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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Espiritualidade na Paróquia

A Paróquia e a Espiritualidade... numa Diocese em Sínodo
"Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles". Estas palavras de Jesus aplicam-se à Comunidade em que sempre devemos estar integrados.
A descoberta de Deus trinitário leva à descoberta do outro. O nosso Deus é um Deus de relação. A descoberta de Deus leva necessariamente a uma relação de amor, de diálogo que se projecta para os irmãos do lado, porque não podendo nós ver a face de Deus, reconhecendo a sua transcendência e o seu poder absoluto, Ele é o Criador e Todos somos irmãos.
Ser irmão é relação fraternal, é ser amor e quem ama aproxima-se e dialoga, ou se não dialoga, pelo menos gosta de estar ao pé de quem se ama. Se isto acontece em relação aos irmãos, o que se dirá em relação aos Pais e, em especial, ao Pai comum a quem chamamos Deus, Senhor do Céu e da Terra.
Deus não é exigente, mas é Amor.
Não é preciso grande arte para este diálogo que é oração, mas ela terá outro sabor, se fizermos o que fizeram os discípulos de Jesus: "Senhor, ensinai-nos a orar". Também podemos rezar com arte, isto é, rezar bem, com fé, com humildade e confiança. Sempre devem estes itens ser objecto de uma relação filial em relação aos irmãos.
Importa rezar com fé, com amor, humildade e solidariedade porque no mundo não estamos sós e reconhecemos a Deus nos irmãos, porque se amamos a Deus é porque amamos os irmãos, pois é mais fácil amar o que se conhece do que aquilo que não se conhece...
Já falamos da evangelização que nos abre os sentidos para o conhecimento de Deus e O amarmos mais.
A Humanidade tem necessidade deste diálogo amoroso com o seu Deus, um diálogo verdadeiro e autêntico. Às vezes é capaz de ter as mãos cheias de sangue e Deus dizer como no Antigo Testamento: "cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem, caso contrário os meus olhos fecham-se perante os vossos actos e os meus ouvidos fechar-se-ão à voz das vossas súplicas".
A nossa oração deve ser sempre nova, adaptada às circunstâncias e sempre em busca de uma nova imagem de Deus, que nos chama à conversão, que quer o nosso bem e que, se o soubermos fazer, Ele sempre nos atenderá: "Batei, batei e abrir-se-vos-á...".
Por vezes somos tentados mais a pedir a Deus do que a louvá-Lo, quando temos mais motivos para louvar do que para pedir. Ele sabe do que cada um precisa. Conhece-nos e até sabe o número dos nossos cabelos.
A oração de petição sustenta a ideia de eficácia com Deus, pois Ele faz o que diz: "Quando um filho lhe pede peixe, dar-lhe-á um escorpião?".
A Paróquia é um espaço composto de pessoas com cultura e costumes semelhantes que têm os mesmos objectivos comuns como um povo em marcha. Daí que este espaço é o espaço mais próprio para o crente que precisa de se relacionar com os outros e sente a necessidade de orar em conjunto com eles, porque a sua oração até parece ser diferente e ter mais força diante de Deus Pai.
É importante a oração individual, naturalmente, e é a partir dela que o orante sentirá a necessidade da oração comunitária, da oração com os outros, com os mais conhecidos.
A Paróquia é esse espaço privilegiado onde o crente encontra lugar e tempo próprio para a eucaristia, a oração por excelência do cristão, para outros momentos oferecidos pela Comunidade para a oração colectiva. Não só na administração de sacramentos, mas também noutros momentos paralitúrgicos...
Na Comunidade o crente encontra o ambiente que dá expressão vital à fé e não é possível rezar e roubar ao mesmo tempo, atraiçoar, prejudicar, maldizer ou cometer toda a espécie de injustiças e atropelos à dignidade e aos direitos dos outros...
É também, na Comunidade, onde pode e deve encontrar a escola de oração, para que a oração seja sempre um acto digno, um acto feito com arte, aquela arte que faz com que a oração seja a expressão sincera e autêntica, adequada e perfeita, confiante e humilde.
Não foi por acaso que este ano de pastoral 2002/2003 foi um ano em que o CPF levou a efeito uma reflexão, ao longo de todo o ano, sobre a oração, por especialistas nesta matéria, como são os senhores padres carmelitas.
Nós queremos uma vida com sabor, isto é, com qualidades, com entusiasmo, uma vida que seja sal da terra. Somos nós que, ao corrompermos a terra, deixamos de ser esse sal que não serve para nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens (Cf. Mt. 5,13).
Ao vermos hoje tantas desgraças, tanta corrupção, tanta violência que mais é que havemos de esperar?
Renovar a nossa aliança com Deus e com os homens.
É fazer com que este sal que somos não se deixe corromper neste mundo secularizado. É voltar à graça do baptismo que nos regenera pela Confissão e faz de nós membros activos, nos identifica com Cristo, nos abre o coração e a mente ao Espírito, nos faz disponíveis para os outros e nos põe à escuta interior que nos conduz à espontaneidade com alegria para a relação tanto com Ele, como com os Irmãos.
A Espiritualidade não consiste em escolher ou ir aqui ou acolá fazer exercícios espirituais, ou à igreja. Ela é algo mais fundamental, como um desejo interior que nos arrasta para Deus e para a Humanidade... e nos conduz a Cristo que nos amou até ao fim, à caridade que é o Amor e à oração que é a fonte de toda a vida espiritual. A vida espiritual é que conduz à Liturgia onde ritualmente se envolve o silêncio, a palavra, a posição do nosso corpo, todos gestos com um significado adequado àquilo que se está a viver.
Por isso a espiritualidade de um povo é o motivo mais forte que leva à Comunidade, é a alma da Comunidade. É o tal sopro que faz um povo viver como um só Corpo, um só Espírito porque baptizados num só Baptismo, no dizer de S. Paulo.
Esta espiritualidade vivida na Paróquia de N.ª Sr.ª de Fátima, naturalmente tem um outro sabor: é o sabor mariano, não fosse a Comunidade centrada no espírito de Maria, em N.ª Sr.ª de Fátima que é a Padroeira, a Senhora do Carmo, outro centro importante com Igreja e Seminário dentro da Comunidade, assim como em N.ª Sr.ª das Necessidades, com capela no coração do lugar da Abelheira.
A espiritualidade, como princípio de toda a vida sobrenatural, Graça de Deus pelo dom do Divino Espírito Santo, é chamada à Santidade, à unidade, e na diversidade dos seus dons, na variedade dos seus carismas.
Numa Diocese em Sínodo, como está a actuar o Espírito em cada uma das Paróquias, células da Diocese? A pergunta é extensiva a todas, inclusivé, à Paróquia de N.ª Sr.ª de Fátima.

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