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Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.
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segunda-feira, 25 de junho de 2012
domingo, 24 de junho de 2012
Os decisores políticos, económicos e sociais devem sentir que os cristãos e o cristianismo não são aspectos da vida privada e da sacristia. Opinião de Aguiar Gomes
Como cristãos, vivendo em Portugal, sentimos como todos os nossos concidadãos, um travo amargo da falta de esperança generalizada, um povo que perdeu a esperança. Os Portugueses andam angustiados. Aumentam as depressões. Crescem os suicídios. A violência intrafamiliar e na sociedade grita-nos, com grande fragor, que a falta de esperança se instalou. Não se vislumbram horizontes de alívio. Pelo contrário, muitos dos nossos concidadãos já perderam a força anímica para encontrar rotas novas. Parecemos um povo de derrotados. Muitos jovens, determinados a reencontrar-se e encontrar a esperança perdida, fluem para outras geografias econômicas, sociais, culturais e políticas. Empobrecem o País. Envelhecem-no.
Como cristãos, não nos passa despercebida esta angústia generalizada. Procuramos vi- vèr, orientados pela nossa fé, que queremos viva, conseqüente e interventiva. Porque acreditamos que cada homem é a imagem e o reflexo de Deus, não conseguimos tieixar de, publicamente, proclamar que "o amor de Deus se revela na responsabilidade pelo outro" (Spe Salvi n.°28).
Ao abraçarmos o Evangelho, fazendo dele a força motriz do nosso agir solidário e corresponsável, esforçamo-nos para que "o Evangelho não é (seja) apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera factos e muda a vida" (cf. Idem n.°2)
Por isso, como cristãos que se norteiam pelo Evangelho, temos a forte convicção de que teremos de gerar factos que mudem a vida dos que andam tristes, acabrunhados e infelizes. Daí a necessidade que sentimos de, publicamente, anunciar que "um mundo sem Deus, é um mundo sem esperança" (cf. Idem n.°44).
Quando toda a nossa envolvência entrou em colapso, e já nada parece ter retorno, a falta de esperança que tece o quotidiano de uma larguíssima faixa de Portugueses, marca de modo vincado a paisagem humana de Portugal!
É chegado o momento de proclamar a Esperança como um valor humano cheio de transcendência, que norteie a nossa vida individual, familiar e colectiva. "Torna-se evidente que o ser humano necessita de uma esperança que vá mais além" (Spe Salvi n.°30), de uma esperança que reencontre Deus, se centre em Deus e O busque sem cesar. Basta de nos esgotarmos dia a dia na procura de vãs e falaciosas ilusões de que é possível encontrar a esperança sem Deus, ou, então, nos deuses do consumo, do efêmero e do relativo. Deus, que é Amor, é a única fonte de esperança que nos alivia nos percalços, solavancos e tropeções que diariamente vamos sofrendo.
Por isso urge recolocar Deus em todos os
roteiros das nossas vidas. Sem vergonha. Sem receios. Ele, que é o Alfa e o Ófnega. O Princípio e o Fim.
Impõe-se-nos que a "Tempo e a Contra- Tempo" manifestemos que cremos em Deus que é Amor e rico em misericórdia e fonte de toda a Esperança. Os cristãos, homens e mulheres de esperança, têm de se tornar agentes decididos, interventivos e permanentes semeadores de esperança: Anunciando que a única esperança salvadora é Deus e agindo politica, cultural e socialmente, como é seu direito inalienável, nos diferentes meios em que se encontra para que sejam criadas condições dignas e justas para todos os nossos concidadãos como premissa da recuperação da esperança na justiça e na liberdade, no progresso harmonioso que respeite todo o homem e o homem todo.
Os decisores políticos, econômicos e sociais devem sentir que os cristãos e o cristianismo não são aspectos da vida privada e da sacristia. Os cristãos são homens e mulheres na plenitude dos direitos, mas também nos deveres de intervenção e de luta pela dignidade da pessoa humana. Chegou a hora de nós, cristãos pela esperança, clamarmos bem alto que a esperança é possível. A esperança é necessária. A esperança existe. A esperança urge. Pois só com a esperança se constrói o futuro! Uma sociedade sem esperança desaparece rapidamente. Sejamos todos semeadores de grãos de esperança à nossa volta. Sejamos homens e mulheres de esperança.
A esperança está erradicada na própria natureza humana. A sua falta é um dos mais graves sintomas da anunciada, defendida e promovida "morte de Deus" do seculo XX. Mas Deus não morre, Deus é. Os homens, por mais sábios e poderosos que sejam, não podem matar Deus. Mas podem eclipsá-Lo. Escondê-Lo. Afastá-Lo dos olhos e dos corações da humanidade. Porém, Deus está sempre presente. Disponivelmente amoroso. Não se impõe, Deus propõe-se a todos os homens. Neste momento de gravíssimo eclipse de Deus, e da agonia da esperança, só o regresso a Deus nos devolverá a esperança. Esperança que não se funda na gula do imediato, da deriva relativista em que tudo se eqüivale, na desmedida do consumo que aliena e é ecocida. A esperança que nos impele a busca incessante de Deus e na ordem temporal, a procura teimosa de soluções e alternativas à insatisfação face à mediocridade e a olhar alienadamente para um estado-solução que não é solução nenhuma, porque a solução está em nós, na nossa capacidade de ousar e inovar, de ser solidários, de compartilhar com os outros a nossa angústia e as nossa ideias. A esperança é liberdade. A esperança é solidária. A esperança está em Deus.
de Aguiar Gomes, in D.M.
Creio que Deus é coração Preparando o Ano da Fé, de Dário Pedroso
Creio que Deus é coração Preparando o Ano da Fé,
de Dário Pedroso
de Dário Pedroso
Falar do amor é falar do coração, pois este é considerado por todos como símbolo do amor. Usamos até expressões como estas: «amo-te de todo o meu coração», «tu és a riqueza do meu coração». E quando uma pessoa é boa dizemos que tem «um «coração de oiro», e quando é má que tem «um coração de pedra». Todos, dum modo particular a gente nova, usam o desenho do coração trespassado pela seta para indicar que amam, que estão apaixonados, que sentem o coração ao rubro. Usamos hoje o coração como símbolo de associações humanitárias, como símbolo de partidos ou grupos, sempre com o desejo de expressar amor, doação, partilha, fraternidade, etc. Até se usa o coração nos brincos, nas pulseiras, sempre para ter presente a realidade do amor, que implica dom, perdão, carinho, etc.
Se Deus é Amor (1 Jo 4, 8), bem podemos afirmar que Deus é Coração, que Deus tem Coração, que Deus é um Coração de infinito amor, de amor louco e apaixonado pelos homens, que não sabe nem pode fazer outra coisa senão amar de um modo divino, infinito, gratuito. Esse Amor que Deus é chegou até nós de um modo particular em Jesus, o Verbo encarnado, que amou e continua a amar-nos com todo o amor divino e todo o amor humano. Jesus é um Coração que ama ou, como indica um título de um livro, é «Um amor chamado Jesus».
Crer em Jesus Cristo é acreditar no seu amor, é acreditar que Ele é um Coração que nos ama. Coração amigo, disponível, atento, bondoso, magnânimo, misericordioso, delicado, etc. Seu Coração é escola de vida e de santidade. Por isso nos disse: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de Coração». Ao colocar o seu Coração, símbolo de todo o seu amor, como modelo de vida e de santidade, Jesus indica-nos que devemos ter um coração semelhante ao d'Ele. Afinal, a santidade não é outra coisa senão ter um coração bom, que ama ao jeito de jesus.
A Bíblia apresenta-se-nos como um livro de «cardiologia». A palavra coração aparece 834 vezes e sempre para revelar as realidades mais profundas, mais íntimas, mesmo quando fala do cosmo e nos diz «o coração do mar», «o coração da terra», «o coração dos céus», «o coração dos abismos». E ao falar do homem coloca as qualidades intelectuais no coração, pois o «coração é sábio», «o coração pensa», «o coração é inteligente», «o coração é arguto», etc. E coloca no coração as qualidade morais: «coração humilde», «coração manso», «coração orgulhoso», etc. Para a linguagem bíblica, o coração é o centro de todas as actividades: geme, sofre, alegra-se, ama, angustia-se, etc. O homem é o que é o seu coração. Deus, que é Coração, revela-Se ao coração do homem.
Crer em Deus significa, pois, crer no Coração que nos ama com amor infinito. E Jesus revela-nos esse Coração e esse amor em cada página do Evangelho: ternura com as crianças, cura de doentes, compaixão da multidão cansada e faminta, lágrimas que chora pela morte do amigo, perdão aos pecadores, aproximação aos marginais, instituição da Eucaristia, dom da vida na Cruz, etc. Cada página do Evangelho revela-nos o Coração do Senhor em atitude de amor, de dom, de entrega, de misericórdia, de compaixão. A nova evangelização, como a civilização do amor nascem do Coração de Cristo que, por mistério insondável do amor, continua aberto de par em par por toda a eternidade. E continua a convidar-nos a entrar no seu Coração, para encontrarmos refúgio e repouso, para nos incendiarmos no seu amor. E nós, como São Bernardo, continuaremos a dizer: «Sempre que me falte alguma coisa, vou buscá-la ao Coração de Jesus». Ele é a fonte de todo o bem, de toda a graça, de todo o amor.
De Dário Pedroso, in D.M.
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