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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Turismo e cultura

BENVINDOS A ESTA IGREJA PAROQUIAL DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Esta igreja fez parte de um antigo CONVENTO DAS CARMELITAS, conforme facilmente se depreende dos muitos sinais carmelitanos aqui existentes.

Foi em 1778 que a pedido do Dr. Correia Seixas, D. Maria I concedeu licença para se construir uma nova casa de Carmelitas Descalças, o Convento do Desterro de Jesus Maria José.A mesma autorização foi dada pelo Arcebispo de Braga, D. Gaspar, e pelo Frei João de S. Joaquim (N.M.R.V. Geral).
Em 1779, o Padre Frei Manuel de S. João Evangelista deslocou-se de Coimbra a Viana e, depois de vencidas inúmeras dificuldades, adquiriu um terreno, à Rua da Bandeira, local solitário, não distante da igreja do Carmo, apressando-se a construir o novo Carmelo.
Foi arquitecto o Irmão Frei Luís de Santa Teresa, tendo os trabalhos principais acabado em 1785.
A 19 de Julho desse ano fixava-se a primeira comunidade, mesmo sem a obra se encontrar totalmente concluída.
A igreja, de notável beleza e gosto arquitectónico, foi benzida a 18 de Dezembro de 1792, ainda por acabar. O seu estilo é uma mistura de barroco e neoclássico, próprio da época de D. Maria.
«A porta de entrada é encimada por um frontão triangular, sobre o qual se rasga uma graciosa janela de múltiplos caixilhos, resguardada por forte gradeamento. Ao centro do grande frontão que remata a fachada, ostentam-se, em saliente brasão, as armas da Ordem: o Monte Carmelo, a cruz e as três estrelas simbólicas.
O interior do templo, formado por uma só nave abobadada, produz no seu conjunto uma agradável sensação de elegância, com as esbeltas colunas e dourados do altar-mor, os seus valiosos retábulos e imagens de talha.
O contraste entre o corpo do edifício destinado às religiosas, de construção sólida, austera e pesada, e o esplêndido lavrado da igreja, corresponde ao desejo tantas vezes manifestado por Santa Teresa: «para as suas carmelitas a pobreza e a simplicidade para o seu Deus todo o lustre e riqueza que lhes fosse dado conseguir».
As primeiras religiosas vieram de Coimbra, Aveiro e Porto. Eram oito entre professas e noviças.
O fundador, Cónego Correia Seixas, faleceu um ano depois, a 14 de Novembro de 1786.
A comunidade aqui instalada foi exemplar e bem querida pela população, mas a 19 de Março de 1804, por causa das Invasões Francesas, receberam ordens para abandonar Viana o que fizeram de imediato, embora com muita dificuldade, pois a população quis opôr-se. Passaram muitos maus bocados pela viagem até Lisboa, onde foram recebidas no Convento da Estrela.
A 19 de Julho, regressaram a Viana, tendo chegado a 27 do mesmo mês, depois de derrotadas as tropas francesas. As lágrimas da população na despedida converteram-se em alegres orações. Foi festa rija.
Um facto digno de registo é que o franceses, tendo permanecido em Viana durante uns meses, nunca entraram no Convento, pelo que foi considerado um «milagre».
Pelo falecimento da última freira, segundo o Padre José Luís Zamith, ficou extinta aquela comunidade e foi concedido o edifício ao Asilo de Orfãs e Desamparadas que até essa altura se encontrava instalado na mesma Rua da Bandeira, onde depois foi a Associação Nun’Alvares e hoje o Centro de Cultura da Diocese de Viana.
Com a permissão de benfeitores do Asilo, ainda se conservaram, por muito tempo, algumas pupilas (meninas do coro, professas clandestinas?), numa dependência isolada do resto do pessoal pertencente ao Asilo, mas com a expulsão das religiosas em 1910, a igreja foi fechada ao público, embora a Irmã Maria José conseguisse manter a chama, permanecendo até à morte, com 92 anos de idade, por 1934, o que foi considerado um milagre da Madre Maria da Conceição, segundo o Padre Zamith.
Esteve muitos anos abandonada, fechada ao público e em complleta degradação, desde a expoliação dos bens à Igreja.
No entanto, habitantes da Bandeira não podiam esquecer que tinham nascido à sombra da espiritualidade carmelita e à volta daquela igreja de portas trancadas e, movidos pela fé e pela saudade, abriram a igreja e trataram dela, levando a efeito alguns actos de culto, festas e, mais tarde, passaram a fazer dela um centro de catequese, a ter missa ao domingo até à criação da paróquia.
Era a “Comissão da Igreja das Carmelitas» que tinha livro de actas, que faziam as suas celebrações de primeiras comunhões, festas e à sombra desta igreja animavam a fé e a vida, sobretudo a partir de 1949.



Em 1967, o Arcebispo Primaz de Braga cria uma Paróquia sob a invocação de NOSSA SENHORA DE FÁTIMA devido ao crescimento do aglomerado populacional desta zona leste da cidade de Viana. Nomeou para o efeito pároco, o Padre Dr. António da Costa Neiva. Esta nova paróquia celebrou condignamente os seus 25 anos de existência com grandes celebrações e foi confirmada pela provisão de D. Armindo Lopes Coelho em 18 de Outubro de 1985. Num simples olhar pela frontaria deparamos com neoclássicos. No grande tímpano do frontão que remata todo o enquadramento exterior da fachada encontra-se o brasão da Ordem e do lado poente, vêem-se as grandes janelas à maneira jesuitica.
No entanto depois de entrarmos a porta principal verificámos que será um exagero classificá-la de neoclássica; seria mais exacto dizer que se trata de uma mistura de barroco e neoclássico. Há linhas rectas, elementos rocailles muito simplificados (D. Maria), algumas grinaldas neoclássicas muito pobres, mísulas e remates com características D. João V e D. José e ainda elementos barrocos.
Nos retábulos encontram-se decorações neoclássicas, mas com remates tipicamente rocailles. Tem três altares laterais: ao entrar, do lado direito, aparece-nos o altar da Senhora do Carmo cuja imagem se encontra ao centro sobre um mausoléu de Santa Filomena; dos lados estão as imagens de N.ª Senhora da Incarnação e de S. João da Cruz; depois do arco do cruzeiro, aparece-nos, do lado esquerdo o altar de N.ª Sra. das Dores, sentada junto ao Crucifixo e a ladeá-la Santo Antão e S. Braz; ainda do lado direito, há o altar da Sagrada Família com as imagens de Jesus, Maria e José, S. Joaquim, Santa Ana, Santa Rita de Cássia, Santa Luzia e Santa Teresinha.
No retábulo principal, encontram-se duas valiosas imagens, de grande vulto, de Santa Teresa e S. José. Aliás todas as imagens são do século XVIII-XIX à excepção da padroeira, Senhora de Fátima, que também se ergue em local de destaque sobre um plinto. A fechar a tribuna, encontra-se um reposteiro em tela pintada por um pintor popular, representando a fuga para o Egipto.
Na Capela-mor, do lado direito, existe um grandioso parlatório e, junto deste um comungatório.
Tem três arcos torais e um outro brasão, o do padroeiro, Cónego da Sé de Coimbra, Domingos Monteiro Albergaria, na chave do arco do cruzeiro. Do brasão constam o Monte Carmelo, a Cruz e três estrelas.
Há dois púlpitos, perfeitamente enquadrados no estilo do resto da talha, que, apesar de não ser bem definida, toda ela é harmoniosa, o que dá certa beleza à igreja. Para os púlpitos entra-se pelo interior. Na Capela-mor, do lado direito, existe um grandioso parlatório e, junto deste um comungatório.
Tem três arcos torais e um outro brasão, o do padroeiro, Cónego da Sé de Coimbra, Domingos Monteiro Albergaria, na chave do arco do cruzeiro. Do brasão constam o Monte Carmelo, a Cruz e três estrelas.
Há dois púlpitos, perfeitamente enquadrados no estilo do resto da talha, que, apesar de não ser bem definida, toda ela é harmoniosa, o que dá certa beleza à igreja. Para os púlpitos entra-se pelo interior das bases do arco do meio.
Hoje, a igreja encontra-se assoalhada, porque mais cómoda, pois aquilo que a prejudica é ser fria. No seu traço original, o chão era, como tantas outras, em lagedo, com algumas pedras tumulares e um gradeamento em forma de braços abertos separavam a capela-mor até ao fim dos altares laterais.
O coro, com ligação para o Lar de Santa Teresa, antigo convento das Carmelitas, contém na sua abertura um arco em cantaria com motivos Joaninos e de D. José, no seu inteiror, ainda existe um rodapé em azulejos de origem.
Uma torre bastante pequena em relação à altura da igreja ergue-se do lado nascente, sensivelmente a meio, um pouco mais alta que o templo, com cinco sineiras, embora existam só dois sinos.
E assim temos descrita, muito sumariamente, esta igreja sede da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, uma igreja sem cantos nem esquinas, airosa e oferecendo ao culto uma sensação de grandeza na verticalidade e horizontalidade.
Podemos afirmar, pelos documentos que encontramos que o terreno para o convento e quinta anexa custaram dois milhões e seiscentos e quarenta e nove mil e noventa reis e que o risco de tribuna foi pago em 1784, assim como a planta custou só vinte e cinco mil e novecentos e dez reis e o total da obra do convento e da igreja importou em quarenta mil trezentos e doze mil setecentos e trinta reis (40.312.730 reis).

Assim, tendo visitado o Santíssimo Sacramento nesta Igreja, ligeiramente também observou a casa que serve de acolhimento a esta família paroquial que aqui reune e celebra a sua fé.
Sempre que o desejar, pode reunir-se conosco.



Se precisar de mais algum contacto pode dirigir-se ao Pároco, Padre Artur Coutinho, ou a algum leigo responsável, ou ainda pelo telf./fax 258823029, 811088-Centro258824722 Infantário/Berço:258821510 -Ozanan 258821538 ou Paroquiafatima@mail.telepac.pt

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