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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O Domingo na Comunidade PN 2004

A Paróquia e o Domingo uma diocese em Sínodo...
Não foi por acaso que, ao sétimo dia, Deus descansou, segundo o livro do Génesis. É de direito divino descansar ao menos um dia em cada semana. O Homem encontra-se consigo mesmo, com Deus e com os outros.
Desde o nascimento da Igreja, os primeiros cristãos começaram a celebrar o primeiro dia da semana, o dia da ressurreição do Senhor, com cânticos dos salmos e leituras, começando depois a celebrar também a Eucaristia, o partir do pão e a bênção do mesmo, segundo a ordem de Jesus.
Como à Paróquia presidia um Bispo, era a comunidade maior sediada nas cidades, só quando passaram para o campo e mais tarde pelo séc. III ou IV atingiram as terras mais longínquas, aí surgiram Paróquias sem bispo, presididas por um presbítero ou diácono, umas com pia outras sem pia, isto é, umas com direito a baptizar e outras não, pois o ideal era sempre que alguns sacramentos, como os de iniciação cristã, fossem administrados pelo Bispo que, então, na igreja da cidade onde presidia, era já a diocese.
O Domingo foi sempre um dia sagrado para os cristãos, dia de oração, de missa, de encontro, de festa, de partilha, de fraternidade, de solidariedade, dia da família.
Criaram-se costumes interessantes que bem manifestam a importância do Domingo.
Antigamente a roupa de Domingo era diferente da roupa da festa e da semana. A roupa era normalmente comprada para a "festa", passava a ser a roupa domingueira e depois era a roupa da semana ou do trabalho.
Ao Domingo comia-se melhor, mas do que havia em casa, o chouriço, o presunto ou o toucinho ou outra parte do "frigo", a salgadeira.
A carne de vaca ou da melhor rês do rebanho era coisa que se usava apenas nas festas.
Era ao Domingo que as pessoas reservavam tempo para ir à missa e, no final, encontravam-se com os amigos. Quando estes estivessem doentes havia que destinar tempo, na tarde de Domingo, para os visitar, em casa, ou no Hospital.
Um outro tempo do Domingo era passado em família e, muitas vezes, um almoço mais demorado, talvez um piquenique, juntava-se a família. Os casados visitavam os seus progenitores, juntando-se muitas vezes os irmãos em grande cavaqueira na casa paterna até altas horas da tarde.
Era um ritual que o Domingo trouxe para além do descanso, convívio familiar, encontro com Deus na Oração ou na Eucaristia, enfim, o encontro com os outros amigos da mesma terra que normalmente ao sair da missa havia mais uns minutos de cavaqueira, com este ou com aquele, porque todos eram conhecidos e viviam na mesma terra, às vezes com os mesmos problemas.
Não era difícil esses momentos serem também momentos de decisões importantes, de acordos, para a comunidade, e às vezes com a "bênção" do padre, outras vezes, ocasião para coisas em contrário à harmonia.
Ao Domingo também era o dia destinado para o passeio ou para a romaria...
Mas, para um cristão, Domingo sem missa, não era Domingo e consideravam o maior dos pecados porque era apenas uma questão de tempo, e o tempo Deus dá-o de graça.
A missa era assim como o principal elo de união entre os paroquianos à volta do seu pároco. Dela as pessoas voltavam mais alegres e felizes a casa, por terem encontrado o transcendente, o absoluto, o divino e tendo-o comungado, voltam às suas casas, a comungar do bem ou do mal, que muitas vezes descobriam com os amigos, no fim da mesma.
Por isso, o Domingo não é um dia qualquer para uma Comunidade Cristã, como deve ser uma Paróquia.
Hoje, como sempre, não devíamos considerar uma obrigação a participação na missa dominical. O cristão, que o é por opção, deve sentir-se chamado, convidado a celebrar o Domingo participando na Eucaristia da Comunidade. Não vai por obrigação, mas por necessidade própria.
É por isso que "o cristão não pode viver sem o Domingo!" segundo a afirmação de um mártir cristão.
É claramente, devido à industrialização tecnológica, para muitos poderem satisfazer o repouso e à oração eucarística em dia de Domingo, mas, sempre poderá ser possível satisfazer religiosamente esta vivência dominical num dia de semana, para além do dia de Domingo.
Se a prática dominical por este motivo baixa, pode subir a prática semanal e todos os dias são dias de Deus. Todos os dias é tempo para Deus, para si mesmo, para a família e para os amigos.

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