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domingo, 10 de junho de 2012

Ciência & Religião-“O princípio de todas as coisas” in Além - Mar dos padres Combonianos

Ciência & Religião

“O princípio de todas as coisas”

Recuando no tempo, a ciência per- mite-nos conhecer, na medida do possível, até ao Big Bang. O que está imediatamente antes, que despoleta esse explosivo momento «criador» do Universo, do espaço e do tempo, o homem só o consegue perspecti­var apoiando-se na noção de Deus. Mas esta não é científica e racional­mente verificável. Daqui surgem as grandes questões do Homem: Como tudo começou? Para onde vamos? Quem somos? Estamos sós no Universo? Existe Deus?

Neste O Princípio de Todas as Coi­sas, Hans Küng percorre inúmeros pensadores, fiolósofos, cientistas (de Copérnico a Galileu, de Albert Eins- tein a Stephen Hawking, de Descar­tes a Nietzsche), transportando o leitor pelos meandros da matemáti­ca, física, astrofísica, filosofia, teolo­gia, antropologia ou história.

O autor desmonta incongruências nas teses de alguns nomes de relevo, mas, na maioria dos casos, dedica-se antes a deixar a nu as insuficiências das ciências que falham na explicação do todo, sendo que o todo é a origem, a lógica das coisas, da vida. Esbarram as ciências naquilo que Küng apelida de «questões-limite face às quais ter­minam as competências da matemáti­ca e da física».

O autor não nega as ciências, an­tes lhes aponta limitações. Por outro lado, reconhece também as limitações quando se buscam respostas pelo lado «Deus». Na procura de uma verdade intelectualmente honesta (passe a re­dundância - não será verdade, de fac- to, se desonesta!) é feita também uma desconstrução de matérias de religião. Pode ler-se por isso um preeminente teólogo como o autor a concordar, ain­da que em parte, com Freud e Marx! No final, juntam-se Ciência e Religião, numa coexistência não isenta de limi­tações quando se trata de comprovar as suas explicações do princípio de to­das as coisas.

Não sendo uma obra especialmente extensa, não deixa de ser relevante a quantidade de disciplinas e de ques­tões vitais que Küng consegue tratar em apenas 220 páginas! Apesar de a linguagem utilizada ser simples e acessível, esta não deixa de ser uma leitura com alguma densida­de - pela complexidade da matéria em análise e pela forma acadêmica como é apresentado o rol de autores e respetivos contributos nas mais diversas áreas do saber.

A propósito do desconhecimento de causa de alguns cientistas quando tratam da questão religiosa, Küng afirma que, «na política, a maioria dos eleitores decide com base numa racionalidade pouco informada, ou seja, mais de acordo com os seus instintos. Na ciência, assim quere­mos acreditar, as coisas deveriam estar melhor do que na política». Da mesma forma na cabeça de quem busca resposta às questões primor­diais do Homem, não se contentan­do com «receitas» para consumir como verdades que na realidade nem são bem compreendidas. Este é o contributo de Hans Küng para que assim seja.      

De Filipe Messeser, In Além-Mar *  Junho de 2012
   

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