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Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.
A partir de agora poderão encontrar-me em:
http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com
Obrigado
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sábado, 28 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Vila Afonso um Homem Bom de Viana-voluntário-Ex-Di...
Luís Vila Afonso (foto 1)
Luís dos Santos Vila Afonso, ex-membro do Conselho Paroquial de Pastoral, atingiu o Jubileu da sua carreira e no despacho 121/SERE/93, publicado no DR-2ª série n.º 159, de 09/07/1993, foi-lhe prestada pública homenagem pelos 50 anos de serviço à causa pública.
Do mesmo modo, o Ministro da Educação, através do Desp. 173/ME/93, distinguiu-o com a carta de reconhecimento pelos bons serviços prestados.
Também o Governo Civil do distrito de Viana do Castelo promoveu um jantar onde participaram muitos amigos numa homenagem muito justa.
De facto, Luís Vila Afonso, natural de Bragança, trabalhou 44 anos ao serviço do M. da Educação, em Bragança, Lisboa, Viseu e Vila Real. Foi Director Escolar deste Distrito desde 1957, cargo que já anteriormente exercia em Ponta Delgada. Para além de 6 anos de serviços administrativos, exerceu funções docentes leccionando Didáctica Especial e Legislação e Administração Escolar.
Vila Afonso é sem dúvida uma pessoa de verticalidade, educação esmerada e trato fino, dedicando-se à causa com esmero e rectidão, e bem se pode apontar como exemplo a seguir.
Setembro 1993
Dr. Luís Vila Afonso
Dr. Luís Vila Afonso, nasceu no dia da criança de 1923 em Sta Maria da cidade de Bragança, filho de João Alfredo Afonso, Chefe de Conservação da Junta Autónoma de Estradas e de Maria dos Prazeres Santos Vila, doméstica. Fez a Escola Primária e completou-a em Bragança, assim como o 7º ano liceal. Concorreu para a função pública e foi parar a Lisboa até porque queria continuar a estudar. Tendo tido problemas de saúde, voltou para Bragança, e trabalhou na Direcção de Estradas de Bragança ao mesmo tempo a tirar o Curso de Magistério Primário.
Acabado o curso, casou com aquela que já tinha conhecido no Liceu, a D. Esperança do Céu Garcia, de Miranda do Douro e foi para o Concelho de Alijó, do distrito Vila Real, assumir funções de professor.
Depois, por concurso, foi para Cinfães, do distrito Viseu, depois para Valpaços, de Vila Real. Aí foi-lhe dirigido um honroso convite para professor de Didáctica Especial e Legislação Escolar, no Magistério Primário de Bragança, sendo, dois anos depois, convidado para Adjunto Escolar da Direcção de Ponta Delgada, Açores para onde seguiu acompanhado da sua esposa, esta com pedido de licença ilimitada.
Em Ponta Delgada foi nomeado Director Escolar. Estas nomeações foram sempre aceites com certa contrariedade porque razões familiares não permitiam tantas mudanças. Era casado e só em Valpaços a D. Esperança pôde trabalhar junto do marido.
Manteve-se em Ponta Delgada quatro anos. Após esse tempo, foi mandado em destacamento para assumir a Direcção Escolar de Viana do Castelo, pelo Secretário de Estado, Dr. Rebelo Sousa, pai do actual Dr. Marcelo Rebelo de Sousa e, seguidamente, nomeado Director Titular deste Distrito, onde esteve até à aposentação, isto é, desde 19 de Outubro de 1957 a 1 de Junho de 1993. Para aquém da Revolução de 25 de Abril ainda se manteve 18 anos, o que significa que Vila Afonso foi um funcionário do Estado com um carácter e personalidade independentes da política, tão legal e humano que nunca os políticos tiveram razões para o contestar, tanto antes como depois do 25 de Abril.
O Dr. Luís Vila Afonso foi sempre um homem correcto na sua vida profissional, bom marido e bom pai de família. A D. Esperança deu-lhe dois filhos: a Luísa e o Luís. A Luísa está formada, é médica, com especialidade em Patologia Clínica, casada, por sua vez, com outro médico, Dr. Valério Leite, com a mesma especialidade e ambos gerem o Laboratório Vianalab, à Rua da Picota. O Luís é Funcionário Público nesta cidade e é solteiro.
Um homem que foi Director Escolar 38 anos, quase na totalidade em Viana do Castelo, não pode passar desapercebido à população distrital. Quando chegou à reforma não aceitou homenagens, mas parece que um homem destes não deveria Viana deixar cair no esquecimento, pois não haverá ninguém nesta região que melhor a conheça, desde a fome à riqueza, desde o saber à ignorância, desde as subestruturas escolares ao desenvolvimento escolar. Uma vez, junto do Ministro Veiga Simão, eu o vi aplaudir este ministro, na vila de Caminha, quando o referido ministro disse que “onde houver uma criança, tem de haver uma escola...”
A filosofia agora pode ter mudado, talvez tenha o seu lugar, mas naquela altura era assim que se pensava porque no interior havia muitas crianças que não tinham acesso ao ciclo complementar da 5ª e 6ª classe.
Dr. Vila Afonso, para além de ser um funcionário exemplar, aliás uma exigência da sua própria maneira de ser e duma consciência cristã e moral bem formada, dedicou-se muito à Igreja. Foi da JAC em Bragança, da JOC em Viana, Cursista de Cristandade, membro do Senado Paroquial no tempo do Padre Neiva, membro do Conselho Paroquial de Pastoral de Nª Sr.ª de Fátima, tesoureiro do Ozanan – Centro de Juventude e ainda hoje é membro da Direcção do Centro Paroquial de Formação, participando em encontros e, sobretudo, nos encontros de carácter social, como aconteceu já por duas vezes, em Fátima e no Porto, como membro da Rede Europeia Anti-Pobreza, pelo Centro Social da sua Paróquia.
Mas, a propósito deste perfil religioso, o mais interessante é que durante o seu desempenho profissional nunca deixou de insistir no cumprimento do programa, tendo em conta as aulas de religião e moral nas escolas.
Viana não pode esquecer o Dr. Vila Afonso como um Director Escolar que, tendo sido funcionário público como tantos outros, nunca abdicou do seu dever, como gestor, sempre cumpridor, numa área tão difícil, a da educação. E não sendo Vianense de nascimento, foi alguém que adoptou Viana e o seu Distrito, onde deu o melhor que pôde e sabia da sua vida ao longo de 46 anos, bem merecia que as entidades responsáveis por esta terra lhe reconhecessem o mérito apesar dos louvores que saíram no Diário da República por ocasião da sua passagem à reforma.
Julho 2003
Esperança do Céu Garcia e a Língua Mirandesa – Foto 108
Esperança do Céu nasceu no lugar de Aldeia Nova da freguesia e concelho de Miranda do Douro, em 06 de Abril de 1924, frequentou a escola primária em Sebadelhe, concelho de Vila Nova de Foscoa, distrito da Guarda, estudou e concluiu o terceiro ciclo dos liceus no Liceu Nacional de Bragança, cidade onde se diplomou com o curso do Magistério Primário, em 1946. Exerceu actividade docente nos distritos de Bragança, Vila Real, Ponta Delgada (Açores) e Viana do Castelo. Aqui exerceu a docência no ciclo complementar na escola do Carmo e no elementar, na escola da Avenida, onde se aposentou em 1991.
Casou com Luís dos Santos Vila Afonso em 1949 na cidade de Bragança e fixou residência em Viana do Castelo em 1957, acompanhando o marido que veio exercer funções de Director Escolar deste Distrito e de quem aqui já nos referimos por duas vezes.
Era filha de Augusto César Garcia, professor, com docência nos distritos da Guarda, Bragança e Viana do Castelo. No distrito de Bragança, exerceu actividade docente e foi Delegado Escolar do concelho de Vinhais, funções que deixou para se aproximar de sua filha Esperança, concorrendo em 1958/59 para a escola de Afife-Viana do Castelo, onde se aposentou, fixando residência no lugar do Calvário da freguesia da Meadela, onde faleceu. A sua mãe chamava-se Ana Rosa Raposo, doméstica (também já falecida).
Teve um irmão o José do Nascimento Garcia, Engenheiro Agrónomo, que exerceu actividade em Moçambique, Mirandela, distrito de Bragança, e Vila Real; casou com Maria Luísa Horta Salvado, professora nos distritos de Bragança, Vila Real e Viana do Castelo (nas escolas de Meadela e do Carmo, onde se aposentou) a residir na zona da Abelheira desta cidade e pai de 4 filhos: Ana Luísa, casada, com Nuno e com residência em Lisboa; José Paulo Garcia, casado com Teresa, a residir em Afife – Viana do Castelo; Maria Clara e Rita Maria, solteiras, com actividade e residências no Porto. Teve também duas imãs: a Ana Maria Garcia, gémea com Maria Fernanda Garcia (já falecida), solteiras e ambas professoras, com docência nos distritos de Bragança, Vila Real e Viana do Castelo, aposentadas na escola do Calvário da freguesia de Meadela, com residência na mesma localidade. Cristãs católicas por convicção, muito comprometidas e dedicadas ao serviço da Igreja e com profundos conhecimentos teológicos.
A D. Esperança é mãe do Luís Nuno, solteiro, natural de Bragança, exercendo funções na Tesouraria da Secção de Finanças de Viana do Castelo e Luísa da Conceição, casada com Valério Leite, natural de Viana do Castelo, médica no Hospital de Espinho, a residir em Mira Mar. O seu marido também é médico.
A D. Esperança ainda não esqueceu a língua materna, o mirandês, dialecto asturioleonês falado por 5.000 pessoas dos cerca de 15.000 habitantes dos concelhos do Douro e Vimioso. Um dia escreveu ao pároco em Mirandês o seguinte, sobre formação de cultura religiosa, em que costuma participar, organizada pela Paróquia de 15 em 15 dias.
“Bônas noites:
Tengo a dezirbos que gostei muito de benir à la doutrina aqui à la casa del cura, mas agora já me gustabam las férias. Gostei muito de todos bós e aprendi muito cum bosco.
Pal’anho tenem os de benir outra beze para ber si ficamos a saber tanto cumo ti cura”.
O governo elevou o mirandês à categoria de língua oficial naquela região.
P. C.
Junho 2006
Luís Vila Afonso (foto 1)
Luís dos Santos Vila Afonso, ex-membro do Conselho Paroquial de Pastoral, atingiu o Jubileu da sua carreira e no despacho 121/SERE/93, publicado no DR-2ª série n.º 159, de 09/07/1993, foi-lhe prestada pública homenagem pelos 50 anos de serviço à causa pública.
Do mesmo modo, o Ministro da Educação, através do Desp. 173/ME/93, distinguiu-o com a carta de reconhecimento pelos bons serviços prestados.
Também o Governo Civil do distrito de Viana do Castelo promoveu um jantar onde participaram muitos amigos numa homenagem muito justa.
De facto, Luís Vila Afonso, natural de Bragança, trabalhou 44 anos ao serviço do M. da Educação, em Bragança, Lisboa, Viseu e Vila Real. Foi Director Escolar deste Distrito desde 1957, cargo que já anteriormente exercia em Ponta Delgada. Para além de 6 anos de serviços administrativos, exerceu funções docentes leccionando Didáctica Especial e Legislação e Administração Escolar.
Vila Afonso é sem dúvida uma pessoa de verticalidade, educação esmerada e trato fino, dedicando-se à causa com esmero e rectidão, e bem se pode apontar como exemplo a seguir.
Setembro 1993
Dr. Luís Vila Afonso
Dr. Luís Vila Afonso, nasceu no dia da criança de 1923 em Sta Maria da cidade de Bragança, filho de João Alfredo Afonso, Chefe de Conservação da Junta Autónoma de Estradas e de Maria dos Prazeres Santos Vila, doméstica. Fez a Escola Primária e completou-a em Bragança, assim como o 7º ano liceal. Concorreu para a função pública e foi parar a Lisboa até porque queria continuar a estudar. Tendo tido problemas de saúde, voltou para Bragança, e trabalhou na Direcção de Estradas de Bragança ao mesmo tempo a tirar o Curso de Magistério Primário.
Acabado o curso, casou com aquela que já tinha conhecido no Liceu, a D. Esperança do Céu Garcia, de Miranda do Douro e foi para o Concelho de Alijó, do distrito Vila Real, assumir funções de professor.
Depois, por concurso, foi para Cinfães, do distrito Viseu, depois para Valpaços, de Vila Real. Aí foi-lhe dirigido um honroso convite para professor de Didáctica Especial e Legislação Escolar, no Magistério Primário de Bragança, sendo, dois anos depois, convidado para Adjunto Escolar da Direcção de Ponta Delgada, Açores para onde seguiu acompanhado da sua esposa, esta com pedido de licença ilimitada.
Em Ponta Delgada foi nomeado Director Escolar. Estas nomeações foram sempre aceites com certa contrariedade porque razões familiares não permitiam tantas mudanças. Era casado e só em Valpaços a D. Esperança pôde trabalhar junto do marido.
Manteve-se em Ponta Delgada quatro anos. Após esse tempo, foi mandado em destacamento para assumir a Direcção Escolar de Viana do Castelo, pelo Secretário de Estado, Dr. Rebelo Sousa, pai do actual Dr. Marcelo Rebelo de Sousa e, seguidamente, nomeado Director Titular deste Distrito, onde esteve até à aposentação, isto é, desde 19 de Outubro de 1957 a 1 de Junho de 1993. Para aquém da Revolução de 25 de Abril ainda se manteve 18 anos, o que significa que Vila Afonso foi um funcionário do Estado com um carácter e personalidade independentes da política, tão legal e humano que nunca os políticos tiveram razões para o contestar, tanto antes como depois do 25 de Abril.
O Dr. Luís Vila Afonso foi sempre um homem correcto na sua vida profissional, bom marido e bom pai de família. A D. Esperança deu-lhe dois filhos: a Luísa e o Luís. A Luísa está formada, é médica, com especialidade em Patologia Clínica, casada, por sua vez, com outro médico, Dr. Valério Leite, com a mesma especialidade e ambos gerem o Laboratório Vianalab, à Rua da Picota. O Luís é Funcionário Público nesta cidade e é solteiro.
Um homem que foi Director Escolar 38 anos, quase na totalidade em Viana do Castelo, não pode passar desapercebido à população distrital. Quando chegou à reforma não aceitou homenagens, mas parece que um homem destes não deveria Viana deixar cair no esquecimento, pois não haverá ninguém nesta região que melhor a conheça, desde a fome à riqueza, desde o saber à ignorância, desde as subestruturas escolares ao desenvolvimento escolar. Uma vez, junto do Ministro Veiga Simão, eu o vi aplaudir este ministro, na vila de Caminha, quando o referido ministro disse que “onde houver uma criança, tem de haver uma escola...”
A filosofia agora pode ter mudado, talvez tenha o seu lugar, mas naquela altura era assim que se pensava porque no interior havia muitas crianças que não tinham acesso ao ciclo complementar da 5ª e 6ª classe.
Dr. Vila Afonso, para além de ser um funcionário exemplar, aliás uma exigência da sua própria maneira de ser e duma consciência cristã e moral bem formada, dedicou-se muito à Igreja. Foi da JAC em Bragança, da JOC em Viana, Cursista de Cristandade, membro do Senado Paroquial no tempo do Padre Neiva, membro do Conselho Paroquial de Pastoral de Nª Sr.ª de Fátima, tesoureiro do Ozanan – Centro de Juventude e ainda hoje é membro da Direcção do Centro Paroquial de Formação, participando em encontros e, sobretudo, nos encontros de carácter social, como aconteceu já por duas vezes, em Fátima e no Porto, como membro da Rede Europeia Anti-Pobreza, pelo Centro Social da sua Paróquia.
Mas, a propósito deste perfil religioso, o mais interessante é que durante o seu desempenho profissional nunca deixou de insistir no cumprimento do programa, tendo em conta as aulas de religião e moral nas escolas.
Viana não pode esquecer o Dr. Vila Afonso como um Director Escolar que, tendo sido funcionário público como tantos outros, nunca abdicou do seu dever, como gestor, sempre cumpridor, numa área tão difícil, a da educação. E não sendo Vianense de nascimento, foi alguém que adoptou Viana e o seu Distrito, onde deu o melhor que pôde e sabia da sua vida ao longo de 46 anos, bem merecia que as entidades responsáveis por esta terra lhe reconhecessem o mérito apesar dos louvores que saíram no Diário da República por ocasião da sua passagem à reforma.
Julho 2003
Esperança do Céu Garcia e a Língua Mirandesa – Foto 108
Esperança do Céu nasceu no lugar de Aldeia Nova da freguesia e concelho de Miranda do Douro, em 06 de Abril de 1924, frequentou a escola primária em Sebadelhe, concelho de Vila Nova de Foscoa, distrito da Guarda, estudou e concluiu o terceiro ciclo dos liceus no Liceu Nacional de Bragança, cidade onde se diplomou com o curso do Magistério Primário, em 1946. Exerceu actividade docente nos distritos de Bragança, Vila Real, Ponta Delgada (Açores) e Viana do Castelo. Aqui exerceu a docência no ciclo complementar na escola do Carmo e no elementar, na escola da Avenida, onde se aposentou em 1991.
Casou com Luís dos Santos Vila Afonso em 1949 na cidade de Bragança e fixou residência em Viana do Castelo em 1957, acompanhando o marido que veio exercer funções de Director Escolar deste Distrito e de quem aqui já nos referimos por duas vezes.
Era filha de Augusto César Garcia, professor, com docência nos distritos da Guarda, Bragança e Viana do Castelo. No distrito de Bragança, exerceu actividade docente e foi Delegado Escolar do concelho de Vinhais, funções que deixou para se aproximar de sua filha Esperança, concorrendo em 1958/59 para a escola de Afife-Viana do Castelo, onde se aposentou, fixando residência no lugar do Calvário da freguesia da Meadela, onde faleceu. A sua mãe chamava-se Ana Rosa Raposo, doméstica (também já falecida).
Teve um irmão o José do Nascimento Garcia, Engenheiro Agrónomo, que exerceu actividade em Moçambique, Mirandela, distrito de Bragança, e Vila Real; casou com Maria Luísa Horta Salvado, professora nos distritos de Bragança, Vila Real e Viana do Castelo (nas escolas de Meadela e do Carmo, onde se aposentou) a residir na zona da Abelheira desta cidade e pai de 4 filhos: Ana Luísa, casada, com Nuno e com residência em Lisboa; José Paulo Garcia, casado com Teresa, a residir em Afife – Viana do Castelo; Maria Clara e Rita Maria, solteiras, com actividade e residências no Porto. Teve também duas imãs: a Ana Maria Garcia, gémea com Maria Fernanda Garcia (já falecida), solteiras e ambas professoras, com docência nos distritos de Bragança, Vila Real e Viana do Castelo, aposentadas na escola do Calvário da freguesia de Meadela, com residência na mesma localidade. Cristãs católicas por convicção, muito comprometidas e dedicadas ao serviço da Igreja e com profundos conhecimentos teológicos.
A D. Esperança é mãe do Luís Nuno, solteiro, natural de Bragança, exercendo funções na Tesouraria da Secção de Finanças de Viana do Castelo e Luísa da Conceição, casada com Valério Leite, natural de Viana do Castelo, médica no Hospital de Espinho, a residir em Mira Mar. O seu marido também é médico.
A D. Esperança ainda não esqueceu a língua materna, o mirandês, dialecto asturioleonês falado por 5.000 pessoas dos cerca de 15.000 habitantes dos concelhos do Douro e Vimioso. Um dia escreveu ao pároco em Mirandês o seguinte, sobre formação de cultura religiosa, em que costuma participar, organizada pela Paróquia de 15 em 15 dias.
“Bônas noites:
Tengo a dezirbos que gostei muito de benir à la doutrina aqui à la casa del cura, mas agora já me gustabam las férias. Gostei muito de todos bós e aprendi muito cum bosco.
Pal’anho tenem os de benir outra beze para ber si ficamos a saber tanto cumo ti cura”.
O governo elevou o mirandês à categoria de língua oficial naquela região.
P. C.
Junho 2006
Luís dos Santos Vila Afonso, ex-membro do Conselho Paroquial de Pastoral, atingiu o Jubileu da sua carreira e no despacho 121/SERE/93, publicado no DR-2ª série n.º 159, de 09/07/1993, foi-lhe prestada pública homenagem pelos 50 anos de serviço à causa pública.
Do mesmo modo, o Ministro da Educação, através do Desp. 173/ME/93, distinguiu-o com a carta de reconhecimento pelos bons serviços prestados.
Também o Governo Civil do distrito de Viana do Castelo promoveu um jantar onde participaram muitos amigos numa homenagem muito justa.
De facto, Luís Vila Afonso, natural de Bragança, trabalhou 44 anos ao serviço do M. da Educação, em Bragança, Lisboa, Viseu e Vila Real. Foi Director Escolar deste Distrito desde 1957, cargo que já anteriormente exercia em Ponta Delgada. Para além de 6 anos de serviços administrativos, exerceu funções docentes leccionando Didáctica Especial e Legislação e Administração Escolar.
Vila Afonso é sem dúvida uma pessoa de verticalidade, educação esmerada e trato fino, dedicando-se à causa com esmero e rectidão, e bem se pode apontar como exemplo a seguir.
Setembro 1993
Dr. Luís Vila Afonso
Dr. Luís Vila Afonso, nasceu no dia da criança de 1923 em Sta Maria da cidade de Bragança, filho de João Alfredo Afonso, Chefe de Conservação da Junta Autónoma de Estradas e de Maria dos Prazeres Santos Vila, doméstica. Fez a Escola Primária e completou-a em Bragança, assim como o 7º ano liceal. Concorreu para a função pública e foi parar a Lisboa até porque queria continuar a estudar. Tendo tido problemas de saúde, voltou para Bragança, e trabalhou na Direcção de Estradas de Bragança ao mesmo tempo a tirar o Curso de Magistério Primário.
Acabado o curso, casou com aquela que já tinha conhecido no Liceu, a D. Esperança do Céu Garcia, de Miranda do Douro e foi para o Concelho de Alijó, do distrito Vila Real, assumir funções de professor.
Depois, por concurso, foi para Cinfães, do distrito Viseu, depois para Valpaços, de Vila Real. Aí foi-lhe dirigido um honroso convite para professor de Didáctica Especial e Legislação Escolar, no Magistério Primário de Bragança, sendo, dois anos depois, convidado para Adjunto Escolar da Direcção de Ponta Delgada, Açores para onde seguiu acompanhado da sua esposa, esta com pedido de licença ilimitada.
Em Ponta Delgada foi nomeado Director Escolar. Estas nomeações foram sempre aceites com certa contrariedade porque razões familiares não permitiam tantas mudanças. Era casado e só em Valpaços a D. Esperança pôde trabalhar junto do marido.
Manteve-se em Ponta Delgada quatro anos. Após esse tempo, foi mandado em destacamento para assumir a Direcção Escolar de Viana do Castelo, pelo Secretário de Estado, Dr. Rebelo Sousa, pai do actual Dr. Marcelo Rebelo de Sousa e, seguidamente, nomeado Director Titular deste Distrito, onde esteve até à aposentação, isto é, desde 19 de Outubro de 1957 a 1 de Junho de 1993. Para aquém da Revolução de 25 de Abril ainda se manteve 18 anos, o que significa que Vila Afonso foi um funcionário do Estado com um carácter e personalidade independentes da política, tão legal e humano que nunca os políticos tiveram razões para o contestar, tanto antes como depois do 25 de Abril.
O Dr. Luís Vila Afonso foi sempre um homem correcto na sua vida profissional, bom marido e bom pai de família. A D. Esperança deu-lhe dois filhos: a Luísa e o Luís. A Luísa está formada, é médica, com especialidade em Patologia Clínica, casada, por sua vez, com outro médico, Dr. Valério Leite, com a mesma especialidade e ambos gerem o Laboratório Vianalab, à Rua da Picota. O Luís é Funcionário Público nesta cidade e é solteiro.
Um homem que foi Director Escolar 38 anos, quase na totalidade em Viana do Castelo, não pode passar desapercebido à população distrital. Quando chegou à reforma não aceitou homenagens, mas parece que um homem destes não deveria Viana deixar cair no esquecimento, pois não haverá ninguém nesta região que melhor a conheça, desde a fome à riqueza, desde o saber à ignorância, desde as subestruturas escolares ao desenvolvimento escolar. Uma vez, junto do Ministro Veiga Simão, eu o vi aplaudir este ministro, na vila de Caminha, quando o referido ministro disse que “onde houver uma criança, tem de haver uma escola...”
A filosofia agora pode ter mudado, talvez tenha o seu lugar, mas naquela altura era assim que se pensava porque no interior havia muitas crianças que não tinham acesso ao ciclo complementar da 5ª e 6ª classe.
Dr. Vila Afonso, para além de ser um funcionário exemplar, aliás uma exigência da sua própria maneira de ser e duma consciência cristã e moral bem formada, dedicou-se muito à Igreja. Foi da JAC em Bragança, da JOC em Viana, Cursista de Cristandade, membro do Senado Paroquial no tempo do Padre Neiva, membro do Conselho Paroquial de Pastoral de Nª Sr.ª de Fátima, tesoureiro do Ozanan – Centro de Juventude e ainda hoje é membro da Direcção do Centro Paroquial de Formação, participando em encontros e, sobretudo, nos encontros de carácter social, como aconteceu já por duas vezes, em Fátima e no Porto, como membro da Rede Europeia Anti-Pobreza, pelo Centro Social da sua Paróquia.
Mas, a propósito deste perfil religioso, o mais interessante é que durante o seu desempenho profissional nunca deixou de insistir no cumprimento do programa, tendo em conta as aulas de religião e moral nas escolas.
Viana não pode esquecer o Dr. Vila Afonso como um Director Escolar que, tendo sido funcionário público como tantos outros, nunca abdicou do seu dever, como gestor, sempre cumpridor, numa área tão difícil, a da educação. E não sendo Vianense de nascimento, foi alguém que adoptou Viana e o seu Distrito, onde deu o melhor que pôde e sabia da sua vida ao longo de 46 anos, bem merecia que as entidades responsáveis por esta terra lhe reconhecessem o mérito apesar dos louvores que saíram no Diário da República por ocasião da sua passagem à reforma.
Julho 2003
Esperança do Céu Garcia e a Língua Mirandesa – Foto 108
Esperança do Céu nasceu no lugar de Aldeia Nova da freguesia e concelho de Miranda do Douro, em 06 de Abril de 1924, frequentou a escola primária em Sebadelhe, concelho de Vila Nova de Foscoa, distrito da Guarda, estudou e concluiu o terceiro ciclo dos liceus no Liceu Nacional de Bragança, cidade onde se diplomou com o curso do Magistério Primário, em 1946. Exerceu actividade docente nos distritos de Bragança, Vila Real, Ponta Delgada (Açores) e Viana do Castelo. Aqui exerceu a docência no ciclo complementar na escola do Carmo e no elementar, na escola da Avenida, onde se aposentou em 1991.
Casou com Luís dos Santos Vila Afonso em 1949 na cidade de Bragança e fixou residência em Viana do Castelo em 1957, acompanhando o marido que veio exercer funções de Director Escolar deste Distrito e de quem aqui já nos referimos por duas vezes.
Era filha de Augusto César Garcia, professor, com docência nos distritos da Guarda, Bragança e Viana do Castelo. No distrito de Bragança, exerceu actividade docente e foi Delegado Escolar do concelho de Vinhais, funções que deixou para se aproximar de sua filha Esperança, concorrendo em 1958/59 para a escola de Afife-Viana do Castelo, onde se aposentou, fixando residência no lugar do Calvário da freguesia da Meadela, onde faleceu. A sua mãe chamava-se Ana Rosa Raposo, doméstica (também já falecida).
Teve um irmão o José do Nascimento Garcia, Engenheiro Agrónomo, que exerceu actividade em Moçambique, Mirandela, distrito de Bragança, e Vila Real; casou com Maria Luísa Horta Salvado, professora nos distritos de Bragança, Vila Real e Viana do Castelo (nas escolas de Meadela e do Carmo, onde se aposentou) a residir na zona da Abelheira desta cidade e pai de 4 filhos: Ana Luísa, casada, com Nuno e com residência em Lisboa; José Paulo Garcia, casado com Teresa, a residir em Afife – Viana do Castelo; Maria Clara e Rita Maria, solteiras, com actividade e residências no Porto. Teve também duas imãs: a Ana Maria Garcia, gémea com Maria Fernanda Garcia (já falecida), solteiras e ambas professoras, com docência nos distritos de Bragança, Vila Real e Viana do Castelo, aposentadas na escola do Calvário da freguesia de Meadela, com residência na mesma localidade. Cristãs católicas por convicção, muito comprometidas e dedicadas ao serviço da Igreja e com profundos conhecimentos teológicos.
A D. Esperança é mãe do Luís Nuno, solteiro, natural de Bragança, exercendo funções na Tesouraria da Secção de Finanças de Viana do Castelo e Luísa da Conceição, casada com Valério Leite, natural de Viana do Castelo, médica no Hospital de Espinho, a residir em Mira Mar. O seu marido também é médico.
A D. Esperança ainda não esqueceu a língua materna, o mirandês, dialecto asturioleonês falado por 5.000 pessoas dos cerca de 15.000 habitantes dos concelhos do Douro e Vimioso. Um dia escreveu ao pároco em Mirandês o seguinte, sobre formação de cultura religiosa, em que costuma participar, organizada pela Paróquia de 15 em 15 dias.
“Bônas noites:
Tengo a dezirbos que gostei muito de benir à la doutrina aqui à la casa del cura, mas agora já me gustabam las férias. Gostei muito de todos bós e aprendi muito cum bosco.
Pal’anho tenem os de benir outra beze para ber si ficamos a saber tanto cumo ti cura”.
O governo elevou o mirandês à categoria de língua oficial naquela região.
P. C.
Junho 2006
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Turismo e cultura
BENVINDOS A ESTA IGREJA PAROQUIAL DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Esta igreja fez parte de um antigo CONVENTO DAS CARMELITAS, conforme facilmente se depreende dos muitos sinais carmelitanos aqui existentes.
Foi em 1778 que a pedido do Dr. Correia Seixas, D. Maria I concedeu licença para se construir uma nova casa de Carmelitas Descalças, o Convento do Desterro de Jesus Maria José.A mesma autorização foi dada pelo Arcebispo de Braga, D. Gaspar, e pelo Frei João de S. Joaquim (N.M.R.V. Geral).
Em 1779, o Padre Frei Manuel de S. João Evangelista deslocou-se de Coimbra a Viana e, depois de vencidas inúmeras dificuldades, adquiriu um terreno, à Rua da Bandeira, local solitário, não distante da igreja do Carmo, apressando-se a construir o novo Carmelo.
Foi arquitecto o Irmão Frei Luís de Santa Teresa, tendo os trabalhos principais acabado em 1785.
A 19 de Julho desse ano fixava-se a primeira comunidade, mesmo sem a obra se encontrar totalmente concluída.
A igreja, de notável beleza e gosto arquitectónico, foi benzida a 18 de Dezembro de 1792, ainda por acabar. O seu estilo é uma mistura de barroco e neoclássico, próprio da época de D. Maria.
«A porta de entrada é encimada por um frontão triangular, sobre o qual se rasga uma graciosa janela de múltiplos caixilhos, resguardada por forte gradeamento. Ao centro do grande frontão que remata a fachada, ostentam-se, em saliente brasão, as armas da Ordem: o Monte Carmelo, a cruz e as três estrelas simbólicas.
O interior do templo, formado por uma só nave abobadada, produz no seu conjunto uma agradável sensação de elegância, com as esbeltas colunas e dourados do altar-mor, os seus valiosos retábulos e imagens de talha.
O contraste entre o corpo do edifício destinado às religiosas, de construção sólida, austera e pesada, e o esplêndido lavrado da igreja, corresponde ao desejo tantas vezes manifestado por Santa Teresa: «para as suas carmelitas a pobreza e a simplicidade para o seu Deus todo o lustre e riqueza que lhes fosse dado conseguir».
As primeiras religiosas vieram de Coimbra, Aveiro e Porto. Eram oito entre professas e noviças.
O fundador, Cónego Correia Seixas, faleceu um ano depois, a 14 de Novembro de 1786.
A comunidade aqui instalada foi exemplar e bem querida pela população, mas a 19 de Março de 1804, por causa das Invasões Francesas, receberam ordens para abandonar Viana o que fizeram de imediato, embora com muita dificuldade, pois a população quis opôr-se. Passaram muitos maus bocados pela viagem até Lisboa, onde foram recebidas no Convento da Estrela.
A 19 de Julho, regressaram a Viana, tendo chegado a 27 do mesmo mês, depois de derrotadas as tropas francesas. As lágrimas da população na despedida converteram-se em alegres orações. Foi festa rija.
Um facto digno de registo é que o franceses, tendo permanecido em Viana durante uns meses, nunca entraram no Convento, pelo que foi considerado um «milagre».
Pelo falecimento da última freira, segundo o Padre José Luís Zamith, ficou extinta aquela comunidade e foi concedido o edifício ao Asilo de Orfãs e Desamparadas que até essa altura se encontrava instalado na mesma Rua da Bandeira, onde depois foi a Associação Nun’Alvares e hoje o Centro de Cultura da Diocese de Viana.
Com a permissão de benfeitores do Asilo, ainda se conservaram, por muito tempo, algumas pupilas (meninas do coro, professas clandestinas?), numa dependência isolada do resto do pessoal pertencente ao Asilo, mas com a expulsão das religiosas em 1910, a igreja foi fechada ao público, embora a Irmã Maria José conseguisse manter a chama, permanecendo até à morte, com 92 anos de idade, por 1934, o que foi considerado um milagre da Madre Maria da Conceição, segundo o Padre Zamith.
Esteve muitos anos abandonada, fechada ao público e em complleta degradação, desde a expoliação dos bens à Igreja.
No entanto, habitantes da Bandeira não podiam esquecer que tinham nascido à sombra da espiritualidade carmelita e à volta daquela igreja de portas trancadas e, movidos pela fé e pela saudade, abriram a igreja e trataram dela, levando a efeito alguns actos de culto, festas e, mais tarde, passaram a fazer dela um centro de catequese, a ter missa ao domingo até à criação da paróquia.
Era a “Comissão da Igreja das Carmelitas» que tinha livro de actas, que faziam as suas celebrações de primeiras comunhões, festas e à sombra desta igreja animavam a fé e a vida, sobretudo a partir de 1949.
Em 1967, o Arcebispo Primaz de Braga cria uma Paróquia sob a invocação de NOSSA SENHORA DE FÁTIMA devido ao crescimento do aglomerado populacional desta zona leste da cidade de Viana. Nomeou para o efeito pároco, o Padre Dr. António da Costa Neiva. Esta nova paróquia celebrou condignamente os seus 25 anos de existência com grandes celebrações e foi confirmada pela provisão de D. Armindo Lopes Coelho em 18 de Outubro de 1985. Num simples olhar pela frontaria deparamos com neoclássicos. No grande tímpano do frontão que remata todo o enquadramento exterior da fachada encontra-se o brasão da Ordem e do lado poente, vêem-se as grandes janelas à maneira jesuitica.
No entanto depois de entrarmos a porta principal verificámos que será um exagero classificá-la de neoclássica; seria mais exacto dizer que se trata de uma mistura de barroco e neoclássico. Há linhas rectas, elementos rocailles muito simplificados (D. Maria), algumas grinaldas neoclássicas muito pobres, mísulas e remates com características D. João V e D. José e ainda elementos barrocos.
Nos retábulos encontram-se decorações neoclássicas, mas com remates tipicamente rocailles. Tem três altares laterais: ao entrar, do lado direito, aparece-nos o altar da Senhora do Carmo cuja imagem se encontra ao centro sobre um mausoléu de Santa Filomena; dos lados estão as imagens de N.ª Senhora da Incarnação e de S. João da Cruz; depois do arco do cruzeiro, aparece-nos, do lado esquerdo o altar de N.ª Sra. das Dores, sentada junto ao Crucifixo e a ladeá-la Santo Antão e S. Braz; ainda do lado direito, há o altar da Sagrada Família com as imagens de Jesus, Maria e José, S. Joaquim, Santa Ana, Santa Rita de Cássia, Santa Luzia e Santa Teresinha.
No retábulo principal, encontram-se duas valiosas imagens, de grande vulto, de Santa Teresa e S. José. Aliás todas as imagens são do século XVIII-XIX à excepção da padroeira, Senhora de Fátima, que também se ergue em local de destaque sobre um plinto. A fechar a tribuna, encontra-se um reposteiro em tela pintada por um pintor popular, representando a fuga para o Egipto.
Na Capela-mor, do lado direito, existe um grandioso parlatório e, junto deste um comungatório.
Tem três arcos torais e um outro brasão, o do padroeiro, Cónego da Sé de Coimbra, Domingos Monteiro Albergaria, na chave do arco do cruzeiro. Do brasão constam o Monte Carmelo, a Cruz e três estrelas.
Há dois púlpitos, perfeitamente enquadrados no estilo do resto da talha, que, apesar de não ser bem definida, toda ela é harmoniosa, o que dá certa beleza à igreja. Para os púlpitos entra-se pelo interior. Na Capela-mor, do lado direito, existe um grandioso parlatório e, junto deste um comungatório.
Tem três arcos torais e um outro brasão, o do padroeiro, Cónego da Sé de Coimbra, Domingos Monteiro Albergaria, na chave do arco do cruzeiro. Do brasão constam o Monte Carmelo, a Cruz e três estrelas.
Há dois púlpitos, perfeitamente enquadrados no estilo do resto da talha, que, apesar de não ser bem definida, toda ela é harmoniosa, o que dá certa beleza à igreja. Para os púlpitos entra-se pelo interior das bases do arco do meio.
Hoje, a igreja encontra-se assoalhada, porque mais cómoda, pois aquilo que a prejudica é ser fria. No seu traço original, o chão era, como tantas outras, em lagedo, com algumas pedras tumulares e um gradeamento em forma de braços abertos separavam a capela-mor até ao fim dos altares laterais.
O coro, com ligação para o Lar de Santa Teresa, antigo convento das Carmelitas, contém na sua abertura um arco em cantaria com motivos Joaninos e de D. José, no seu inteiror, ainda existe um rodapé em azulejos de origem.
Uma torre bastante pequena em relação à altura da igreja ergue-se do lado nascente, sensivelmente a meio, um pouco mais alta que o templo, com cinco sineiras, embora existam só dois sinos.
E assim temos descrita, muito sumariamente, esta igreja sede da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, uma igreja sem cantos nem esquinas, airosa e oferecendo ao culto uma sensação de grandeza na verticalidade e horizontalidade.
Podemos afirmar, pelos documentos que encontramos que o terreno para o convento e quinta anexa custaram dois milhões e seiscentos e quarenta e nove mil e noventa reis e que o risco de tribuna foi pago em 1784, assim como a planta custou só vinte e cinco mil e novecentos e dez reis e o total da obra do convento e da igreja importou em quarenta mil trezentos e doze mil setecentos e trinta reis (40.312.730 reis).
Assim, tendo visitado o Santíssimo Sacramento nesta Igreja, ligeiramente também observou a casa que serve de acolhimento a esta família paroquial que aqui reune e celebra a sua fé.
Sempre que o desejar, pode reunir-se conosco.
Se precisar de mais algum contacto pode dirigir-se ao Pároco, Padre Artur Coutinho, ou a algum leigo responsável, ou ainda pelo telf./fax 258823029, 811088-Centro258824722 Infantário/Berço:258821510 -Ozanan 258821538 ou Paroquiafatima@mail.telepac.pt
Esta igreja fez parte de um antigo CONVENTO DAS CARMELITAS, conforme facilmente se depreende dos muitos sinais carmelitanos aqui existentes.
Foi em 1778 que a pedido do Dr. Correia Seixas, D. Maria I concedeu licença para se construir uma nova casa de Carmelitas Descalças, o Convento do Desterro de Jesus Maria José.A mesma autorização foi dada pelo Arcebispo de Braga, D. Gaspar, e pelo Frei João de S. Joaquim (N.M.R.V. Geral).
Em 1779, o Padre Frei Manuel de S. João Evangelista deslocou-se de Coimbra a Viana e, depois de vencidas inúmeras dificuldades, adquiriu um terreno, à Rua da Bandeira, local solitário, não distante da igreja do Carmo, apressando-se a construir o novo Carmelo.
Foi arquitecto o Irmão Frei Luís de Santa Teresa, tendo os trabalhos principais acabado em 1785.
A 19 de Julho desse ano fixava-se a primeira comunidade, mesmo sem a obra se encontrar totalmente concluída.
A igreja, de notável beleza e gosto arquitectónico, foi benzida a 18 de Dezembro de 1792, ainda por acabar. O seu estilo é uma mistura de barroco e neoclássico, próprio da época de D. Maria.
«A porta de entrada é encimada por um frontão triangular, sobre o qual se rasga uma graciosa janela de múltiplos caixilhos, resguardada por forte gradeamento. Ao centro do grande frontão que remata a fachada, ostentam-se, em saliente brasão, as armas da Ordem: o Monte Carmelo, a cruz e as três estrelas simbólicas.
O interior do templo, formado por uma só nave abobadada, produz no seu conjunto uma agradável sensação de elegância, com as esbeltas colunas e dourados do altar-mor, os seus valiosos retábulos e imagens de talha.
O contraste entre o corpo do edifício destinado às religiosas, de construção sólida, austera e pesada, e o esplêndido lavrado da igreja, corresponde ao desejo tantas vezes manifestado por Santa Teresa: «para as suas carmelitas a pobreza e a simplicidade para o seu Deus todo o lustre e riqueza que lhes fosse dado conseguir».
As primeiras religiosas vieram de Coimbra, Aveiro e Porto. Eram oito entre professas e noviças.
O fundador, Cónego Correia Seixas, faleceu um ano depois, a 14 de Novembro de 1786.
A comunidade aqui instalada foi exemplar e bem querida pela população, mas a 19 de Março de 1804, por causa das Invasões Francesas, receberam ordens para abandonar Viana o que fizeram de imediato, embora com muita dificuldade, pois a população quis opôr-se. Passaram muitos maus bocados pela viagem até Lisboa, onde foram recebidas no Convento da Estrela.
A 19 de Julho, regressaram a Viana, tendo chegado a 27 do mesmo mês, depois de derrotadas as tropas francesas. As lágrimas da população na despedida converteram-se em alegres orações. Foi festa rija.
Um facto digno de registo é que o franceses, tendo permanecido em Viana durante uns meses, nunca entraram no Convento, pelo que foi considerado um «milagre».
Pelo falecimento da última freira, segundo o Padre José Luís Zamith, ficou extinta aquela comunidade e foi concedido o edifício ao Asilo de Orfãs e Desamparadas que até essa altura se encontrava instalado na mesma Rua da Bandeira, onde depois foi a Associação Nun’Alvares e hoje o Centro de Cultura da Diocese de Viana.
Com a permissão de benfeitores do Asilo, ainda se conservaram, por muito tempo, algumas pupilas (meninas do coro, professas clandestinas?), numa dependência isolada do resto do pessoal pertencente ao Asilo, mas com a expulsão das religiosas em 1910, a igreja foi fechada ao público, embora a Irmã Maria José conseguisse manter a chama, permanecendo até à morte, com 92 anos de idade, por 1934, o que foi considerado um milagre da Madre Maria da Conceição, segundo o Padre Zamith.
Esteve muitos anos abandonada, fechada ao público e em complleta degradação, desde a expoliação dos bens à Igreja.
No entanto, habitantes da Bandeira não podiam esquecer que tinham nascido à sombra da espiritualidade carmelita e à volta daquela igreja de portas trancadas e, movidos pela fé e pela saudade, abriram a igreja e trataram dela, levando a efeito alguns actos de culto, festas e, mais tarde, passaram a fazer dela um centro de catequese, a ter missa ao domingo até à criação da paróquia.
Era a “Comissão da Igreja das Carmelitas» que tinha livro de actas, que faziam as suas celebrações de primeiras comunhões, festas e à sombra desta igreja animavam a fé e a vida, sobretudo a partir de 1949.
Em 1967, o Arcebispo Primaz de Braga cria uma Paróquia sob a invocação de NOSSA SENHORA DE FÁTIMA devido ao crescimento do aglomerado populacional desta zona leste da cidade de Viana. Nomeou para o efeito pároco, o Padre Dr. António da Costa Neiva. Esta nova paróquia celebrou condignamente os seus 25 anos de existência com grandes celebrações e foi confirmada pela provisão de D. Armindo Lopes Coelho em 18 de Outubro de 1985. Num simples olhar pela frontaria deparamos com neoclássicos. No grande tímpano do frontão que remata todo o enquadramento exterior da fachada encontra-se o brasão da Ordem e do lado poente, vêem-se as grandes janelas à maneira jesuitica.
No entanto depois de entrarmos a porta principal verificámos que será um exagero classificá-la de neoclássica; seria mais exacto dizer que se trata de uma mistura de barroco e neoclássico. Há linhas rectas, elementos rocailles muito simplificados (D. Maria), algumas grinaldas neoclássicas muito pobres, mísulas e remates com características D. João V e D. José e ainda elementos barrocos.
Nos retábulos encontram-se decorações neoclássicas, mas com remates tipicamente rocailles. Tem três altares laterais: ao entrar, do lado direito, aparece-nos o altar da Senhora do Carmo cuja imagem se encontra ao centro sobre um mausoléu de Santa Filomena; dos lados estão as imagens de N.ª Senhora da Incarnação e de S. João da Cruz; depois do arco do cruzeiro, aparece-nos, do lado esquerdo o altar de N.ª Sra. das Dores, sentada junto ao Crucifixo e a ladeá-la Santo Antão e S. Braz; ainda do lado direito, há o altar da Sagrada Família com as imagens de Jesus, Maria e José, S. Joaquim, Santa Ana, Santa Rita de Cássia, Santa Luzia e Santa Teresinha.
No retábulo principal, encontram-se duas valiosas imagens, de grande vulto, de Santa Teresa e S. José. Aliás todas as imagens são do século XVIII-XIX à excepção da padroeira, Senhora de Fátima, que também se ergue em local de destaque sobre um plinto. A fechar a tribuna, encontra-se um reposteiro em tela pintada por um pintor popular, representando a fuga para o Egipto.
Na Capela-mor, do lado direito, existe um grandioso parlatório e, junto deste um comungatório.
Tem três arcos torais e um outro brasão, o do padroeiro, Cónego da Sé de Coimbra, Domingos Monteiro Albergaria, na chave do arco do cruzeiro. Do brasão constam o Monte Carmelo, a Cruz e três estrelas.
Há dois púlpitos, perfeitamente enquadrados no estilo do resto da talha, que, apesar de não ser bem definida, toda ela é harmoniosa, o que dá certa beleza à igreja. Para os púlpitos entra-se pelo interior. Na Capela-mor, do lado direito, existe um grandioso parlatório e, junto deste um comungatório.
Tem três arcos torais e um outro brasão, o do padroeiro, Cónego da Sé de Coimbra, Domingos Monteiro Albergaria, na chave do arco do cruzeiro. Do brasão constam o Monte Carmelo, a Cruz e três estrelas.
Há dois púlpitos, perfeitamente enquadrados no estilo do resto da talha, que, apesar de não ser bem definida, toda ela é harmoniosa, o que dá certa beleza à igreja. Para os púlpitos entra-se pelo interior das bases do arco do meio.
Hoje, a igreja encontra-se assoalhada, porque mais cómoda, pois aquilo que a prejudica é ser fria. No seu traço original, o chão era, como tantas outras, em lagedo, com algumas pedras tumulares e um gradeamento em forma de braços abertos separavam a capela-mor até ao fim dos altares laterais.
O coro, com ligação para o Lar de Santa Teresa, antigo convento das Carmelitas, contém na sua abertura um arco em cantaria com motivos Joaninos e de D. José, no seu inteiror, ainda existe um rodapé em azulejos de origem.
Uma torre bastante pequena em relação à altura da igreja ergue-se do lado nascente, sensivelmente a meio, um pouco mais alta que o templo, com cinco sineiras, embora existam só dois sinos.
E assim temos descrita, muito sumariamente, esta igreja sede da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, uma igreja sem cantos nem esquinas, airosa e oferecendo ao culto uma sensação de grandeza na verticalidade e horizontalidade.
Podemos afirmar, pelos documentos que encontramos que o terreno para o convento e quinta anexa custaram dois milhões e seiscentos e quarenta e nove mil e noventa reis e que o risco de tribuna foi pago em 1784, assim como a planta custou só vinte e cinco mil e novecentos e dez reis e o total da obra do convento e da igreja importou em quarenta mil trezentos e doze mil setecentos e trinta reis (40.312.730 reis).
Assim, tendo visitado o Santíssimo Sacramento nesta Igreja, ligeiramente também observou a casa que serve de acolhimento a esta família paroquial que aqui reune e celebra a sua fé.
Sempre que o desejar, pode reunir-se conosco.
Se precisar de mais algum contacto pode dirigir-se ao Pároco, Padre Artur Coutinho, ou a algum leigo responsável, ou ainda pelo telf./fax 258823029, 811088-Centro258824722 Infantário/Berço:258821510 -Ozanan 258821538 ou Paroquiafatima@mail.telepac.pt
Igreja
A IGREJA PAROQUIAL
Conforme já a descrevemos noutro local, esta igreja esteve muito tempo fechada e entrou em ruínas. No entanto, habitantes da Bandeira não podiam esquecer que tinham nascido à sombra da espiritualidade carmelita e à volta daquela igreja de portas trancadas e, movidos pela fé e pela saudade, abriram a igreja e trataram dela, levando a efeito alguns actos de culto, festas e, mais tarde, passaram a fazer dela um centro de catequese, a ter missa ao domingo até à criação da paróquia.
Num livro de actas da «Comissão da Igreja das Carmelitas», pudemos verificar o seguinte:
Em 13 de Setembro de 1949, a Comissão era constituída por Domingos Machado, Miguel Vilão Pereira, Manuel Vilão Pereira, João Almeida, Joaquim Almeida, João Varajão, Alberto Varajão, Edmundo Correia Urbano, José Cândido Rodrigues, José Bento, José de Passos Vaz Júnior, João Lima Guimarães, Joaquim Rodrigues Cambão, Francisco Alves Fernandes Lopes. Foi eleito presidente, nessa data, Domingos Machado.
Era pároco de Santa Maria Maior, nessa altura, o Senhor Cónego José Gonçalves Corucho.
A 25 de Setembro do mesmo ano, discutia-se o programa da festa de Nossa Senhora de Fátima e comunhão dos membros da Comissão a realizar em 9 de Outubro. Entre as duas datas anteriores, tinham comprado a imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Foi também em 25 de Setembro de 1949 que se estipulou a fundação do Centro de Catequese.
Em 23 de Outubro do mesmo ano, preparou-se o programa da novena do Menino e propôs-se para novos membros da Comissão Manuel Pimenta Guedes e José de Abreu.
Outro nome novo na Comissão, o do João Rodrigues Correia, aparece em 27 de Outubro do mesmo ano, data em que a referida Comissão fixou o pagamento a um sacristão com quarenta escudos por mês, com início em 1 de Dezembro.
Depois encontram-se actas só de 1952 e novos membros como: José Ferros, Orlando Monteiro Pinto, Manuel Pereira, Hilário Manuel de Jesus, Miguel Pereira, Alberto Varajão, João Varajão, José Abreu, João Rodrigues Viana, José Bento.
Em 14 de Junho desse ano, a Comissão reuniu para registar os ex-votos em ouro entrados no dia da festa de Santa Filomena.
Depois, uma outra acta de 24 de Setembro de 1958 em que foi eleita a Comissão de Culto religioso e festa de Santa Filomena: Avelino Rodrigues Teixeira, José da Silva Galvão, José de Sousa Gonçalves, Manuel Cândido, Rogério de Sousa Pereira.
Em Outubro, esta Comissão comprou cinquenta jarras em vidro para o trono; mandou pintar e caiar e colocar vidros nas janelas, beneficiando muito o edifício.
Nada mais consta do único livro de actas que se encontrou.
Trata-se de uma igreja rica em cantaria e harmoniosa nas suas linhas arquitectónicas.
Num simples olhar pela frontaria deparamos com neoclássicos. No grande tímpano do frontão que remata todo o enquadramento exterior da fachada encontra-se o brasão da Ordem e do lado poente, vêem-se as grandes janelas à maneira jesuitica.
No entanto depois de entrarmos a porta principal verificámos que será um exagero classificá-la de neoclássica; seria mais exacto dizer que se trata de uma mistura de barroco e neoclássico. Há linhas rectas, elementos rocailles muito simplificados (D. Maria), algumas grinaldas neoclássicas muito pobres, mísulas e remates com características D. João V e D. José e ainda elementos barrocos.
Nos retábulos encontram-se decorações neoclássicas, mas com remates tipicamente rocailles. Tem três altares laterais: ao entrar, do lado direito, aparece-nos o altar da Senhora do Carmo cuja imagem se encontra ao centro sobre um mausoléu de Santa Filomena; dos lados estão as imagens de N.ª Senhora da Incarnação e de S. João da Cruz; depois do arco do cruzeiro, aparece-nos, do lado esquerdo o altar de N.ª Sra. das Dores, sentada junto ao Crucifixo e a ladeá-la Santo Antão e S. Braz; ainda do lado direito, há o altar da Sagrada Família com as imagens de Jesus, Maria e José, S. Joaquim, Santa Ana, Santa Rita de Cássia, Santa Luzia e Santa Teresinha.
No retábulo principal, encontram-se duas valiosas imagens, de grande vulto, de Santa Teresa e S. José. Aliás todas as imagens são do século XVIII-XIX à excepção da padroeira, Senhora de Fátima, que também se ergue em local de destaque sobre um plinto.
A fechar a tribuna, encontra-se um reposteiro em tela pintada por um pintor popular, representando a fuga para o Egipto.
Na Capela-mor, do lado direito, existe um grandioso parlatório e, junto deste um comungatório.
Tem três arcos torais e um outro brasão, o do padroeiro, Cónego da Sé de Coimbra, Domingos Monteiro Albergaria, na chave do arco do cruzeiro. Do brasão constam o Monte Carmelo, a Cruz e três estrelas.
Há dois púlpitos, perfeitamente enquadrados no estilo do resto da talha, que, apesar de não ser bem definida, toda ela é harmoniosa, o que dá certa beleza à igreja. Para os púlpitos entra-se pelo interior das bases do arco do meio.
Hoje, a igreja encontra-se assoalhada, porque mais cómoda, pois aquilo que a prejudica é ser fria. No seu traço original, o chão era, como tantas outras, em lagedo, com algumas pedras tumulares e um gradeamento em forma de braços abertos separavam a capela-mor até ao fim dos altares laterais.
O coro, com ligação para o Lar de Santa Teresa, antigo convento das Carmelitas, contém na sua abertura um arco em cantaria com motivos Joaninos e de D. José, no seu inteiror, ainda existe um rodapé em azulejos de origem.
Uma torre bastante pequena em relação à altura da igreja ergue-se do lado nascente, sensivelmente a meio, um pouco mais alta que o templo, com cinco sineiras, embora existam só dois sinos.
E assim temos descrita, muito sumariamente, esta igreja sede da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, uma igreja sem cantos nem esquinas, airosa e oferecendo ao culto uma sensação de grandeza na verticalidade e horizontalidade.
Podemos afirmar, pelos documentos que encontramos que o terreno para o convento e quinta anexa custaram dois milhões e seiscentos e quarenta e nove mil e noventa reis e que o risco de tribuna foi pago em 1784, assim como a planta custou só vinte e cinco mil e novecentos e dez reis e o total da obra do convento e da igreja importou em quarenta mil trezentos e doze mil setecentos e trinta reis (40.312.730 reis).
Conforme já a descrevemos noutro local, esta igreja esteve muito tempo fechada e entrou em ruínas. No entanto, habitantes da Bandeira não podiam esquecer que tinham nascido à sombra da espiritualidade carmelita e à volta daquela igreja de portas trancadas e, movidos pela fé e pela saudade, abriram a igreja e trataram dela, levando a efeito alguns actos de culto, festas e, mais tarde, passaram a fazer dela um centro de catequese, a ter missa ao domingo até à criação da paróquia.
Num livro de actas da «Comissão da Igreja das Carmelitas», pudemos verificar o seguinte:
Em 13 de Setembro de 1949, a Comissão era constituída por Domingos Machado, Miguel Vilão Pereira, Manuel Vilão Pereira, João Almeida, Joaquim Almeida, João Varajão, Alberto Varajão, Edmundo Correia Urbano, José Cândido Rodrigues, José Bento, José de Passos Vaz Júnior, João Lima Guimarães, Joaquim Rodrigues Cambão, Francisco Alves Fernandes Lopes. Foi eleito presidente, nessa data, Domingos Machado.
Era pároco de Santa Maria Maior, nessa altura, o Senhor Cónego José Gonçalves Corucho.
A 25 de Setembro do mesmo ano, discutia-se o programa da festa de Nossa Senhora de Fátima e comunhão dos membros da Comissão a realizar em 9 de Outubro. Entre as duas datas anteriores, tinham comprado a imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Foi também em 25 de Setembro de 1949 que se estipulou a fundação do Centro de Catequese.
Em 23 de Outubro do mesmo ano, preparou-se o programa da novena do Menino e propôs-se para novos membros da Comissão Manuel Pimenta Guedes e José de Abreu.
Outro nome novo na Comissão, o do João Rodrigues Correia, aparece em 27 de Outubro do mesmo ano, data em que a referida Comissão fixou o pagamento a um sacristão com quarenta escudos por mês, com início em 1 de Dezembro.
Depois encontram-se actas só de 1952 e novos membros como: José Ferros, Orlando Monteiro Pinto, Manuel Pereira, Hilário Manuel de Jesus, Miguel Pereira, Alberto Varajão, João Varajão, José Abreu, João Rodrigues Viana, José Bento.
Em 14 de Junho desse ano, a Comissão reuniu para registar os ex-votos em ouro entrados no dia da festa de Santa Filomena.
Depois, uma outra acta de 24 de Setembro de 1958 em que foi eleita a Comissão de Culto religioso e festa de Santa Filomena: Avelino Rodrigues Teixeira, José da Silva Galvão, José de Sousa Gonçalves, Manuel Cândido, Rogério de Sousa Pereira.
Em Outubro, esta Comissão comprou cinquenta jarras em vidro para o trono; mandou pintar e caiar e colocar vidros nas janelas, beneficiando muito o edifício.
Nada mais consta do único livro de actas que se encontrou.
Trata-se de uma igreja rica em cantaria e harmoniosa nas suas linhas arquitectónicas.
Num simples olhar pela frontaria deparamos com neoclássicos. No grande tímpano do frontão que remata todo o enquadramento exterior da fachada encontra-se o brasão da Ordem e do lado poente, vêem-se as grandes janelas à maneira jesuitica.
No entanto depois de entrarmos a porta principal verificámos que será um exagero classificá-la de neoclássica; seria mais exacto dizer que se trata de uma mistura de barroco e neoclássico. Há linhas rectas, elementos rocailles muito simplificados (D. Maria), algumas grinaldas neoclássicas muito pobres, mísulas e remates com características D. João V e D. José e ainda elementos barrocos.
Nos retábulos encontram-se decorações neoclássicas, mas com remates tipicamente rocailles. Tem três altares laterais: ao entrar, do lado direito, aparece-nos o altar da Senhora do Carmo cuja imagem se encontra ao centro sobre um mausoléu de Santa Filomena; dos lados estão as imagens de N.ª Senhora da Incarnação e de S. João da Cruz; depois do arco do cruzeiro, aparece-nos, do lado esquerdo o altar de N.ª Sra. das Dores, sentada junto ao Crucifixo e a ladeá-la Santo Antão e S. Braz; ainda do lado direito, há o altar da Sagrada Família com as imagens de Jesus, Maria e José, S. Joaquim, Santa Ana, Santa Rita de Cássia, Santa Luzia e Santa Teresinha.
No retábulo principal, encontram-se duas valiosas imagens, de grande vulto, de Santa Teresa e S. José. Aliás todas as imagens são do século XVIII-XIX à excepção da padroeira, Senhora de Fátima, que também se ergue em local de destaque sobre um plinto.
A fechar a tribuna, encontra-se um reposteiro em tela pintada por um pintor popular, representando a fuga para o Egipto.
Na Capela-mor, do lado direito, existe um grandioso parlatório e, junto deste um comungatório.
Tem três arcos torais e um outro brasão, o do padroeiro, Cónego da Sé de Coimbra, Domingos Monteiro Albergaria, na chave do arco do cruzeiro. Do brasão constam o Monte Carmelo, a Cruz e três estrelas.
Há dois púlpitos, perfeitamente enquadrados no estilo do resto da talha, que, apesar de não ser bem definida, toda ela é harmoniosa, o que dá certa beleza à igreja. Para os púlpitos entra-se pelo interior das bases do arco do meio.
Hoje, a igreja encontra-se assoalhada, porque mais cómoda, pois aquilo que a prejudica é ser fria. No seu traço original, o chão era, como tantas outras, em lagedo, com algumas pedras tumulares e um gradeamento em forma de braços abertos separavam a capela-mor até ao fim dos altares laterais.
O coro, com ligação para o Lar de Santa Teresa, antigo convento das Carmelitas, contém na sua abertura um arco em cantaria com motivos Joaninos e de D. José, no seu inteiror, ainda existe um rodapé em azulejos de origem.
Uma torre bastante pequena em relação à altura da igreja ergue-se do lado nascente, sensivelmente a meio, um pouco mais alta que o templo, com cinco sineiras, embora existam só dois sinos.
E assim temos descrita, muito sumariamente, esta igreja sede da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, uma igreja sem cantos nem esquinas, airosa e oferecendo ao culto uma sensação de grandeza na verticalidade e horizontalidade.
Podemos afirmar, pelos documentos que encontramos que o terreno para o convento e quinta anexa custaram dois milhões e seiscentos e quarenta e nove mil e noventa reis e que o risco de tribuna foi pago em 1784, assim como a planta custou só vinte e cinco mil e novecentos e dez reis e o total da obra do convento e da igreja importou em quarenta mil trezentos e doze mil setecentos e trinta reis (40.312.730 reis).
Família de acoutinhoviana
APONTAMENTOS DA FAMÍLIA
Estes são apenas apontamentos que entrego aos familiares para estudo.
Gostaria que, se conhecessem histórias antigas, ditos, contos da memória da família, me comunicassem, ou se tivessem alguma foto ou lembrança antiga o dissessem porque por aí se pode chegar a alguma conclusão interessante neste ramo, ou naquele... Coisas boas e más da memória colectiva ou familiar.
Escrevam-me, ou telefonem-me... Se quiserem poderei deslocar-me ao vosso lar para vos ouvir, ou podereis, fazer-me uma visita.
Agradeço muito.
A história da família só se faz com documentos, escrituras de compra e de venda, de partilhas, de apontamentos, etc,etc... assim como documentos da tradição oral que passa de geração em geração. Alguma dessa tradição nos mais velhos... há memórias que podem ir mais longe que a 5ª geração!...
A tradição oral nesta pós-modernidade vai passar com mais dificuldade.
Aproveitemos agora o que há, reduzindo a escrito, para o deixarmos como testemunho cultural de hoje aos que hão-de vir...
A casa dos Brasileiros
Naturalmente poderíamos ir muito longe, nos anos, a propósito dos de Mazarefes que emigraram para o Brasil.
Em 1693 faleceu, no Brasil, Domingos Rodrigues e em 1701 faleceu, também no Brasil, João Rodrigues Junqueiro. Pelo menos, vinte e cinco Mazarefenses morreram, no Brasil, no século XVIII.
Os de Mazarefes emigraram muito para o Brasil. Sò em 40 anos, entre1861 e 1900, foram 110 os que sairam ou pediram passaportes para emigrarem para a terra das patacas.
Uma filha da casa de Gavindos, a Isabel Rodrigues, casou com Gonçalo Rodrigues do Souto, em 1661 e, entre vários filhos, tiveram um chamado Matias. Este, por sua vez, casou com Andreza Rodrigues da casa dos brasileiros tendo tido vários filhos, a saber:
Manuel (1706), Maria (1708), António (1710), Jerónimo (1711), Matias (1712), Francisco (1715), Teresa (1721), e Joana (1727). O Matias (pai) faleceu em 1744, e Andreza em 1770. A filha Teresa casou em 1759 com António Alves Ribeiro e a filha Maria em 1724, com João Francisco da Rocha, de Alvarães, tendo falecido em 1755.
Estamos em meados do século XVIII.
O casal Maria e João Francisco teve 4 filhos: a Maria Rodrigues da Rocha, o Manuel, o António e a Joana.
A Maria Rodrigues da Rocha casou, em 1759, com o António Francisco dos Reis, e tiveram 6 filhos:
Manuel (Francisco dos Reis)
Maria - nascida em 1764 e casada em 1781 com António de Araújo
Joana - nascida em 1769
Teresa - nascida em 1772
Rosa - nascida em 1774 e casada com Manuel Francisco de Carvalho, em 1794
António
Luísa - nascida a 1783 e casada com João de Freitas, de Darque, em 1803, e moradores na Broeira.
O António Francisco dos Reis faleceu em 1816. Deixou bens de alma pela mulher, Maria Rodrigues, falecida dois anos antes, em 1814, pela sogra, Maria Rodrigues, pela cunhada Joana, entre outros. O terço dos bens ficou para o Manuel que vivia na casa com uma demente.
O Manuel Francisco da Rocha, irmão da mãe, deixou aos sobrinhos todos os seus bens à excepção do José, ausente na Galiza, por ser rebelde; à mulher de José Afonso Forte 50.000 reis de esmola; à Maria Miranda, mulher de João Ribeiro Gomes, 30.000 reis; à criada Maria Gomes 70.000 reis e uma leira da “Virinha”, no lugar de Ferrais, com a obrigação de dar 1.200 réis à Senhora do Terço da Capela do Espírito Santo, em Barcelos. À criada Senhorinha Rodrigues, à conta da soldada, 130.000 réis.
O Manuel Francisco dos Reis, primogénito deste matrimónio, casou com Maria Rodrigues dos Reis, filha de João Gonçalves Rato e Maria Rodrigues dos Reis, sua prima, filha de uma irmã do pai. Este Manuel esteve no Brasil e aí arranjou algum dinheiro para abrir novos horizontes à sua vida, e fazer algumas compras de terrenos.
Deste matrimónio houve 7 filhos, a saber:
Manuel - nascido em 1819
Jerónimo - nascido em 1826, que foi padre e morreu novo
António - nascido em 1824. Casou a 1ª vez com Maria Fernandes e teve duas filhas (Teresa e Maria). Após ter enviuvado, casou com Maria Parente da Costa Lima, de Vila Fria, de quem teve mais 2 filhos (o José e a Albina)
Maria - nascida em 1814. Casou para Vila de Punhe com José F. Silva Quintas
João - nascido em 1814. Casou para Viana com Maria das Dores Araújo
Rosa - nascida em 1816 e que faleceu ainda criança.
Rosa - nascida em 1821. Casou com Manuel Rodrigues de Carvalho
Manuel Francisco dos Reis herdou da sua mãe, Maria Rodrigues, o lugar e casas, torres, terras, lagar, espigueiro do lado norte partindo da Nascente e Sul com outro lugar deste casal, no valor de 340.520 reis, uma Cortinha lavradia e vinha do lado Sul da vivenda a partir com um bico que se separou para o co-herdeiro António, uma leira de lavradio dentro da Quinta dos herdeiros, metade dum Campo lavradio com água de rega e um moinho, chamado Muro do Regueiro, que parte do nascente, com a co-herdeira Maria, uma terra de lavradio no sítio do Vermoim, chamada Carreira e uma leira de lavradio no sítio da Morada, tudo no valor de 892.420 reis.
À morte deixou os filhos: João, de 29 anos, casado em Viana; a Maria, de 28 anos, casada em Vila de Punhe; o Manuel com 24 anos, o António com 19 e o Jerónimo com 17 anos. Ficou tutor do menor, o João. Deixou em role duas propriedades nas Borras, uma na Ponta da Veiga, duas nos Boldrões, uma no Chouso, uma no Vermoim e uma no Calvete. Contraiu alguns empréstimos que totalizaram 72.123 reis.
O valor do seu formal no testamento foi de 370.617 réis, à sua parte.
Trouxe uma grande questão com o vizinho Manuel Rodrigues Carvalho, (seu cunhado) que tinha uma oliveira, sua propriedade, e sobre a Cortinha pelo que houve uma conciliação e recebeu de idemnização 6.600 reis, em 1838.
Hipotecou algumas propriedades para poder ter crédito em alguns empréstimos, como a Bouça de Lamas e o Pereiro.
Foram credores Belchior Almeida, Simão Barbosa de Almeida e Manuel Francisco da Rocha. À sua morte eram devedores à família o António Rodrigues Vaz, Manuel Pereira Viana, Teresa Pereira e Manuel Rodrigues Barbosa.
A viúva, Maria Rodrigues, faleceu em 1863 deixando 4 filhos. O Manuel estava casado com Rosa Ribeiro da Silva, em sua companhia, a quem fazia o terço. O Pe. Jerónimo, seu filho já tinha morrido. O filho Manuel tinha um filho no Seminário, o Jerónimo, e deixou-lhe mais bens destinados para constituição do património do neto ao receber ordens sacras. À criada, chamada Ana, que era filha de José Rodrigues Barbosa, deixou uma cama aparelhada e, por não saber ler, nem escrever, assinou a rogo dela o senhor Domingos Rodrigues Vaz, em 20/10/1873.
Como acima foi dito, o Manuel casou com a Rosa Ribeiro da Silva, filha de Manuel Fernandes (dos Carrapatos) e Maria Ribeiro da Silva, da qual teve 7 filhos:
João - nascido em 1852 e falecido em 1876
Jerónimo - nascido em 1856. Casou para Vila Franca com Teresa Ribeiro da Silva e faleceu em 1940. Andou no Seminário e a avó paterna deixou em testamento um campo para o património, se ele fosse padre. Ficou órfão de pai aos 17 anos e foi o irmão João, casado em Viana, o seu tutor
Manuel Júnior - nascido a 1856, casado com Rosa Pitta Bezerra, de Darque. Tiveram um filho, de nome José Pitta Reis que, por sua vez, casou com Rosa Sá Freitas Lima de quem teve os seguintes filhos: Maria, António, Maria Luísa, Rosa, José, Manuel e Augusto
José - (1861)
Maria - (1850)
Miguel - (1853)
Ana - nascida em 1866, casou com António Rodrigues de Araújo Coutinho, da Casa dos Cordoeiros, das Boas Novas. A Ana e o António tiveram 11 filhos.
Ver Casa dos Cordeiros
O apelido “brasileiro” dado à Casa dos Brasileiros começou com o irmão de Maria Rodrigues da Rocha, Manuel Francisco da Rocha que morreu solteiro e esteve no Brasil a fazer fortuna.
Consta que de lá trouxe um preto escravo chegando até aos nossos dias alguns instrumentos utilizados nessa altura pelo escravo... O Manuel Francisco dos Reis terá ido também ao Brasil, mas morreu novo, em 1842, pelo que o filho que ficou nesta casa, Manuel Francisco dos Reis, seguiu as pisadas do tio e do pai indo ele também à terra das patacas. Recebeu diplomas humanitários que ainda possuímos, o que mostra ter sido pessoa que por lá esteve tempo razoável para mostrar o que valia e criar relações sociais capazes de arrancar a admiração da população do Rio de Janeiro. Sabemos que teve passaporte para se ausentar para o Brasil passado aos 16 anos e aos 25 anos, pelo menos.
Estamos em pleno século XIX.
O Manuel fez inúmeras compras, mais de 200 mil reis com dinheiro ganho no Brasil. Parece que a sua ideia era comprar Mazarefes inteira e, do formal de partilhas em 1898, constava o seguinte:
VIÚVA: 1.Casas, altas e baixas, espigueiro, eira, poço, terra lavradia, árvores de fruto, vinha; 2.Cortinha; 3. Muro; 4.Moínho; 5.Mial; 6. Cabreiras de Sabariz; 7.Estacada da Ponta do Veiga; 8.Estacada na Veiga de S.Simão; 9. Leira na Cachada de Cima; 10. No Prado; 11.Estacada de rosso na Veiga; 12. Leira de Mato e Pinheiros em Stº Amaro; 13.Leira lavradia no Mial pequeno; 14. Outra Leira de Mato e Pinheiros em Stº Amaro; 15. Leira de Junco na Veiga de S.Simão;
JERÓNIMO: 16.Bouça de mato e pinheiros na Espinhosa; 17. Leira de Mato e Pinheiros no Fontão; 18. Um campo de terra lavradia; 19. O campo do Estivada; 20.Terra lavradia na Morada de Cima; 21.outra na morada de Baixo; 22. Campo da Quinta de Melo; 23. Leira de Mato e Pinheiros nos Raindos de Baixo; 24. Leira de Paúl e Madeira no sítio da Bordonesa ; 25. Leira de lavradio e Mato na Areia Cega da outra banda da freguesia de Mazarefes;
MANUEL: 26. Leira no Termo; 27. Leira no Vermoim do Matias; 28. Terreno lavradio e vinha no Vermoim da Carreira; 29. Lugar de Casas dos Vermoins; 30. Casas altas e baixas, poço, árvores de fruto e vinha, terra lavradia; 31. Bouça de Mato e Pinheiros no sítio dos Borras; 32. Leira de mato e Pinheiros no sítio das Corgas; 33. Leira de Mato e Pinheiros no sítio da Sarrubada;
JOSÉ: 34. Leira de Mato e Pinheiros na Bouça da (Curta?); 35. Leira de Mato e Pinheiros em Stº Amaro; 36. Outra de Mato e Pinheiros em Stº Amaro, Bouça da Quinta do Borralho; 37. Leira de lavradia e vinha na Saloa; 38. O Campo do Vermoim da Velha; 39. Leira de Mato, Pinheiros e Carvalhos no sítio do Pelote; 40.Leira de lavradio e algumas videiras no Safrão; 41. Terra de lavradio e vinha na Cachada de Baixo; 42. Estacada Pequena na Ponta do Veiga; 43. Campo de lavradio e vinha no sítio da Foutela;
MIGUEL: 44. Moinho; 45. Bouça de Mato e Pinheiros na Cabreiras de Baixo; 46. Terra de lavradio no sítio da Junqueirinha; 47. Leira de Paul e Madeira na Junqueirinha; 48. Terra de lavradio e madeira nos Bordones;
ANA: 49. Bouça de Mato e Pinheiros na Bouça da Terra; 50. Outra Bouça de Mato e Pinheiros na Bouça de Curta; 51. Bouça de Mato e Pinheiros no Monte de Stº Amaro; 52.Leira de Terra lavradia e vinha nos Chousos; 53. Leira lavradia e vinhas nos Raindos; 54. Leira de Mato e Pinheiros no sítio da Couchada do Meio; 55.Leira de terra e lavradia no Mial de Baixo; 56. Paul, Madeira e Carvalhos nos Bordones; 57. Estacada de lavradio e madeira denominada Polaina na Ponta da Veiga; 58. Estacada de Junco no Roncal.
Era um total de 3.095.285 reis que repartido por 5 filhos, pois os outros já tinham morrido, foi de 619.057 reis.
À morte do Manuel, o filho Miguel, homem alto, forte e de, nariz comprido sobre um bigode farfalhudo em rosto redondo e avermelhado, não moreno, estava solteiro e ficou em Casa. Veio a casar aos 52 anos com Maria Pereira da Cunha, mas por pouco tempo, pois a mulher deitou-se a afogar no poço de água de consumo da casa. Um dos motivos de afogamento foi, e não o menos importante, o facto de ter sofrimentos no cérebro. Ela era sobrinha dum Padre (o Padre Calisto), que morreu canceroso da cabeça e três sobrinhos também tinham morrido da mesma doença. Ao que parece ela também sofria do mesmo, com fortes dores...pelo que resolveu acabar com a vida... O Miguel enviuvou e queria agora, não uma mulher, mas um sobrinho em casa. Aí esteve um filho de Manuel Júnior, o José Pitta Reis, ainda solteiro, de quem era tutor, pois era órfão, a quem concerteza tudo prometeu para casar com a sobrinha Maria, filha da irmã Ana, casada para a Casa do Cordoeiro. Isso não aconteceu porque o José não aceitava esse casamento e chegou ao ponto de, também ele, sair zangado da casa do tio e ir até ao Brasil para casar depois com Rosa Freitas Lima, de Darque. Entretanto, o “José do Cordoeiro” e o seu irmão António estavam apostados em fazer casar o João do Cordoeiro com a referida Maria...mas as opiniões divergiam-se.
O Miguel, não conformado com a sua solidão, e talvez a querer outra coisa, novos namoros fez à sobrinha para casar agora com o António, sobrinho também da irmã Ana e mãe da Maria, filho do Alexandre (eram primos) e conseguir que viessem para o pé dele. Assim foi. O António, filho do Alexandre intervém, deita a mão à Maria e casa com ela. O casamento realizou-se, mas o Miguel morreu em 1922, um ano depois de ter nascido o primeiro bissobrinho, filho dos sobrinhos herdeiros, o Manuel, que casou em 1946 com Deolinda Rodrigues de Araújo Amorim, filha mais nova de José Rodrigues de Araújo Amorim e Antónia Rodrigues de Araújo, da Casa do Zé do Monte, Lugar do Monte.
Na casa dos Brasileiros nasci eu em 7 de Janeiro de 1947. Pelo que a minha mãe conta, não lhe ofereci um parto muito fácil.
De brasileiro só tinha do meu trisavô paterno-materno, era o Manuel Francisco dos Reis, pai de Ana do Cordoeiro, avô da minha avó paterna Maria Ribeiro da Silva Coutinho e bisavô de meu pai e trisavô meu e de meus irmãos.
Um dia nesta casa, onde vivi algum tempo depois de ter nascido e depois de ter ido para o Seminário, aí pelos 13 anos, descobri todos os documentos que tenho entre mãos. A cabeça de S. Bruno em pau preto, naturalmente, vindo do Brasil, assim como algumas moedas de prata antigas da monarquia. O Cónego Luciano Afonso dos Santos, Reitor do Seminário de Santiago, Director-Fundador do Museu Pio XII ficou com as referidas peças para enriquecimento do património museológico. Encontrei ainda um livro manuscrito cheio de poesias ricas em sátira, humorismo e temas religiosos.
Esse livro mostrei-o ao meu professor de filosofia, Dr. Raúl Teixeira. Ficou-me com ele até nunca mais o ver… Dele transcrevo alguns versos que ainda possuo. Tinha outros, mas não sei deles...
A destruição de Jerusalém
Romanos batalhões em fúria brava
Nos muros de Salém bradam vingança
Dentro e fora honorífica matança
De cadáveres sem conta o chão juncava.
Das chamas posto o templo desabava
E a rebelde Ariel sem mais tardança
Ao ver fugir lhe dá victória e esperança
Vencido o colho, abate e fica escrava
Hoje a encara a viajar, e pasma ao vê-la
Assim caiu quem se ufanava e tanto
De vinte séclos d’esplendor, e glória;
De Deus a maldição pesou sobre ela
E seu crime a riscou, crime d’espanto
Do mapa das Nações, e os anais da história.
Versos de improviso a um sujeito que estava com a boca aberta
1. Ao pé de Sta. Teresa
2. Trepada numa taboca
3. Estava uma muriçoca
4. Tocando num realejo
5. A contradança francesa
6. E juntamente a cantar
7. Nisto ia por lá passando
8. Um taludo mariola
9. Que em lugar d’ir para a escola
10. Espantado pôs-se a ver
11. A muriçoca tocando
12. Que o fazia admirar
13. Mas um cagalhão q’andava
14. Naqueles sítios voando
15. Foi-lhe pela boca entrando
16. E o Tone que sem dar fé
17. Mui lampeiro o foi chuchando
18. Mesmo até sem o mastigar
19. Portanto meu caro amigo
20. Evite andar com a boca aberta.(.................)
Soneto
1.Foi pregar numa Igreja um Franciscano
2.Escória da Fradêsca bicharia
3.E após extenso tema eis principia
4.Porco exórdio em louvor de S. Caetano
5.Berros e murros dava o frade ufano
6.Das blasfémias e asneiras que dizia
7.Quando em meio do exórdio eis pára e enfia
8.Que a muza escarrou-lhe o vento ao pano
9.Escarra, tosse e depois esfrega a testa,
10.Pucha, estica o capuz, eige o cordão
11.Dá um murro, e afinal sai-se com esta:
12.“Sopre o turíbulo ó Padre Sacristão
13.Caros ouvintes meus fidou-se a festa
14.Tomem tochas e saia a procissão.
Quem foi o autor?
Ou eram poemas do Manuel Francisco dos Reis, quando ausente no Brasil, ou de Jerónimo Francisco dos Reis, seu tio Padre que aqui viveu no princípio do século XIX.
A CASA DOS CATRINOS
= OS ARAÚJOS=
Quem deu grande ser à Casa dos Catrinos foi o Manuel Araújo, carpinteiro, casado com a Maria (Forte), dos Funfuns, Maria Rodrigues, filha de José Afonso Forte e Maria Rodrigues, também conhecidos pelos cabanos, avós do Alípio Forte.
Eram conhecidos pelos cabanos porque tinham as orelhas grandes e à semelhança do Boi Cabano - cornos baixos e levantados nas pontas, ou o Boi Pereiro - cornos para o ar. Os Funfuns foram os primeiros da freguesia a viver mais a sul de S. Simão, onde viviam as Capotas, junto dos “Muros”.
Os Catrinos aparecem em Mazarefes na Casa que depois tomou o nome de “Casa do Zé do Monte” junto à passagem de nível do comboio e que hoje é da Maria do Céu.
Esta casa era de António Araújo, pedreiro, oriundo de Vila Fria. Vieram, por isso, os Catrinos de Vila Fria. Gente simples e humilde que vivia do seu trabalho, eram uma família muito unida e todos os Domingos, desde tempos antigos, de tarde, os irmãos se reuniam na casa paterna. Todos tinham de entrar ao Domingo na casa onde tinham nascido, ainda que os seus progenitores já fossem falecidos.
Por causa desse costume, por exemplo, o Manuel, o José e a Antónia faziam bailes na sala da casa, no tempo da chuva. O Manuel Catrino do Cruzeiro tocava concertina, a Antónia e o Zé da Regadia, o cunhado e as cunhadas dançavam...Um dia, o senhor abade António Francisco de Matos passou e ouviu os acordes da concertina, os pulos, os ritmos de dança, o bater do tacão e comentou: “lá estão os Catrinos no catruca-catruca, a catrucar na sala”.
Como carpinteiro, o Manuel, foi trabalhar para Lisboa, para o restauro da cidade depois do terramoto, deixando naquela casa a mulher, meia dúzia de ovelhas e uma tourinha na corte. Ela dedicava-se à salga de sardinha em casa e a vendê-la a todos os que lá iam comprá-la. Fazia bom negócio, a ponto de, quando o marido veio de Lisboa em visita, já ter comprado uns bois e um carro. Depois do primeiro abraço, à chegada, mostrou-lhe o fruto do seu trabalho e demonstrou-lhe que, se ele foi trabalhar, ela também não ficou parada e fez pela vida.
Quanto à casa dos Capareiros que ficava dentro do mesmo quintal e era conhecida pela “Casinha” até 1985, hoje está reduzida pela casa nova que a Maria do Céu e o marido implantaram naquele terreno.
Esta casa dos Capareiros tinha sido comprada pelo Manuel Araújo. O canto do lado poente confinava com o Abade Matos que, para aumentar o seu património, pediu ao Manuel Araújo que lho vendesse, mas a resposta ao Abade Matos foi negativa e bastante irreverente.
Voltando às origens, António Araújo casou com Maria Rodrigues em 1781 e foi pai de 8 filhos, a saber:
o António, o Manuel, a Maria, a Teresa, a Joana, o Francisco, a Rosa e a Luísa.
A Luísa casou com o primo José. O José era filho de Manuel Araújo e Catarina A. Peixoto (de Vila Fria). Foi o José, filho deste casal, que casou com a prima Luísa e foi pai de 3 filhos, a saber: o Manuel (1831), o António (1835) e a Rosa (1837), falecida a 1840.
O Manuel Araújo casou com Maria Rodrigues, filha de José Afonso Forte e de Maria Rodrigues, e foram o José e a Maria, pais de 4 filhos: o Manuel (1879), a Maria (1882), o José (1885) e a Antónia (1877).
Esta Antónia casou com José Rodrigues de Araújo Amorim, da Casa das Claras e foi mãe da Maria, José, Domingos e Deolinda.
O Domingos morreu queimado na lareira no dia de Páscoa, ao meio dia, quando a mãe preparava a sala da casa para receber o compasso pascal. Curiosamente uma sobrinha neta ficou, em dia de Páscoa, à noite, na mesma cozinha sem uma mão.
O José casou para Vila Fria com Conceição Lima, de Anha e sobrinha do tio José do Couto e, deste casamento, houve 5 homens (o Manuel Artur, o Joaquim, o José, o Martinho e o Agostinho. A Conceição morreu cedo, de doença cancerosa e o José voltou a casar com Alice das Marinhas de quem teve duas filhas: a Renata e a Sandra.
A Maria casou com Artur Augusto Matos, de Vila Franca, familiar do Pe. João Matos de Vila Franca, e não tiveram filhos
A Deolinda casou com Manuel Ribeiro Coutinho, da Casa dos Brasileiros e é mãe do Pe. Artur, do Eng.º Abel e da Maria do Céu.
O Abel casou com uma prima de Mons. Sebastião Pires Ferreira, de nome Joana Isabel Pires Lourenço, e tem duas filhas (Ana Filipa e Alexandra Maria)
Maria do Céu casou com José Rodrigues Gonçalves Barreto, da Regadia. Deste casamento nasceram dois filhos, o José Jorge e o Duarte.
CASA DO NECAS REIS
A casa de Gavindos, também conhecida pela Casa de Coibindos, a poente de Vermoim de Baixo, foi uma casa dos Capelos, no séc. XVI.
Era a penúltima casa da freguesia de Mazarefes quando o centro urbano desta freguesia se localizava na Veiga de S. Simão.
De onde eram os Capelos, ou como eles apareceram em Mazarefes, desde quando e como dos Capelos chegou até agora, nada sabemos. A ordem dos nomes que se prenderam com esta casa aqui ficam, mas... como esta casa seria, no seu iníci,o não se sabe. Talvez como muitas outras da ocasião. Pedra solta, sobreposta e coberta com colmo… mais como um barraco de pedra.
Em 1804 aparecem registos de duas ou três casas existentes nos Raindos, de difícil localização.
Os primeiros proprietários da casa localizada no lugar de Gavindos ou Coibindos, junto do Vermoim de Baixo. foram Cristovão Rodrigues e Maria Rodrigues, casados em 1661.
O Cristovão faleceu em 1684. A filha Isabel Rodrigues casou com Gonçalo Rodrigues do Souto, e deram ao mundo um varão de nome Matias Rodrigues que casou com Andreza Rodrigues, do lugar do Souto, filha de um irmão de Gonçalo Rodrigues. O casal teve uma filha, a Maria Rodrigues, nascida em 1708 que casou com João Francisco da Rocha, de Alvarães, em 1740 . Este casal teve 5 filhos: Maria, Manuel, Domingos, António e Joana. A Maria Rodrigues da Rocha casou em 1759 com António Francisco dos Reis, também de Alvarães e viveram na casa dos brasileiros. Um dos filhos, o Domingos, morreu em Lisboa, em 1707.
A um seu bisneto, que saiu da Casa dos brasileiros, o Manuel Júnior, coube-lhe esta casa dos Gavindos. Morreu novo, de febre pneumónica, assim como sua mulher.
O único filho, José Pitta Reis, orfão aos 15 anos, ficou a viver, emquanto menor, com o tio Miguel Francisco dos Reis, em casa dos avós paternos, ou seja, na casa dos brasileiros. Casou com Rosa Freitas Lima, de Darque e aí viveu algum tempo. No entanto, foi nesta cada agora em nota que viveu a maior parte da sua vida. Assim os filhos Manuel e Augusto nasceram em Darque, mas os restantes nasceram já nesta casa. O José Pitta Reis esteve 8 anos em Mato Grosso, no Brasil, onde seu pai também já tinha estado, bem como o tio Manuel e outros antepassados da casa dos brasileiros.
O Necas é agora o seu proprietário e tem cuidado dela com desvelo.
Primeiro começou por ser uma casa térrea. Depois foi subida e, nos seus baixos,alugados ao José da Cunha, funcionaram uma venda e um armazém de sal.
Nela viveu o tio-avô do Necas, José Francisco dos Reis, irmão mais velho do Manuel Francisco dos Reis Júnior. Habitou-a desde o casamento até à compra duma casa própria. Depois foi habitada por uma família da “Recoca” até os pais do Necas tomarem conta da casa herdada, deixando a da família, em Darque.
Trata-se pois duma casa bem antiga quanto à localização, que levou várias transformações como é possível testar com algum espírito de observação.
O José Pitta Reis, pai do “Necas Reis” teve 7 filhos, com sua mulher Rosa de Sá Freitas Lima, de Darque, a saber:
I SABELMARIA - casou com o Amândio e é mãe de 4 filhos
MARIA LUISA - casou com o José Carneiro e tem 3 filhos
ROSA - casou com o Alcino Ferreira e tem 3 filhos
JOSE - casou com a Catarina e tem 3 filhos
MANUEL - casou com Maria Augusta Pimenta e é pai de uma filha
AUGUSTO - casado com a Beatriz Silva, com 10 filhos.
ANTÓNIO - casou com Teresa, de Ponte de Lima, foi pai de um filho que morreu em crança. Ele moreu aos 28 anos de doença.
Casa do Zé Brasileiro
Manuel Francisco dos Reis, casado com Rosa Ribeiro da Silva, moradores no lugar da Namorada, conhecido também por lugar do Souto, tiveram um filho chamado José Francisco dos Reis, nascido em 1861 que casou, em 1892, com Maria Rodrigues Leite, da família “dos Piscos”, filha de José Rodrigues Vaz e Teresa Joaquina Leite
Foram residir em casa do irmão já falecido, o Manuel Júnior, no lugar de Gavindos, onde hoje é a Casa do Necas Reis. Depois comprou aos “Vieiras”, que eram cesteiros, a casa onde hoje residem. Custou 400.000 réis.
Deste casamento nasceram 7 filhos, a saber:
Maria, a Rosa, o Manuel, a Emília, o Avelino, a Ana e o José.
MARIA - casou com o José Rodrigues de Araújo (dos Catrinos) e foi mãe de 3 filhos: a Conceição, a Maria e o Manuel.
O Manuel ficou em casa e casou com Rosa Coutinho (da Tia Deolinda do Cruzeiro) e é pai de 5 filhos para além de uma menina Olívia que morreu, a saber:
- Artur, casado com Maria Helena Rocha e pai de Filipa.
- Abel, casado com Maria de Fátima Pinto e pai de Abel Filipe.
- Maria da Conceição, casada com Manuel Costa e mãe de Paulo Jorge e Diogo José.
- José, casado com Rosalina Maltez e pai de Ricardo e Patrícia.
- Manuel, casado com Rosa e pai de Bruno Miguel e Catarina.
A Maria casou para Anha com José Lopes Novo e não tem filhos.
A Conceição veio para esta casa e casou com um primo.
ROSA - faleceu muito jovem, vítima de pneumónica,
MANUEL - casou com a Ana Barbosa (do Xico Ferreiro) e foi pai de 3 filhos: o José, a Maria e o Manuel. O José casou com a Conceição Valada e tem uma filha. A Maria casou com Manuel Pereira e tem 3 filhos, uma filha deficiente faleceu aos 19 anos. O Manuel é solteiro.
EMILIA - ficou solteira.
AVELINO - emigrou para o Brasil e por lá morreu, solteiro. Consta que se juntou com uma brasileira.
ANA - casou com o João Gonçalves Barreto e é mãe de 5 filhos: o Manuel, a Maria, o José, a Conceição e o Narciso.
O Manuel casou com Maria Coutinho, de Vila Franca, sobrinha do Joaquim Coutinho (o fidalgo, marido da Marta do Alexandre) e é pai de 3 filhos; Ana , Lucinda e o Pedro Avelino, que morreu afogado no rio Lima com cerca de 14 anos, a Maria que casou com Manuel Alves Pereira e não tem filhos, o José que casou com Maria do Céu Rodrigues Coutinho e é pai de 2 filhos, a Conceição que casou com António Alberto Borlido e é mãe de 3 filhos e o Narciso que casou com Albina Vaz (dos Piscos) e é pai de duas filhas.
JOSÉ - ficou em casa e casou com a Beatriz do Cunha. O José ficou conhecido pelo José brasileiro sem ter ido ao Brasil, tendo herdado a alcunha de “brasileiro” do pai, que saiu da casa dos brasileiros.
O Zé brasileiro, que tinha casado com a referida Beatriz, mandou embora a mulher, grávida, para a casa dos pais e ficou sozinho. Mais tarde levou para casa a sobrinha, filha da Maria e de José Rodrigues de Araújo, chamada Maria da Conceição Vaz de Araújo que casou com o Manuel Rodrigues Coutinho, filho do José Cordoeiro e da Deolinda do Alexandre, da casa junto ao Cruzeiro, que também não deixaram descendentes.
E o filho ou filha resultante da gravidez? Será que esta informação irá chatear a família da mulher.
A CASA DOS CORDOEIROS
A Casa dos Cordoeiros foi sempre conhecida como uma grande casa da terra. Os Cordoeiros eram muito conhecidos, uma casa forte e rica.
Dizem que tinha a ver com uma cordoaria, mas também consta que esta família recebeu o nome de “Cordoeiros” por se dedicar ao contrabando de cordas espanholas que vinham de barco pelo mar, subindo o Rio Lima até ao poço Tranquinho, onde a mercadoria era desembarcada e depois negociada...
O Cordoeiro deveria ter nascido em 1699, na casa onde hoje vive o Francisco do Cordoeiro. Aí viveu o Manuel Alves Cordas e só em fins do séc. XVIII, os Coutinhos chegaram a Mazarefes. Seria alcunha? Deixando a alcunha “Cordoeiros”, naturalmente ligada ao negócio de cordas, vindas ou não de Espanha, de contrabando ou não, o que é certo é que esta casa é a Casa dos Coutinhos e os Coutinhos chegaram a Mazarefes vndos de Alvarães, de Vila de Punhe, de Vila Fria e de Darque. No entanto, os actuais Coutinhos são todos Cordoeiros, na sua origem. de Vila de Punhe e de Darque e deviam ter nascido aí.
A Casa dos Cordoeiros da Capela apareceu depois, ou porque desenvolveram o negócio e se fizeram mais ricos ou por outro motivo que se desconhece.
O negócio das cordas foi anterior e veio de outras famílias. Já referi o Manuel Alves Cordas, e outro, é o Manuel Luís Gandra, o Cordoeiro, que casou em Mazarefes, em 1838 com Rosa, filha de José de Araújo Coutinho.
Os Coutinhos que hoje existem vão todos entroncar no casamento de Domingos de Araújo Coutinho, de Vila de Punhe, com Josefa Soares, de Darque. O filho deste casal, José de Araújo Coutinho, foi o “Cordoeiro” por excelência, pois possuía uma Cordoaria em Viana, tendo grande sucesso neste negócio. Casou em 1802, com Maria Rodrigues, filha de Francisco Rodrigues de Carvalho e Teresa Rodrigues, das Boas Novas. Deste matrimónio nasceram 9 filhos, a Maria (1804), o Manuel (1807) foi abade de Tenões, em Braga, e um benfeitor da Caridade e do Lar de Santa Teresa, em Viana, o Francisco (1810), Alexandre (1813), a Ana (1815), Rosa (1816), Ana (1820), Inês (1822) e José Rodrigues de Araújo Coutinho (1826).
O Francisco casou com Teresa Rodrigues, filha de Francisco António de Matos e Teresa Rodrigues. Foi pai de 7 filhos: O José de Araújo Coutinho (1835), o Manuel (1835), a Maria, a Ana (1840), a Inês (1842), a Teresa (1844) e a Rosa (1847).. O José foi Padre. Foi ao Brasil, celebrava na Capela das Boas Novas, tendo sido autor da reconstrução da Capela de S. Simão, no Lugar da antiga igreja paroquial. Foi Pároco de Mazarefes, tendo falecido em 1892.
O José ficou em casa e casou com Maria Rodrigues do Rego (de Anha). Este José Rodrigues de Araújo Coutinho não era negociante de cordas, nem fabricante delas. Era negociante de milho e fornecia Viana. Fazia os seus negócios nos Concelhos de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Ponte de Lima. O transporte era feito em barco. Morreu muito novo, aos 35 anos, depois de uma coça que lhe deram nos Arcos. Morreu em casa, em Mazarefes e deixou viúva a Maria Pinta, de Anha (Maria Rodrigues do Rego).
Esta viúva foi madrinha do padre José Gonçalves Damião, seu bissobrinho, neto materno de Rosa. que casou para Darque com José Alves de Araújo e filho de uma Ana. O José e a “Maria Pinta” tiveram 5 filhos: o António (1866) que casou com Ana Ribeiro da Silva, da Casa dos Brasileiros e que ficou em casa, o Alexandre (1855) que casou para a Conchada com Maria Rodrigues da Torre, o José (1856), escrivão de direito, que casou com Maria das Dores, em 1880, filha de João Francisco dos Reis e Maria das Dores Araújo, de Viana, o Manuel (1849) que era lavrador e casou com Rosa Ribeiro, filha de José Pereira Pinto e Teresa Ribeiro, em 8 de Dezembro de 1871, para a Casa da Castela de Cima ou Castela da Estrada e o Francisco (1852).
A Inês casou em 1851, com Manuel Maciel, de Forjães, filho de Manuel Maciel e de Joana Rodrigues Lima. Foi mãe de dois filhos, tendo um deles sido padre (deixou geração!).
ALEXANDRE
Era lavrador e teve 10 filhos, de sua mulher, Maria Rodrigues da Torre, a Morgada, muito rica, (dos Piscos do Monte, primos dos da Regadia, daí o apelido “Vaz”), a saber:
1 - JOSÉ (1886) - casou com a irmã do Zé da Vila, sua prima carnal, e foi pai de 8 filhos:
Manuel - Padre com a dignidade de Monsenhor.
Madalena - casou com o primo, filho da Casa da Vila e deixou um filho (Manuel).
Emília - casou com Casimiro Araújo e é mãe de duas filhas (Mª Clara e Cecília).
Maria - casou com António Alves Pereira, mãe de uma filha Rosa, conhecida pela “Rosinha”.
Deolinda - casou com o José Pitta e morreu nova sem filhos.
Rosa - casou com o José Pitta, viúvo, seu cunhado. É mãe de um filho (José).
José - casado com Eulália, de Sta. Marta e pai de uma filha (Rosa). A Rosa casou com Manuel Coutinho de Araújo e é mãe de de Bruno e Carina.
Alexandre – emigrou para o Brasil, onde estudou medicina. Morreu no Recife, esmagado, quando, de moto, ultrapassou um carro.
O José foi Presidente da Junta e Presidente da Casa do Povo.
2 - MANUEL (1888) - emigrou para o Brasil onde casou com uma alemã. Não tiveram filhos.
3 - PRIMO (1891) - morreu em criança.
4 - DEOLINDA (1893) - casou com o primo carnal José de Araújo Coutinho, tio do actual Francisco do Cordoeiro. Teve os seguintes filhos:
Rosinda - casou com Manuel Sampaio de Anha e foi mãe de duas filhas (Florinda e Fátima). A Florinda casou com José Faria e é mãe de Nádia, José Miguel, Raquel e Cristina; a Fátima é casada com Armindo Silva e é mãe de Rosa, Armindo e Ana Rita. É a Fatima que vive na casa que foi de seus avós.
Rosa - casou com o Manuel Vaz Rodrigues de Araújo (Catrino) da Regadia, e é mãe de 5 filhos (Artur Claudino, Abel, Maria da Conceição, José, Manuel, e Maria Olívia). O Artur casou com Maria Helena Rocha e é pai de Filipa: o Abel casou com Maria de Fátima Pinto e é pai de Abel Filipe; a Mª da Conceição casou com Manuel Costa e é mãe de Paulo e de Diogo; o José casou com Rosalina Maltez e é pai de Ricardo e Patrícia; o Manuel com Rosa Coutinho e é pai de Bruno e Catarina; e a Maria Olívia faleceu em 10/04/1969.
José - casado no Brasil com Isaura Henriques e pai duma filha, de nome Rossana.
Maria - casada com José Vaz e mãe de 2 filhos (Ana Maria e José)
António - casado com a Conceição de Anha e com 5 filhos
Abel - O Abel foi viver para a Casa da Maria das Dores, casada em Vila Franca e sem filhos. Ele casou com Mª Olívia Rocha, de Santa Marta, é pai de Alberto, solteiro; de Maria de Fátima, casada com Filipe Pires e mãe de Pedro e Sara.
Manuel - casado com Conceição Araújo, da Regadia. Não tem filhos
5 - ANTONIO (1896) - casou com a prima carnal Maria Ribeiro da Silva, e foram para a Casa dos Brasileiros herdar os bens do tio Miguel Francisco dos Reis, irmão da mãe da Maria. Foram pais de 2 filhos:
Manuel - casou com a Deolinda do Monte e foi pai de 3 filhos: o Artur (padre), o Abel (engenheiro mecânico) e a Maria do Céu (doméstica).
Maria de Jesus - casou com 18 anos com Abel de Sá Portela, de Barroselas, para onde foi viver. Não tiveram filhos.
6 - ABEL (1898) - morreu jovem depois de ter lido a Bíblia e com perturbações por não compreender alguns dos seus textos.
7 - MARIA (1902) - casou para Anha e morreu sem filhos
8 - ROSA (1904) - morreu solteira e sem filhos.
9 - MARTA (1906) - casou com Joaquim Alves Coutinho, de Alvarães, tio do Pe. Dr. Jorge Peixoto Coutinho. A casa onde viveu era do chefe e fundador da Banda do Carvalho. Num ano, em 25 de Julho, quando regia a banda na festa de S. Silvestre, em Cardielos, viu a sua casa de Mazarefes a arder, pelo que desanimou, vendendo-a a alguém a quem o Alexandre (pai da Marta) a comprou. A Marta foi mãe de 5 filhos:
Deolinda - casada com o Joaquim Araújo de Anha, pais de 2 filhas (Mª Isabel e Mª Deolinda).
Manuel - casado com Rosa Rocha Alves, de Deão, a viver em Vila Franca e com 8 filhos (Elsa, Maria da Conceição, Ana Margarida, Duarte, José Alberto, Hernani Manuel, Maria Emília e Maria do Sameiro).
Maria - casada para Alvarães e mãe de 3 filhos (Mª Conceição, Mª Manuela e Manuel)
Cândida - casada com Manuel Rodrigues, de Durrães e sem filhos
Augusta - casada com Joaquim Lourenço e com 2 filhos.
10 - CONCEIÇÃO (1909) - casou para Vila Fria com Alfredo Lima, dos Caroças e foi a última dos irmãos a falecer, em 1999. Foi mãe de 4 filhos:
Alexandre - Coronel de Cavalaria, casado com Isabel Ribeiro e com 2 filhos (Mª Alexandra e Gonçalo)
Augusta - casou com António Rego e tem 2 filhos (Anabela e Carlos)
Cecília - casada com Eugénio Rocha, de Vila Franca e com 1 filho (Rui)
Manuel - casou com Mª Júlia Arriscado, e Portela Suzã, e teve 4 filhos (Carlos, Vítor, Alfredo e Mª Isabel).
ANTONIO
O António era lavrador tendo casado com Ana Ribeiro da Silva, da Casa dos Brasileiros. Ficou na casa paterna e teve também 10 filhos, a saber:
1 - ANTÓNIO (1890) – morreu criança
2 - ANTÓNIA (1890) – Morreu criança
3 - MARIA (1891) - casou com o primo carnal António e foi para a casa do tio Miguel, da Casa dos Brasileiros.
4 – ANTONIO (1894) - morreu criança.
5 - ROSA (1896) - ficou em casa até à morte da mãe tendo casado António Correia. Foi mãe de:
Elvira - casada com Floriano de Vila Franca e mãe de 3 filhos (Alfredo, António e Sara). O Alfredo casou com Anabela Miranda e tem uma filha chamada Carolina. O António casou com Ana Paula Talina e é pai de duas meninas: Ana Francisca e Maria; a Sara casou com Manuel Joaquim Piedade e é mãe de Sara Beatriz.
Maria - casada com Constantino Liquito e mãe de 3 filhos (Luís António, Cecilia Mª e Carlos - falecido de acidente, em 1985).
Idalina - casada com António Coutinho de Carvalho e mãe de 3 filhos (Mª Manuela, Anabela e José António) A Manuela casou com José Páris; a Anabela casou com João Carlos Martins.
6 - JOSE (1898) - Ficou inicialmente em casa, mas morreu muito novo, com uma pneumonia, talvez provocada por excessos de zelo e trabalho com o moinho que foi do Santa Marinha. Este moinho é hoje de Albina Carvalho, viúva de José da Silva de Oliveira Reis, e conhecido pelo nome “Fonte dos Anjinhos”. Como acima se refere, o José morreu cedo, mas ainda foi pai de 4 filhos:
António - casado com Olívia, de Vila Franca. Não teve filhos mas herdou a Casa de seu avô António.
Manuel - casado e com 2 filhos: O José e a Ana Maria. Faleceu em 2000, na África do Sul. O seu filho José tinha morrido já fulminado por uma faísca. Laurinda - casada com Bernardino Jácome, de Vila Franca, e mãe de 2 filhas: a Elvira e a Albertina. A Elvira casou com o Agostinho Manso e tem 2 filhos: o Fábio e o Adolfo. A Maria Albertina casou com Adolfo Azevedo e foi mãe de 2 filhas (a Sílvia, jovem estudante que morreu de um acidente de carro e deixou um testemunho religioso muito forte e a Ariana)
Elvira - casada com Bernardino Pequeno e com 4 filhos: . Augusto, Manuel, Maria do Céu e Emídio.
7 - LAURA (1902) - casou para Anha, com António Silva, e teve 5 filhos
Rosa - casou com Manuel Faria, sendo mãe de 3 filhos (Alzira, Judite e António Manuel)
Manuel - Emigrou para França, tendo casado com Maria Pintado, de quem teve dois filhos (Filipe e Isabel). Mais tarde enviuvou tendo casado segunda vez com Anie, de nacionalidade
Maria - ficou solteira
António - Tirou o curso do Magistério Primário mas acabou por emigrar para França, onde casou. Além de um filho deste casamento, tem uma filha em Portugal, que vive em Anha (Mª da Luz).
Lucinda - casada com José Marinho e mãe de 3 filhas (Rosa Maria, Lúcia e Mª Helena).
8 - ANTONIA (1903) - morreu criança,
9 - ALBINA (1904) - morreu cedo.
10 - ALEXANDRE (1905) - morreu cedo.
11 - ANA (1907) - casou com Alfredo Correia, irmão do cunhado António Correia. Teve uma filha, de nome Maria, casada e com dois filhos. Vivem no Barreiro.
MANUEL
Casou com Rosa Ribeiro, em 1871. Teve 4 filhos.
1 - FRANCISCO - casou com Teresa Maciel de Matos, de Castelo de Neiva, filha de Francisco António de Matos e de Antónia da Piedade de Passos Pereira Maciel e madrinha da Antónia Rodrigues de Araújo (Catrina), vindo para a Casa da Castela de Baixo.
2 - JOSE - foi Padre e Prior de Anha, imprimindo ao seu trabalho tal carácter e dignidade que ainda hoje se fala com saudade do velho Prior d’Anha. Consta deste prior que, na República, celebrava missa com a pistola sobre o altar!... Em 1950 celebrou as Bodas de Ouro Sacerdotais, pois tinha sido ordenado em 25.03.1900.
3 - ROSA (1885) - casou em 1910 com um irmão do Abade Francisco António de Matos e ficou na Casa da Castela da Estrada. O marido chamava-se António Francisco de Matos e foram pais de 4 filhas: Maria, Cecília, Ermelinda e Emília.
Maria - casada com António Cunha e mãe de 4 filhos: Marina, José Maria, Cecília e Manuel.
Cecília - casada com Cândido Carriço e sem filhos
Emília - casada com o Avelino Pita indo residir em Vila Fria e mãe de 4 filhos
Ermelinda - casada com Torcato Coutinho, em Anha foi mãe de uma filha.
4 - DOMINGOS - O Domingos, conhecido por Domingos do Pinto (da Igreja), por ser irmão do Prior d’Anha e era também “Pinto” por ser neto do José P. Pinto. Casou com a Emília, que era irmã do Padre João Matos, de Vila Franca, e do Dr. João de Matos (o homem do Estádio Vianense).
JOSÉ
O José foi Louvado, Juíz de Paz e escrivão de direito. Casado com Maria das Dores Araújo (irmã do Manuel da Vila, pai do Zé da Vila e avô do Avelino da Vila), de Viana, filha de João F. dos Reis e Maria das Dores Araújo. Do casamento resultaram os seguintes filhos: a Maria (1881), a Rosa (1883), o João e o José (1888), o João (1890), a Ana (1893), a Emília (1897), o Manuel (1901)
Maria - casou para Vila Franca e não teve filhos.
Rosa - casou com Manuel Rodrigues de Araújo (Catrino) e foi viver para a casa junto do Cruzeiro. Foi mãe de 3 filhos (Maria, Manuel e José). O Manuel que ficou solteiro; o José que casou na Argentina com Helena, uma Portuguesa e teve dois filhos, um falecido e o Sérgio; a Maria, conhecida pela Quinhas dos Catrinos que morreu cancerosa e relativamente nova, casada com um primo, o Francisco Coutinho de Carvalho e mãe de Fernanda, Avelino, António, Manuel, Sara e Elisabete que faleceu com 3 meses. A Fernanda casou com João Manuel Gonçalves e é mãe de Bruno e Hugo; o Avelino com Olívia de Barros e é pai de Raquel e Ana; o António Alberto é solteiro; a Sara casou com Manuel Jorge e é mãe de Marta; o Manuel António gémeo casou com Rosa e sem filhos.
João - morreu de doença.
José - casou com a prima Deolinda, filha do tio Alexandre da Conchada e viveram na casa conhecida pela “Casa da Tia Deolinda”, por a ter recebido do pai que a tinha comprado ao irmão Francisco, falecido na Maia.
João - casou com a Emília das Deiras, irmã de João Rodrigues Carvalho, ou seja, com uma cunhada da irmã Emília. Tiveram 8 filhos (Francisco, João, Dores, Emília, Ana, Gracinda, Maria e José).
O Francisco ficou em casa, casando com uma Alice Taborda Jácome de Vila Franca e é pai de:João, Albertina, Maria das Dores, Maria de Lurdes e Fernanda). O João casou com Fátima Afonso de Fafe e tem 3 filhos: João, Patric e Filipe; a Albertina casou com Joaquim Barreto e é pai de David; a Maria das Dores com Manuel Costa, de Barcelos e é mãe de Michel e Filipe; a Maria de Lurdes com José Augusto Ribeiro e é mãe de Sofia e Paulina; e a Fernanda, casada com Carlos Vieira de Valença, é mãe de Suisana e Daniela.
a Dores casou com Manuel Rocha, mãe de Avelino e José Jorge);
o João casou para Vila Fria com a prima Lurdes de Deão é pai de Nazaré, Maria, José João);
a Emília casou para Vila Franca,
a Ana casou com José Liquito e é mãe de Isabel e José;
a Gracinda casou com Graciano Forte e é mãe de Manuel e Maria Olívia.
a Maria morreu sem filhos depois de ter casado com Luís Viana de Sabariz ( o Judas),
o José com Deolinda do Rego de Anha para onde foi viver e é pai de José, António, Maria Luísa, Maria Olívia.
Ana - casou para Deão com João Alves Pedra. Deste casamento nasceram 7 filhos: Manuel, Maria, Emília, Ana Francisco, João e Lurdes. A Maria – Casou com Eugénio Silva, Major, e foi mãe de 5 filhos: Isídro, Eugénio, Odete, Marília, e Elisabete. A Emília casou com Adriano Carvalho e é mãe de 5 filhos: Ana, João, Joel, Jandira e Zulima. A Ana casou com José Rocha e é mãe de 5 filhos: Eugénio, Agostinho, Ana Maria, Agonia e Leonel que casou com Isabel Fernandes e já tem uma filha – a Síntia. O Francisco casou com Maria do Céu Ramos, de Vila Flor,e tem 2 filhos: A Marisa e a Denise. O João casou com Rosa Carneiro e não tem filhos. A Lurdes casou com João Coutinho e é mãe de 3 filhos: Maria, Nazaré e José.
Emília - casou com o primo João Rodrigues de Carvalho, conhecido por “João Deira”, e foi mãe de 4 filhos (Francisco, Luzia, António e João). O Francisco vai para os Catrinos e te,m filhos; o António para os Cordoeiros por casamento com a Idalina, neta de Ana Ribeiro da Silva, da Casa dos Brasileiros e tem 3 filhos: e a Luzia casa com Avelino Reis da antiga Casa dos Brasileiros, conhecido pelo Avelino da Vila e é pai de. O João ficou na casa e casou com Maria Dias e é pai de 2 filhos: Paulo e Carlos.
Manuel - Emigrou para França.
FRANCISCO
Foi conhecido por “O estudante” porque estudou para Padre. Chegou a Teologia. Não acabou os estudos e fez-se escrivão de direito. Casou com Rosa Cândida Alpuim da Silva Menezes, de Vila Fria, em 23/11/1882. Faleceu em Rio Tinto em 1906 com filhos, na Vila de Barreiros da Maia. Na altura era Chefe da Repartição de Finanças, sendo tão bem conceituado que todo o comércio da Vila fechou na hora do seu funeral. Consta que uma filha casou, em Londres, com um neto do Rei D. Carlos. Qual o nome da filha não descobri. Um filho de nome António foi baptizado em Mazarefes no ano de 1884. Foi ele que construiu a casa onde depois habitaram os sobrinhos: Deolinda, filha do irmão Alexandre e o José, filho do irmão José, que se haviam consorciado. A referida casa passou para eles depois de ali ter funcionado uma Escola e de ter sido comprada pelo irmão Alexandre. Foi o irmão Alexandre que comprou a casa para a dar à filha. Hoje habita nela a Fátima, neta da Deolinda e filha da Rosinda, portanto bissobrinnha do Francisco.
Os Cordoeiros nunca tiveram entre os irmãos as melhores relações. O José, Louvado, casou com uma irmã do Manuel da Vila, o António casou com uma irmã do Tio Miguel Brasileiro, o Alexandre casou com a “Pisquinha”, Maria Rodrigues da Torre, filha do Zé do Pisco do Monte, José Rodrigues Vaz, era a Morgada...para não haver “colheres a partir” ficava tudo na casa.
Assim já tinha sido com os seus antepassados e assim continuava... e os Cordoeiros recolhidos no seu orgulho de serem quem eram, ricos... o Alexandre, por ter casado com a Morgada, a mais poderosa em teres e haveres, nunca “passou cartão” aos outros irmãos. Tudo bem, mas...havia sempre um senão...que alguns percebiam como “não passar cartão”, por isso nem os irmãos, nem os primos se davam lá muito bem...
As coisas agravaram-se com o casamento do António, filho do Alexandre com a Maria, filha do António Cordoeiro porque o pai da Maria e o irmão José procuravam outro casamento para engordar riqueza reunida na casa dos Brasileiros, mas o Alexandre, isolado e perspicaz, conseguiu que o filho vencesse na conquista da amada, sua prima carnal, retirando-a ao primo João do Cordoeiro, desfazendo os projectos dos Tios José e António.
O Bisavô António do Cordoeiro não gostou nada e nunca mais o tio-sogro e o sobrinho-genro se deram bem.. Aí as zangas foram mais manifestas e talvez o equilíbrio estivesse na atitude do Louvado, o José do Cordoeiro, que não ligou grande importância, ou pelo menos, não o manifestou.
Todos os Cordoeiros sempre foram homens de dinheiro e o Bisavô António manteve também essa hegemonia. Nunca deixou a chave por mão alheia e, hoje, a casa já não está na mão da família. É da viúva do “António da Capela” seu filho, que não deixou geração. Esta casa é a nova porque para mim os Cordoeiros velhos eram da casa mais acima, a casa onde hoje vive o Francisco do Cordoeiro, a Casa do Alambique.
Casa dos Araújos Amorins
A Casa do Monte começou por ser a Casa dos Araújos, em 1789, com António Gonçalves Araújo que, nesse ano, casava com Maria Rodrigues (filha de Custódia Rodrigues, solteira), para a casa que se situava na Conchada.
O António Araújo veio de Chafé, e era filho de Manuel Gonçalves Rego e de Fernanda Araújo da Silva.
Do casal houve sete filhos: a Maria (1790), o José (1791), o António (1792), o José (1794), a Teresa (1795), o João (1798), e a Rosa (1802).
O João ficou em casa e consorciou-se com a Maria Teresa de Jesus de quem teve apenas 2 filhos:
ANTÓNIO (1836) casou com Maria Alves, filha de Manuel José Barbosa e Maria Alves, (de Vila Fria) e foram os pais de Manuel, António (1878), Maria (1872), José (1876), Domingos (1880), Clara (1982), e de Ana (1987), dos quais sabemos:
António - casou para o Ribeiro com Maria Rosa Fernandes, irmã do Dr. Ferreira de Vila Fria, da família Caroças, do lugar da Cavagem e teve 4 filhos: Maria, Maria Deolinda, Conceição e Manuel.
A Maria Rodrigues Amorim casou com José Augusto, carteiro. Vivia no Ribeiro, ao lado da Quinta e Casa que foi da Marta do Alexandre e teve 1 filho,o Anselmo, que foi para o Brasil onde casou com uma brasileira de nome Maria Estela (ou Maristela).
O Manuel casou no Brasil com uma senhora Estela da qual teve dois filhos (o Maurício e a Estela
A Conceição casou com José Rodrigues, de Darque e foi mãe de 5 filhos: a Maria, o Manuel, António, a Maria de Lurdes e o Mário.
- A Maria casou com Augusto Marques e é mãe da Elisabete, casada com Valdemar e com 2 filhos: Filipe e a Patrícia,
- O Manuel R. Amorim casou com Lucinda Mesquita, de Sta. Marta, e foi mãe de 3 filhos (o Rui, o Paulo e a Anabela);
- O António é casado com Ana Lopes e pai de Eric;
- A Maria de Lurdes casou com o cunhado do irmão, o Manuel Mesquita de Sta. Marta e foi mãe de 4 filhos :o Ricardo, o Vitor (casado com Isabel e pai de Sara e Laura), o Sérgio e a Paula (casada com Artur Pinto e mãe de Cristiano e Joana). Aconteceu uma história trágica e misteriosa neste ramo: a Maria de Lurdes, o Manuel Mesquita e Sérgio, filho de ambos, um dia, após o almoço, foram barbaramente assassinados à machadada na sua casa de Vila Fria, no Ribeiro, onde estavam a passar férias, vindos da Alemanha onde eram emigrantes há muitos anos. O autor da mortandade foi um sobrinho, o Rui, filho do Manuel e da Lucinda..
- O Mário
A Maria Deolinda casou com José Ferreira Silva, de Anha, e teve 8 filhos. Vivia ao lado da casa dos pais, no Ribeiro. Dos filhos da Deolinda sabemos:
- o Valentim, casado com Palmira e pai de 4 filhos (Fernando casado com Fátima Pereira e pai de Sanbrine e Laetitia, Augusta casada José Manuel Pereira e mãe de David, Fátima casada com Alberto Martins e mãe de Carla casada com Paulo Queirós e de Cédric Carlos casado com Maria José Guerreiro e pai de Miguel e Cátia, casada com Albino Gomes);
- o Jorge, casado com Irene Ferreira de Mujães e pai de 4 filhos (Jorge casado com Emília Jácome e pai de Karina, Manuela, Fernando casado com Rosa Pinto e pai de Tatiana, Maeva e Irina e Isabel casada com Phillipe Nourry);
- a Fátima, casada com Fernando Miranda e mãe de 4 filhos (Paulo Jorge, Carlos Miguel casado com Ana Lopes e pai de Laura, Alberto Filipe e Fernanda);
- o José, casado com Margarida de Sta. Marta e pai de 2 filhos (o Nuno e o José Carlos);
- o Manuel, casado com Lurdes Morais, de Outeiro e pai de 2 filhos: o Carlos casado com a Sílvia e o Frederico;
- o Carlos casado com Cândida de Sta. Marta e pai de 2 filhos: Sara casada com Roberto e mãe de Rafael e o António casado com Natália e pai de um filho.
- e o Augusto casado com uma francesa, a Patricie e pai de 3 filhos: da Christielle Jean e mãe da Marine e Lou-Anne, da Virginie e de Marybelle.
Maria - foi para a casa dos avós maternos, em Vila Fria, a conhecida “Casa do Couto”. Não Teve filhos.
José - casou com Antónia Rodrigues Araújo, dos Catrinos. Ficou em Mazarefes e teve de sua mulher 4 filhos, a saber:
- O Domingos que morreu com 2 anos, queimado, em dia de Páscoa e pouco antes da chegada do compasso, após o fogo da lareira ter chegado à sua roupa. Curiosamente, em 1965, uma sobrinha, na mesma lareira, e em dia de Páscoa, às 10 horas da noite, ficou sem a mão esquerda por rebentamento de uma bomba de foguete.
- O José que casou com Conceição Lima efoi para casa da tia casada com o Couto, em Vila Fria. Deste casamento nasceram 5 filhos varões (Manuel Artur, José Joaquim, José, Martinho e Agostinho). A Conceição morreu de doença cancerosa e o José casou 2ª vez, com Alice Ferreira, de Belinho, de quem teve mais duas filhas (Sandra e Renata).
- A Maria que casou com Artur Matos, de Vila Franca, não teve filhos e foi viver para a Casa da Quinta dos Oliveiras, comprada pelos seus pais.
- A Deolinda que casou com Manuel Ribeiro Coutinho e teve 3 filhos (Artur, Abel e Mª do Céu). Ficou na casa onde nasceu a família Araújo, vulgo “catrinos”.
Domingos - casou para Vila Fria, com Ana Lima, de Anha. Em Vila Fria foi viver para a casa que o irmão Manuel tinha comprado quando estava para casar com a do Fornelos. Teve 2 filhos: o José e o António.
- O José casou com Maria Clara, e foi pai de 4 filhos, nascidos na Cavagem, onde vivem: o Miguel, Maria Alice, o António e Maria Goreti.
- O Miguel casou com Maria da Conceição Cambâo e é pai de Patrícia; a Maria Alice casou com Aníbal Gomes e é mãe de José Miguel e Luís; o António casou com Manuela Correia e pai de Carla e César; e a Goreti casou com José Miranda e é mãe de Paulo e Diana.
- O António casou para Anha com Rosa do Carmo Lima e criaram 7 filhos, no lugar de Noval: Ana, Joaquim, Mª.Conceição, Rosa, José Carlos, Maria do Carmo e Luís António.
- A Ana Maria casada com António Cunha e mãe do Humberto; o Joaquim que casou com Gorete Cunha, de Viana e é pai de Pedro; a Maria da Conceição que casou com Alberto Varajão e é mãe da Joana; a Rosa Maria que está solteira; o José Carlos que casou com Maria da Conceição, de Águas Santas e ainda não tem filhos; a Maria do Carmo e o Luis António que ainda são solteiro.
A casa do Domingos ficou para o filho José e deste para o neto Miguel.
Clara - casou com Manuel Pereira, de Vila Fria, e ficou em casa. Do casamento resultaram 4 filhos e uma filha, a saber:
- O José que foi o primogénito e morreu criança.
- O José (com o mesmo nome do irmão falecido) que morreu solteiro. Fazia vinhas de arame e morreu de acidente ao cair de uma meda de palha.
- O António que casou com Maria Coutinho e foram os pais de uma menina, de nome Rosa, casada casou com Vasco Bandeira e mãe de 2 filhos: António Alberto e José Rui.
- O Manuel que casou com Maria Barreto e não tem filhos.
- A Maria que casou com José Forte. Foram pais de Deolinda que casou com um jovem de Alvarães.
Ana - casou com Manuel Forte (o Barrolo). Foi mãe de 5 filhos, a saber:
- A Maria que morreu solteira e viveu sempre em casa.
- A Deolinda que casou com António Forte e foi mãe de 3 filhos, criados na casa junto à estrada nacional que liga Darque a Vila Verde. Esta casa foi comprada aos Zabumbas. A Deolinda foi mãe de Maria Teresa, José e Maria Augusta. A Maria Teresa casou com António da Silva e são pais de Jorge Ricardo e Maria Elisabete. O José casou com Maria Ester e são pais de Paulo Ricardo e Sara Manuela. A Maria Augusta casou com António e são pais de Rafael.
- A Rosa que casou com José Cunha e foi mãe de 3 filhos. Foi viver para a casa do marido, na Regadia. Um filho da Rosa, o António faleceu jovem e de acidente de viação; ficaram duas filhas, a saber: a Idalina casada com o Porfírio Silva e mâe de Filipa, Vasco e Diana, e a Maria casada para Vila Franca com José Luis e mãe de Marcelo e Elisa.
- O Manuel que casou para Vila Fria com Maria da Conceição Ferreira e foi pai de 1 filho chamado Manuel, casado com com Mª Olívia Coutinho Forte, de Mazarefes.
- O José que casou com Cândida Araújo, de Anha e ficou em casa, onde criou 3 filhos. Um destes filhos faleceu com 7 anos de idade, restando vivos a Mª de Fátima (casada com Francisco Matos de Barros e mãe de Pedro Duarte e Miguel) e o Manuel (casado com Cândida Barbosa e pai de Ana Catarina e Raul).
Manuel tinha comprado uma casa para casar com uma noiva da Meadela da família Fornelos e morreu de paixão porque ela, na hora, lhe faltou.
MARIA ROSA DE JESUS (1838) que casou com Manuel de Matos, filho natural de Violante, solteira, a “zabumba” . Foi pai de Manuel Amorim de Matos que, por sua vez, casado com Maria Rodrigues Calheiros, foi o pai de Rosária (nascida em 1909, e ainda de boa saúde), e de mais quatro homens: o Albino, o António, o Artur e o Manuel.
Casa dos Claras
Foi conhecida pela Casa da Clara, a única mulher de nome Clara ao seu tempo residente na terra, motivo pelo qual deu o nome à Casa.
Depois, tendo casado e de ter sido mãe de dois filhos varões e de uma filha pelo meio, surgiu o nome no plural , “A Casa dos Claras”, como hoje é conhecida.
Esta casa situa-se à Rua Manuel Vaz Coutinho, um antigo caminho que unia a Conchada, o Montezelo e a Repeidade à igreja paroquial, à Regadia e também a Vila Franca. A primitiva casa ficava mais dentro do terreno e deveria ter surgido nos finais do séc. XVIII. Era inicialmente muito pequena e térrea mas, no tempo de infância da Clara (nascida em 1882) foi erguida no actual local, tendo para isso contribuido o trabalho infantil da Clara, à frente dos bois, para arrastar do Monte a pedra necessária à sua construção.
A Clara casou com António Pereira, de Vila Fria, agricultor e construtor de vinhas com arame. Este casal teve 5 filhos, como vem descrito no capítulo “Casa dos Araujos Amorins”.
A Clara casou com António Pereira de Vila Fria, agricultor e construtor de vinhas com arame. Este casal teve 5 filhos: o José que foi o primeiro e morreu criança; depois outro José que veio para o lugar do primeiro, solteiro, e morreu entrado numa idade avançada; o António que casou com Maria Vaz Coutinho, conhecida pela “Russa” , alcunha que herdou da mãe, e pais de uma filha chamada Rosa que por sua vez casou com Vasco Bandeira e deram ao mundo dois filhos, o António Alberto e o José Rui; a Maria que casou com o José da Cunha Forte e foi mãe da Deolinda casada com um jovem chamado José (de Alvarães) ; e o Manuel que casou com Maria Barreto e não tem filhos.
Estes são apenas apontamentos que entrego aos familiares para estudo.
Gostaria que, se conhecessem histórias antigas, ditos, contos da memória da família, me comunicassem, ou se tivessem alguma foto ou lembrança antiga o dissessem porque por aí se pode chegar a alguma conclusão interessante neste ramo, ou naquele... Coisas boas e más da memória colectiva ou familiar.
Escrevam-me, ou telefonem-me... Se quiserem poderei deslocar-me ao vosso lar para vos ouvir, ou podereis, fazer-me uma visita.
Agradeço muito.
A história da família só se faz com documentos, escrituras de compra e de venda, de partilhas, de apontamentos, etc,etc... assim como documentos da tradição oral que passa de geração em geração. Alguma dessa tradição nos mais velhos... há memórias que podem ir mais longe que a 5ª geração!...
A tradição oral nesta pós-modernidade vai passar com mais dificuldade.
Aproveitemos agora o que há, reduzindo a escrito, para o deixarmos como testemunho cultural de hoje aos que hão-de vir...
A casa dos Brasileiros
Naturalmente poderíamos ir muito longe, nos anos, a propósito dos de Mazarefes que emigraram para o Brasil.
Em 1693 faleceu, no Brasil, Domingos Rodrigues e em 1701 faleceu, também no Brasil, João Rodrigues Junqueiro. Pelo menos, vinte e cinco Mazarefenses morreram, no Brasil, no século XVIII.
Os de Mazarefes emigraram muito para o Brasil. Sò em 40 anos, entre1861 e 1900, foram 110 os que sairam ou pediram passaportes para emigrarem para a terra das patacas.
Uma filha da casa de Gavindos, a Isabel Rodrigues, casou com Gonçalo Rodrigues do Souto, em 1661 e, entre vários filhos, tiveram um chamado Matias. Este, por sua vez, casou com Andreza Rodrigues da casa dos brasileiros tendo tido vários filhos, a saber:
Manuel (1706), Maria (1708), António (1710), Jerónimo (1711), Matias (1712), Francisco (1715), Teresa (1721), e Joana (1727). O Matias (pai) faleceu em 1744, e Andreza em 1770. A filha Teresa casou em 1759 com António Alves Ribeiro e a filha Maria em 1724, com João Francisco da Rocha, de Alvarães, tendo falecido em 1755.
Estamos em meados do século XVIII.
O casal Maria e João Francisco teve 4 filhos: a Maria Rodrigues da Rocha, o Manuel, o António e a Joana.
A Maria Rodrigues da Rocha casou, em 1759, com o António Francisco dos Reis, e tiveram 6 filhos:
Manuel (Francisco dos Reis)
Maria - nascida em 1764 e casada em 1781 com António de Araújo
Joana - nascida em 1769
Teresa - nascida em 1772
Rosa - nascida em 1774 e casada com Manuel Francisco de Carvalho, em 1794
António
Luísa - nascida a 1783 e casada com João de Freitas, de Darque, em 1803, e moradores na Broeira.
O António Francisco dos Reis faleceu em 1816. Deixou bens de alma pela mulher, Maria Rodrigues, falecida dois anos antes, em 1814, pela sogra, Maria Rodrigues, pela cunhada Joana, entre outros. O terço dos bens ficou para o Manuel que vivia na casa com uma demente.
O Manuel Francisco da Rocha, irmão da mãe, deixou aos sobrinhos todos os seus bens à excepção do José, ausente na Galiza, por ser rebelde; à mulher de José Afonso Forte 50.000 reis de esmola; à Maria Miranda, mulher de João Ribeiro Gomes, 30.000 reis; à criada Maria Gomes 70.000 reis e uma leira da “Virinha”, no lugar de Ferrais, com a obrigação de dar 1.200 réis à Senhora do Terço da Capela do Espírito Santo, em Barcelos. À criada Senhorinha Rodrigues, à conta da soldada, 130.000 réis.
O Manuel Francisco dos Reis, primogénito deste matrimónio, casou com Maria Rodrigues dos Reis, filha de João Gonçalves Rato e Maria Rodrigues dos Reis, sua prima, filha de uma irmã do pai. Este Manuel esteve no Brasil e aí arranjou algum dinheiro para abrir novos horizontes à sua vida, e fazer algumas compras de terrenos.
Deste matrimónio houve 7 filhos, a saber:
Manuel - nascido em 1819
Jerónimo - nascido em 1826, que foi padre e morreu novo
António - nascido em 1824. Casou a 1ª vez com Maria Fernandes e teve duas filhas (Teresa e Maria). Após ter enviuvado, casou com Maria Parente da Costa Lima, de Vila Fria, de quem teve mais 2 filhos (o José e a Albina)
Maria - nascida em 1814. Casou para Vila de Punhe com José F. Silva Quintas
João - nascido em 1814. Casou para Viana com Maria das Dores Araújo
Rosa - nascida em 1816 e que faleceu ainda criança.
Rosa - nascida em 1821. Casou com Manuel Rodrigues de Carvalho
Manuel Francisco dos Reis herdou da sua mãe, Maria Rodrigues, o lugar e casas, torres, terras, lagar, espigueiro do lado norte partindo da Nascente e Sul com outro lugar deste casal, no valor de 340.520 reis, uma Cortinha lavradia e vinha do lado Sul da vivenda a partir com um bico que se separou para o co-herdeiro António, uma leira de lavradio dentro da Quinta dos herdeiros, metade dum Campo lavradio com água de rega e um moinho, chamado Muro do Regueiro, que parte do nascente, com a co-herdeira Maria, uma terra de lavradio no sítio do Vermoim, chamada Carreira e uma leira de lavradio no sítio da Morada, tudo no valor de 892.420 reis.
À morte deixou os filhos: João, de 29 anos, casado em Viana; a Maria, de 28 anos, casada em Vila de Punhe; o Manuel com 24 anos, o António com 19 e o Jerónimo com 17 anos. Ficou tutor do menor, o João. Deixou em role duas propriedades nas Borras, uma na Ponta da Veiga, duas nos Boldrões, uma no Chouso, uma no Vermoim e uma no Calvete. Contraiu alguns empréstimos que totalizaram 72.123 reis.
O valor do seu formal no testamento foi de 370.617 réis, à sua parte.
Trouxe uma grande questão com o vizinho Manuel Rodrigues Carvalho, (seu cunhado) que tinha uma oliveira, sua propriedade, e sobre a Cortinha pelo que houve uma conciliação e recebeu de idemnização 6.600 reis, em 1838.
Hipotecou algumas propriedades para poder ter crédito em alguns empréstimos, como a Bouça de Lamas e o Pereiro.
Foram credores Belchior Almeida, Simão Barbosa de Almeida e Manuel Francisco da Rocha. À sua morte eram devedores à família o António Rodrigues Vaz, Manuel Pereira Viana, Teresa Pereira e Manuel Rodrigues Barbosa.
A viúva, Maria Rodrigues, faleceu em 1863 deixando 4 filhos. O Manuel estava casado com Rosa Ribeiro da Silva, em sua companhia, a quem fazia o terço. O Pe. Jerónimo, seu filho já tinha morrido. O filho Manuel tinha um filho no Seminário, o Jerónimo, e deixou-lhe mais bens destinados para constituição do património do neto ao receber ordens sacras. À criada, chamada Ana, que era filha de José Rodrigues Barbosa, deixou uma cama aparelhada e, por não saber ler, nem escrever, assinou a rogo dela o senhor Domingos Rodrigues Vaz, em 20/10/1873.
Como acima foi dito, o Manuel casou com a Rosa Ribeiro da Silva, filha de Manuel Fernandes (dos Carrapatos) e Maria Ribeiro da Silva, da qual teve 7 filhos:
João - nascido em 1852 e falecido em 1876
Jerónimo - nascido em 1856. Casou para Vila Franca com Teresa Ribeiro da Silva e faleceu em 1940. Andou no Seminário e a avó paterna deixou em testamento um campo para o património, se ele fosse padre. Ficou órfão de pai aos 17 anos e foi o irmão João, casado em Viana, o seu tutor
Manuel Júnior - nascido a 1856, casado com Rosa Pitta Bezerra, de Darque. Tiveram um filho, de nome José Pitta Reis que, por sua vez, casou com Rosa Sá Freitas Lima de quem teve os seguintes filhos: Maria, António, Maria Luísa, Rosa, José, Manuel e Augusto
José - (1861)
Maria - (1850)
Miguel - (1853)
Ana - nascida em 1866, casou com António Rodrigues de Araújo Coutinho, da Casa dos Cordoeiros, das Boas Novas. A Ana e o António tiveram 11 filhos.
Ver Casa dos Cordeiros
O apelido “brasileiro” dado à Casa dos Brasileiros começou com o irmão de Maria Rodrigues da Rocha, Manuel Francisco da Rocha que morreu solteiro e esteve no Brasil a fazer fortuna.
Consta que de lá trouxe um preto escravo chegando até aos nossos dias alguns instrumentos utilizados nessa altura pelo escravo... O Manuel Francisco dos Reis terá ido também ao Brasil, mas morreu novo, em 1842, pelo que o filho que ficou nesta casa, Manuel Francisco dos Reis, seguiu as pisadas do tio e do pai indo ele também à terra das patacas. Recebeu diplomas humanitários que ainda possuímos, o que mostra ter sido pessoa que por lá esteve tempo razoável para mostrar o que valia e criar relações sociais capazes de arrancar a admiração da população do Rio de Janeiro. Sabemos que teve passaporte para se ausentar para o Brasil passado aos 16 anos e aos 25 anos, pelo menos.
Estamos em pleno século XIX.
O Manuel fez inúmeras compras, mais de 200 mil reis com dinheiro ganho no Brasil. Parece que a sua ideia era comprar Mazarefes inteira e, do formal de partilhas em 1898, constava o seguinte:
VIÚVA: 1.Casas, altas e baixas, espigueiro, eira, poço, terra lavradia, árvores de fruto, vinha; 2.Cortinha; 3. Muro; 4.Moínho; 5.Mial; 6. Cabreiras de Sabariz; 7.Estacada da Ponta do Veiga; 8.Estacada na Veiga de S.Simão; 9. Leira na Cachada de Cima; 10. No Prado; 11.Estacada de rosso na Veiga; 12. Leira de Mato e Pinheiros em Stº Amaro; 13.Leira lavradia no Mial pequeno; 14. Outra Leira de Mato e Pinheiros em Stº Amaro; 15. Leira de Junco na Veiga de S.Simão;
JERÓNIMO: 16.Bouça de mato e pinheiros na Espinhosa; 17. Leira de Mato e Pinheiros no Fontão; 18. Um campo de terra lavradia; 19. O campo do Estivada; 20.Terra lavradia na Morada de Cima; 21.outra na morada de Baixo; 22. Campo da Quinta de Melo; 23. Leira de Mato e Pinheiros nos Raindos de Baixo; 24. Leira de Paúl e Madeira no sítio da Bordonesa ; 25. Leira de lavradio e Mato na Areia Cega da outra banda da freguesia de Mazarefes;
MANUEL: 26. Leira no Termo; 27. Leira no Vermoim do Matias; 28. Terreno lavradio e vinha no Vermoim da Carreira; 29. Lugar de Casas dos Vermoins; 30. Casas altas e baixas, poço, árvores de fruto e vinha, terra lavradia; 31. Bouça de Mato e Pinheiros no sítio dos Borras; 32. Leira de mato e Pinheiros no sítio das Corgas; 33. Leira de Mato e Pinheiros no sítio da Sarrubada;
JOSÉ: 34. Leira de Mato e Pinheiros na Bouça da (Curta?); 35. Leira de Mato e Pinheiros em Stº Amaro; 36. Outra de Mato e Pinheiros em Stº Amaro, Bouça da Quinta do Borralho; 37. Leira de lavradia e vinha na Saloa; 38. O Campo do Vermoim da Velha; 39. Leira de Mato, Pinheiros e Carvalhos no sítio do Pelote; 40.Leira de lavradio e algumas videiras no Safrão; 41. Terra de lavradio e vinha na Cachada de Baixo; 42. Estacada Pequena na Ponta do Veiga; 43. Campo de lavradio e vinha no sítio da Foutela;
MIGUEL: 44. Moinho; 45. Bouça de Mato e Pinheiros na Cabreiras de Baixo; 46. Terra de lavradio no sítio da Junqueirinha; 47. Leira de Paul e Madeira na Junqueirinha; 48. Terra de lavradio e madeira nos Bordones;
ANA: 49. Bouça de Mato e Pinheiros na Bouça da Terra; 50. Outra Bouça de Mato e Pinheiros na Bouça de Curta; 51. Bouça de Mato e Pinheiros no Monte de Stº Amaro; 52.Leira de Terra lavradia e vinha nos Chousos; 53. Leira lavradia e vinhas nos Raindos; 54. Leira de Mato e Pinheiros no sítio da Couchada do Meio; 55.Leira de terra e lavradia no Mial de Baixo; 56. Paul, Madeira e Carvalhos nos Bordones; 57. Estacada de lavradio e madeira denominada Polaina na Ponta da Veiga; 58. Estacada de Junco no Roncal.
Era um total de 3.095.285 reis que repartido por 5 filhos, pois os outros já tinham morrido, foi de 619.057 reis.
À morte do Manuel, o filho Miguel, homem alto, forte e de, nariz comprido sobre um bigode farfalhudo em rosto redondo e avermelhado, não moreno, estava solteiro e ficou em Casa. Veio a casar aos 52 anos com Maria Pereira da Cunha, mas por pouco tempo, pois a mulher deitou-se a afogar no poço de água de consumo da casa. Um dos motivos de afogamento foi, e não o menos importante, o facto de ter sofrimentos no cérebro. Ela era sobrinha dum Padre (o Padre Calisto), que morreu canceroso da cabeça e três sobrinhos também tinham morrido da mesma doença. Ao que parece ela também sofria do mesmo, com fortes dores...pelo que resolveu acabar com a vida... O Miguel enviuvou e queria agora, não uma mulher, mas um sobrinho em casa. Aí esteve um filho de Manuel Júnior, o José Pitta Reis, ainda solteiro, de quem era tutor, pois era órfão, a quem concerteza tudo prometeu para casar com a sobrinha Maria, filha da irmã Ana, casada para a Casa do Cordoeiro. Isso não aconteceu porque o José não aceitava esse casamento e chegou ao ponto de, também ele, sair zangado da casa do tio e ir até ao Brasil para casar depois com Rosa Freitas Lima, de Darque. Entretanto, o “José do Cordoeiro” e o seu irmão António estavam apostados em fazer casar o João do Cordoeiro com a referida Maria...mas as opiniões divergiam-se.
O Miguel, não conformado com a sua solidão, e talvez a querer outra coisa, novos namoros fez à sobrinha para casar agora com o António, sobrinho também da irmã Ana e mãe da Maria, filho do Alexandre (eram primos) e conseguir que viessem para o pé dele. Assim foi. O António, filho do Alexandre intervém, deita a mão à Maria e casa com ela. O casamento realizou-se, mas o Miguel morreu em 1922, um ano depois de ter nascido o primeiro bissobrinho, filho dos sobrinhos herdeiros, o Manuel, que casou em 1946 com Deolinda Rodrigues de Araújo Amorim, filha mais nova de José Rodrigues de Araújo Amorim e Antónia Rodrigues de Araújo, da Casa do Zé do Monte, Lugar do Monte.
Na casa dos Brasileiros nasci eu em 7 de Janeiro de 1947. Pelo que a minha mãe conta, não lhe ofereci um parto muito fácil.
De brasileiro só tinha do meu trisavô paterno-materno, era o Manuel Francisco dos Reis, pai de Ana do Cordoeiro, avô da minha avó paterna Maria Ribeiro da Silva Coutinho e bisavô de meu pai e trisavô meu e de meus irmãos.
Um dia nesta casa, onde vivi algum tempo depois de ter nascido e depois de ter ido para o Seminário, aí pelos 13 anos, descobri todos os documentos que tenho entre mãos. A cabeça de S. Bruno em pau preto, naturalmente, vindo do Brasil, assim como algumas moedas de prata antigas da monarquia. O Cónego Luciano Afonso dos Santos, Reitor do Seminário de Santiago, Director-Fundador do Museu Pio XII ficou com as referidas peças para enriquecimento do património museológico. Encontrei ainda um livro manuscrito cheio de poesias ricas em sátira, humorismo e temas religiosos.
Esse livro mostrei-o ao meu professor de filosofia, Dr. Raúl Teixeira. Ficou-me com ele até nunca mais o ver… Dele transcrevo alguns versos que ainda possuo. Tinha outros, mas não sei deles...
A destruição de Jerusalém
Romanos batalhões em fúria brava
Nos muros de Salém bradam vingança
Dentro e fora honorífica matança
De cadáveres sem conta o chão juncava.
Das chamas posto o templo desabava
E a rebelde Ariel sem mais tardança
Ao ver fugir lhe dá victória e esperança
Vencido o colho, abate e fica escrava
Hoje a encara a viajar, e pasma ao vê-la
Assim caiu quem se ufanava e tanto
De vinte séclos d’esplendor, e glória;
De Deus a maldição pesou sobre ela
E seu crime a riscou, crime d’espanto
Do mapa das Nações, e os anais da história.
Versos de improviso a um sujeito que estava com a boca aberta
1. Ao pé de Sta. Teresa
2. Trepada numa taboca
3. Estava uma muriçoca
4. Tocando num realejo
5. A contradança francesa
6. E juntamente a cantar
7. Nisto ia por lá passando
8. Um taludo mariola
9. Que em lugar d’ir para a escola
10. Espantado pôs-se a ver
11. A muriçoca tocando
12. Que o fazia admirar
13. Mas um cagalhão q’andava
14. Naqueles sítios voando
15. Foi-lhe pela boca entrando
16. E o Tone que sem dar fé
17. Mui lampeiro o foi chuchando
18. Mesmo até sem o mastigar
19. Portanto meu caro amigo
20. Evite andar com a boca aberta.(.................)
Soneto
1.Foi pregar numa Igreja um Franciscano
2.Escória da Fradêsca bicharia
3.E após extenso tema eis principia
4.Porco exórdio em louvor de S. Caetano
5.Berros e murros dava o frade ufano
6.Das blasfémias e asneiras que dizia
7.Quando em meio do exórdio eis pára e enfia
8.Que a muza escarrou-lhe o vento ao pano
9.Escarra, tosse e depois esfrega a testa,
10.Pucha, estica o capuz, eige o cordão
11.Dá um murro, e afinal sai-se com esta:
12.“Sopre o turíbulo ó Padre Sacristão
13.Caros ouvintes meus fidou-se a festa
14.Tomem tochas e saia a procissão.
Quem foi o autor?
Ou eram poemas do Manuel Francisco dos Reis, quando ausente no Brasil, ou de Jerónimo Francisco dos Reis, seu tio Padre que aqui viveu no princípio do século XIX.
A CASA DOS CATRINOS
= OS ARAÚJOS=
Quem deu grande ser à Casa dos Catrinos foi o Manuel Araújo, carpinteiro, casado com a Maria (Forte), dos Funfuns, Maria Rodrigues, filha de José Afonso Forte e Maria Rodrigues, também conhecidos pelos cabanos, avós do Alípio Forte.
Eram conhecidos pelos cabanos porque tinham as orelhas grandes e à semelhança do Boi Cabano - cornos baixos e levantados nas pontas, ou o Boi Pereiro - cornos para o ar. Os Funfuns foram os primeiros da freguesia a viver mais a sul de S. Simão, onde viviam as Capotas, junto dos “Muros”.
Os Catrinos aparecem em Mazarefes na Casa que depois tomou o nome de “Casa do Zé do Monte” junto à passagem de nível do comboio e que hoje é da Maria do Céu.
Esta casa era de António Araújo, pedreiro, oriundo de Vila Fria. Vieram, por isso, os Catrinos de Vila Fria. Gente simples e humilde que vivia do seu trabalho, eram uma família muito unida e todos os Domingos, desde tempos antigos, de tarde, os irmãos se reuniam na casa paterna. Todos tinham de entrar ao Domingo na casa onde tinham nascido, ainda que os seus progenitores já fossem falecidos.
Por causa desse costume, por exemplo, o Manuel, o José e a Antónia faziam bailes na sala da casa, no tempo da chuva. O Manuel Catrino do Cruzeiro tocava concertina, a Antónia e o Zé da Regadia, o cunhado e as cunhadas dançavam...Um dia, o senhor abade António Francisco de Matos passou e ouviu os acordes da concertina, os pulos, os ritmos de dança, o bater do tacão e comentou: “lá estão os Catrinos no catruca-catruca, a catrucar na sala”.
Como carpinteiro, o Manuel, foi trabalhar para Lisboa, para o restauro da cidade depois do terramoto, deixando naquela casa a mulher, meia dúzia de ovelhas e uma tourinha na corte. Ela dedicava-se à salga de sardinha em casa e a vendê-la a todos os que lá iam comprá-la. Fazia bom negócio, a ponto de, quando o marido veio de Lisboa em visita, já ter comprado uns bois e um carro. Depois do primeiro abraço, à chegada, mostrou-lhe o fruto do seu trabalho e demonstrou-lhe que, se ele foi trabalhar, ela também não ficou parada e fez pela vida.
Quanto à casa dos Capareiros que ficava dentro do mesmo quintal e era conhecida pela “Casinha” até 1985, hoje está reduzida pela casa nova que a Maria do Céu e o marido implantaram naquele terreno.
Esta casa dos Capareiros tinha sido comprada pelo Manuel Araújo. O canto do lado poente confinava com o Abade Matos que, para aumentar o seu património, pediu ao Manuel Araújo que lho vendesse, mas a resposta ao Abade Matos foi negativa e bastante irreverente.
Voltando às origens, António Araújo casou com Maria Rodrigues em 1781 e foi pai de 8 filhos, a saber:
o António, o Manuel, a Maria, a Teresa, a Joana, o Francisco, a Rosa e a Luísa.
A Luísa casou com o primo José. O José era filho de Manuel Araújo e Catarina A. Peixoto (de Vila Fria). Foi o José, filho deste casal, que casou com a prima Luísa e foi pai de 3 filhos, a saber: o Manuel (1831), o António (1835) e a Rosa (1837), falecida a 1840.
O Manuel Araújo casou com Maria Rodrigues, filha de José Afonso Forte e de Maria Rodrigues, e foram o José e a Maria, pais de 4 filhos: o Manuel (1879), a Maria (1882), o José (1885) e a Antónia (1877).
Esta Antónia casou com José Rodrigues de Araújo Amorim, da Casa das Claras e foi mãe da Maria, José, Domingos e Deolinda.
O Domingos morreu queimado na lareira no dia de Páscoa, ao meio dia, quando a mãe preparava a sala da casa para receber o compasso pascal. Curiosamente uma sobrinha neta ficou, em dia de Páscoa, à noite, na mesma cozinha sem uma mão.
O José casou para Vila Fria com Conceição Lima, de Anha e sobrinha do tio José do Couto e, deste casamento, houve 5 homens (o Manuel Artur, o Joaquim, o José, o Martinho e o Agostinho. A Conceição morreu cedo, de doença cancerosa e o José voltou a casar com Alice das Marinhas de quem teve duas filhas: a Renata e a Sandra.
A Maria casou com Artur Augusto Matos, de Vila Franca, familiar do Pe. João Matos de Vila Franca, e não tiveram filhos
A Deolinda casou com Manuel Ribeiro Coutinho, da Casa dos Brasileiros e é mãe do Pe. Artur, do Eng.º Abel e da Maria do Céu.
O Abel casou com uma prima de Mons. Sebastião Pires Ferreira, de nome Joana Isabel Pires Lourenço, e tem duas filhas (Ana Filipa e Alexandra Maria)
Maria do Céu casou com José Rodrigues Gonçalves Barreto, da Regadia. Deste casamento nasceram dois filhos, o José Jorge e o Duarte.
CASA DO NECAS REIS
A casa de Gavindos, também conhecida pela Casa de Coibindos, a poente de Vermoim de Baixo, foi uma casa dos Capelos, no séc. XVI.
Era a penúltima casa da freguesia de Mazarefes quando o centro urbano desta freguesia se localizava na Veiga de S. Simão.
De onde eram os Capelos, ou como eles apareceram em Mazarefes, desde quando e como dos Capelos chegou até agora, nada sabemos. A ordem dos nomes que se prenderam com esta casa aqui ficam, mas... como esta casa seria, no seu iníci,o não se sabe. Talvez como muitas outras da ocasião. Pedra solta, sobreposta e coberta com colmo… mais como um barraco de pedra.
Em 1804 aparecem registos de duas ou três casas existentes nos Raindos, de difícil localização.
Os primeiros proprietários da casa localizada no lugar de Gavindos ou Coibindos, junto do Vermoim de Baixo. foram Cristovão Rodrigues e Maria Rodrigues, casados em 1661.
O Cristovão faleceu em 1684. A filha Isabel Rodrigues casou com Gonçalo Rodrigues do Souto, e deram ao mundo um varão de nome Matias Rodrigues que casou com Andreza Rodrigues, do lugar do Souto, filha de um irmão de Gonçalo Rodrigues. O casal teve uma filha, a Maria Rodrigues, nascida em 1708 que casou com João Francisco da Rocha, de Alvarães, em 1740 . Este casal teve 5 filhos: Maria, Manuel, Domingos, António e Joana. A Maria Rodrigues da Rocha casou em 1759 com António Francisco dos Reis, também de Alvarães e viveram na casa dos brasileiros. Um dos filhos, o Domingos, morreu em Lisboa, em 1707.
A um seu bisneto, que saiu da Casa dos brasileiros, o Manuel Júnior, coube-lhe esta casa dos Gavindos. Morreu novo, de febre pneumónica, assim como sua mulher.
O único filho, José Pitta Reis, orfão aos 15 anos, ficou a viver, emquanto menor, com o tio Miguel Francisco dos Reis, em casa dos avós paternos, ou seja, na casa dos brasileiros. Casou com Rosa Freitas Lima, de Darque e aí viveu algum tempo. No entanto, foi nesta cada agora em nota que viveu a maior parte da sua vida. Assim os filhos Manuel e Augusto nasceram em Darque, mas os restantes nasceram já nesta casa. O José Pitta Reis esteve 8 anos em Mato Grosso, no Brasil, onde seu pai também já tinha estado, bem como o tio Manuel e outros antepassados da casa dos brasileiros.
O Necas é agora o seu proprietário e tem cuidado dela com desvelo.
Primeiro começou por ser uma casa térrea. Depois foi subida e, nos seus baixos,alugados ao José da Cunha, funcionaram uma venda e um armazém de sal.
Nela viveu o tio-avô do Necas, José Francisco dos Reis, irmão mais velho do Manuel Francisco dos Reis Júnior. Habitou-a desde o casamento até à compra duma casa própria. Depois foi habitada por uma família da “Recoca” até os pais do Necas tomarem conta da casa herdada, deixando a da família, em Darque.
Trata-se pois duma casa bem antiga quanto à localização, que levou várias transformações como é possível testar com algum espírito de observação.
O José Pitta Reis, pai do “Necas Reis” teve 7 filhos, com sua mulher Rosa de Sá Freitas Lima, de Darque, a saber:
I SABELMARIA - casou com o Amândio e é mãe de 4 filhos
MARIA LUISA - casou com o José Carneiro e tem 3 filhos
ROSA - casou com o Alcino Ferreira e tem 3 filhos
JOSE - casou com a Catarina e tem 3 filhos
MANUEL - casou com Maria Augusta Pimenta e é pai de uma filha
AUGUSTO - casado com a Beatriz Silva, com 10 filhos.
ANTÓNIO - casou com Teresa, de Ponte de Lima, foi pai de um filho que morreu em crança. Ele moreu aos 28 anos de doença.
Casa do Zé Brasileiro
Manuel Francisco dos Reis, casado com Rosa Ribeiro da Silva, moradores no lugar da Namorada, conhecido também por lugar do Souto, tiveram um filho chamado José Francisco dos Reis, nascido em 1861 que casou, em 1892, com Maria Rodrigues Leite, da família “dos Piscos”, filha de José Rodrigues Vaz e Teresa Joaquina Leite
Foram residir em casa do irmão já falecido, o Manuel Júnior, no lugar de Gavindos, onde hoje é a Casa do Necas Reis. Depois comprou aos “Vieiras”, que eram cesteiros, a casa onde hoje residem. Custou 400.000 réis.
Deste casamento nasceram 7 filhos, a saber:
Maria, a Rosa, o Manuel, a Emília, o Avelino, a Ana e o José.
MARIA - casou com o José Rodrigues de Araújo (dos Catrinos) e foi mãe de 3 filhos: a Conceição, a Maria e o Manuel.
O Manuel ficou em casa e casou com Rosa Coutinho (da Tia Deolinda do Cruzeiro) e é pai de 5 filhos para além de uma menina Olívia que morreu, a saber:
- Artur, casado com Maria Helena Rocha e pai de Filipa.
- Abel, casado com Maria de Fátima Pinto e pai de Abel Filipe.
- Maria da Conceição, casada com Manuel Costa e mãe de Paulo Jorge e Diogo José.
- José, casado com Rosalina Maltez e pai de Ricardo e Patrícia.
- Manuel, casado com Rosa e pai de Bruno Miguel e Catarina.
A Maria casou para Anha com José Lopes Novo e não tem filhos.
A Conceição veio para esta casa e casou com um primo.
ROSA - faleceu muito jovem, vítima de pneumónica,
MANUEL - casou com a Ana Barbosa (do Xico Ferreiro) e foi pai de 3 filhos: o José, a Maria e o Manuel. O José casou com a Conceição Valada e tem uma filha. A Maria casou com Manuel Pereira e tem 3 filhos, uma filha deficiente faleceu aos 19 anos. O Manuel é solteiro.
EMILIA - ficou solteira.
AVELINO - emigrou para o Brasil e por lá morreu, solteiro. Consta que se juntou com uma brasileira.
ANA - casou com o João Gonçalves Barreto e é mãe de 5 filhos: o Manuel, a Maria, o José, a Conceição e o Narciso.
O Manuel casou com Maria Coutinho, de Vila Franca, sobrinha do Joaquim Coutinho (o fidalgo, marido da Marta do Alexandre) e é pai de 3 filhos; Ana , Lucinda e o Pedro Avelino, que morreu afogado no rio Lima com cerca de 14 anos, a Maria que casou com Manuel Alves Pereira e não tem filhos, o José que casou com Maria do Céu Rodrigues Coutinho e é pai de 2 filhos, a Conceição que casou com António Alberto Borlido e é mãe de 3 filhos e o Narciso que casou com Albina Vaz (dos Piscos) e é pai de duas filhas.
JOSÉ - ficou em casa e casou com a Beatriz do Cunha. O José ficou conhecido pelo José brasileiro sem ter ido ao Brasil, tendo herdado a alcunha de “brasileiro” do pai, que saiu da casa dos brasileiros.
O Zé brasileiro, que tinha casado com a referida Beatriz, mandou embora a mulher, grávida, para a casa dos pais e ficou sozinho. Mais tarde levou para casa a sobrinha, filha da Maria e de José Rodrigues de Araújo, chamada Maria da Conceição Vaz de Araújo que casou com o Manuel Rodrigues Coutinho, filho do José Cordoeiro e da Deolinda do Alexandre, da casa junto ao Cruzeiro, que também não deixaram descendentes.
E o filho ou filha resultante da gravidez? Será que esta informação irá chatear a família da mulher.
A CASA DOS CORDOEIROS
A Casa dos Cordoeiros foi sempre conhecida como uma grande casa da terra. Os Cordoeiros eram muito conhecidos, uma casa forte e rica.
Dizem que tinha a ver com uma cordoaria, mas também consta que esta família recebeu o nome de “Cordoeiros” por se dedicar ao contrabando de cordas espanholas que vinham de barco pelo mar, subindo o Rio Lima até ao poço Tranquinho, onde a mercadoria era desembarcada e depois negociada...
O Cordoeiro deveria ter nascido em 1699, na casa onde hoje vive o Francisco do Cordoeiro. Aí viveu o Manuel Alves Cordas e só em fins do séc. XVIII, os Coutinhos chegaram a Mazarefes. Seria alcunha? Deixando a alcunha “Cordoeiros”, naturalmente ligada ao negócio de cordas, vindas ou não de Espanha, de contrabando ou não, o que é certo é que esta casa é a Casa dos Coutinhos e os Coutinhos chegaram a Mazarefes vndos de Alvarães, de Vila de Punhe, de Vila Fria e de Darque. No entanto, os actuais Coutinhos são todos Cordoeiros, na sua origem. de Vila de Punhe e de Darque e deviam ter nascido aí.
A Casa dos Cordoeiros da Capela apareceu depois, ou porque desenvolveram o negócio e se fizeram mais ricos ou por outro motivo que se desconhece.
O negócio das cordas foi anterior e veio de outras famílias. Já referi o Manuel Alves Cordas, e outro, é o Manuel Luís Gandra, o Cordoeiro, que casou em Mazarefes, em 1838 com Rosa, filha de José de Araújo Coutinho.
Os Coutinhos que hoje existem vão todos entroncar no casamento de Domingos de Araújo Coutinho, de Vila de Punhe, com Josefa Soares, de Darque. O filho deste casal, José de Araújo Coutinho, foi o “Cordoeiro” por excelência, pois possuía uma Cordoaria em Viana, tendo grande sucesso neste negócio. Casou em 1802, com Maria Rodrigues, filha de Francisco Rodrigues de Carvalho e Teresa Rodrigues, das Boas Novas. Deste matrimónio nasceram 9 filhos, a Maria (1804), o Manuel (1807) foi abade de Tenões, em Braga, e um benfeitor da Caridade e do Lar de Santa Teresa, em Viana, o Francisco (1810), Alexandre (1813), a Ana (1815), Rosa (1816), Ana (1820), Inês (1822) e José Rodrigues de Araújo Coutinho (1826).
O Francisco casou com Teresa Rodrigues, filha de Francisco António de Matos e Teresa Rodrigues. Foi pai de 7 filhos: O José de Araújo Coutinho (1835), o Manuel (1835), a Maria, a Ana (1840), a Inês (1842), a Teresa (1844) e a Rosa (1847).. O José foi Padre. Foi ao Brasil, celebrava na Capela das Boas Novas, tendo sido autor da reconstrução da Capela de S. Simão, no Lugar da antiga igreja paroquial. Foi Pároco de Mazarefes, tendo falecido em 1892.
O José ficou em casa e casou com Maria Rodrigues do Rego (de Anha). Este José Rodrigues de Araújo Coutinho não era negociante de cordas, nem fabricante delas. Era negociante de milho e fornecia Viana. Fazia os seus negócios nos Concelhos de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Ponte de Lima. O transporte era feito em barco. Morreu muito novo, aos 35 anos, depois de uma coça que lhe deram nos Arcos. Morreu em casa, em Mazarefes e deixou viúva a Maria Pinta, de Anha (Maria Rodrigues do Rego).
Esta viúva foi madrinha do padre José Gonçalves Damião, seu bissobrinho, neto materno de Rosa. que casou para Darque com José Alves de Araújo e filho de uma Ana. O José e a “Maria Pinta” tiveram 5 filhos: o António (1866) que casou com Ana Ribeiro da Silva, da Casa dos Brasileiros e que ficou em casa, o Alexandre (1855) que casou para a Conchada com Maria Rodrigues da Torre, o José (1856), escrivão de direito, que casou com Maria das Dores, em 1880, filha de João Francisco dos Reis e Maria das Dores Araújo, de Viana, o Manuel (1849) que era lavrador e casou com Rosa Ribeiro, filha de José Pereira Pinto e Teresa Ribeiro, em 8 de Dezembro de 1871, para a Casa da Castela de Cima ou Castela da Estrada e o Francisco (1852).
A Inês casou em 1851, com Manuel Maciel, de Forjães, filho de Manuel Maciel e de Joana Rodrigues Lima. Foi mãe de dois filhos, tendo um deles sido padre (deixou geração!).
ALEXANDRE
Era lavrador e teve 10 filhos, de sua mulher, Maria Rodrigues da Torre, a Morgada, muito rica, (dos Piscos do Monte, primos dos da Regadia, daí o apelido “Vaz”), a saber:
1 - JOSÉ (1886) - casou com a irmã do Zé da Vila, sua prima carnal, e foi pai de 8 filhos:
Manuel - Padre com a dignidade de Monsenhor.
Madalena - casou com o primo, filho da Casa da Vila e deixou um filho (Manuel).
Emília - casou com Casimiro Araújo e é mãe de duas filhas (Mª Clara e Cecília).
Maria - casou com António Alves Pereira, mãe de uma filha Rosa, conhecida pela “Rosinha”.
Deolinda - casou com o José Pitta e morreu nova sem filhos.
Rosa - casou com o José Pitta, viúvo, seu cunhado. É mãe de um filho (José).
José - casado com Eulália, de Sta. Marta e pai de uma filha (Rosa). A Rosa casou com Manuel Coutinho de Araújo e é mãe de de Bruno e Carina.
Alexandre – emigrou para o Brasil, onde estudou medicina. Morreu no Recife, esmagado, quando, de moto, ultrapassou um carro.
O José foi Presidente da Junta e Presidente da Casa do Povo.
2 - MANUEL (1888) - emigrou para o Brasil onde casou com uma alemã. Não tiveram filhos.
3 - PRIMO (1891) - morreu em criança.
4 - DEOLINDA (1893) - casou com o primo carnal José de Araújo Coutinho, tio do actual Francisco do Cordoeiro. Teve os seguintes filhos:
Rosinda - casou com Manuel Sampaio de Anha e foi mãe de duas filhas (Florinda e Fátima). A Florinda casou com José Faria e é mãe de Nádia, José Miguel, Raquel e Cristina; a Fátima é casada com Armindo Silva e é mãe de Rosa, Armindo e Ana Rita. É a Fatima que vive na casa que foi de seus avós.
Rosa - casou com o Manuel Vaz Rodrigues de Araújo (Catrino) da Regadia, e é mãe de 5 filhos (Artur Claudino, Abel, Maria da Conceição, José, Manuel, e Maria Olívia). O Artur casou com Maria Helena Rocha e é pai de Filipa: o Abel casou com Maria de Fátima Pinto e é pai de Abel Filipe; a Mª da Conceição casou com Manuel Costa e é mãe de Paulo e de Diogo; o José casou com Rosalina Maltez e é pai de Ricardo e Patrícia; o Manuel com Rosa Coutinho e é pai de Bruno e Catarina; e a Maria Olívia faleceu em 10/04/1969.
José - casado no Brasil com Isaura Henriques e pai duma filha, de nome Rossana.
Maria - casada com José Vaz e mãe de 2 filhos (Ana Maria e José)
António - casado com a Conceição de Anha e com 5 filhos
Abel - O Abel foi viver para a Casa da Maria das Dores, casada em Vila Franca e sem filhos. Ele casou com Mª Olívia Rocha, de Santa Marta, é pai de Alberto, solteiro; de Maria de Fátima, casada com Filipe Pires e mãe de Pedro e Sara.
Manuel - casado com Conceição Araújo, da Regadia. Não tem filhos
5 - ANTONIO (1896) - casou com a prima carnal Maria Ribeiro da Silva, e foram para a Casa dos Brasileiros herdar os bens do tio Miguel Francisco dos Reis, irmão da mãe da Maria. Foram pais de 2 filhos:
Manuel - casou com a Deolinda do Monte e foi pai de 3 filhos: o Artur (padre), o Abel (engenheiro mecânico) e a Maria do Céu (doméstica).
Maria de Jesus - casou com 18 anos com Abel de Sá Portela, de Barroselas, para onde foi viver. Não tiveram filhos.
6 - ABEL (1898) - morreu jovem depois de ter lido a Bíblia e com perturbações por não compreender alguns dos seus textos.
7 - MARIA (1902) - casou para Anha e morreu sem filhos
8 - ROSA (1904) - morreu solteira e sem filhos.
9 - MARTA (1906) - casou com Joaquim Alves Coutinho, de Alvarães, tio do Pe. Dr. Jorge Peixoto Coutinho. A casa onde viveu era do chefe e fundador da Banda do Carvalho. Num ano, em 25 de Julho, quando regia a banda na festa de S. Silvestre, em Cardielos, viu a sua casa de Mazarefes a arder, pelo que desanimou, vendendo-a a alguém a quem o Alexandre (pai da Marta) a comprou. A Marta foi mãe de 5 filhos:
Deolinda - casada com o Joaquim Araújo de Anha, pais de 2 filhas (Mª Isabel e Mª Deolinda).
Manuel - casado com Rosa Rocha Alves, de Deão, a viver em Vila Franca e com 8 filhos (Elsa, Maria da Conceição, Ana Margarida, Duarte, José Alberto, Hernani Manuel, Maria Emília e Maria do Sameiro).
Maria - casada para Alvarães e mãe de 3 filhos (Mª Conceição, Mª Manuela e Manuel)
Cândida - casada com Manuel Rodrigues, de Durrães e sem filhos
Augusta - casada com Joaquim Lourenço e com 2 filhos.
10 - CONCEIÇÃO (1909) - casou para Vila Fria com Alfredo Lima, dos Caroças e foi a última dos irmãos a falecer, em 1999. Foi mãe de 4 filhos:
Alexandre - Coronel de Cavalaria, casado com Isabel Ribeiro e com 2 filhos (Mª Alexandra e Gonçalo)
Augusta - casou com António Rego e tem 2 filhos (Anabela e Carlos)
Cecília - casada com Eugénio Rocha, de Vila Franca e com 1 filho (Rui)
Manuel - casou com Mª Júlia Arriscado, e Portela Suzã, e teve 4 filhos (Carlos, Vítor, Alfredo e Mª Isabel).
ANTONIO
O António era lavrador tendo casado com Ana Ribeiro da Silva, da Casa dos Brasileiros. Ficou na casa paterna e teve também 10 filhos, a saber:
1 - ANTÓNIO (1890) – morreu criança
2 - ANTÓNIA (1890) – Morreu criança
3 - MARIA (1891) - casou com o primo carnal António e foi para a casa do tio Miguel, da Casa dos Brasileiros.
4 – ANTONIO (1894) - morreu criança.
5 - ROSA (1896) - ficou em casa até à morte da mãe tendo casado António Correia. Foi mãe de:
Elvira - casada com Floriano de Vila Franca e mãe de 3 filhos (Alfredo, António e Sara). O Alfredo casou com Anabela Miranda e tem uma filha chamada Carolina. O António casou com Ana Paula Talina e é pai de duas meninas: Ana Francisca e Maria; a Sara casou com Manuel Joaquim Piedade e é mãe de Sara Beatriz.
Maria - casada com Constantino Liquito e mãe de 3 filhos (Luís António, Cecilia Mª e Carlos - falecido de acidente, em 1985).
Idalina - casada com António Coutinho de Carvalho e mãe de 3 filhos (Mª Manuela, Anabela e José António) A Manuela casou com José Páris; a Anabela casou com João Carlos Martins.
6 - JOSE (1898) - Ficou inicialmente em casa, mas morreu muito novo, com uma pneumonia, talvez provocada por excessos de zelo e trabalho com o moinho que foi do Santa Marinha. Este moinho é hoje de Albina Carvalho, viúva de José da Silva de Oliveira Reis, e conhecido pelo nome “Fonte dos Anjinhos”. Como acima se refere, o José morreu cedo, mas ainda foi pai de 4 filhos:
António - casado com Olívia, de Vila Franca. Não teve filhos mas herdou a Casa de seu avô António.
Manuel - casado e com 2 filhos: O José e a Ana Maria. Faleceu em 2000, na África do Sul. O seu filho José tinha morrido já fulminado por uma faísca. Laurinda - casada com Bernardino Jácome, de Vila Franca, e mãe de 2 filhas: a Elvira e a Albertina. A Elvira casou com o Agostinho Manso e tem 2 filhos: o Fábio e o Adolfo. A Maria Albertina casou com Adolfo Azevedo e foi mãe de 2 filhas (a Sílvia, jovem estudante que morreu de um acidente de carro e deixou um testemunho religioso muito forte e a Ariana)
Elvira - casada com Bernardino Pequeno e com 4 filhos: . Augusto, Manuel, Maria do Céu e Emídio.
7 - LAURA (1902) - casou para Anha, com António Silva, e teve 5 filhos
Rosa - casou com Manuel Faria, sendo mãe de 3 filhos (Alzira, Judite e António Manuel)
Manuel - Emigrou para França, tendo casado com Maria Pintado, de quem teve dois filhos (Filipe e Isabel). Mais tarde enviuvou tendo casado segunda vez com Anie, de nacionalidade
Maria - ficou solteira
António - Tirou o curso do Magistério Primário mas acabou por emigrar para França, onde casou. Além de um filho deste casamento, tem uma filha em Portugal, que vive em Anha (Mª da Luz).
Lucinda - casada com José Marinho e mãe de 3 filhas (Rosa Maria, Lúcia e Mª Helena).
8 - ANTONIA (1903) - morreu criança,
9 - ALBINA (1904) - morreu cedo.
10 - ALEXANDRE (1905) - morreu cedo.
11 - ANA (1907) - casou com Alfredo Correia, irmão do cunhado António Correia. Teve uma filha, de nome Maria, casada e com dois filhos. Vivem no Barreiro.
MANUEL
Casou com Rosa Ribeiro, em 1871. Teve 4 filhos.
1 - FRANCISCO - casou com Teresa Maciel de Matos, de Castelo de Neiva, filha de Francisco António de Matos e de Antónia da Piedade de Passos Pereira Maciel e madrinha da Antónia Rodrigues de Araújo (Catrina), vindo para a Casa da Castela de Baixo.
2 - JOSE - foi Padre e Prior de Anha, imprimindo ao seu trabalho tal carácter e dignidade que ainda hoje se fala com saudade do velho Prior d’Anha. Consta deste prior que, na República, celebrava missa com a pistola sobre o altar!... Em 1950 celebrou as Bodas de Ouro Sacerdotais, pois tinha sido ordenado em 25.03.1900.
3 - ROSA (1885) - casou em 1910 com um irmão do Abade Francisco António de Matos e ficou na Casa da Castela da Estrada. O marido chamava-se António Francisco de Matos e foram pais de 4 filhas: Maria, Cecília, Ermelinda e Emília.
Maria - casada com António Cunha e mãe de 4 filhos: Marina, José Maria, Cecília e Manuel.
Cecília - casada com Cândido Carriço e sem filhos
Emília - casada com o Avelino Pita indo residir em Vila Fria e mãe de 4 filhos
Ermelinda - casada com Torcato Coutinho, em Anha foi mãe de uma filha.
4 - DOMINGOS - O Domingos, conhecido por Domingos do Pinto (da Igreja), por ser irmão do Prior d’Anha e era também “Pinto” por ser neto do José P. Pinto. Casou com a Emília, que era irmã do Padre João Matos, de Vila Franca, e do Dr. João de Matos (o homem do Estádio Vianense).
JOSÉ
O José foi Louvado, Juíz de Paz e escrivão de direito. Casado com Maria das Dores Araújo (irmã do Manuel da Vila, pai do Zé da Vila e avô do Avelino da Vila), de Viana, filha de João F. dos Reis e Maria das Dores Araújo. Do casamento resultaram os seguintes filhos: a Maria (1881), a Rosa (1883), o João e o José (1888), o João (1890), a Ana (1893), a Emília (1897), o Manuel (1901)
Maria - casou para Vila Franca e não teve filhos.
Rosa - casou com Manuel Rodrigues de Araújo (Catrino) e foi viver para a casa junto do Cruzeiro. Foi mãe de 3 filhos (Maria, Manuel e José). O Manuel que ficou solteiro; o José que casou na Argentina com Helena, uma Portuguesa e teve dois filhos, um falecido e o Sérgio; a Maria, conhecida pela Quinhas dos Catrinos que morreu cancerosa e relativamente nova, casada com um primo, o Francisco Coutinho de Carvalho e mãe de Fernanda, Avelino, António, Manuel, Sara e Elisabete que faleceu com 3 meses. A Fernanda casou com João Manuel Gonçalves e é mãe de Bruno e Hugo; o Avelino com Olívia de Barros e é pai de Raquel e Ana; o António Alberto é solteiro; a Sara casou com Manuel Jorge e é mãe de Marta; o Manuel António gémeo casou com Rosa e sem filhos.
João - morreu de doença.
José - casou com a prima Deolinda, filha do tio Alexandre da Conchada e viveram na casa conhecida pela “Casa da Tia Deolinda”, por a ter recebido do pai que a tinha comprado ao irmão Francisco, falecido na Maia.
João - casou com a Emília das Deiras, irmã de João Rodrigues Carvalho, ou seja, com uma cunhada da irmã Emília. Tiveram 8 filhos (Francisco, João, Dores, Emília, Ana, Gracinda, Maria e José).
O Francisco ficou em casa, casando com uma Alice Taborda Jácome de Vila Franca e é pai de:João, Albertina, Maria das Dores, Maria de Lurdes e Fernanda). O João casou com Fátima Afonso de Fafe e tem 3 filhos: João, Patric e Filipe; a Albertina casou com Joaquim Barreto e é pai de David; a Maria das Dores com Manuel Costa, de Barcelos e é mãe de Michel e Filipe; a Maria de Lurdes com José Augusto Ribeiro e é mãe de Sofia e Paulina; e a Fernanda, casada com Carlos Vieira de Valença, é mãe de Suisana e Daniela.
a Dores casou com Manuel Rocha, mãe de Avelino e José Jorge);
o João casou para Vila Fria com a prima Lurdes de Deão é pai de Nazaré, Maria, José João);
a Emília casou para Vila Franca,
a Ana casou com José Liquito e é mãe de Isabel e José;
a Gracinda casou com Graciano Forte e é mãe de Manuel e Maria Olívia.
a Maria morreu sem filhos depois de ter casado com Luís Viana de Sabariz ( o Judas),
o José com Deolinda do Rego de Anha para onde foi viver e é pai de José, António, Maria Luísa, Maria Olívia.
Ana - casou para Deão com João Alves Pedra. Deste casamento nasceram 7 filhos: Manuel, Maria, Emília, Ana Francisco, João e Lurdes. A Maria – Casou com Eugénio Silva, Major, e foi mãe de 5 filhos: Isídro, Eugénio, Odete, Marília, e Elisabete. A Emília casou com Adriano Carvalho e é mãe de 5 filhos: Ana, João, Joel, Jandira e Zulima. A Ana casou com José Rocha e é mãe de 5 filhos: Eugénio, Agostinho, Ana Maria, Agonia e Leonel que casou com Isabel Fernandes e já tem uma filha – a Síntia. O Francisco casou com Maria do Céu Ramos, de Vila Flor,e tem 2 filhos: A Marisa e a Denise. O João casou com Rosa Carneiro e não tem filhos. A Lurdes casou com João Coutinho e é mãe de 3 filhos: Maria, Nazaré e José.
Emília - casou com o primo João Rodrigues de Carvalho, conhecido por “João Deira”, e foi mãe de 4 filhos (Francisco, Luzia, António e João). O Francisco vai para os Catrinos e te,m filhos; o António para os Cordoeiros por casamento com a Idalina, neta de Ana Ribeiro da Silva, da Casa dos Brasileiros e tem 3 filhos: e a Luzia casa com Avelino Reis da antiga Casa dos Brasileiros, conhecido pelo Avelino da Vila e é pai de. O João ficou na casa e casou com Maria Dias e é pai de 2 filhos: Paulo e Carlos.
Manuel - Emigrou para França.
FRANCISCO
Foi conhecido por “O estudante” porque estudou para Padre. Chegou a Teologia. Não acabou os estudos e fez-se escrivão de direito. Casou com Rosa Cândida Alpuim da Silva Menezes, de Vila Fria, em 23/11/1882. Faleceu em Rio Tinto em 1906 com filhos, na Vila de Barreiros da Maia. Na altura era Chefe da Repartição de Finanças, sendo tão bem conceituado que todo o comércio da Vila fechou na hora do seu funeral. Consta que uma filha casou, em Londres, com um neto do Rei D. Carlos. Qual o nome da filha não descobri. Um filho de nome António foi baptizado em Mazarefes no ano de 1884. Foi ele que construiu a casa onde depois habitaram os sobrinhos: Deolinda, filha do irmão Alexandre e o José, filho do irmão José, que se haviam consorciado. A referida casa passou para eles depois de ali ter funcionado uma Escola e de ter sido comprada pelo irmão Alexandre. Foi o irmão Alexandre que comprou a casa para a dar à filha. Hoje habita nela a Fátima, neta da Deolinda e filha da Rosinda, portanto bissobrinnha do Francisco.
Os Cordoeiros nunca tiveram entre os irmãos as melhores relações. O José, Louvado, casou com uma irmã do Manuel da Vila, o António casou com uma irmã do Tio Miguel Brasileiro, o Alexandre casou com a “Pisquinha”, Maria Rodrigues da Torre, filha do Zé do Pisco do Monte, José Rodrigues Vaz, era a Morgada...para não haver “colheres a partir” ficava tudo na casa.
Assim já tinha sido com os seus antepassados e assim continuava... e os Cordoeiros recolhidos no seu orgulho de serem quem eram, ricos... o Alexandre, por ter casado com a Morgada, a mais poderosa em teres e haveres, nunca “passou cartão” aos outros irmãos. Tudo bem, mas...havia sempre um senão...que alguns percebiam como “não passar cartão”, por isso nem os irmãos, nem os primos se davam lá muito bem...
As coisas agravaram-se com o casamento do António, filho do Alexandre com a Maria, filha do António Cordoeiro porque o pai da Maria e o irmão José procuravam outro casamento para engordar riqueza reunida na casa dos Brasileiros, mas o Alexandre, isolado e perspicaz, conseguiu que o filho vencesse na conquista da amada, sua prima carnal, retirando-a ao primo João do Cordoeiro, desfazendo os projectos dos Tios José e António.
O Bisavô António do Cordoeiro não gostou nada e nunca mais o tio-sogro e o sobrinho-genro se deram bem.. Aí as zangas foram mais manifestas e talvez o equilíbrio estivesse na atitude do Louvado, o José do Cordoeiro, que não ligou grande importância, ou pelo menos, não o manifestou.
Todos os Cordoeiros sempre foram homens de dinheiro e o Bisavô António manteve também essa hegemonia. Nunca deixou a chave por mão alheia e, hoje, a casa já não está na mão da família. É da viúva do “António da Capela” seu filho, que não deixou geração. Esta casa é a nova porque para mim os Cordoeiros velhos eram da casa mais acima, a casa onde hoje vive o Francisco do Cordoeiro, a Casa do Alambique.
Casa dos Araújos Amorins
A Casa do Monte começou por ser a Casa dos Araújos, em 1789, com António Gonçalves Araújo que, nesse ano, casava com Maria Rodrigues (filha de Custódia Rodrigues, solteira), para a casa que se situava na Conchada.
O António Araújo veio de Chafé, e era filho de Manuel Gonçalves Rego e de Fernanda Araújo da Silva.
Do casal houve sete filhos: a Maria (1790), o José (1791), o António (1792), o José (1794), a Teresa (1795), o João (1798), e a Rosa (1802).
O João ficou em casa e consorciou-se com a Maria Teresa de Jesus de quem teve apenas 2 filhos:
ANTÓNIO (1836) casou com Maria Alves, filha de Manuel José Barbosa e Maria Alves, (de Vila Fria) e foram os pais de Manuel, António (1878), Maria (1872), José (1876), Domingos (1880), Clara (1982), e de Ana (1987), dos quais sabemos:
António - casou para o Ribeiro com Maria Rosa Fernandes, irmã do Dr. Ferreira de Vila Fria, da família Caroças, do lugar da Cavagem e teve 4 filhos: Maria, Maria Deolinda, Conceição e Manuel.
A Maria Rodrigues Amorim casou com José Augusto, carteiro. Vivia no Ribeiro, ao lado da Quinta e Casa que foi da Marta do Alexandre e teve 1 filho,o Anselmo, que foi para o Brasil onde casou com uma brasileira de nome Maria Estela (ou Maristela).
O Manuel casou no Brasil com uma senhora Estela da qual teve dois filhos (o Maurício e a Estela
A Conceição casou com José Rodrigues, de Darque e foi mãe de 5 filhos: a Maria, o Manuel, António, a Maria de Lurdes e o Mário.
- A Maria casou com Augusto Marques e é mãe da Elisabete, casada com Valdemar e com 2 filhos: Filipe e a Patrícia,
- O Manuel R. Amorim casou com Lucinda Mesquita, de Sta. Marta, e foi mãe de 3 filhos (o Rui, o Paulo e a Anabela);
- O António é casado com Ana Lopes e pai de Eric;
- A Maria de Lurdes casou com o cunhado do irmão, o Manuel Mesquita de Sta. Marta e foi mãe de 4 filhos :o Ricardo, o Vitor (casado com Isabel e pai de Sara e Laura), o Sérgio e a Paula (casada com Artur Pinto e mãe de Cristiano e Joana). Aconteceu uma história trágica e misteriosa neste ramo: a Maria de Lurdes, o Manuel Mesquita e Sérgio, filho de ambos, um dia, após o almoço, foram barbaramente assassinados à machadada na sua casa de Vila Fria, no Ribeiro, onde estavam a passar férias, vindos da Alemanha onde eram emigrantes há muitos anos. O autor da mortandade foi um sobrinho, o Rui, filho do Manuel e da Lucinda..
- O Mário
A Maria Deolinda casou com José Ferreira Silva, de Anha, e teve 8 filhos. Vivia ao lado da casa dos pais, no Ribeiro. Dos filhos da Deolinda sabemos:
- o Valentim, casado com Palmira e pai de 4 filhos (Fernando casado com Fátima Pereira e pai de Sanbrine e Laetitia, Augusta casada José Manuel Pereira e mãe de David, Fátima casada com Alberto Martins e mãe de Carla casada com Paulo Queirós e de Cédric Carlos casado com Maria José Guerreiro e pai de Miguel e Cátia, casada com Albino Gomes);
- o Jorge, casado com Irene Ferreira de Mujães e pai de 4 filhos (Jorge casado com Emília Jácome e pai de Karina, Manuela, Fernando casado com Rosa Pinto e pai de Tatiana, Maeva e Irina e Isabel casada com Phillipe Nourry);
- a Fátima, casada com Fernando Miranda e mãe de 4 filhos (Paulo Jorge, Carlos Miguel casado com Ana Lopes e pai de Laura, Alberto Filipe e Fernanda);
- o José, casado com Margarida de Sta. Marta e pai de 2 filhos (o Nuno e o José Carlos);
- o Manuel, casado com Lurdes Morais, de Outeiro e pai de 2 filhos: o Carlos casado com a Sílvia e o Frederico;
- o Carlos casado com Cândida de Sta. Marta e pai de 2 filhos: Sara casada com Roberto e mãe de Rafael e o António casado com Natália e pai de um filho.
- e o Augusto casado com uma francesa, a Patricie e pai de 3 filhos: da Christielle Jean e mãe da Marine e Lou-Anne, da Virginie e de Marybelle.
Maria - foi para a casa dos avós maternos, em Vila Fria, a conhecida “Casa do Couto”. Não Teve filhos.
José - casou com Antónia Rodrigues Araújo, dos Catrinos. Ficou em Mazarefes e teve de sua mulher 4 filhos, a saber:
- O Domingos que morreu com 2 anos, queimado, em dia de Páscoa e pouco antes da chegada do compasso, após o fogo da lareira ter chegado à sua roupa. Curiosamente, em 1965, uma sobrinha, na mesma lareira, e em dia de Páscoa, às 10 horas da noite, ficou sem a mão esquerda por rebentamento de uma bomba de foguete.
- O José que casou com Conceição Lima efoi para casa da tia casada com o Couto, em Vila Fria. Deste casamento nasceram 5 filhos varões (Manuel Artur, José Joaquim, José, Martinho e Agostinho). A Conceição morreu de doença cancerosa e o José casou 2ª vez, com Alice Ferreira, de Belinho, de quem teve mais duas filhas (Sandra e Renata).
- A Maria que casou com Artur Matos, de Vila Franca, não teve filhos e foi viver para a Casa da Quinta dos Oliveiras, comprada pelos seus pais.
- A Deolinda que casou com Manuel Ribeiro Coutinho e teve 3 filhos (Artur, Abel e Mª do Céu). Ficou na casa onde nasceu a família Araújo, vulgo “catrinos”.
Domingos - casou para Vila Fria, com Ana Lima, de Anha. Em Vila Fria foi viver para a casa que o irmão Manuel tinha comprado quando estava para casar com a do Fornelos. Teve 2 filhos: o José e o António.
- O José casou com Maria Clara, e foi pai de 4 filhos, nascidos na Cavagem, onde vivem: o Miguel, Maria Alice, o António e Maria Goreti.
- O Miguel casou com Maria da Conceição Cambâo e é pai de Patrícia; a Maria Alice casou com Aníbal Gomes e é mãe de José Miguel e Luís; o António casou com Manuela Correia e pai de Carla e César; e a Goreti casou com José Miranda e é mãe de Paulo e Diana.
- O António casou para Anha com Rosa do Carmo Lima e criaram 7 filhos, no lugar de Noval: Ana, Joaquim, Mª.Conceição, Rosa, José Carlos, Maria do Carmo e Luís António.
- A Ana Maria casada com António Cunha e mãe do Humberto; o Joaquim que casou com Gorete Cunha, de Viana e é pai de Pedro; a Maria da Conceição que casou com Alberto Varajão e é mãe da Joana; a Rosa Maria que está solteira; o José Carlos que casou com Maria da Conceição, de Águas Santas e ainda não tem filhos; a Maria do Carmo e o Luis António que ainda são solteiro.
A casa do Domingos ficou para o filho José e deste para o neto Miguel.
Clara - casou com Manuel Pereira, de Vila Fria, e ficou em casa. Do casamento resultaram 4 filhos e uma filha, a saber:
- O José que foi o primogénito e morreu criança.
- O José (com o mesmo nome do irmão falecido) que morreu solteiro. Fazia vinhas de arame e morreu de acidente ao cair de uma meda de palha.
- O António que casou com Maria Coutinho e foram os pais de uma menina, de nome Rosa, casada casou com Vasco Bandeira e mãe de 2 filhos: António Alberto e José Rui.
- O Manuel que casou com Maria Barreto e não tem filhos.
- A Maria que casou com José Forte. Foram pais de Deolinda que casou com um jovem de Alvarães.
Ana - casou com Manuel Forte (o Barrolo). Foi mãe de 5 filhos, a saber:
- A Maria que morreu solteira e viveu sempre em casa.
- A Deolinda que casou com António Forte e foi mãe de 3 filhos, criados na casa junto à estrada nacional que liga Darque a Vila Verde. Esta casa foi comprada aos Zabumbas. A Deolinda foi mãe de Maria Teresa, José e Maria Augusta. A Maria Teresa casou com António da Silva e são pais de Jorge Ricardo e Maria Elisabete. O José casou com Maria Ester e são pais de Paulo Ricardo e Sara Manuela. A Maria Augusta casou com António e são pais de Rafael.
- A Rosa que casou com José Cunha e foi mãe de 3 filhos. Foi viver para a casa do marido, na Regadia. Um filho da Rosa, o António faleceu jovem e de acidente de viação; ficaram duas filhas, a saber: a Idalina casada com o Porfírio Silva e mâe de Filipa, Vasco e Diana, e a Maria casada para Vila Franca com José Luis e mãe de Marcelo e Elisa.
- O Manuel que casou para Vila Fria com Maria da Conceição Ferreira e foi pai de 1 filho chamado Manuel, casado com com Mª Olívia Coutinho Forte, de Mazarefes.
- O José que casou com Cândida Araújo, de Anha e ficou em casa, onde criou 3 filhos. Um destes filhos faleceu com 7 anos de idade, restando vivos a Mª de Fátima (casada com Francisco Matos de Barros e mãe de Pedro Duarte e Miguel) e o Manuel (casado com Cândida Barbosa e pai de Ana Catarina e Raul).
Manuel tinha comprado uma casa para casar com uma noiva da Meadela da família Fornelos e morreu de paixão porque ela, na hora, lhe faltou.
MARIA ROSA DE JESUS (1838) que casou com Manuel de Matos, filho natural de Violante, solteira, a “zabumba” . Foi pai de Manuel Amorim de Matos que, por sua vez, casado com Maria Rodrigues Calheiros, foi o pai de Rosária (nascida em 1909, e ainda de boa saúde), e de mais quatro homens: o Albino, o António, o Artur e o Manuel.
Casa dos Claras
Foi conhecida pela Casa da Clara, a única mulher de nome Clara ao seu tempo residente na terra, motivo pelo qual deu o nome à Casa.
Depois, tendo casado e de ter sido mãe de dois filhos varões e de uma filha pelo meio, surgiu o nome no plural , “A Casa dos Claras”, como hoje é conhecida.
Esta casa situa-se à Rua Manuel Vaz Coutinho, um antigo caminho que unia a Conchada, o Montezelo e a Repeidade à igreja paroquial, à Regadia e também a Vila Franca. A primitiva casa ficava mais dentro do terreno e deveria ter surgido nos finais do séc. XVIII. Era inicialmente muito pequena e térrea mas, no tempo de infância da Clara (nascida em 1882) foi erguida no actual local, tendo para isso contribuido o trabalho infantil da Clara, à frente dos bois, para arrastar do Monte a pedra necessária à sua construção.
A Clara casou com António Pereira, de Vila Fria, agricultor e construtor de vinhas com arame. Este casal teve 5 filhos, como vem descrito no capítulo “Casa dos Araujos Amorins”.
A Clara casou com António Pereira de Vila Fria, agricultor e construtor de vinhas com arame. Este casal teve 5 filhos: o José que foi o primeiro e morreu criança; depois outro José que veio para o lugar do primeiro, solteiro, e morreu entrado numa idade avançada; o António que casou com Maria Vaz Coutinho, conhecida pela “Russa” , alcunha que herdou da mãe, e pais de uma filha chamada Rosa que por sua vez casou com Vasco Bandeira e deram ao mundo dois filhos, o António Alberto e o José Rui; a Maria que casou com o José da Cunha Forte e foi mãe da Deolinda casada com um jovem chamado José (de Alvarães) ; e o Manuel que casou com Maria Barreto e não tem filhos.
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