POR QUÊ? VER PARTIR AMIGOS…
O SENTIDO DA VIDA
Os primeiros homens intuíram sempre um
sentimento de religiosidade e, assim para eles, a natureza e seus entes eram
coisas sagradas. Deste modo o Sol, a Terra, a Água, o Fogo, O Ar, etc… Foram
para todos os seus deuses e a multiplicação na era pagã de deuses produzidos
pela mitologia e pela arte. A pouco e pouco foram aparecendo outros mitos como
o aparecimento dos belzebus, dos fantasmas e lobisomens criados pelos próprios
humanos.
Gerações e gerações, séculos e séculos
passaram que, de ligados à natureza e a tais misticismos, foram descobrindo a
existência de algo transcendente e único, necessário e inatingível que seria o
criador de tudo, como todo-poderoso que por vontade própria, tudo criou
incluindo o Homem, a Mulher, isto é, toda a humanidade à sua semelhança e todas
as coisas.
Nesta altura surge o monoteísmo com uma
essência espiritual, fruto d’Este Deus criador
que fez tudo porque ama e está acima de qualquer lógica de ritos, crenças e
dogmas que mais tarde os homens constituíram nas religiões criadas pelos
próprios. Por isso mesmo, os sentimentos de religiosidade aparecem fora
de qualquer religião em particular. Imprescindível é que o ser humano reconheça
este pormenor da Vontade Divina, para então conseguir perceber qual é o real
objectivo da vida e como alcançá-lo.
Hoje, e já entrados
quase nos primeiros 20 anos do século XXI, todos percebem que a religiosidade
lhes é inerente. No entanto preferem fugir às regras, aos compromissos onde em
qualquer sociedade organizada tem de haver. Aparecem regras para a condução em sociedade ou comunidade
e, mesmo assim, acabaram por emergir em
conflitos íntimos de incoerências que inquietaram muitos, fazendo perderam força
e coragem para avançar em frente e assumirem compromissos estáveis e duradouros
na vida. Igualmente acontece hoje. Também é fruto da cultura do descartável. E
não há vida com sentido, se não há objectivos, planos e regras.
A vida não pode ser
somente um curto intervalo entre o nascimento, o crescimento e a morte (a
passagem). Há que pesquisar e aprofundar com sinceridade e seriedade o propósito
da Vontade Criadora de Deus. Um objecto fruto de Amor, mesmo dentro da lógica
natural das coisas, na vida não há lacunas, tudo é simples e coerente,
impulsionado por um constante progresso e evolução do espírito da Criação.
Há que nos libertarmos de
superficialidades e não sermos escravos delas. Muitos se apegam à conquista e
conservação do poder terreno, fazendo dos outros, escravos a seu bel-prazer ou
de domínio. Mas, o poder terreno deveria ser utilizado exclusivamente para o
bem, para melhorar este mundo, que é sempre um poder passageiro, que, no além,
não significa nada, tenha sido um simples ser humano, papa, bispo, sacerdote,
rei ou governante, magistrado ou um simples camponês,… um vago. Ocupe o lugar
que ocupar, terá de arcar com cada uma das consequências dos seus actos que
serão tanto mais graves quanto maior for o seu poder que lhe vem de dons
concedidos.
Quando parece que perdemos o “norte”, há que parar e
perguntar a nós mesmos: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? É preciso
saber profundamente quem sou, de onde vim para melhor fazer o caminho do
futuro. Quem assim fizer não se perde, mas reencontra-se e descobre esse
absoluto e poder divino. Descobre o verdadeiro e grande sentido para a vida.
Caso contrário tudo o que fizermos sem ter em conta a
nossa origem, caímos em banalidades artificiais e bonitas, mas que nos conduzem
ao vazio duma superficialidade que não interessa e nos conduz a decepções e ao
abismo depressa.
Jesus
designou a vinda do Filho do Homem como a última possibilidade de salvação.
O Homem quando cai em banalidades
depressa chega ao lixo, à grosseria. Nada lhe adiantará ter carro para andar e
atingir o que quer. Nem ter às mãos umas “canadianas” para andar, se não quiser
fazer caminho.
Se quiser alcançar o céu, não basta
olhar para ele, mas ter fé, esperança e caridade, não isoladamente, mas caminhando
de mãos dadas com os outros a fazer o bem, somente deste modo lhe será possível
reconhecer a Criação e onde se encontra, bem como as leis que a regem, segundo
a Vontade do Criador.
Para mim o cristianismo interpreta o
sentido da vida porque tem uma visão de mundo que nos ajuda a interpretar esse problema da existência da
vida. Explica as questões mais profundas da humanidade, o cristianismo está ao
lado dos mais fracos e dos mais explorados da nossa existência: “a vida após a
morte, a origem do universo, a existência e o carácter de Deus, o conflito
universal entre o bem e o mal.”
É um mistério que está e participa o nosso Deus na
pessoa do seu filho Jesus. Como é mistério, ficamos sempre interrogativos. Por
quê aconteceu isto e aquilo comigo, com aquele. Por quê àquele? Será um beco
sem saída? Mas o mais importante é seguir o Cristo que morreu na cruz e
ressuscitou para mostrar a verdade das suas palavras e dos seus gestos nos
últimos anos da sua vida.
S. Paulo expressa a
nossa vida, pondo-a em comparação com os atletas na 1ª Carta aos Coríntios 9. 24–27:
“Vós não sabeis que
dentre todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prémio? Corram de tal
modo que alcancem o prémio. Todos os que competem nos jogos se submetem a um
treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos
para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem
corre sem alvo, e não luto como quem empurra o ar. Mas empurro o meu corpo e
faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não
venha a ser reprovado.” Isto é, o que importa é que corram todos com coragem e
vontade de chegar à meta, mas os que vêm atrás, desde que não desistam e
cheguem à meta, encontraram o verdadeiro sentido da vida.
Faz sentido. É consistente. Se colocados à prova, dá relevância às buscas
mais vitais nas quais nos envolvemos. Não tenhais medo. Não tenhais medo das
ciências ou das filosofias.
As grandes religiões
procuram dar uma resposta sobre o sentido da vida, mas para mim, como cristão
penso ser verosímil tudo o que aprendi nesta fé que professo.
Assim aconteceu já com os judeus, O judaísmo é a religião do povo de Israel, e
constituiu a mais antiga religião monoteísta.
Foram os judeus, aliás, que deram origem ao monoteísmo, à crença num único
Deus. A origem do judaísmo encontra-se na aliança de Deus com o patriarca
Abraão, com Moisés e, por via destes, com todo povo judeu. Foi esta aliança que
fez dos judeus o povo eleito.
O islamismo é uma religião fundada por Maomé, que viveu na transição do
século VI para o século VII. O islamismo é uma religião teísta, cujas raízes se
estendem até Abraão
O budismo teve origem nos ensinamentos de Siddhartha Gautama, que viveu entre o
séc.V e VI a. C. O budismo é uma das principais religiões não teístas hoje
existentes que me custa entender que o Amor e a Perfeição estão só na dor.
O hinduísmo
é a principal religião da Índia e nasceu um milénio antes de Cristo. É uma
religião politeísta: crê na existência de um Deus supremo, Brahma,
e também numa variedade de outras divindades maiores e menores. Brahma, o Criador,
é um Deus impessoal que, em conjunto com a Xiva, o Destruidor, e o Vixnu, o Preservador,
formam uma trindade de deuses. Estes deuses garantem a ordem do mundo, a renovação
e a destruição de tudo o que existe. Dá a impressão que há 3 deuses em luta e
quem vence é ao Xiva, podendo destruir tudo.
O sentido da vida, pode ser descoberto pela religião e pelas filosofias e,
por isso, há opiniões várias sobre o sentido da vida podem por si próprias se
distinguir de pessoa para pessoa, bem como também podem variar no decorrer da
vida de cada um. Não existe consenso sobre este assunto, mas há filósofos que pensam que a vida só
pode ter sentido se a concepção teísta do mundo for verdadeira. Só Deus poderia
dar sentido à vida porque os seres humanos, sendo o resultado de um acto de
amor criador e intencional, não seriam apenas um acontecimento acidental da
natureza, um simples e insignificante fruto do acaso.
Deus garante o sentido da vida humana (e o seu valor) porque a criou com
um objectivo. E, ao criá-la com um objectivo, dar-nos-ia também a
possibilidade de superar a condição de mortais. Assim, se a morte pudesse ser
superada, se não for sua a última palavra, as nossas obras e projectos não estão
condenados a desaparecer para sempre: os nossos esforços teriam, então, uma
razão de ser.
Em síntese, alguns filósofos pensam que a seguinte tese é verdadeira: Diz S.
Paulo que se Deus não existisse seria vã a nossa fé.
E esta é a
minha fé.