de que Cristo é a cabeça.
A raiz de todo o pecado é o orgulho e soberba. A confiança perante o irmão é a humilhação que o torna capaz de conduzir à cruz numa vida nova. A ruptura do passado e a gratidão para com a misericórdia divina e o fato novo para se sentar à mesa dos convidados ,na Eucaristia.
Quando chegarmos usar todos os meios ao nosso alcance como o "Paróquia Nova" e para além dele, para falar sem medo nem preconceitos desta fé que nos invade a Comunidade está a ser de Comunidade de Salvação e de Comunicação.

Demografia e Paróquia PN2004

Há vinte e cinco anos esta Paróquia tinha pouco mais de mil fogos e hoje tem mais de quatro mil.
Nada acontece para muita gente. Mas se olharmos à nossa volta verificamos que o litoral cresce em população contra a desintegração do interior.
Será que uma coisa destas pode deixar-nos a todos de mãos cruzadas a deixar que tudo corra como corre, sem regras, sem sugestões para um desenvolvimento harmonioso, também no interior. Isto mesmo no aspecto político.
Bom, mas o que aconteceu já não vai acontecer para gáudio de alguns porque o índice de natalidade desceu. Será esta a solução mais adequada e mais justa?
Vejamos na nossa cidade o seu crescimento populacional de há 25 anos para cá... Nas paróquias da cidade (Areosa, Meadela, N.ª Sr.ª de Fátima, Darque, Monserrate e Socorro).
Se formos um pouco mais além, vejamos o que aconteceu em Barroselas, Lanheses, freguesias do concelho para além de outras...
Não fiquemos por aqui, o que aconteceu, de há 25 anos para cá, nas vilas da nossa Diocese.
A nossa Diocese não é a mesma, os nossos arciprestados não são os mesmos, as nossas paróquias não são totalmente iguais.
O Concílio Vaticano II já foi há mais tempo e os documentos conciliares obrigam-nos a não ficarmos impassíveis com as mudanças sociais, os problemas novos da sociologia humana.
Quando passei algum tempo como arcipreste de Viana do Castelo tive oportunidade de organizar um convívio de sacerdotes do arciprestado. E à sombra dos pinheiros, junto à Urbanização Nova que se encontrava em construção na Praia da Amorosa, foi feita uma reflexão sobre a demografia das nossas paróquias, vilas e cidade. Isto levantou uma série de problemas pastorais reflectidos ali quanto ao acolhimento, quanto às iniciativas novas para poder atingir pastoralmente esta mobilidade de pessoas. Uma das questões foi até aos espaços litúrgicos na cidade e vilas ou paróquias. Por fim, na qualidade de arcipreste, fiquei de ser o porta-voz junto do Bispo em nome dos padres do Arciprestado para lhe comunicar a necessidade de se criar uma equipa pluridisciplinar, composta por Teólogo da Teologia Pastoral, Sociólogo, Engenheiro do Ambiente, Engenheiro Civil e um Arquitecto, para que, a nível diocesano, pudesse acompanhar os planos de pormenor concelhios ou os, na altura, PDM, para que estudando em equipa juntamente com os párocos, envolvidos em desenvolvimento demográfico inesperado, fossem ajudados a que a dimensão religiosa duma povoação, paróquia, vila ou cidade em que a maioria é católica, não fosse esquecida.
Deste modo há mudanças do centro de gravidade, deslocamentos populacionais, as igrejas longe das povoações ou tão pequenas que não favorecem o empenhamento pastoral, a descoberta de respostas futuras para os problemas que já são de hoje, ou já eram de ontem.
Este é um problema de hoje, depois... há paróquias que não conseguem terreno para uma igreja, por exemplo, não é preciso ir mais longe, vejam o que aconteceu à Paróquia de N.ª Sr.ª de Fátima que, por este ou aquele motivo, ninguém compreendeu o pároco actual, nem aqueles com quem ele trabalhou e trabalharam a não ser o Dr. Defensor Moura, actual Presidente da Câmara Municipal que mesmo sem audiências de 30 pessoas, resolveu o problema...
Para já esperamos!... porque para outros lados, incluindo religiosos, as coisas parecem não ser tão prioritárias como deviam... uma Paróquia que nasceu em 1967 que se pensava numa residência, numa igreja nova, mas as coisas se interessavam a uns, não eram convenientes para outros. Vejam agora o deslocamento da igreja em relação à população em geral. O que fazer e como fazer acolhimento a tanta gente que aqui chega?
Há uns anos tentei participar no colóquio nacional de paróquias. Só estive um dia, mas gostava de continuar. Nem sempre me condizia com o meu programa de pastoral paroquial. Este ano, por motivos de saúde, não participei no Colóquio Europeu de Paróquias, como tanto gostava, na Suíça, de 6 a 10 de Julho, no seu já 22º colóquio.
Uma das conclusões é que as Paróquias continuam a manter estruturas passadas perante as transformações que se dão na sociedade de dia para dia.
As Paróquias, os Arciprestados e as Dioceses têm que continuar a oferecer ao homem de hoje o espiritual, a oração, a vida interior que tanto o homem procura, mas não pode ficar só por aqui. Tem de ser criativa para quebrar a rotina que o homem não gosta, a paróquia tem de ser criativa e oferecer oportunidades a todos os que se dizem paroquianos, tem de ser lugar para a festa, para o perdão, para a fraternidade e para a reconciliação. Não se pode fechar na sacristia ou reduzir-se a festas com sermões ou pregações.
Uma Paróquia que não proporcione ou não esteja atenta àquilo que é capaz de unir os paroquianos nos mesmos objectivos de fé, é paróquia que tende a morrer.
Dizia aqui noutra local que a Paróquia ou volta a ser aquilo que era no princípio ou, então, não há razão para existir e, ir resistindo ao tempo, apenas para constar e fazer parte das estatísticas, também não vale a pena.
É claro que a evolução social e o crescimento demográfico, as novas vias rodoviárias, a democratização da cultura e da mentalidade corrente oferecem problemas novos não só aos políticos que agora querem ser concelhos e não o são.
O que acontece na política por conta dos votos, não pode acontecer na Igreja, mas a Igreja às vezes peca em retardar demais ao ver que o padre não responde às exigências pastorais duma determinada Paróquia, não é sinal eficaz da presença da Igreja naquele local, a Igreja não tem resposta para poder beneficiar da qualidade de vida religiosa de muitos que ficaram isolados, longe da sua igreja paroquial...
O facto da Igreja ter em conta a evangelização, a celebração e a partilha fraternal, identidade cultural e religiosa não serão os únicos meios, ou argumentos, que podem levar um Bispo a exercer a competência da erecção de uma Paróquia quer lhe dê um padre ou um diácono; já que os padres podem escassear.
Os bispos como corresponsáveis que são na vida da Igreja tudo devem fazer para que a autoridade competente sinta a necessidade de uma acção eclesial mais eficaz. É importante hoje mais que noutros tempos a relação pessoal Bispo e Padre com o seu povo como elemento determinante para a fundação de uma Paróquia ou Diocese.
Caso contrário não se precisa de padres, bastam os diáconos e um Bispo, mas não creio que essas medidas evangélicas, sejam verdadeiramente proféticas para a fé dos nossos crentes.
Paróquia, volta àquilo que foste, lugar de culto, de fraternidade, de perdão e de festa e voltarás a ser alfobre de vocações a nascerem nas famílias.
Volta a ser comunidade aberta às outras comunidades, tenham elas os carismas que tiverem, desde que o Espírito seja o mesmo

O Domingo na Comunidade PN 2004

A Paróquia e o Domingo uma diocese em Sínodo...
Não foi por acaso que, ao sétimo dia, Deus descansou, segundo o livro do Génesis. É de direito divino descansar ao menos um dia em cada semana. O Homem encontra-se consigo mesmo, com Deus e com os outros.
Desde o nascimento da Igreja, os primeiros cristãos começaram a celebrar o primeiro dia da semana, o dia da ressurreição do Senhor, com cânticos dos salmos e leituras, começando depois a celebrar também a Eucaristia, o partir do pão e a bênção do mesmo, segundo a ordem de Jesus.
Como à Paróquia presidia um Bispo, era a comunidade maior sediada nas cidades, só quando passaram para o campo e mais tarde pelo séc. III ou IV atingiram as terras mais longínquas, aí surgiram Paróquias sem bispo, presididas por um presbítero ou diácono, umas com pia outras sem pia, isto é, umas com direito a baptizar e outras não, pois o ideal era sempre que alguns sacramentos, como os de iniciação cristã, fossem administrados pelo Bispo que, então, na igreja da cidade onde presidia, era já a diocese.
O Domingo foi sempre um dia sagrado para os cristãos, dia de oração, de missa, de encontro, de festa, de partilha, de fraternidade, de solidariedade, dia da família.
Criaram-se costumes interessantes que bem manifestam a importância do Domingo.
Antigamente a roupa de Domingo era diferente da roupa da festa e da semana. A roupa era normalmente comprada para a "festa", passava a ser a roupa domingueira e depois era a roupa da semana ou do trabalho.
Ao Domingo comia-se melhor, mas do que havia em casa, o chouriço, o presunto ou o toucinho ou outra parte do "frigo", a salgadeira.
A carne de vaca ou da melhor rês do rebanho era coisa que se usava apenas nas festas.
Era ao Domingo que as pessoas reservavam tempo para ir à missa e, no final, encontravam-se com os amigos. Quando estes estivessem doentes havia que destinar tempo, na tarde de Domingo, para os visitar, em casa, ou no Hospital.
Um outro tempo do Domingo era passado em família e, muitas vezes, um almoço mais demorado, talvez um piquenique, juntava-se a família. Os casados visitavam os seus progenitores, juntando-se muitas vezes os irmãos em grande cavaqueira na casa paterna até altas horas da tarde.
Era um ritual que o Domingo trouxe para além do descanso, convívio familiar, encontro com Deus na Oração ou na Eucaristia, enfim, o encontro com os outros amigos da mesma terra que normalmente ao sair da missa havia mais uns minutos de cavaqueira, com este ou com aquele, porque todos eram conhecidos e viviam na mesma terra, às vezes com os mesmos problemas.
Não era difícil esses momentos serem também momentos de decisões importantes, de acordos, para a comunidade, e às vezes com a "bênção" do padre, outras vezes, ocasião para coisas em contrário à harmonia.
Ao Domingo também era o dia destinado para o passeio ou para a romaria...
Mas, para um cristão, Domingo sem missa, não era Domingo e consideravam o maior dos pecados porque era apenas uma questão de tempo, e o tempo Deus dá-o de graça.
A missa era assim como o principal elo de união entre os paroquianos à volta do seu pároco. Dela as pessoas voltavam mais alegres e felizes a casa, por terem encontrado o transcendente, o absoluto, o divino e tendo-o comungado, voltam às suas casas, a comungar do bem ou do mal, que muitas vezes descobriam com os amigos, no fim da mesma.
Por isso, o Domingo não é um dia qualquer para uma Comunidade Cristã, como deve ser uma Paróquia.
Hoje, como sempre, não devíamos considerar uma obrigação a participação na missa dominical. O cristão, que o é por opção, deve sentir-se chamado, convidado a celebrar o Domingo participando na Eucaristia da Comunidade. Não vai por obrigação, mas por necessidade própria.
É por isso que "o cristão não pode viver sem o Domingo!" segundo a afirmação de um mártir cristão.
É claramente, devido à industrialização tecnológica, para muitos poderem satisfazer o repouso e à oração eucarística em dia de Domingo, mas, sempre poderá ser possível satisfazer religiosamente esta vivência dominical num dia de semana, para além do dia de Domingo.
Se a prática dominical por este motivo baixa, pode subir a prática semanal e todos os dias são dias de Deus. Todos os dias é tempo para Deus, para si mesmo, para a família e para os amigos.

Paróquia e Migrações PN2003

A Paróquia e as Migrações

A Comunidade Paroquial não pode estar alheia aos problemas das migrações. Esta comunidade já teve um número razoável de emigrantes, como em todos os lados. Não tanto talvez, como nas aldeias, porque na cidade sempre se abriam mais facilmente perspectivas aos necessitados de trabalho.
Quando para aqui entrei havia emigrantes em número de mais de vinte famílias. Algumas nunca tinham voltado a Portugal.
Hoje as contas são forçosamente outras não porque os que cá estavam, tivessem saído, mas porque muitos emigraram de outras terras vizinhas e aqui compraram um apartamento para viver, ou por motivos profissionais, passarem a semana de trabalho, ou para passar férias. Esses em relação à comunidade, podemos considerá-los também imigrantes.
Nós somos emigrantes no Brasil, na França, na Argentina, na Venezuela, África do Sul, etc...Sabemos o que custa ser emigrante, por isso, devíamos compreender a dificuldade daqueles que são hoje imigrantes na nossa terra.
Um problema novo que nos surge para reflexão e debate de carácter social, cultural, económico. A paróquia tem de criar processos dinâmicos de integração do imigrante e, para isso, há esforços que têm de ser feitos mutuamente, os que acolhem e os que são acolhidos. Exige uma interactividade, de igual para igual, caso contrário não conseguiremos a verdadeira integração dos que chegam porque só assim haverá afecto comum que conduzirá ao respeito mútuo.
Onde os direitos e os deveres, a precaridade e vulnerabilidade, de empregadores sem escrúpulos, e equiparação dos salários aos nacionais, pois trabalho igual ... o facto de acesso à formação profissional...
Os imigrantes se chegam é porque fazem falta. Se houver ofertas de trabalho que não são preenchidas pelos nossos, devemo-nos sentir felizes porque há quem chegue e os imigrantes não só levam o dinheiro a que têm direito para a terra deles, mas também deixam obras e dinheiro à nossa terra. Em 2001, segundo dados estatísticos deram um rendimento público de 65.000.000 contos.
Mais uma razão para além da fraternidade cristã que uma comunidade deve acolher e defender às vezes prefilidades injustas e explorativas Há que potenciar e facilitar a comunicação e lutar contra a discriminação étnica-cultural.
Quando uns e outros puderem exercer a cidadania num país, isto é, exercer direitos e deveres iguais então temos uma integração social e cultural.
É importante que na Paróquia os movimentos ou as instituições participem num acolhimento claro e franco aos que chegam como gostaríamos que os outros, noutros tempos, ou ainda hoje, nos acolhessem aonde chegarmos.

Liturgia e paróquia PN2003

A Liturgia e a Paróquia numa Diocese em Sínodo
Sem evangelização não poderá haver liturgia, pois esta é fruto da experiência de fé para poder compreender vivencialmente a complexidade tão nobre, como é nos seus aspectos, compromissos e experiências pessoais e comunitárias para todos os que participam numa celebração litúrgica.
Não se celebra a liturgia sem comunhão entre os participantes, pelo menos, não será verdadeira liturgia. Não haverá liturgia autêntica se não houver comunidade e a comunidade é fruto da liturgia, sem que se despersonalize a pessoa que, na comunidade, participa. Uma comunidade religiosa é uma realidade social, quer queiramos, quer não, quer seja perfeita, quer seja imperfeita.
A comunidade religiosa é um grupo de pessoas que vivem com objectivos comuns do âmbito religioso, onde a pessoa se realiza socialmente. Ninguém, pois, se pode realizar independentemente dos outros... Ninguém pode neste mundo ser uma ilha...
É na dimensão social do homem que ele vive mais profundamente a comunidade religiosa e, através dela, forma uma comunhão pessoal de vida. É através da Comunidade que a pessoa comunica e participa, dá e recebe e onde exerce as virtudes da humildade e da generosidade, do compromisso e da partilha...
Está com os outros e é com os outros. Enriquece a sua espiritualidade porque "nem só de pão vive o homem". É nela que se integra e se manifesta ser para os outros e ser com eles. Há aqui um relação diferente quando ela é religiosa, cultual, pois vai mais além, é transcendente e não é aleatória; parte da vontade própria e sente a necessidade de intervir, de ser no mundo assim, com os outros e para os outros...
A base desta comunidade litúrgica está na trindade, onde ela é perfeita. A nossa, por mais perfeita que seja será sempre um sinal muito frágil da Trindade Santíssima.
Através da liturgia, os fiéis entram em comunhão com a Santíssima Trindade.
Pela encarnação do filho de Deus, Deus estabeleceu a sua morada entre nós, não está junto a nós, mas está connosco. Isto quer dizer que, pela encarnação do Verbo, nasceu a Igreja. A Igreja é a humanidade reunida e convocada para a comunhão com Deus, para a comunhão dos homens entre os homens, e entre estes e Deus. Só assim é possível pelo Espírito vivermos congregados num só Corpo.
Nos Actos dos Apóstolos há uma passagem muito significativa quando se refere a Ananias e Safira que usurparam de bens que lhes pertenciam não entregando todos os bens como os outros fizeram generosamente ao serviço da Comunidade. Pedro chama-lhes a atenção: "Mentistes contra o Espírito... contra Deus...". Cf. Hebreus 5.
A comunidade deve discernir que não é ela própria que escolhe, mas Deus. Não somos nós que escolhemos, ou nos elegemos, para viver comunitariamente um ideal inspirado pelas nossas aspirações religioso-ascéticas. É Jesus que actua para a nossa santificação. Tem de aceitar que nela pode haver pluralidade de carismas. Se o Espírito Santo é a alma da comunidade, a pluralidade de carismas nela é natural porque onde está o espírito está a abundância das suas graças na construção do Reino, onde, entre os membros, sempre existirá o pecado. Será uma comunidade de pecadores, e ininterruptamente chamados à conversão.
Já aqui abordei a origem da comunidade cristã.
E como comecei não há comunidade sem Liturgia, nem Liturgia sem comunidade, daí que até um sacerdote sozinho pode rezar, fazer a oração, rezar a liturgia das horas com toda a Igreja, mas não tem que celebrar a Eucaristia que é um acto estritamente comunitário, onde a comunhão se deve manifestar e o padre sem fiéis não tem motivo para esta oração, acção de Graças.
Toda a liturgia nasce da comunidade cultual. O culto é a fonte sempre insubstituível da vida e do desenvolvimento.
A liturgia da Igreja não tem como objectivo aplacar os desejos e os medos do homem, mas escutar e acolher Jesus ressuscitado.
A liturgia é, por isso, um mistério e renovar o ritualismo desta vivência cultual, exige grande trabalho, esforço de formação para que a espiritualidade que a liturgia envolve seja o mais concreta possível e de acordo com a espiritualidade de Jesus Cristo.
É por isso que sempre tivemos o cuidado de celebrarmos os sacramentos com a liturgia mais adequada, a começar pela Eucaristia que depois do Baptismo é aquela que alimenta a vida de Comunhão.
Logo em 1979 já tínhamos uma equipa de liturgia que preparava as missas de cada Domingo. Dela fizeram parte várias pessoas que, semana a semana, na sacristia, onde se fazia tudo, ao fim da tarde, se reflectia na liturgia da Palavra, etc...
Logo houve no princípio um curso de leitores que já se repetiu por quatro vezes. Embora tenhamos insistido, nem sempre se lê do melhor modo, o que me faz muita pena. Ainda outro dia ouvi um comentário destes, "O meu marido telefonou-me para que se fosse à missa desse atenção à primeira leitura e afinal não entendi uma palavra sequer". E isto que eu estava a ouvir uma senhora a contar a outra, era na realidade, uma verdade porque tinha sido eu o celebrante e ouvi e calei-me. Muitas vezes acontece isso, um ou outro leitor não sabe o que vai ler e depois lê para ele e nem sequer ele, às tantas, foi capaz de compreender.
Tudo tem de ser preparado com antecedência.
Pessoas que nunca participaram em formação de leitores, só em caso de suplência devem ler, mas deve preparar-se antes, como qualquer outro o devia fazer.
Também logo em 1979 surge a primeira "Luz Dominical" de forma muito rudimentar, mas havia esse cuidado, com comentários às leituras e informações paroquiais. Nesta altura é de formato A5 e contém os cânticos da missa sobretudo da missa vespertina.
O coral a que chamamos coral litúrgico, é o coral dos mais velhos, formado de pessoas que ficaram do Espectáculo Marcos 9,37 animado por Joaquim Gomes. Aqueles que pertenciam ao coral quando aqui entrei continuaram, mas a pouco e pouco, por isto ou por aquilo, foram deixando, mas há um núcleo que vem desde 1979 ao qual já se juntaram vários colaboradores e, assim, se tem mantido o coral que anima a missa vespertina e festas importantes da Paróquia.
A missa da catequese sempre foi animada por outra gente, mas há 15 anos que a Célia Novo, formada em Arte e Design é a animadora de um grupo juvenil, sempre escolhendo cânticos ao gosto das crianças...
Aparece mais tarde um grupo de jovens que supriu a falta do "coral litúrgico" que também cantou na missa do meio-dia, a tomar este lugar. Na maioria são alunos da Academia de Música, cantam cânticos às vezes a 4 vozes, cânticos clássicos; enfim, uma missa diferente e que a assembleia também gosta.
Logo que aqui dei entrada pareceu-me litúrgico o sacerdote receber à porta da igreja todos os que chegavam para a celebração. Fiz isso muitos anos. Agora é raro, mas quando posso ainda me sinto bem a fazer esse acolhimento a quem chega para celebrar comigo.
Há sempre uma palavra diferente para um ou para outro, enfim... Vamos fazer comunhão poucos momentos depois...
No entanto, estão sempre dois paroquianos a receber quem chega a entregar a "Luz Dominical" e, certamente, a fazer um pouco aquilo que eu fazia... Um olá! Uma palavra! Um benvindo!... Como está?
Entretanto, enquanto se faz o acolhimento, o animador da assembleia e o coral faz os últimos ensaios dos cânticos para que a assembleia aproveite e possa acompanhar depois o coral, fazendo com que muitos participem no canto. O mesmo se diga dos salmistas que também têm sido preparados para que a celebração seja sempre muito digna.
Procuro não me alongar na homilia, apenas 5 a 7 minutos. Não vá a minha palavra ser mais importante que a palavra de Deus!... Também não tenho grande dom de palavra!...
Deste modo são sempre os 45 a 50 minutos o tempo da celebração. Às vezes, por motivo de festa, pode ir mais longe...
Os Ministros Extraordinários da Comunhão não só colaboram na distribuição da Sagrada Comunhão, como levam a comunhão aos doentes.
Já há uns anos que fizemos paroquialmente formação para Acólitos Adultos e, desse modo, temos uma equipa que soleniza os dias de festa com o sacerdote, utilizando a procissão com o crucífero com a cruz levantada à frente, os ceroferários, o turiferário e o ajudante com a naveta, seguindo os dois acólitos e o sacerdote.
Mas a missa não é o único acto de culto. Todos os outros sacramentos são actos de culto com liturgia também apropriada.
Lutamos pelos baptismos comunitários, celebrados em colectividade ou celebrados dentro das missas. Os pais são acolhidos por um casal e depois há preparação para pais e padrinhos mensalmente feita pelo pároco. Os párocos da cidade distribuíram ultimamente uns desdobráveis dando informações sobre o que é e as condições necessárias para o Baptismo. Um trabalho foi feito em comum com as paróquias da Meadela, N.ª Sr.ª de Fátima, S.ta M.ª Maior, Monserrate, Senhor do Socorro, Areosa e Darque.
Para o sacramento da Penitência que renova a graça baptismal, prejudicada pelo pecado, temos tempos fortes pela Páscoa e pelo Natal. Pela Páscoa temos 24 horas de acolhimento para a Confissão e, durante o ano, à quinta-feira, pela manhã antes da missa e à tarde também antes da missa.
Já se fizeram celebrações penitenciais por altura da Quaresma, mas as pessoas não aderiam com facilidade. O número era muito reduzido. Fazêmo-las agora na festa do Perdão para as crianças da catequese, e...
O sacramento da Confirmação já desde há 24 anos que administrámos o sacramento da Confirmação aos jovens que completem 10 anos de catequese. No tempo de D. Armindo Lopes Coelho, de 2 em 2 anos sensivelmente vinha crismar aqui na Paróquia, embora alguns fossem à Sé para não esperar pela data da Paróquia. Com os critérios do novo Bispo de Viana alguns têm ido à Sé Catedral para serem crismados no dia de Pentecostes. Aqui agora só haverá crisma quando for marcada visita pastoral.
Para os que saem fora do esquema da catequese normal, e já têm idade adulta, há outro tipo de preparação para o Crisma.
O Sacramento da Santa Unção tem sido administrado anualmente a idosos e doentes na quarta-feira santa na Igreja, de forma comunitária, e ao domicílio quando pedem. Procuramos que cada ano seja diferente a festa da Administração do Sacramento da Santa Unção e da Comunhão Pascal.
Quanto ao Sacramento do Matrimónio é feito um acolhimento por um casal e depois é feito o CPM (Centro de Preparação para o Matrimónio) ao Domingo pela manhã, no Colégio do Minho, de organização diocesana.
Temos tratado do processo civil para ajudar, ou facilitar, os noivos e organizamos o processo religioso, como não poderia deixar de ser. Quanto à liturgia procuramos dar a oportunidade aos noivos de escolherem as leituras e, até às vezes fazer uma liturgia apropriada a cada casamento para não ser tão repetitiva.
Quanto ao Sacramento da Ordem!... nada se tem feito a não ser o aconselhamento e o desafio feito para que despertem vocações sacerdotais ou religiosas, mas... infelizmente sem sucesso! Só houve um seminarista no Seminário Diocesano e no Seminário do Carmo, nestes 25 anos. E o último sacerdote que esta zona deu à Igreja foi o P.e Manuel Miranda; ainda não era Paróquia e já faleceu, assim como uma irmã religiosa.

Espiritualidade na Paróquia

A Paróquia e a Espiritualidade... numa Diocese em Sínodo
"Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles". Estas palavras de Jesus aplicam-se à Comunidade em que sempre devemos estar integrados.
A descoberta de Deus trinitário leva à descoberta do outro. O nosso Deus é um Deus de relação. A descoberta de Deus leva necessariamente a uma relação de amor, de diálogo que se projecta para os irmãos do lado, porque não podendo nós ver a face de Deus, reconhecendo a sua transcendência e o seu poder absoluto, Ele é o Criador e Todos somos irmãos.
Ser irmão é relação fraternal, é ser amor e quem ama aproxima-se e dialoga, ou se não dialoga, pelo menos gosta de estar ao pé de quem se ama. Se isto acontece em relação aos irmãos, o que se dirá em relação aos Pais e, em especial, ao Pai comum a quem chamamos Deus, Senhor do Céu e da Terra.
Deus não é exigente, mas é Amor.
Não é preciso grande arte para este diálogo que é oração, mas ela terá outro sabor, se fizermos o que fizeram os discípulos de Jesus: "Senhor, ensinai-nos a orar". Também podemos rezar com arte, isto é, rezar bem, com fé, com humildade e confiança. Sempre devem estes itens ser objecto de uma relação filial em relação aos irmãos.
Importa rezar com fé, com amor, humildade e solidariedade porque no mundo não estamos sós e reconhecemos a Deus nos irmãos, porque se amamos a Deus é porque amamos os irmãos, pois é mais fácil amar o que se conhece do que aquilo que não se conhece...
Já falamos da evangelização que nos abre os sentidos para o conhecimento de Deus e O amarmos mais.
A Humanidade tem necessidade deste diálogo amoroso com o seu Deus, um diálogo verdadeiro e autêntico. Às vezes é capaz de ter as mãos cheias de sangue e Deus dizer como no Antigo Testamento: "cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem, caso contrário os meus olhos fecham-se perante os vossos actos e os meus ouvidos fechar-se-ão à voz das vossas súplicas".
A nossa oração deve ser sempre nova, adaptada às circunstâncias e sempre em busca de uma nova imagem de Deus, que nos chama à conversão, que quer o nosso bem e que, se o soubermos fazer, Ele sempre nos atenderá: "Batei, batei e abrir-se-vos-á...".
Por vezes somos tentados mais a pedir a Deus do que a louvá-Lo, quando temos mais motivos para louvar do que para pedir. Ele sabe do que cada um precisa. Conhece-nos e até sabe o número dos nossos cabelos.
A oração de petição sustenta a ideia de eficácia com Deus, pois Ele faz o que diz: "Quando um filho lhe pede peixe, dar-lhe-á um escorpião?".
A Paróquia é um espaço composto de pessoas com cultura e costumes semelhantes que têm os mesmos objectivos comuns como um povo em marcha. Daí que este espaço é o espaço mais próprio para o crente que precisa de se relacionar com os outros e sente a necessidade de orar em conjunto com eles, porque a sua oração até parece ser diferente e ter mais força diante de Deus Pai.
É importante a oração individual, naturalmente, e é a partir dela que o orante sentirá a necessidade da oração comunitária, da oração com os outros, com os mais conhecidos.
A Paróquia é esse espaço privilegiado onde o crente encontra lugar e tempo próprio para a eucaristia, a oração por excelência do cristão, para outros momentos oferecidos pela Comunidade para a oração colectiva. Não só na administração de sacramentos, mas também noutros momentos paralitúrgicos...
Na Comunidade o crente encontra o ambiente que dá expressão vital à fé e não é possível rezar e roubar ao mesmo tempo, atraiçoar, prejudicar, maldizer ou cometer toda a espécie de injustiças e atropelos à dignidade e aos direitos dos outros...
É também, na Comunidade, onde pode e deve encontrar a escola de oração, para que a oração seja sempre um acto digno, um acto feito com arte, aquela arte que faz com que a oração seja a expressão sincera e autêntica, adequada e perfeita, confiante e humilde.
Não foi por acaso que este ano de pastoral 2002/2003 foi um ano em que o CPF levou a efeito uma reflexão, ao longo de todo o ano, sobre a oração, por especialistas nesta matéria, como são os senhores padres carmelitas.
Nós queremos uma vida com sabor, isto é, com qualidades, com entusiasmo, uma vida que seja sal da terra. Somos nós que, ao corrompermos a terra, deixamos de ser esse sal que não serve para nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens (Cf. Mt. 5,13).
Ao vermos hoje tantas desgraças, tanta corrupção, tanta violência que mais é que havemos de esperar?
Renovar a nossa aliança com Deus e com os homens.
É fazer com que este sal que somos não se deixe corromper neste mundo secularizado. É voltar à graça do baptismo que nos regenera pela Confissão e faz de nós membros activos, nos identifica com Cristo, nos abre o coração e a mente ao Espírito, nos faz disponíveis para os outros e nos põe à escuta interior que nos conduz à espontaneidade com alegria para a relação tanto com Ele, como com os Irmãos.
A Espiritualidade não consiste em escolher ou ir aqui ou acolá fazer exercícios espirituais, ou à igreja. Ela é algo mais fundamental, como um desejo interior que nos arrasta para Deus e para a Humanidade... e nos conduz a Cristo que nos amou até ao fim, à caridade que é o Amor e à oração que é a fonte de toda a vida espiritual. A vida espiritual é que conduz à Liturgia onde ritualmente se envolve o silêncio, a palavra, a posição do nosso corpo, todos gestos com um significado adequado àquilo que se está a viver.
Por isso a espiritualidade de um povo é o motivo mais forte que leva à Comunidade, é a alma da Comunidade. É o tal sopro que faz um povo viver como um só Corpo, um só Espírito porque baptizados num só Baptismo, no dizer de S. Paulo.
Esta espiritualidade vivida na Paróquia de N.ª Sr.ª de Fátima, naturalmente tem um outro sabor: é o sabor mariano, não fosse a Comunidade centrada no espírito de Maria, em N.ª Sr.ª de Fátima que é a Padroeira, a Senhora do Carmo, outro centro importante com Igreja e Seminário dentro da Comunidade, assim como em N.ª Sr.ª das Necessidades, com capela no coração do lugar da Abelheira.
A espiritualidade, como princípio de toda a vida sobrenatural, Graça de Deus pelo dom do Divino Espírito Santo, é chamada à Santidade, à unidade, e na diversidade dos seus dons, na variedade dos seus carismas.
Numa Diocese em Sínodo, como está a actuar o Espírito em cada uma das Paróquias, células da Diocese? A pergunta é extensiva a todas, inclusivé, à Paróquia de N.ª Sr.ª de Fátima.

Festas e tradições Portuguesas

Festas e Tradições Portuguesas, de Jorge Barros e de Soledade Marinho Costa, do Círculo de Leitores, em 8 volumes, de encadernação luxuosa, capa dura de tecido, com o título na lombada e com revestimento de capa colorida, medindo 22,5 x 27,5 numa edição com colorido apropriado, rica impressão e orientação gráficas que seduz e leva os interessados a não resistirem à curiosidade de ver todos os pormenores sobre o assunto. É uma obra única, no género, oportuna, pelo menos que seja do meu conhecimento, a nível nacional.
Um bom repertório digno de registo, feito a rigor, e dificilmente poderá ser ultrapassada.
Felicito a iniciativa. Felicito a Soledade Martinho Costa que tudo quis fazer com precisão, assim como o Jorge Barros com o seu trabalho fotográfico muito digno de registo.
A nível nacional o trabalho está feito e não é preciso mais. Belo e espectacular este trabalho para todos os que se interessam pelas tradições dum Povo.
Eu gosto imenso de festas de cariz popular e comunitário à maneira de " mesinha de S.Sebastião". Já presidi a uma celebração e fui dar a bênção ao pão e à cozinha; assim como na festa, no mesmo dia, das "Papas" em Samon.
Há coisas por aí maravilhosas e verdadeiramente espectaculares, lembra-me aqui da região a festa a S.Silvestre feita a 4 de Agosto em Dem. Um médico francês, em Paris, chamou-lhe a "festa das vacas",...
Eu fico sempre insatisfeito por natureza, quem me conhece sabe que é assim mesmo, pelo que até sofro com isso. Parece-me que depois deste trabalho e, para o completar, haveria necessidade que cada região, distrito ou concelho de Portugal fizesse o mesmo, em relação a outras mais pobres, mas também, não menos significativas. O principal já está. Parabéns!...
Ao dispôr e com os meus respeitosos cumprimentos, se subscreve, o amigo,

Alguns dados dos meus apontamentos

Mons. Sérgio Augusto Gonçalves Pereira
Data Nascimento - 02/06/1931
Ordenação - 22/12/1956 por D. António Bento
1957 - Colégio do Minho
Capelão Militar - 1961
1981- 1985 - Responsável pela "Voz da Verdade"
10-1985 - Responsável pelo Seminário Diocesano de Viana
17/01/1986 - Juiz do Tribunal Eclesiástico de Viana por 3 anos
13/06/1988 - Membro do C.Presbiteral por 5 anos
07/10/1993 - Membro nomeado do Conselho Presbiteral (5 anos)
25/11/1994 - Agregrado a Capelão de S.S. João Paulo II, com o título de Monsenhor
Pe. António Belo
Data Nascimento - 03/02/1939
Ordenação - 12/07/1964 na Matriz da Póvoa por D. Francisco
Perfeito do Seminário de Filosofia
Prof. Religião Moral - 20/09/1969
1979 - Licenciado em Filosofia Românica e Professor na Escola Comercial e Industrial de Viana
05/11/1979 - Carta de Excardinação de Braga para incardinar em Viana ao serviço do CPM
Pe. Manuel Costa
Data Nascimento - 26/07/1929
Ordenação - 03/07/1955 no Seminário em Braga por D.António Bento M. Júnior
Pároco de Miranda em 03/08/1955
Pároco de Stª Cristina da Pedreira em 03/08/1955
09/08/1958 - Pároco de Nogueira
15/07/1972 - Pároco de Anha
16/03/1985 - Cúria
09/12/1985 - Pároco em Vila Franca
28/01/1987 - Assistente Diocesano do Movimento Cruzados de Fátima
02/06/1989 - Notário Adjunto da causa da canonização da Serva de Deus Maria da Conceição Pinto da Rocha
Pe. António Pereira
Data Nascimento - 19/10/1919
Ordenação - 25/07/1943 - Braga pelo Arcebispo Primaz
Pároco de Faria e Paradela -02/09/1943
Pároco Stª Maria Âncora - 17/09/1949
13/09/1958 - S. Martinho de Coura - Paredes de Coura
24/01/1964 - Presta serviço aos Emigrantes Portugueses na França
1964 - Foi para o Canadá até 1971 e depois voltou até Abril de 1976
24/05/1976 - Capelão da Stª Casa da Misericórdia e Asilo Condes da Folgosa Ponte da Barca
14/11/1977 - Pároco de V. Fria
10/1980 - Deixou
21-02-1984 - Pároco de Souto Rebordões - P.Lima
24-08-1992 - Pároco de Geifar, conjuntamente
24/08/1999 - Dispensado

"Nunca estive só..." PN2003

PARÓQUIA EM FESTA
«NUNCA ESTIVE SÓ...»


Não posso esconder a minha alegria e satisfação pela festa que a Comunidade Paroquial levou a efeito por estes 25 anos de Serviço, de Aliança, com este povo que o Bispo me entregou, em 2 de Setembro de 1978.
Queria através do Jornal dizer a todos os amigos que colaboraram, a começar pela Comissão Organizadora liderada pelo Dr. Albino Ramalho e por todos os amigos, pobres ou ricos, que participaram de uma forma ou de outra na festa, gestos e lembranças, a presença de autoridades religiosas, civis e militares, por mensagens que enviaram pelo correio, mail, telemóvel; por telefonemas que fizeram; por telegramas; por todos os que entregaram donativos à Comissão; assim como aos órgãos da imprensa que fizeram eco da efeméride.
Por um lado encontro-me satisfeito e reconhecido, embora tudo o que foi feito, foi para além daquilo que eu merecia. Nunca estive só, e a Paróquia, no fim de contas, é que está de Parabéns porque tem feito o que pode na formação integral para a vida, na celebração da mesma e na partilha de bens, pela caridade ou solidariedade cristã e humana.
Por outro lado, sinto um certo vazio! A minha vida talvez não tenha sido o verdadeiro e autêntico testemunho de sacerdote porque, sendo esta Paróquia uma comunidade a mim confiada que até possui um Seminário no seu território, não sei como não tem havido vocações ao sacerdócio. Nestes 25 anos, lembro-me apenas de duas vocações, uma no Seminário Diocesano e outra no Seminário Carmelitano que não vingaram. Recordo que esta Comunidade, antes de o ser, deu um sacerdote, já falecido, que todos conhecemos muito bem, o P. e Manuel Miranda.
Que esta festa tenha sido expressão de alegria para todos, mas não podemos deixar de reflectir neste pormenor, porque isso me dói. Neste momento, já era tempo de sentir que alguém muito próximo de mim , seguiria os meus passos... Sou padre há mais de 31 anos. Não me sinto tão humilde que aceite com facilidade que os frutos da semente lançada possam vir a ser colhidos mais tarde. Deus me perdoe!... Tantas vezes peço às pessoas para darem testemunho da sua vocação nas missas das crianças e vejo os pais tão longe de ajudar a encaminhar para o trabalho duma seara tão grande, quanto é a seara do Reino de Deus.

Retrato do Padre Coutinho à Mão pelo Hermes de Barroselas



Hermes
Retrato à mão do Pe. Coutinho
O octogenário Hermes Pimenta Gonçalves viu-me no retrato que pintou, perfeitamente inspirado, porque não me poupou a dor, a dor da fibriomialgia, mas por outro lado poupou-me os cabelos brancos.
Com isto, ele quer dizer que sou jovem e que apesar de debilitado pela saúde, conseguirei vencer as dificuldades. Mas quem é este Hermes que só conheci após a festa?
Nasceu em Vila Praia de Âncora em 1916. Veio depois viver em Darque aos quinze anos. Frequentou a Escola Primária até ao 2º grau e o caderno de trabalhos ficou, por vontade do professor, em Arquivo da Escola, pela arte manifestada no desenho. Seguiu o seu pai na vida profissional. Foi barbeiro e em 1930 estabeleceu-se em Barroselas, junto à estação dos caminhos de ferro. Em 1955, abre um negócio de bicicletas, mais tarde um café-restaurante e em 1970 encerrou tudo isto para abrir uma papelaria que ainda hoje existe.
O Hermes é um artista nato, pinta a pastel, a aguarela, a seco. É caricaturista e pintor. Tanto retrata a natureza viva como a natureza morta. A paisagem é caracterizada por pormenores que bem demonstra a capacidade de memória vocacional, génio, persistência, vontade e gosto estético. O Hermes não é artista porque se fez artista ou alguém lhe deu doutrina ou teorias sobre regras.
Intuitivamente pinta com mestria o postal a óleo, ou sanguíneo, ou a aguarela, ou o pastel seco, crayon a preto e branco.
Sobre ele muitos têm escrito e não faltam retratos de pessoas das letras e das artes, dos políticas, dos historiadores ou dos poetas, da família ou de padres, médicos, professores e investigadores...
Para mim o Senhor Hermes foi uma novidade. Agradeço de coração e creio que Deus o inspirou para eu ver a minha realidade. Revendo-me naquele quadro não posso esquecer o seu autor. Foi por isso que o visitei e passei uns momentos muito agradáveis porque ele tem arte, até no receber as visitas. Tem quadros expostos em número suficiente para não ser esquecido, sendo merecedor de muita honra e mérito.

Andaluzia,grupo da Paróquia

Instalados no hotel Doña Carmela, após um valente duche bem merecido e o jantar servido, o grupo na sua grande maioria ainda encontrou forças para ir ao " El Palácio Andaluz", assistir a um show de danças e cantares sevilhanos, enquanto os restantes optaram por dar uma volta nocturna de autocarro.
Depois de uma noite de descanso e um pequeno almoço tomado nas calmas, o grupo deu início a um passeio turístico pela cidade de Sevilha conduzido por um guia local, mostrando-nos a Ilha da Cartuxa, onde ainda se pode admirar aquilo que foi a Expo de 1992, com os diversos Pavilhões dos vários Países expositores, Isla Magica, Palácio de S.Telmo,Torre del Oro, Parque de M. Luisa, Jardins Murillo, Muralhas de Alcazar, Teatro Maestranza, Praça de Touros, Mosteiro de la Cartuxa, Igreja de La Macarena, Bairro de Triana e muitos outros locais, terminando a visita à Catedral de Sevilha e à Giralda, que deixou todos os participantes maravilhados com as riquezas de tão belos monumentos, mas cansados aqueles que subiram à Giralda.
Após o almoço e dum merecido descanso no Hotel, o grupo foi fazer de barco um passeio turístico no Rio Guadalquivir, tendo a oportunidade de ver a cidade de outro angulo, atravessar as pontes de S. Telmo, Generalíssimo,Triana, Del Cachorro, La Cartuxa, Barqueta, e de Alamillo, que atravessam o rio ao longo da cidade.
Com o merecido descanso duma noite bem dormida e após o pequeno almoço, com armas e bagagens o grupo rumou até Cadiz com uma pequena paragem, pois a distância não era grande e a rapaziada estava de boa disposição para a visita à, cidade com contornos da sua antiguidade e modernidade, onde prevalecem em qualquer local por onde passámos os vestígios da grande industria de construção naval com os seus Estaleiros, a bela zona de praias, área comercial e a belíssima Catedral de Cadiz em todo o seu esplendor de religiosidade e riqueza dos seus altares e das 13 capelas, mandada construir pelo Rei D. Alfonso X, o Sábio, em 1260, tendo incendiado em 1596.
Em 1722, começou o projecto de recuperação da Catedral, tendo terminado em 1838, depois de vários arquitectos e com diferentes estilos e gostos terem participado nas obras de acabamento da "Santa y Apostólica Iglesia de Cadiz" durante 116 anos, para venerar os Santos Patronos , San German e San Servando.
Com os estômagos a pedirem reforço, fomos obsequiados com mais uma espécie de Paella, que alguns viajantes recusaram, mas que imediatamente lhes foi fornecida outra refeição mais a contento e todo o pessoal ficou satisfeito, e com um breve passeio pela zona de praia, após o almoço para digerir o "lauto almoço", seguimos viagem até Algeciras
Com paragens ao longo do percurso para matar a sede, "verter águas"e desentorpecer as pernas, chegámos ao grande porto de mar que é na realidade esta cidade .
No Hotel Al-Mar, mesmo em frente da grande marina que é o porto de mar e onde todos os Ferryboats com destinos de e para os portos de Marrocos atracam, o grupo ficou instalado, tendo aproveitado o tempo disponível para dar um passeio pela cidade e zonas comerciais e visitar a Igreja da Imaculada, na calle com o mesmo nome.
O jantar chamou a rapaziada ao hotel e porque o dia seguinte iria ser longo, o descanso foi a opção dos turistas.
Bem cedo e com um frugal pequeno almoço no estômago, sem bagagem mas bem dispostos, a rapaziada chegou ao cais de embarque de Algeciras que, após as formalidades alfandegárias, embarcou no bonito e moderno ferry de nome "Al Boram", para fazer a viagem até Ceuta.
Em Ceuta tivemos a oportunidade de visitar o monumental conjunto de "Las Murallas Reales", com os seus fossos, o maravilhoso Parque Marítimo do Mediterrâneo, Catedral de Santa Maria de Assunção com os seus riquíssimos altares, Banhos árabes e Passeio de La Marina Espanhola, assim como um bom almoço servido no Restaurante "La Pena" dentro do Parque e com toda a simpatia do pessoal e proprietário.
Pela tarde e depois dumas ligeiras compras e algum calor à mistura deixamos Ceuta que já foi portuguesa por conquista em 1415, conforme se vê pelos inúmeros emblemas com o escudo português em muitos edifícios da cidade e que é um exemplo de convivência de culturas desde a mais remota antiguidade.
Com mais uma noite de descanso e o pequeno almoço servido, em Algeciras, bagagens prontas para o embarque no autocarro que nos iria transportar até Málaga, com passagem por Puerto Banus, Marbelha, Torremolinos , Fuengirola entre outras e pequenas paragens em alguns lados para desentorpecer as pernas.
Em Málaga, após um circuito pela cidade , fomos visitar o Santuário de La Virgem da Victória, patrona da cidade com o Pateón do Condes de Buenavista, o Camarim de La Virgem , a Fundação Picasso, a Catedral de La Encarnação, começada a construir em 1538 , o retábulo de Santa Bárbara, a capela de Al Virgem de Los Reyes, oferecida por Isabel, a Católica, entre outros pontos de interesse, como alguns Pátios de Andaluzia dignos de admiração.
M. Meira

CONFERÊNCIA VICENTINA

Dia do 25º Aniversário da Conferência Vicentina

Ocorreu o dia Nacional Vicentino, despercebido na Paróquia, e é este mês que a Paróquia celebra os seus 25 anos de Vicentinismo.
As Conferências Vicentinas recordam-nos a nossa vocação de manifestar o amor preferencial de Cristo pelos pobres. Esta afirmação é de João Paulo II quando, em 14 de Fevereiro de 2001, o Papa recebeu em audiência a Comissão Internacional da Sociedade de S. Vicente de Paulo. Grande elogio este à "Caridade Vicentina".
São 25 anos de Conferência Vicentina Mista de N.ª Sr.ª de Fátima, nascida por iniciativa minha porque senti e vivi alguns dramas de pobreza e miséria ao chegar a esta Paróquia. A mim aderiram um grupo de leigos, alguns ainda se mantêm desde a primeira hora que, naturalmente, movidos pelo serviço dos pobres, como serviço a Cristo. Ainda hoje se mantêm, embora fosse necessário ornamentar o grupo com a força e a generosidade de mais juventude.
Ou então, surja uma Conferência Vicentina de jovens para que esta caridade inventiva seja mais expressa e interpelativa na comunidade, onde vivemos e onde temos obras concretas de serviço às obras de Misericórdia. Os Vicentinos devem e podem chegar, sempre, seja às crianças, seja aos jovens, seja aos idosos, aos doentes, aos que passam fome, aos sem abrigo, aos passantes, aos pedintes, aos marginais... O que se vai fazendo?...
Como associação internacional de fiéis leigos, busca a santidade na Igreja de Cristo, servindo os pobres.
O Vicentinismo é um desafio actual e o Beato Frederico Ozanan era jovem estudante e a sua iniciativa foi altamente compensatória porque os seus seguidores facilitam na Igreja, nesta Paróquia, um acolhimento diferente, um atendimento singular, através do Cecan/RD em colaboração com o Centro Social, do Ozanan e da Comissão Fabriqueira, por exemplo.
"O Vicentino autêntico é aquele que se faz Apóstolo ao serviço permanente de Deus, vivido na relação com o próximo", seguindo um texto distribuído para celebrar os 150 anos da morte de Frederico Ozanan, hoje Beato.
Aos paroquianos de N.ª Sr.ª de Fátima queria apenas lembrar mais uma expressão de S. Vicente de Paulo: "Os pobres abrem-nos as portas para a eternidade."
Pois onde está o "cem por um" e "o reino do céu"? Segundo Frederico Ozanan, a propósito da visita domiciliária ao pobre, sempre aprendemos, "que ganhamos mais com esta, do que ele. Porque a presença da sua miséria servirá para nos tornar melhores".
Se a visita domiciliária ao pobre é o tipicismo deste momento,como já afirmara, hoje se abrem novas perspectivas mesmo aqui na Paróquia, com as instituições e valências que a Comunidade dirige,sem nunca dispensar o serviço domiciliário.
Parabéns!

Justa homenagem

PADRE ARTUR COUTINHO – JUSTA HOMENAGEM

Não me recordo bem em que ano, mas foi, seguramente, há mais de trinta.
Nessa altura, a EDP procedia à electrificação do Alto Minho e eu tinha sido incumbido da difícil mas aliciante tarefa de coordenar esta importante operação. Para assegurar o cumprimento dos prazos, evitar falhas e assegurar o seu êxito, procurava acompanhar de perto o seu desenvolvimento, desde os primeiros estudos até à sua concretização no terreno.
Foi assim que, um dia, ao calcorrear os ásperos caminhos da Serra de Arga, poeirentos e tórridos no Verão e cobertos de uma película quebradiça de gelo escorregadio no Inverno, encontrei-me com o Pároco daquelas freguesias serranas.
Apesar da minha memória já não ser o que era e não me recordar o ano desta ocorrência, tenho, em contrapartida, bem presente na memória e perfeitamente gravado na retina, o ar sereno, inspirador de confiança, o semblante decido e simultaneamente calmo daquele Pároco que fazia adivinhar uma pessoa resoluta, determinada e boa.
Não me enganei nesta primeira apreciação. Esse Pároco era o padre Artur Rodrigues Coutinho.
Não sabíamos nós nessa altura, nem eu nem ele poderíamos sequer imaginar, que aquele não seria um encontro fortuito e único. Falámos da electrificação das freguesias de Arga de Baixo, Arga de Cima e S. João de Arga. Foi patente a enorme satisfação do Senhor Padre Coutinho ao saber que os seus paroquianos iriam ter melhores condições de vida e minorada, assim, a difícil vivência na serra. Despedimo-nos, longe de pensar que, poucos anos depois, nos iríamos reencontrar, numa caminhada com algum paralelismo e tão próximos um do outro. Próximo fisicamente, ele da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima há vinte e cinco anos e eu no Lar de Santa Teresa igualmente há vinte e cinco anos, mas próximos, principalmente, nos ideais de justiça social e nos propósitos de procura de soluções para os inúmeros problemas de tanta gente carenciada.
Espero que não se pense ser minha intenção estabelecer paralelismo de valores e, confesso mesmo que, nesta caminhada, fiquei muito aquém do Senhor Padre Coutinho, autor de uma obra notável e multifacetada, constituída por um conjunto de acções fruto da vontade, do querer e da opção sacerdotal que fez.
De facto, foi por ter sempre a sua opção vocacional, que o Senhor Padre Coutinho nos presenteou com variadíssimos livros, cujo cenário era o das suas paróquias e os actores os seus paroquianos. Pela mesma razão se foram sucedendo as respostas sociais para os problemas das crianças, dos idosos, dos cegos, dos alcoólicos. Foi também por isso que, na paróquia de Nossa Senhora de Fátima, o Senhor Padre Coutinho, com um trabalho persistente, cuidadoso, inteligente e, sobretudo, com um trabalho cheio de amor, construiu, segundo o meu ponto de vista, embora não sendo seu paroquiano, tenho-me por uma pessoa atenta e observadora, construiu, repito, uma paróquia viva, onde estar com Deus não é ter medo, não é estar em permanente receio do castigo divino, mas é viver em paz, com alegria, com esperança, com amor, porque Deus é infinitamente misericordioso.
Não era minha intenção principal falar da obra do Senhor Padre Coutinho, da qual, por mais que se diga, acabamos sempre por concluir que muito ficou ainda por dizer. O meu propósito era falar do Homem, do Sacerdote e da sua entrega ao serviço dos outros, da tolerância e caridade com que acolhe os que a ele recorrem, sem olhar a posição social, credo ou raça.
Apenas quis deixar este pequeno apontamento porque, infelizmente, devido a uma desagradável e inoportuna indisposição, não pude estar presente na justa homenagem que lhe prestaram. Só a grande consideração e estima que tenho pelo Padre Coutinho me deu forças para me deslocar nesse dia à Igreja de Nossa Senhora de Fátima, para lhe dar um abraço. Nesse abraço recordei, com ele, aquele longínquo dia na Serra de Arga. Olhei para ele e continuei a ver mesmo sorriso de então, o mesmo ar calmamente decidido, e isso deu-me a certeza que os seus paroquianos continuarão a estar na Igreja, não por uma estrita obrigação, mas por convicção e fé, ao lado do seu moderno e inovador pároco; que os necessitados continuarão a ter quem pense neles e os auxilie e que nós continuaremos a ter um grande, bom e dedicado amigo.
* Soares Pereira
*Director do Lar de Santa Teresa e Presidente da Assembleia Municipal

Paróquia e paroquianos PN2003

A Paróquia e os Paroquianos numa diocese em Sínodo

Quanto à história e ao desenvolvimento da palavra Paróquia já aqui nos referimos.
A Paróquia está geralmente relacionada com um determinado território o qual, canonicamente, está confiado a um sacerdote. Os paroquianos são todos os fiéis que por razões da habitalidade nesse território estão sob a jurisdição do Pároco, fazendo comunhão eucarística, fraterna e pessoal, participando na vida activa nos grupos e movimentos, administração e coordenação da Pastoral duma Paróquia.
No entanto, temos de considerar ainda outras reflexões. A Paróquia é Paróquia verdadeiramente cristã se for Comunidade e nela, podem habitar pessoas que não façam comunhão a começar pelo pároco porque a elas o pároco nada lhes diz porque têm outra fé ou não têm já nenhuma.
Há normalmente aqueles que se consideram paroquianos porque contribuem para a comunidade, para o pároco e cumprem os preceitos da Igreja com certa regularidade. Vêm à Igreja pedir os sacramentos. Têm como ponto de referência não só o pároco, mas também a Igreja Paroquial que é o Templo onde se reúnem, normalmente, os baptizados prestando culto a Deus ou à Virgem Maria. Não assumem outros compromissos, mas devem não deixar de dar testemunho de fé no meio do Mundo, no Sindicato, na política, no trabalho, etc...
Aqueles que não sendo cristãos católicos não têm motivo para cumprimento dos preceitos da Igreja, mas a Igreja e o pároco não os deve excluir por esse motivo. Deve antes pelo contrário respeitá-los, como deles se espera ao menos respeito porque, por princípio, todos somos pessoas de bem.
Tenho que dar este testemunho: há pessoas que não professam a nossa fé a às vezes até contribuem para as festas e até para as nossas obras. Este é sinal de facto, que respeitam, querem até contribuir, são solidários e, quantas vezes, até com mais generosidade dão mais que aqueles que se dizem católicos apostólicos e romanos ou quase "beatos".
Por outro lado há pessoas que para aqui vieram viver e estão ainda ligadas à sua terra de origem, à sua aldeia, onde muitas vezes vão passar o Sábado e o Domingo. Há hoje uma mobilidade muito grande e há os que mantêm a sua raiz cristã, católica, apostólica e romana tanto num lado como no outro, mas aqueles que não são crentes por convicção, muitas vezes nesta mobilidade vivem como anónimos, tanto num lado como no outro. Por vezes ainda contribuiem mas não praticam, o mais normal é afirmarem-se como baptizados na fé de Cristo e exigirem à Igreja papéis ou documentos, como atestados de idoneidade para padrinhos de baptismo, por exemplo, ao pároco que nem o conhecem, nem eles, o pároco conhece nem sabe quem são. Nesta altura acham com arrogância que o pároco é exigente. Que afinal a Igreja não é verdadeira Igreja de Cristo e que até parece que em vez de acarinhar, escorraça...
Nem uma coisa nem outra. Nessa altura pretende-se a moralidade e nada mais.
Como pode um pároco pronunciar-se religiosa e moralmente se não conhece, se nem registado se encontra na Paróquia, se nunca o viu, nem pontos de referência tem para poder passar declarações.
Um dia, uma mãe veio pedir-me uma declaração em como a consciência do filho era contra a guerra. Nem conhecia o filho, nem a mãe!... E tinha de ser passado pelo pároco!...
Depois, a ideia da Comunidade Paroquial hoje é muito mais ampla. Não se pode estar a medir a metro a razão de habitabilidade, ou mais a razão da vivência cristã.
Um paroquiano pode cumprir o preceito numa igreja ou numa capela, estranha ou não à Paróquia, mas como paroquiano, pelos menos deve-se rever também na Paróquia até porque se interessa pela vida da Paróquia, mas por conveniência de vivência cristã faz-lo noutra igreja. O pároco até sabe disso... e o pároco não excluiu, antes pelo contrário, sente-se feliz porque as pessoas usam a sua liberdade, ao mesmo tempo que têm apreço pela Comunidade mais alargada- a Paróquia...
O mais importante é esta Comunhão dialógica onde não falte a voz, a igualdade e a dignidade a viver a fé em comunhão com as outras Igrejas particulares, interligadas com a Igreja Universal, a começar pelo Bispo.
Um cristão tem de ser interventivo, participando nas estruturas paroquiais de comunhão.
É chamado e tem de chamar pela palavra, pelo testemunho, pelas obras, dum modo particular as obras de Misericórdia, não só em relação a alguns, mas a todos os que ao longe ou ao perto precisam de um gesto elevado e libertador.
É pela relação fraterna e pessoal que nos apontarão como diferentes a quem se pretende aderir porque o ideal que vivermos é um ideal atraente.

Vocações e a Paróquia

A Paróquia e as Vocações

São muitas as vezes que tenho falado do vazio que sinto por não ver nesta grande paróquia aparecerem vocações ao sacerdócio ministerial.
Neste espaço que tenho dedicado como reflexão simples sobre o que uma Paróquia deve ser numa diocese, em Sínodo, já tive a ocasião de dizer como nasceram as Paróquias e que as Paróquias são comunidades, células da grande comunidade que é a Diocese e a Igreja Universal.
Ora como comunidade de Deus, nós somos comunidade de chamados e somos convidados a chamar, a convocar, a provocar ... não basta rezar pelas vocações, pelo aumento de pastores para messe, temos de ir mais longe... há que provocar, interpelar sobretudo a todos, mas de um modo especial os jovens na idade do discernimento ou até mais tarde, aos adultos.
Nós gostamos muito que nos chamem pelo nome, sempre que alguém se nos dirige. Desse modo também devemos ter em conta que a provocação ou interpelação nesse aspecto aos jovens seja mesmo pelo nome e não em massa, em assembleia; não basta, é preciso que o outro sinta com os ouvidos, os olhos e com o coração esse chamamento no meio deste mundo tão confuso e cheio de ofertas fáceis de felicidade perecível.
É preciso criar o contexto, a ocasião, a oportunidade para lançar um desafio.
Só assim tomará consciência de algo lhe diz respeito pessoalmente.
Nós somos comunidade e quantas vezes celebramos juntos a eucaristia e não nos conhecemos uns aos outros, sobretudo, pelo nome. Às vezes a viver no mesmo prédio, ou na mesma rua, na mesma zona.
As nossas celebrações até nisto têm de mudar muito. Já tenho chamado a atenção para este pormenor. "Saudai-vos na Paz de Cristo" ... Temos de ter consciência que o nosso irmão do lado tem um nome e, normalmente, até celebram frequentemente a eucaristia juntos.
Não podemos estar à espera, há que conhecer bem com quem nos cruzamos, há que provocar, interpelar, chamar pelo nome alguém que possa trabalhar na messe do reino de Deus.
Não podemos, sobretudo no mundo de hoje estarmos à espera que se decidam e se apresentem à Igreja para o serviço da mesma. Provocar, e sentir que só Deus escolhe é portanto contar que nem todos poderão dizer "sim".
Acabou o tempo em que a Igreja esperava encher os seminários e até recusar a entrada de outros por falta de espaço. Hoje é o contrário, temos que tomar consciência que a nossa Paróquia tem de chamar, provocar, porque sendo Comunidade de Deus é sacramento de Cristo no mundo.
Daí que a vocação tem sempre uma dimensão eclesial e especialmente a presbiteral, ao serviço da Igreja, onde fizer falta. "A messe é grande e os operários são poucos".
A tendência de uma relação individualista com Deus tem de acabar, por isso, temos de acreditar na mediação comunitária para que a alegria duma resposta positiva e eclesial dum modo especial, se ela é presbiteral seja uma realidade.
Fomos baptizados sem que para isso, na maioria, nos fosse dado dizer se sim ou não. A educação que levamos foi-nos dando alguma experiência do que seria chamamento através dos pais ou da família, mas muitas vezes não nos atingiu a medula dos nossos ossos e esquecermos com facilidade a nossa condição de relação passando a ser anónimos "às convocações normais".
Termos de desenvolver a "cultura do chamamento" provocar- chamar ou designar e preocuparmo-nos com o futuro... quem nos sucederá. Chamar orando, chamar provocando, chamar chamando.

DIVORCIADOS...SEPARADOS...RECASADOS...PN 2003

Divorciados... separados... recasados... numa diocese em Sínodo

Todos, a partir do baptismo, somos chamados à Santidade. É por isso que é para uma comunidade um grande sofrimento quando nela existem irmãos em sofrimento como os separados ou divorciados. Nós sabemos que Deus os ama e prometeu felicidade a quem enfrenta o sofrimento da separação ou do divórcio, que aparece "como uma loucura para o mundo".
Quantas vezes os separados vêem os seus bens materiais degradados. Ainda outro dia conheci uma senhora sofredora de uma doença de fibromialgia que o marido levou a um psiquiatra. Como não deu conta dela, então, o marido deixou-a com 3 filhos menores, sem saúde e sem trabalho ... Esquecemo-nos dos Bem-aventurados ... porque o mundo nos apresenta a felicidade fora do âmbito dos Bem-aventurados para Jesus. O mundo afirma: "felizes são os que têm uma vida sexual bem sucedida". De facto, Deus só quer a felicidade e o paraíso para a Humanidade, mas qual felicidade e qual paraíso?
Nesse sentido, os separados, os divorciados não poderão ser heróis como os viúvos e os celibatários por opção?
Somos todos chamados à Santidade que exige conversão contínua. Esta vocação é para os divorciados e para os separados, apesar de alguma mancha na vida sacramental. Esta vocação é também para os recasados uma esperança. Basta lembrar como Jesus atendeu a mulher adúltera. O que aproxima os recasados, os divorciados ou separados fiéis é bem mais que aquilo que muitos pensam. Como eles são baptizados, confirmados, chamados à Santidade, podem fazer crescer sempre as forças que neles existem, do Espírito.
Todos nós sentimos que os que passam por situações de divórcio sofrem imenso e experimentam feridas bem profundas e naturalmente procuram a sua cura, pois pelo sacramento do matrimónio receberam o ministério parental que devem procurar vivê-lo na nova situação que ambos criaram. São também convidados ao perdão em relação àquele que foi seu primeiro cônjuge, unidos pelo laço do casamento, celebrado religiosa e validamente. Apesar de tudo continuam a ser chamados a uma reconciliação dos corações com o outro pela troca do perdão mútuo, mesmo se uma retoma de vida em comunidade não for possível.
Como separados e divorciados, não recasados, são chamados à fidelidade e só nisto diferem as opções escolhidas. O caminho proposto por Jesus, ou pela Igreja, não é um caminho impossível.
Jesus, na Cruz, deu-nos sólidas lições para um sentido novo do sofrimento.
Muitas vezes constata-se um traumatismo, sobretudo de culpabilidade, sendo mais trágico quando há filhos. Há que lembrar a traição de Judas, a Agonia no Getzêman, o Julgamento, a Flagelação, a Coroação de espinhos. Tudo isso fez que a Cruz gloriosa e fecunda de Cristo fosse o desabrochar dum "novo céu e duma nova terra". - "Meu Deus, meu Deus porque me abandonaste"? – "Hoje estarás comigo no Paraíso", diz para o Bom Ladrão. E para a Mãe: - "Mulher, eis aí teu filho" – "Eis aí a tua mãe". "Tenho sede". "Tudo está consumado" ."Pai nas tuas mãos entrego o Meu espírito". Este é o ideal apontado.
No sofrimento, se fixarmos os olhos em Jesus Cristo, somos capazes de descobrir um amor verdadeiro com uma longa e paciente fidelidade (separados ou divorciados). A Virgem Maria ajuda-nos a repôr de pé a nossa vida. São testemunhos de muitos que assim permanecem nas trevas da Luz. O Coração de Jesus é fonte de perdão e de cura: "felizes os que choram porque serão consolados".
Quem sou eu para julgar?
Mas há os que preferem a Comunhão ao recasamento. Os divorciados ou separados, desde que nesta linha de perdão e de fidelidade, podem exercer todas as funções na Igreja, mesmo a da Comunhão. Enquanto os recasados podem e devem fazer comunidade, mas afastar-se da comunhão. É este o espinhoso problema do recasamento.
Alguns recasam-se e, se voltam a recasar a seguir... o sofrimento é ainda maior!...
O recasados podem construir e conhecer de novo a felicidade humana, mas a procura duma solução somente humana para o sofrimento pode ser ilusória: "só Jesus que veio penetrar em nosso sofrimento, pode transfigurá-lo hoje ainda pelo Espírito". O que possa parecer ilusório, quem sabe se por esta transfiguração espiritual será uma grande esperança...
Ainda que o amor humano esteja morto, importa redescobrir sua unidade mística que permanece eternamente pela Graça do Sacramento do Matrimónio, na esperança de uma reconciliação, segundo Paulo VI.
"Embora afirmando que o amor humano está morto, cremos contudo que, reanimado pelo Espírito Santo, ele pode ressuscitar. Além disso, o facto de que o amor humano esteja morto não acarreta o desaparecimento do vínculo sacramental entre esposos. É o que afirma claramente Paulo VI em seu discurso às Equipas de Nossa Senhora: "O casamento (não cessamos de recordá-lo) é uma comunhão fundada sobre o amor e tornado estável e definitivo por uma aliança e um compromisso irrevogáveis. O amor verdadeiro, então, é o elemento mais importante desta comunhão: o que é dom, renúncia, serviço, superação. Mas essa comunhão, uma vez e selada, não está mais à mercê de altos e baixos de um querer humano subjectivo, mutável e instável. Ela ultrapassa as alternâncias da paixão, do arbítrio dos cônjuges. É por isso que o casamento não pode ser entregue às vicissitudes do sentimento, por tão nobre que seja, mas, enquanto tal, sujeito a variações, ao enfraquecimento, aos desvios, à ruína. Nós queremos ainda reafirmar esta doutrina tradicional já lembrada pela constituição pastoral Gaudium et Spes, 48, contra a enganadora argumentação segundo a qual o casamento acaba quando o amor (mas que amor?) se extingue".

COLÉGIO DO MINHO

O Colégio do Minho tem uma larga história na cultura e formação de muita gente da região, ao serviço da Igreja.
Neste momento, constou já ter aberto inscrições para o próximo ano.

Bodas de prata da Conferência de S. Vicente de Paulo da Paróquia de Nª Sª de Fátima

Bodas de Prata da Conferência Mista de Nª Sª de Fátima
Aconteceu, conforme estava previsto, a celebração deste grande acontecimento na Páróquia,aliás, foi a primeira obra a ser fundada pelo novo Pároco que tinha tomado posse em 2 de Setembro de 1978.
Do programa constou uma missa celebrada com ofertório solene e uma intervenção da Dra. Conceição Silva, mais popularmente conhecida por "Cuca" e o pároco fez boa ligação da realeza de Cristo, pois celebrava-se a festa de Cristo Rei, com o serviço aos pobres dos vicentinos, pelo qual a Igreja hoje melhor pode dar um testemunho de fé autêntica e verdadeira o que foi também explorado pela referida vicentina com um testemunho fundamentado também na liturgia.
No final foram benzidos dois cestos de pãezinhos que, simbolicamente, foram distribuidos por toda a assembleia que enchia a Igreja.
Seguiu-se um jantar convívio, e no Castelo de S.Tiago da Barra, pelas 21,30h. um espectáculo musical com os orfeões de Viana, Viseu e Aveiro. Por coincidência, ocorria também o 37º aniversário do Coral Polifónico de Viana do Castelo que, no Domingo, animou a liturgia da Missa das 12 horas.
A Conferência de S. Vicente de Paulo distribuiu lembranças por todos. Aos diversos actos estiveram presentes vicentinos de outras paróquias, nomeadamente, Vila Fria, Carvoeiro e o seu pároco, Senhor do Socorro, Mazarefes, Meadela, Monserrate, Barroselas, Vila Praia de Âncora, entre outras.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Espírito Santo-Luz e Vida---MILAGRES DE AMOR-Páscoa de 1998

ESPÍRITO SANTO - LUZ E VIDA

















MILAGRES


DE AMOR




















PÁSCOA - 98

Milagres de Amor

É já o quarto ano consecutivo que nesta quadra de Páscoa oferecemos aos paroquianos uma lembrança deste género.
Desta vez a “Páscoa do Amor”, festa do Amor partilhado ao último grau levou-nos a oferecer este livrinho a que achamos "Milagres de Amor" útil para todos os que têm fé na Passagem, na Libertação da morte e do pecado pela Morte e Ressureição de Jesus Cristo.
Este gesto ímpar só é compreensível pelo Espírito que dá vida,uma vida de qualidade, cheia de vigor, iluminada pela liberdade, bondade, autenticidade, pelo respeito, confiança, ciência e sabedoria.
A Páscoa do Amor é motivo bem forte para grande celebração de fé, num máximo de expressão de alegria que deve animar a vida cristã.
Este livrinho vem completar os dos anos anteriores. Podemos dividi-lo em duas partes:
- Na primeira são os milagres do Amor que queremos realçar, e nos quais temos de acreditar e abrir os olhos para ainda hoje os admirarmos porque, se quisermos, eles acontecem todos os dias;
- Na segunda parte, recorremos à Bíblia para apresentarmos algumas passagens das escrituras sagradas que nos poderão introduzir na intimidade de Deus. A oração é sempre esse encontro máximo da relação íntima em que o homem se abandona em Deus, onde Deus se manifesta e onde os milagres se concretizam.....
Só entrando nesta intimidade podemos sentir, ver e viver os milagres que hoje também, em Jesus Cristo, se realizam no dia a dia da nossa vida.

Boa Páscoa de 1998!...


Pe. Artur Coutinho




CAPÍTULO I
Mateus 4. 23, 24
Depois, começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando a Boa Nova do Reino, e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades. A Sua fama estendeu-se por toda a Síria e traziam-Lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam de males e de tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos; e Ele a todos curava.


CAPÍTULO I

Saúde do Corpo

As doenças do corpo são, por vezes, produto de alguma deficiência física que foi adquirida por descuido ou por deformação congénita. São um problema para a Humanidade. Por isso, a Jesus apareciam coxos, aleijados, surdos, mudos, surdos-mudos, etc. ... mas apareciam também muitos que tinham outros tipos de doenças, resultado talvez do pouco respeito para com o próprio corpo por regras de conduta que só lhe infligem sacrifícios ou fazendo dele uma máquina... Também são produto de infortúnio, de fracasso, de contrariedades na execução dum projecto de vida feliz que é o projecto que Deus tem para cada homem.
Há momentos de fracasso que às vezes arrastam consigo desarmonia interior, causa de problemas que a ciência diagnostica como de psiquiatria e, ou, psicologia, mas que têm normalmente muita dificuldade de tratamento sem primeiro se refazer o indivíduo de se encontrar consigo mesmo e com Deus Criador da vida, o único que sabe acalmar essa dor, limpar e cicatrizar as feridas que o trauma, a frustração, a traição ou o desenlace na viúvez ou na orfandade criaram.
Na verdade a Bíblia relata muitos acontecimentos e só citamos alguns para consulta e reflexão:
Salmo 6, 2
Senhor, não me castigueis na vossa ira, nem me repreendais no vosso furor.

Mateus 8. 1 - 4
Ao descer o monte, seguia-O uma enorme multidão.
Foi então abordado por um leproso que se prostrou diante d’Ele, dizendo-Lhe: «Senhor, se quiseres, podes limpar-me». Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: «Quero, fica limpo» ! No mesmo instante, ficou são da lepra.
Jesus, porém, disse-lhe: «Não digas a ninguém; vai, mostra-te ao sacerdote e oferece o que Moisés preceituou, para que lhes sirva de testemunho».

Salmo 103. 3
É Ele quem perdoa as tuas culpas, e sara todas as tuas enfermidades;
Marcos 5. 25 - 34
Ora, uma mulher vítima de um fluxo de sangue havia doze anos, que tinha sofrido muito nas mãos de muitos médicos e que gastara todos os seus bens sem encontrar nenhum alívio, antes ia cada vez a pior, tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-Lhe, por detrás, na capa, pois dizia: «Se ao menos tocar na Suas vestes, ficarei curada». De facto, no mesmo instante se estancou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo que estava curada do mal. Imediatamente Jesus, conhecendo que a virtude saíra de Si mesmo, voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou nos Meus vestidos?» Os discípulos responderam-Lhe: «Vês que a multidão Te comprime de todos os lados e ainda perguntas: Quem Me tocou?» Mas Ele continuava a olhar em volta, para ver quem O tinha tocado. Então a mulher, cheia de medo e a tremer, sabendo o que lhe havia acontecido, foi prostrar-se diante d’Ele e disse-Lhe toda a verdade. «Minha filha, a tua fé te salvou; vai em paz e fica sarada do teu mal», disse Ele.

Salmo 147. 3
Ele cura os atribulados de coração, e pensa-lhes as chagas.

Marcos 3. 1 - 6
Novamente entrou na sinagoga. Estava lá um homem que tinha uma das mãos ressequida. Ora, eles espiavam-n’O para ver se iria curá-lo ao sábado, a fim de O poderem acusar. Jesus disse ao homem que tinha a mão ressequida: «Levanta-te e vem para o meio». Perguntou-lhes depois: «É permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar uma vida ou deixá-la perder?» Eles ficaram calados. Então olhando-os com indignação e magoado com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Estendeu-a e a mão ficou restabelecida. Assim que saíram, os fariseus reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de condená-Lo à morte.

Salmo 107. 15 - 20
Dêem graças ao Senhor pelos Seus favores, e pelas Suas maravilhas a favor dos homens.
Ele que pode arrombar as portas de bronze, e quebrar as barras de ferro.
Doentes por causa dos seus pecados, aflitos por causa das suas culpas, todo o alimento lhes causava náuseas, e chegaram às portas da morte.
Na sua angústia clamaram então ao Senhor, e Ele os livrou das suas tribulações.
Enviou a Sua palavra e curou-os, livrou a sua vida da morte.
Lucas 7. 11 -17
Em seguida, dirigiu-se a uma cidade chamada Naim, indo com ele os seus discípulos e uma grande multidão. quando estavam perto da porta da cidade, viram que levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva; e, a acompanhá-la, vinha muita gente da cidade. Vendo-a, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: “Não chores”. Aproximando-Se, tocou no caixão e os que o transportavam pararam. Disse então: “Jovem, eu to digo: Levanta-te”. O morto sentou-se e começou a falar. E Jesus entregou-o à sua mãe. O temor apoderou-se de todos, e davam glória a Deus, dizendo: “Surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o Seu povo”. E a fama deste milagre espalhou-se pela Judeia e por todas as regiões vizinhas.

João 8. 32 - 36
... conhecereis a verdade e a verdade libertar-vos-á». Eles responderam-Lhe: «Nós somos a descendência de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém: como é que Tu dizes: Ficareis livres?» Retorquiu-lhes Jesus:«Em verdade, em verdade vos digo: todo aquele que comete o pecado é escravo do pecado. Ora o escravo não fica na sua casa para sempre; o filho é que fica para sempre. Portanto, se o Filho vos libertar, sereis realmente livres.

Salmo 16. 5
Senhor, Vós sois a parte da minha herança e da minha taça, sois Vós que garantis a minha sorte.

Marcos 1. 32 - 34
Ao cair da tarde, quando o sol se pôs, trouxeram-Lhe todos os enfermos e possessos, e a cidade inteira estava reunida junto à porta. Curou muitos enfermos atormentados por diversos males e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios porque sabiam quem Ele era.
CAPÍTULO III


Saúde da Alma

Outro tipo de doença e o mais complicado, por vezes, é a falta de saúde da Alma.
São os problemas de consciência, o sentido de culpabilidade, de responsabilidade que vêm de dentro.
Não é o que entra no Homem que é impuro, mas o que sai do seu coração. Esta é a doença do pecado. Este é o pior de todos os males e de todas as doenças. Tem a sua raiz na Criação, porque sendo o Homem “ imagem e semelhança de Deus “, usou mal da sua liberdade, deixando-se seduzir pela tentação para interromper a relação de amor, de felicidade que existia. Com esta experiência dolorosa, o homem mergulhou nas trevas perdendo os privilégios para si e para todo o género humano. Sofremos, por isso, as consequências deste lamentável acontecimento para o qual Deus previu uma grandiosa e definitiva solução como revelam os textos Sagrados.

Jo 3, 16
Porque Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu filho único, para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.

Rom 5, 8
Deus, porém, demonstra o Seu amor para connosco, pelo facto de Cristo haver morrido por nós, quando ainda éramos pecadores.

Uma vez, Jesus foi a Nazaré, a povoação onde tinha sido criado. Era Sábado, o dia de repouso entre os judeus. Jesus foi à Sinagoga, aliás como era seu costume, e naquele dia ofereceu-se para fazer a leitura das Escrituras. Os rabinos deram-lhe a ler o livro do profeta Isaías e, ao abri-lo à sorte, encontrou o texto que estava escrito e que leu:

Lucas 4. 16, 19

O Espírito da Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu, para anunciar a Boa Nova aos pobres; Enviou-Me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, o recobrar da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano de Graça do Senhor.

Consultar:
Lucas. 7, 36-49 “... Vês esta mulher? (...) Aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. (...) Os teus pecados estão perdoados. (...) Salvou-te a tua fé: Vai em paz”.
João 8. 1-11 “... Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.”





CAPÍTULO IV


Intimidade



A Palavra de Deus é sempre uma fonte de energia que alimenta a fé e a esperança.
Procurá-la significa querer provocar um encontro com Deus que nos protege e estimula.
Cada palavra pode ser um tesouro e tu o tens aqui para te ajudar a viver uma vida de maior coerência e maior felicidade.
Ler, meditar hoje, logo e sempre, tanto nos momentos de dificuldade, como nos momentos de êxito, fará Deus presente na tua vida e sentir-te-ás acompanhado por um fiel e leal Amigo que te ajudará a levar o projecto de felicidade até ao fim.

QUANDO ESTIVERES ANSIOSO...

Filipenses 4. 6, 7
Não vos inquieteis por coisa alguma, mas, em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com muita oração e preces e com acção de graças. A paz de Deus, que sobrepuja todo o entendimento, guardará os vossos corações, e os vossos pensamentos em Jesus Cristo.

Romanos 8. 28, 30
Ora nós sabemos que Deus concorre em tudo para o bem dos que O amam, daqueles que, segundo o Seu desígnio, são eleitos. Porque os que de antemão conheceu, também os predestinou, para serem conformes à imagem do Seu Filho, a fim de que Este fosse o Primogénito de muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também os chamou; e aos que chamou, a esses justificou; e àqueles que justificou também os glorificou.


QUANDO TE SENTIRES SÓ...

Salmo 23
O Senhor é meu pastor, nada me falta.
Em verdes prados me faz descansar, e conduz-me às águas refrescantes.
Reconforta a minha alma, guia-me pelos caminhos rectos, por amor do Seu Nome.
Mesmo que atravesse os vales sombrios, nenhum mal temerei, porque estais comigo; o Vosso bastão e o Vosso cajado dão-me conforto.
Preparais-me um banquete frente aos meus adversários. Ungis com óleo a minha cabeça e a minha taça transborda.
A graça e a bondade hão-de acompanhar-me todos os dias da minha vida.
A minha morada será a casa do Senhor ao longo dos dias.

QUANDO ESTIVERES DEPRIMIDO OU TRISTE...

Mat 11. 25 - 30
Naquela ocasião, Jesus tomou a palavra e disse: «Bendigo-Te, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isso foi do Teu agrado.
Tudo Me foi entregue por Meu Pai, e ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e aliviar-vos-ei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis alívio para as vossas almas, pois o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve».

1ª Tessalonicenses 5. 16 - 18
Andai sempre alegres, orai sem cessar, e, em todas as circunstâncias, dai graças, pois é a vontade de Deus em Jesus Cristo, a vosso respeito.



QUANDO ESTIVERES DOENTE...

Salmo 103. 1 - 5
Bendiz, ó minha alma, o Senhor, e toda a minha vida interior, o Seu Santo nome;bendiz, ó minha alma, o Senhor, e não esqueças todos os seus benefícios.
É Ele quem perdoa as tuas culpas, e sara todas as tuas enfermidades; é Ele quem resgata a tua vida do túmulo, e te coroa de graças e bondade; é Ele quem cumula de bens a tua existência, de tal modo que a tua juventude se renova como a da águia.

Carta de Santiago 5. 13 - 16
Está alguém entre vós aflito? Entregue-se à oração. Está alguém contente? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbiteros da Igreja e que estes orem sobre ele, ungindo-o com óleo no nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor recebê-lo-á; e, se cometeu pecados, ser-lhe-ão perdoados.
Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados. A oração fervorosa do justo tem muito poder.



QUANDO EM DOR OU PROVA...

João 14. 1 - 7
Não se turve o vosso coração: Credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, ter-vo-lo-ia dito, pois vou preparar-vos um lugar. E, quando Eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, virei outra vez, e levar-vos-ei Comigo, para que, onde Eu estiver, estejais vós também. E vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho». Disse-Lhe Tomé: «Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho»? Disse-lhe Jesus: «Eu sou o Caminho, a Verdade, e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim. Se vós Me conhecêsseis, também conheceríeis Meu Pai; desde agora O conheceis e O tendes visto».

QUANDO ESTIVERES IMPACIENTE...

Salmo 37. 3 - 9
Confia no Senhor e faz o bem, habitarás a terra e viverás seguro.
Põe no Senhor as tuas delícias; conceder-te-á os desejos do teu coração.
Confia ao Senhor o teu destino, espera n’Ele que Ele actuará.
Fará brilhar como a luz a tua reivindicação e, como o sol do meio-dia, os teus direitos.
Descansa no Senhor, põe nele a tua esperança; não tenhas ciúmes dos que prosperam. daqueles que vivem de intrigas.
Reprime a cólera e deixa a indignação; não te impacientes, o que só leva ao mal.
Os malfeitores hão-de ser exterminados, mas, os que esperam no Senhor, possuirão a terra.

QUANDO TE SENTIRES OFENDIDO...

Provérbios 15.1
A resposta branda aplaca o furor, a palavra dura excita a ira.
Romanos 12. 14 - 21
Bendizei os que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis.
Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.
Tende entre vós os mesmos sentimentos; não aspireis às coisas altas, mas acomodai-vos às humildes. Não querais ser sábios aos vossos próprios olhos.
Não torneis a ninguém mal por mal, procurai fazer bem diante dos olhos de todos os homens. Se é possível, vivei em paz, quanto de vós depende, com todos os homens. Não façais justiça por vós mesmos, ó caríssimos, mas dai antes lugar à ira de Deus, porque está escrito: «A mim pertence fazer justiça, Eu é que hei-de retribuir, diz o Senhor».
Pelo contrário, «se o teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer; se tem sede, dá-lhe de beber; pois, fazendo assim, amontoarás carvões em brasa sobre a tua cabeça».
Não te deixes vencer pelo mal; vence antes o mal com o bem.

NA TENTAÇÃO DA DÚVIDA...
Mateus 7. 7 - 11
«Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois, quem pede recebe; e quem procura encontra; e ao que bate abrir-se-á. Qual de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente. Ora bem: Se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos Céus dará coisas boas àqueles que Lhe pedirem.

Provérbios 30. 5
Toda a palavra de Deus é provada ao fogo, é um escudo para aqueles que confiam n’Ele.



QUANDO ESTIVERES PREOCUPADO EM TERES COISAS, TERES DINHEIRO...

1º Timóteo 6. 6 - 10
A piedade é realmente uma fonte de lucro, quando sabe contentar-se com o que é necessário.
Nada trouxemos para este mundo e nada podemos levar dele. Contentemo-nos, pois, com ter que comer e com que nos cobrir. Os que procuram a riqueza caem na tentação, em laços do demónio e em muitos desejos insensatos e perniciosos que mergulham os homens na perdição e na ruína. Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro, por causa do qual alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições.

Hebreus 13. 5, 6
Vivei sem avareza, contentando-vos com o que possuís, pois o próprio Deus disse: «Não te deixarei, nem te desampararei». Deste modo, pois, podemos dizer confiadamente: «O Senhor é o meu auxílio, nada temerei; que poderá fazer-me um homem?»



QUANDO TE SENTIRES SEM FORÇA PARA O COMBATE...

2ª Coríntios 12. 7 - 10
Demais, para que a grandeza das revelações não me ensoberbeça, foi-me dado um agulhão na carne, um anjo de Satanás, para me esbofetear e impedir que eu me orgulhe. Por três vezes pedi ao Senhor que o apartasse de mim. Mas Ele disse-me: «Basta-te a Minha graça, porque é na fraqueza que a Minha força se revela totalmente». Portanto prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por Cristo, pois, quando me sinto fraco, então é que sou forte.
Isaías 40. 27 - 31
Porque andas falando, Jacob e murmurando, Israel: «O meu destino está oculto ao Senhor, a minha causa passa despercebida ao meu Deus»?
Não o sabes? Não aprendeste que o Senhor é o Deus eterno, que criou os confins da terra, sem nunca se fatigar ou aborrecer, e cuja sabedoria é impenetrável?
Ele dá forças ao homem fatigado, e multiplica o vigor do fraco.
Os adolescentes cansam-se, fatigam-se, e os jovens robustos podem vacilar, mas aqueles que confiam no Senhor renovam as suas forças; têm asas, como a águia, e voam velozmente, sem se cansar, e correm sem desfalecer.
Salmos 18. 30 - 34
Convosco posso acometer um esquadrão com o meu Deus posso assaltar as muralhas.
Os caminhos de Deus são perfeitos, a palavra do Senhor é provada no fogo; ele é o escudo para todo o que nele se refugia.
Quem é Deus além do Senhor? Quem é uma rocha além do nosso Deus?
Ele é o Deus que me rodeia de poder e aplana os meus caminhos.
Ele iguala os meus pés aos do veado, e mantém-me de pé nas alturas.



DEUS É FIEL...


Salmo 89. 1 - 8
Poema. De Etan Ezraita.
Hei-de cantar para sempre o amor do Senhor, e hei-de anunciar a Sua lealdade pelas gerações.
Posso dizer bem alto: o Vosso amor está edificado para todo o sempre, e a Vossa fidelidade alicerçada nos céus.
«Fiz uma aliança com o meu eleito, jurei a David meu servo:
Estabeleço a tua linhagem para sempre, estabeleço para ti um trono por todas as gerações».
Os céus celebram as Vossas maravilhas, Senhor. e a Vossa fidelidade na assembeleia dos santos.
Quem poderá nos céus comparar-se ao Senhor, quem, entre os filhos dos deuses, poderá igualar-se-Lhe? Deus é temível na assembleia dos santos. grande e terrível sob quantos O rodeiam.

DEUS É A PAZ...

Filipenses 4. 4 - 9
Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos. Que a vossa mansidão seja notória a todos os homens. O Senhor está perto.
Não vos inquieteis por coisa alguma, mas, em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com muita oração e preces e com acção de graças. A paz de Deus, que sobrepuja todo o entendimento, guardará os vossos corações, e os vossos pensamentos em Jesus Cristo. Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, é o que deveis ter em mente. O que aprendestes, recebestes, ouvistes de mim e vistes em mim é o que deveis praticar. E o Deus da Paz será convosco.



DEUS É A SALVAÇÃO...

Efésios 2. 1 - 10
Vós estáveis mortos pelos delitos e pecados em que vivestes outrora, segundo o costume deste mundo, de acordo com o Príncipe das potestades do ar, do espírito que actua nos rebeldes.
Todos nós, também, andámos outrora entre esses, com os nossos apetites carnais, satisfazendo as tendências da carne e dos nossos sentimentos; éramos por natureza filhos da Ira, como os demais. Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, estando nós mortos pelos nossos delitos, deu-nos a vida juntamente com Cristo. - É pela graça que fostes salvos. Com Ele nos ressuscitou e nos fez sentar lá nos Céus, em Cristo Jesus, para mostrar aos séculos futuros a extraordinária riqueza da graça, pela bondade que teve connosco em Cristo Jesus. Porque é pela graça que fostes salvos, mediante a fé. E isto não é a vós que se deve; é dom de Deus; Não vem das obras, para ninguém, se poder gloriar. Pois nós somos obra sua, criados em Jesus Cristo em vista das boas acções que Deus de antemão preparou, para nós as praticarmos.



DEUS É O AUXÍLIO...

Santiago 1. 12 - 18
Feliz o homem que suporta a provação, porque, depois de ter sido provado, receberá a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que O amam.
Ninguém diga, quando for tentado: «É Deus que me tenta». Deus não pode ser tentado pelo mal e não tenta ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, depois de ter concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, no qual não há mudança nem sombra de variação.
Por Sua livre vontade é que nos gerou pela palavra da verdade, para que sejamos como que as primícias das Suas criaturas.
Salmo 103. 1 - 14
De David.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor, e toda a minha vida interior, o Seu Santo nome; bendiz, ó minha alma, o Senhor, e não esqueças todos os seus benefícios.
É Ele quem perdoa as tuas culpas, e sara todas as tuas enfermidades; é Ele quem resgata a tua vida do túmulo, e te coroa de graças e bondade; é Ele quem cumula de bens a tua existência, de tal modo que a tua juventude se renova como a da águia.
O Senhor é obreiro da justiça, defende o direito a todos os oprimidos.
Ensinou os Seus caminhos a Moisés e as Suas maravilhas aos filhos de Israel.
O Senhor é misericordioso e compassivo, tardo na ira e grande no Seu amor.
Não está sempre a repreender, nem conserva a Sua ira para sempre.
Não nos tratou segundo os nossos pecados; nem nos castigou segundo as nossas culpas.
Quanto dista em altura o céu da terra, assim excedem os seus favores para os que O temem; quanto o oriente dista do ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados.
Como o pai se compadece dos filhos, assim o Senhor se compadece dos que O temem. Ele conhece, na verdade, de que somos formados, recorda-se que o pó é a nossa condição.


DEUS É AMOR...

Romanos 8. 31 - 39
Que diremos, pois, a isto? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Ele, que não poupou o próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos dar também, com Ele, todas as coisas?
Quem acusará os eleitos de Deus? Deus, que os justifica? Quem os condenará? Cristo Jesus, que morreu, e ainda mais, que ressuscitou, Ele que está à direita de Deus, Ele que intercede por nós?
Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada? Conforme está escrito:
«Por Tua causa, sofremos a morte durante o dia inteiro; fomos tomados por ovelhas destinadas ao matadouro».
Mas, em tudo isto, somo nós mais que vencedores por Aquele que nos amou. Porque estou certo que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principiados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Nosso Senhor.

DEUS É ÍMAN

Salmo 63. 1 - 5
Salmo. De David. Quando se encontrava no deserto de Judá.
Vós, Senhor, sois o meu Deus, anseio por Vós.
A minha alma está sedenta de Vós, o meu corpo anela por Vós, numa terra árida, exausta, sem água.
Desejo contemplar-Vos no santuário, para ver o Vosso poder e a Vossa glória,
O Vosso amor é mais precioso do que a vida, os meus lábios Vos louvarão.
Quero Bendizer-Vos em toda a minha vida, levantar as mãos em Vosso nome.



DEUS É MÃE

Salmo 139. 1 - 12
Ao director do coro. De David. Salmo.
Senhor, Vós me perscrutais e conheceis.
Vós sabeis quando me sento e me levanto, conheceis à distância o meu próprio pensar.
Quer caminhe, quer repouse, vós o sabeis; estais atento a todos os meus passos.
Ainda a palavra não chegou à boca, já a conheceis plenamente.
Estais à minha frente e atrás de mim, sobre mim repousa a Vossa mão.
Grande de mais é essa ciência para o meu alcance, tão alta que não posso atingi-la.
Como poderei ausentar-me do Vosso espírito e como fugir à Vossa presença?
Se subir aos céus, lá Vos encontro, se descer aos infernos, igualmente.
Mesmo que me aposse das asas da aurora, e for morar nos confins do mar, mesmo aí, a Vossa mão me conduz, e a Vossa dextra me segura.
Se eu disser: «ao menos as trevas me cobrirão, que a luz sobre mim seja qual a noite». nem sequer as trevas serão bastante escuras para Vós, e a noite será clara como o dia; tanto faz a luz como as trevas.
DEUS É O BOM CONSELHEIRO...

Provérbios 3. 1 - 10
Meu Filho, não te esqueças dos Meus ensinamentos e guarda no teu coração os Meus preceitos, porque te acrescentarão longos dias, anos de vida e prosperidade.
Oxalá não se afastem de ti a bondade e a fidelidade!
Ata-as ao teu pescoço, grava-as no teu coração!
Assim obterás graça e boa reputação diante de Deus e dos homens.
Confia no Senhor de todo o teu coração e não te apoies na tua própria inteligência!
Pensa n’Ele em todos os teus caminhos e Ele aplanará as tuas sendas.
Não sejas sábio aos teus próprios olhos, teme a Deus e afasta-te do mal.
Isto será saúde para o teu corpo e refrigério para os teus ossos.
Honra o Senhor com os teus haveres e com as primícias de todos os teus frutos.
Então, os teus celeiros encher-se-ão de trigo e os teus lagares transbordarão de vinho.



DEUS É A CONFIANÇA...

Josué 1. 8 - 10
Que as palavras do livro desta lei, jamais se afastem da tua boca; medita-o constantemente e observa tudo quanto nele se contém. Assim, terás prosperidade em teus caminhos e chegarás a bom termo. Escuta: é uma ordem que te dou: tem coragem! Não temas! Porque o Senhor, teu Deus, será contigo, em qualquer lugar para onde te dirijas».
Josué deu ordens aos chefes do povo dizendo: Percorrei o acampamento e proclamai ao povo seguinte: - «Preparai provisões, porque, passados três dias, atravessareis o Jordão e tomareis posse da terra que o Senhor vosso Deus, vos concederá».

Salmo 46
Ao Director do coro. Dos filhos de Coré, com voz de soprano. Cântico.
Deus é para nós refúgio e fortaleza, ajuda sempre pronta nas angústias.
Por isso, não trememos mesmo que a terra trema, mesmo que as montanhas caiam no meio dos mares; mesmo que as águas rujam furiosas e tremam os montes ao seu embate.
O Senhor dos exércitos está connosco, fortaleza para nós o Deus de Jacob!
Um rio! Os seus canais alegram a cidade de Deus, a mais santa entre as moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela, não pode vacilar; Deus vem em seu auxílio desde o raiar da manhã.
Murmuram as nações, agitam-se os reinos.
Ele faz ouvir a Sua voz e logo a terra treme.
O Senhor dos exércitos está connosco, fortaleza para nós, o Deus de Jacob!
Vinde e contemplai as obras do Senhor, o que enche a terra de temor.
Faz cessar as guerras até aos confins da terra, quebra os arcos e despedaça as lanças, consome os carros no fogo.
«Parai, reconhecei que eu sou Deus, exaltado entre os povos, exaltado sobre a terra.
O Senhor dos exércitos está connosco, Fortaleza para nós, o Deus de Jacob!



Mateus 6. 24 - 34
Ninguém pode servir a dois senhores, porque, ou há-de odiar um e amar outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas».
«Por isso vos digo: Não vos iquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou de beber, nem quanto ao vosso corpo mais do que vestido e a vida mais do que o alimento? Olhai para as aves do céu: Não semeiam, nem ceifam, nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as.Não valeis vós mais do que elas? Qual de vós por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?
Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo! Não trabalham nem fiam. Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnifiência, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos preocupeis, dizendo: ‘Que comeremos nós, que beberemos, ou vestiremos’? Os pagãos, esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o vosso Pai Celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso. Procurai primeiro o Seu reino e a Sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo. Não vos inquieteis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Bem basta a cada dia o seu trabalho».

Salmo 36. 5 - 9
Medita a iniquidade no seu leito, anda pelo mau caminho e não quer evitar o mal.
Senhor a Vossa bondade toca os céus; a Vossa fidelidade, as nuvens.
A Vossa justiça é igual aos montes altíssimos, os Vossos juízos, como o abismo profundo; Vós salvais, Senhor, homens e animais.
Quão preciosos, ó Deus, os Vossos favores!
Os filhos dos homens abrigam-se à sombra das Vossas asas.
Saciam-se da abundância da Vossa casa, na torrente das Vossas delícias lhes dais de beber.



DEUS É PERDÃO...

Mateus 6. 9 - 13
Rezai, pois, assim: ‘Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o Vosso reino; faça-se a Vossa vontade, assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal’.

Salmo 32
De David. Salmo
Feliz o que é perdoado da sua culpa, cujos pecados foram cobertos.
Feliz o homem a quem o Senhor não argui de culpa, e em cujo espírito não há engano.
Enquanto me conservava calado, os meus ossos definhavam, em pranto todo o dia.
Pois que, noite e dia, a vossa mão pesava sobre mim; consumia-se o meu vigor em calores do verão.
Confessei-Vos o meu pecado e não Vos encobri as minhas culpas; disse: «confessarei os meus erros ao Senhor», e Vós perdoastes a culpa do meu pecado.
Por isso, todo o justo Vos suplica na hora da angústia; quando irrompem as águas caudalosas, não chegaram até ele.
Vós sois o meu refúgio; livrais-me das angústias, e circundais-me de alegrias da salvação.
«Vou ensinar-te e mostrar-te o caminho que deves seguir; quero aconselhar-te; os meus olhos estarão sobre ti.
Não querais ser como o cavalo e o muar sem inteligência, cujo ímpeto só se domina com a mordaça e o freio; de outro modo, não se aproxima de ti».
São muitos os sofrimentos do ímpio, mas, o que espera no Senhor é envolvido pela Sua graça .
Ó justos, alegrai-vos e regozijai-vos no Senhor; exultai vós todos, os rectos de coração.

Efésios 1. 6, 7
... para fazer resplandecer a Sua maravilhosa graça, pela qual nos tornou agradáveis em Seu amado Filho. É n’Ele que temos a redenção, pelo Seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da Sua graça,...



DEUS É A ESPERANÇA DE UMA FELICIDADE SEM FIM...

1ª Tessalonicenses 4. 13 - 18
Não queremos, irmãos que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para não vos entristecerdes como os outros que não têm esperança.
Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também devemos crer que Deus, levará, por Jesus, e com Jesus os que morrem n’Ele.
Eis o que vos declaramos, conforme a palavra do Senhor: por ocasião da vida do Senhor, nós, os que estivermos vivos, não precederemos os mortos.
Quando for dado o sinal, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do Céu e os que morreram em Cristo, ressurgirão primeiro. Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles sobre nuvens; iremos ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, portanto uns aos outros com estas palavras.

1ª João 5. 10 - 12
Quem crê no Filho de Deus tem em si mesmo o testemunho de Deus. Quem não crê em Deus, faz d’Ele mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu de Seu Filho. E o testemunho é este: Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida.

Apocalipse 22. 1 - 5
Depois, o anjo mostrou-me o Rio da Água da Vida, resplandecente como



cristal, que saía do trono de Deus, e do Cordeiro. No meio da praça, com o rio de um lado e de outro, está a Árvore da Vida, que produz frutos doze vezes, uma em cada mês, e cujas folhas servem para curar as nações. Nunca mais haverá ali maldição; o trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade e os Seus servos servi-Lo-ão; verão a Sua face e o Seu nome estará nas suas fontes. Não haverá mais noite e não precisarão de lâmpadas nem da luz do Sol, porque o Senhor Deus os iluminará e eles reinarão pelos séculos dos séculos.