Kamboz era usado no proto-Indo-Europeu, assim como kombos que em holandês ficou como Kam e o alemão com chamb e Kamm, o sueco como Kambr e Kam, O Arménio Camel.
Tanto o camb como o comb andam muito associados na sua origem. Camb era ribeiro, ou lugar onde corria a água na língua celta e o cam significava também curva. Está muito ligada à palavra Cambão.
Há muitas palavras portuguesas com raiz Cam: cambada, cambado, cambiar, cambalear, cambalhota, cambota, cambiar, cambista…. Este radical “cam” dizem os entendidos que é de origem celta. Cambonius, foi o nome de pessoa celta (forma latinizada) comparável a camponius, segundo um autor espanhol.
Aquilo que chamava “dar cam-bão” é o mesmo que noutras regiões “fazer solada” e a raíz "cam" céltica curiosamente ao que parece tem relação também com a dinvindade solar. Cambo era o deus celta da guerra, mas noutra acepção significaria curvo, torcido.
Assim como o cambo, hoje, cambo de cebolas, mas pode ser um cambo de chouriças, uma espécie de cordão ou trançado onde depois de uma chouriça vem outra ou de uma cebola vem depois de outra e pode estar dependurado na forma vertical por uma ponta ou pode ser curvo, pode-se amontoar. Assim como a palavra combo é de origem inglesa que pode ter a ver com a luta e com uma série de picos, pente, algo que se passa com continuidade, de mão em mão.
Como o cambo das cebolas, e o comboio não é um cambo de carruagens?
Dar uma cambada era juntar diversoos pares de juntas de bois para puxar algo antigamente, como cambão, Camba, cambona, cambar…
o radical comb que dá combustão, luta, fogo,continuidade até nada mais haver para arder, até acabar o combustível, não será um cambo...
AVISO
Meus caros Leitores,
Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.
A partir de agora poderão encontrar-me em:
http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com
Obrigado
Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.
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sexta-feira, 24 de julho de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Oio+Comboio+xoio+marroio+maloio
A palavra oia,o oya,oiã e o oio de que já abordei "Palavra" e “sufixo?” oio é interessante e não faz parte de um grande grupo de palavras segundo o Dicionário da Mordebe, mas o texto seguinte diz tudo; é preciso compreendê-lo.
Ao som do aboio o oio do moio para chegar pelo arroio ao coio com o apoio do saloio ou também se diga maloio, ou tamoio, não foi longe por causa do joio e do marroio que sofucaram.
Taqmbém oio por causa do xoio perdeu o comboio por ser zanoio, eu sei lá… um zarolho.
Esta é uma martelada certa e vale o que vale...o que é preciso é entendê-la.
Ao som do aboio o oio do moio para chegar pelo arroio ao coio com o apoio do saloio ou também se diga maloio, ou tamoio, não foi longe por causa do joio e do marroio que sofucaram.
Taqmbém oio por causa do xoio perdeu o comboio por ser zanoio, eu sei lá… um zarolho.
Esta é uma martelada certa e vale o que vale...o que é preciso é entendê-la.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Contimuando com oio e a troca do r árabe para i em vez de u
O coio foi das primeiras terminologias a significar casa, pode-se falar deste sufixo português oio, como apoio, saloio, joio, moio o que simplesmente pode significar fraqueza com necessidade de apoio (ajuda de alguérm), de saloio como daquele que não era da urbe, mas do arrabalde, subúrbio, fora de muros (extra-muros), o rude, inculto, o habitante do campo, grosseiro; zaroilho, só com um olho ou só vê de um; moio, uma medida superior a um carrro de pão que, quando era criança, correspondia cada carro a 40 rasas de milho; o joio é uma planta silvestre e sem valor que degrada as boas plantas.
Assim como o ditongo oi, e o ou, há uma troca popular de i por u e de u por i. Aqui houve em muitas palavras de origem árabe por ao passarem para português o “r” transformou-se em “i”. A palavra Saloio é o exemplo deste desta passagem do r para i.
Também oi apareceu noutros tempos como apelido em três países: Portugal, Itália e Alemanha.
Oi, oi, oh, ow até parece com o fim de linha. Acabou quem puder diga mais...ou explique melhor.
A capital da região Oio na Guiné-Bissau é Farim.
O Oi de oio está no olá potuguês e no correspondente brasileiro que se diz OI
Assim como o ditongo oi, e o ou, há uma troca popular de i por u e de u por i. Aqui houve em muitas palavras de origem árabe por ao passarem para português o “r” transformou-se em “i”. A palavra Saloio é o exemplo deste desta passagem do r para i.
Também oi apareceu noutros tempos como apelido em três países: Portugal, Itália e Alemanha.
Oi, oi, oh, ow até parece com o fim de linha. Acabou quem puder diga mais...ou explique melhor.
A capital da região Oio na Guiné-Bissau é Farim.
O Oi de oio está no olá potuguês e no correspondente brasileiro que se diz OI
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Ai-la-ri-lo-lela-(oh la ri lo lela) coió ,coio, oia e oio. Uma casa?
Oio, oió, oio, poio, Oia,Cóiro, Coros, coiso (toponímico com o significado de caixa,segundo Fernando Quiles) coisa, ai-láré ou oh la ri lo lela. Viva a alegria.
O poio é um monte, um coio pode se um conderijo de um vagabundo, um criminoso; o poio popularmente é um monte de excrementos, o coió é um peixe cilíndrico, oió ou oi-oh.
Há a região oio na Guiné, antiga colónia portuguesa, uma região montanhosa e com um rio. Coiró é sinónimo de coiro e coio também significa casa. Coirão é um calão na nossa língua e que terá a ver com couro ou coiro.
Goa antiga colónia portuguesa com topónimos coios e oios. O g a daria Goa e oga não significa casa?
Depois há outras palavras formadas por este ditongo: saloio, apoio, ap+oio= subir, ajudar a levantar, dar a mão ou servir de ajuda a alguém e o saloio sal+oio = pouco polido, sujo, com uma configuração de poio no sentido popular. No Brasil houve uma reacção ao oio; zóio ligados a música, dança e artes “rascas” oipô significa que a gente muitas vezes doentia, burra, rasca.
O poio é um monte, um coio pode se um conderijo de um vagabundo, um criminoso; o poio popularmente é um monte de excrementos, o coió é um peixe cilíndrico, oió ou oi-oh.
Há a região oio na Guiné, antiga colónia portuguesa, uma região montanhosa e com um rio. Coiró é sinónimo de coiro e coio também significa casa. Coirão é um calão na nossa língua e que terá a ver com couro ou coiro.
Goa antiga colónia portuguesa com topónimos coios e oios. O g a daria Goa e oga não significa casa?
Depois há outras palavras formadas por este ditongo: saloio, apoio, ap+oio= subir, ajudar a levantar, dar a mão ou servir de ajuda a alguém e o saloio sal+oio = pouco polido, sujo, com uma configuração de poio no sentido popular. No Brasil houve uma reacção ao oio; zóio ligados a música, dança e artes “rascas” oipô significa que a gente muitas vezes doentia, burra, rasca.
sábado, 18 de julho de 2009
Foto à la minuta - manuel Gonçaves, o "Nelo"
Manuel Fernanado Castro Gonçalves, nasceu a 19 de setembro de 1951, na Póvoa de Varzim, filho de gerações de fotógrafos à la minuta. É conhecido pelo "Nelo". Ainda tem um irmão a trabalhar em Santa Luzia, em S. Bento un cunhado,no Bom Jesus,em Braga, uns primos ,assim como no Sameiro,outro primo em Ponte de Lima e na Póvoa já acabaram.
Este tipo de trabalho deixou de ser rentável, com o aparecimento de máquinas cada vez mais sofisticados.
Eu próprio uso máquina digital, mas, em muitas ocasiões, tenho pena ter deixado a màquina manual em Casa, pois só com ela consigo fazer aquilo que me não é permitido pela digital que considero muito boa.
O "Nelo" tem um filho Topógrafo.
Este "Nelo" só nas horas vagas. Andou por outros trabalhos mais rentáveis, mas aos 14 anos já sabia ler a luz com os seus próprios olhos que seu pai lhe ensinou. Não precisava de fotímetro. É sempre a luz e a distãncia o problema para uma boa foto.
Quaquer dia vamos ter um atlier de fotografia a juntar aos outros. Estão inscrições abertas para começar em Outubro.
Este tipo de trabalho deixou de ser rentável, com o aparecimento de máquinas cada vez mais sofisticados.
Eu próprio uso máquina digital, mas, em muitas ocasiões, tenho pena ter deixado a màquina manual em Casa, pois só com ela consigo fazer aquilo que me não é permitido pela digital que considero muito boa.
O "Nelo" tem um filho Topógrafo.
Este "Nelo" só nas horas vagas. Andou por outros trabalhos mais rentáveis, mas aos 14 anos já sabia ler a luz com os seus próprios olhos que seu pai lhe ensinou. Não precisava de fotímetro. É sempre a luz e a distãncia o problema para uma boa foto.
Quaquer dia vamos ter um atlier de fotografia a juntar aos outros. Estão inscrições abertas para começar em Outubro.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Oiro,loiras,louro,ouro,louros.coiso e coisa
O oiro e as loiras
O ouro do latim aurum, quer dizer brilhante. É um elemento químico, cujo o símbolo é “AU” (do Latim aurum).
Mas não é só um metal brilhante, amarelo, pesado, maleável e que não reage à maioria dos produtos químicos, embora seja sensível ao cloro e à oxidação. É normal encontrá-lo em estado sólido, à temperatura normal. É também um dos metais tradicionalmente usado para cunhar moedas.
A sua dureza é enriquecida com uma liga de prata e cobre, por esse motivo, num bom condutor de energia. Por alguma razão o povo não gosta de se expor com ouro quando troveja.
Tem o ouro uma aparência amarela metálica e uma densidade de 19300 Kg/m3 . Sendo o metal mais precioso, ele é aplicado como investimento doméstico, investimento público, mas não só, pois como bom condutor energético é aplicado como peças em mecânica de motores de reacção, na aviação. Usado como símbolo de pureza, valor, realeza, ostentação, como medalha de ouro, bota de ouro, taça de ouro, ao lado daquilo que é de prata ou cobre do mesmo grupo de valor decrescente.
Também é usado nos dedos, pescoço caindo sobre o peito, adorno antigo das mulheres apresentando toda a economia sobre o peito, nas orelhas das senhoras e objectos decorativos como pulseiras, relógios, etc… ou usado como grandiosidade e riqueza como o ouro trazido pelos Reis Magos vindos do Oriente para oferecer ao Menino.
Na medicina é utilizado em algumas doenças e o nosso organismo tem uma quantidade pequeninas de (soluções?) de ouro, prata e cobre… que a mais é mau e a menos mau é; é preciso um equilíbrio harmonioso do nosso organismo, como também o níquel e o zinco…
Como sinal de riqueza e descoberto pelos portugueses no Brasil, como também fizeram os romanos andaram por Portugal à procura de ouro, sobretudo, na Serra D´Arga.
O oiro é apenas um sinónimo de ouro, como áureo ou ourado são adjectivos.
Acontece a mesma coisa no Louro, fruto do loureiro e o louro cor do ouro, amarelo, dourado, que também se diz loiro e a propósito do homem.
É vulgar o sufixo ouro dar lugar ao oiro, como em: miradouro ou miradoiro, logradouro ou logradoiro, ancoradouro ou ancoradoiro, touro ou toiro, couro ou coiro…noute e noite, este ‘i’ deste ditongo “ou”, “oi” manteve-se mais na forma popular ou de influência espanhola.
Este “i” em oiro é correcto, mas pouco usado e difere de região para região.
É uma questão de “AU” igual a ouro ou a oiro.
Também não se usa ou não se utiliza quando o cozinheiro diz que doirou o peru no forno, mas diz sempre dourar o peru, isto é, pô-lo amarelo, da cor do ouro, por isso não há regra sem excepção. É como numas regiões se diz a coisa vai boa ou a cousa vai boa.
O mesmo acontece com o louro e a loura (que também se diz loira). Eça de Queirós fala das singularidades de uma rapariga loura que em determinada altura um rosto loiro espreita…
O loiro, loura, louro claro, louro palha, é cor de oiro, amarelado, ou ruço ou ruça como se diz em algumas regiões do nosso país, aquilo que tem cor de ouro e castanho claro, um amarelado ou dourado, a puxar à cor do ouro ou oiro.
Marca esta cor ruça os cabelos castanhos claros, ou bem amarelados que vêm dos povos eslavos ou da parte de central da Europa como belgas, germanos, holandeses, russos…
Isto de louros podem querer dizer louvores, As loiras também podem ser por fantasias da arte, do engenho, das tintas, dos gostos, do disfarce para parecer aquilo que não se é e, as vezes, ficar pior.
É por isso que dourar o corpo ao sol e bronzear não tem nada a ver com o ouro, mas, com equilíbrio, pode ajudar o nosso organismo na saúde, mas perigoso ainda mesmo que usando cosméticos para quebrar os raios solares, pode ser hoje um grande risco. Tudo se quer como o sal na comida “nem demais, nem de menos”.
A. Viana
O Homem de ouro- O bezerro de ouro
O homem e o bezerro de ouro
“ Vendo que Moisés demorava a descer do monte, o povo reuniu-se em torno de Aarão e lhe disse: “Vamos! Faze-nos deuses que caminhem à nossa frente. Pois quanto a um tal de Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que aconteceu”. Aarão lhes disse: “Tirai os brincos de vossas mulheres, vossos filhos e vossas filhas, e trazei-os a mim”. Todo o povo arrancou os brincos de ouro que usava, e os trouxe para Aarão. Recebendo o ouro, ele o moldou com o cinzel e fez um bezerro fundido. Então eles disseram: “Aí tens, Israel, os deuses que te fizeram sair do Egito!”. Ao ver isto, Aarão construiu um altar diante da imagem e proclamou: “Amanhã haverá festa em honra do Senhor”. Levantando-se na manhã seguinte, ofereceram holocaustos e apresentaram sacrifícios pacíficos. O povo sentou-se para comer e beber, e depois levantou-se para se divertir.
O Senhor falou a Moisés: “Vamos! desce, pois corrompeu-se o teu povo que tiraste do Egito. Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram um bezerro fundido, prostraram-se e ofereceram sacrifícios diante dele, dizendo: ‘Israel, aí tens os teus deuses, que te fizeram sair do Egito’”. O Senhor disse a Moisés: “Já vi que este povo é um povo de cabeça dura. Deixa que a minha cólera se inflame e os consuma. Mas de ti farei uma grande nação”.
Moisés aplacou o Senhor seu Deus e disse: “Por que, ó Senhor , se inflama a tua cólera contra o teu povo que libertaste do Egito com grande poder e mão forte? Por que deveriam os egípcios comentar: ‘Foi com propósitos sinistros que os libertou do Egito, para matá-los nas montanhas e exterminá-los da face da terra? Renuncia ao furor da tua ira e desiste de fazer mal a teu povo. Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Jacó, com os quais te comprometeste por juramento, prometendo-lhes: ‘Tornarei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu, e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como posse perpétua’”. E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer a seu povo. Moisés desceu de volta do monte, trazendo as duas tábuas da aliança que estavam escritas de ambos os lados, na frente e no verso. As tábuas eram obra de Deus e a escrita era escrita de Deus, gravada sobre as tábuas. Josué ouviu a algazarra do povo que gritava, e disse a Moisés: “São gritos de guerra no acampamento”. Moisés respondeu: “Não são gritos de vitória,nem gritos de derrota. O que ouço são danças e canções”.
Quando chegou perto do acampamento, viu o bezerro e as danças. Moisés ficou indignado e atirou as tábuas e as quebrou ao pé da montanha. Pegou o bezerro que haviam feito e o queimou no fogo, esmigalhando até reduzi-lo a pó. Depois misturou com água e deu de beber aos israelitas.
Moisés disse a Aarão: “Que te fez este povo para que atraísses sobre ele tão grande culpa?” Aarão respondeu: “Não se inflame de ira o meu senhor. Tu bem sabes que este povo é inclinado ao mal. Eles me disseram: ‘Faze-nos deuses que caminhem à nossa frente, pois quanto a um tal de Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que aconteceu’. Eu lhes disse: ‘Quem tiver ouro, desfaça-se e o dê a mim’. Lancei o ouro no fogo e saiu este bezerro”.
Hoje os bezerros são outros: a bota de ouro, a taça de ouro, a bola de ouro e tudo mais de ouro qualquer dia é o homem de ouro que só vale ouro; mas o ouro por si não vale nada, não tem espírito, nem alma, nem vida; nem há a qualquer homem valores mais importantes que o faça neste mundo, pois todo o ouro do mundo, não é a vida…”
Hoje, em futebol, no desporto no capitalismo, tudo o mais que interessa são as coisas. Parece que a matéria se sobrepõe à vida e não a vida à matéria. A matéria por si não anima nada a não ser o homem que com a sua inteligência a governa, a ordena, a desenvolve, mas sem se envolver nela…
O mundo está a esquecer Deus e a inventar outros deuses, ou não é verdade que muitos vivem como que em uma “borracheira” permanente, dia a dia, à volta de desporto, à volta do dinheiro do ouro que, por si, não deixa de ser necessário para o homem, mas que nesta altura, mundialmente se torna a essencial substância , de tantos, tantos milhões que vivem obcecados por ela… são os 100 milhões de euros, os 90 milhões disto e daquilo, e a família envolvida a comprar, pagar, esperar horas e horas para saudar “venerar” e “adorar” o que não é Deus…
O que nos vale é complacência infinita de Deus. Ninguém pode ir contra a liberdade do homem, se este escolhe para si a matéria e a “adora” como fosse o seu deus todo poderoso… este não é rico em misericórdia para valores mais elevados. Quais valores? Os do material o que é imediatamente redutível na vida humana.
Não é dinheiro que compra a felicidade, a saúde, o bem estar social e, pessoal ou familiar e colectivo.
É por isso que cada vez o desporto é mais regional e menos nacional porque quem joga, quem se procura à moda da escravidão são estes e aqueles que nem sempre têm a ver com a nossa terra.
P.C.
“ Vendo que Moisés demorava a descer do monte, o povo reuniu-se em torno de Aarão e lhe disse: “Vamos! Faze-nos deuses que caminhem à nossa frente. Pois quanto a um tal de Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que aconteceu”. Aarão lhes disse: “Tirai os brincos de vossas mulheres, vossos filhos e vossas filhas, e trazei-os a mim”. Todo o povo arrancou os brincos de ouro que usava, e os trouxe para Aarão. Recebendo o ouro, ele o moldou com o cinzel e fez um bezerro fundido. Então eles disseram: “Aí tens, Israel, os deuses que te fizeram sair do Egito!”. Ao ver isto, Aarão construiu um altar diante da imagem e proclamou: “Amanhã haverá festa em honra do Senhor”. Levantando-se na manhã seguinte, ofereceram holocaustos e apresentaram sacrifícios pacíficos. O povo sentou-se para comer e beber, e depois levantou-se para se divertir.
O Senhor falou a Moisés: “Vamos! desce, pois corrompeu-se o teu povo que tiraste do Egito. Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram um bezerro fundido, prostraram-se e ofereceram sacrifícios diante dele, dizendo: ‘Israel, aí tens os teus deuses, que te fizeram sair do Egito’”. O Senhor disse a Moisés: “Já vi que este povo é um povo de cabeça dura. Deixa que a minha cólera se inflame e os consuma. Mas de ti farei uma grande nação”.
Moisés aplacou o Senhor seu Deus e disse: “Por que, ó Senhor , se inflama a tua cólera contra o teu povo que libertaste do Egito com grande poder e mão forte? Por que deveriam os egípcios comentar: ‘Foi com propósitos sinistros que os libertou do Egito, para matá-los nas montanhas e exterminá-los da face da terra? Renuncia ao furor da tua ira e desiste de fazer mal a teu povo. Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Jacó, com os quais te comprometeste por juramento, prometendo-lhes: ‘Tornarei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu, e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como posse perpétua’”. E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer a seu povo. Moisés desceu de volta do monte, trazendo as duas tábuas da aliança que estavam escritas de ambos os lados, na frente e no verso. As tábuas eram obra de Deus e a escrita era escrita de Deus, gravada sobre as tábuas. Josué ouviu a algazarra do povo que gritava, e disse a Moisés: “São gritos de guerra no acampamento”. Moisés respondeu: “Não são gritos de vitória,nem gritos de derrota. O que ouço são danças e canções”.
Quando chegou perto do acampamento, viu o bezerro e as danças. Moisés ficou indignado e atirou as tábuas e as quebrou ao pé da montanha. Pegou o bezerro que haviam feito e o queimou no fogo, esmigalhando até reduzi-lo a pó. Depois misturou com água e deu de beber aos israelitas.
Moisés disse a Aarão: “Que te fez este povo para que atraísses sobre ele tão grande culpa?” Aarão respondeu: “Não se inflame de ira o meu senhor. Tu bem sabes que este povo é inclinado ao mal. Eles me disseram: ‘Faze-nos deuses que caminhem à nossa frente, pois quanto a um tal de Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que aconteceu’. Eu lhes disse: ‘Quem tiver ouro, desfaça-se e o dê a mim’. Lancei o ouro no fogo e saiu este bezerro”.
Hoje os bezerros são outros: a bota de ouro, a taça de ouro, a bola de ouro e tudo mais de ouro qualquer dia é o homem de ouro que só vale ouro; mas o ouro por si não vale nada, não tem espírito, nem alma, nem vida; nem há a qualquer homem valores mais importantes que o faça neste mundo, pois todo o ouro do mundo, não é a vida…”
Hoje, em futebol, no desporto no capitalismo, tudo o mais que interessa são as coisas. Parece que a matéria se sobrepõe à vida e não a vida à matéria. A matéria por si não anima nada a não ser o homem que com a sua inteligência a governa, a ordena, a desenvolve, mas sem se envolver nela…
O mundo está a esquecer Deus e a inventar outros deuses, ou não é verdade que muitos vivem como que em uma “borracheira” permanente, dia a dia, à volta de desporto, à volta do dinheiro do ouro que, por si, não deixa de ser necessário para o homem, mas que nesta altura, mundialmente se torna a essencial substância , de tantos, tantos milhões que vivem obcecados por ela… são os 100 milhões de euros, os 90 milhões disto e daquilo, e a família envolvida a comprar, pagar, esperar horas e horas para saudar “venerar” e “adorar” o que não é Deus…
O que nos vale é complacência infinita de Deus. Ninguém pode ir contra a liberdade do homem, se este escolhe para si a matéria e a “adora” como fosse o seu deus todo poderoso… este não é rico em misericórdia para valores mais elevados. Quais valores? Os do material o que é imediatamente redutível na vida humana.
Não é dinheiro que compra a felicidade, a saúde, o bem estar social e, pessoal ou familiar e colectivo.
É por isso que cada vez o desporto é mais regional e menos nacional porque quem joga, quem se procura à moda da escravidão são estes e aqueles que nem sempre têm a ver com a nossa terra.
P.C.
Honra e Mérito - Manuel Fernandes Marques da Balinha
Honra e mérito
Manuel Fernandes Marques da Balinha é filho de Manuel Fernandes da Balinha e de Rosa Dias Marques. Os seus pais tiveram mais filhos: o José, casado, viveu em Darque e deixou cinco filhos; o António mais velho, casado em Pevidém, Guimarães e com geração; o Henrique casado e pai de um casal de filhos, mora aqui na paróquia, foi proprietário de “Drogaria do Mercado”, a Maria viúva do Augusto Exposto também da Paróquia e mãe de 4 filhos (dois casais).
O Manuel Balinha nasceu em 1915, andou na “universidade” da escola do Carmo até ao primeiro grau, mais tarde fez o quarto grau. O seu pai era zelador camarário. Quando deixou a escola começou a trabalhar no campo, depois foi criador e acabou reformando-se, depois de muitos anos de serviço de mecânico do elevador de Santa Luzia do tempo ainda dos quinze tostões para cima e para baixo, isto é, 0,015 cêntimos e 0,005 cêntimos.
Marques da Balinha
Em 27 de Novembro de 1962, casa com Lucinda da Silva Fonte, natural de Suportela que tinha vindo servir para a Quinta do Rainha, onde esteve desde os quatorze anos. Deu a Manuel Balinha cinco filhos: o Manuel, Tipógrafo, a Maria Fátima, funcionária pública, casada e com filhos e a Rosa, funcionária pública, já viúva e com um filho; o José, electricista, solteiro e a viver em 2009 com os pais. O Ernesto, casado é com um filho e guarda-nocturno. A Maria, com dois filhos e já é avó e bisavó. Ainda teve ma outra “Rosinha” que faleceu com 7 meses. Sempre foi um católico assumido e cumpridor dos seus deveres como a missa dominical distribuindo-se por a Matriz, S. Vincente, Carmo, a Paróquia e a capela das Necessidades, ou ainda Santo António.
Fez parte da Comissão de culto com António Puga e não se lembra dos outros colegas. Aos domingos reúne a família toda a almoçar à mesma mesa à excepção de um que não lhe é fácil por motivos de afazeres familiares do lado da esposa para poderem estar todos filhos presentes.
O Manuel Balinho ainda me lembra de o ver a jogar a sueca na taberna dos Panhos. Era o seu hobi preferido.
A.C.
Manuel Fernandes Marques da Balinha é filho de Manuel Fernandes da Balinha e de Rosa Dias Marques. Os seus pais tiveram mais filhos: o José, casado, viveu em Darque e deixou cinco filhos; o António mais velho, casado em Pevidém, Guimarães e com geração; o Henrique casado e pai de um casal de filhos, mora aqui na paróquia, foi proprietário de “Drogaria do Mercado”, a Maria viúva do Augusto Exposto também da Paróquia e mãe de 4 filhos (dois casais).
O Manuel Balinha nasceu em 1915, andou na “universidade” da escola do Carmo até ao primeiro grau, mais tarde fez o quarto grau. O seu pai era zelador camarário. Quando deixou a escola começou a trabalhar no campo, depois foi criador e acabou reformando-se, depois de muitos anos de serviço de mecânico do elevador de Santa Luzia do tempo ainda dos quinze tostões para cima e para baixo, isto é, 0,015 cêntimos e 0,005 cêntimos.
Marques da Balinha
Em 27 de Novembro de 1962, casa com Lucinda da Silva Fonte, natural de Suportela que tinha vindo servir para a Quinta do Rainha, onde esteve desde os quatorze anos. Deu a Manuel Balinha cinco filhos: o Manuel, Tipógrafo, a Maria Fátima, funcionária pública, casada e com filhos e a Rosa, funcionária pública, já viúva e com um filho; o José, electricista, solteiro e a viver em 2009 com os pais. O Ernesto, casado é com um filho e guarda-nocturno. A Maria, com dois filhos e já é avó e bisavó. Ainda teve ma outra “Rosinha” que faleceu com 7 meses. Sempre foi um católico assumido e cumpridor dos seus deveres como a missa dominical distribuindo-se por a Matriz, S. Vincente, Carmo, a Paróquia e a capela das Necessidades, ou ainda Santo António.
Fez parte da Comissão de culto com António Puga e não se lembra dos outros colegas. Aos domingos reúne a família toda a almoçar à mesma mesa à excepção de um que não lhe é fácil por motivos de afazeres familiares do lado da esposa para poderem estar todos filhos presentes.
O Manuel Balinho ainda me lembra de o ver a jogar a sueca na taberna dos Panhos. Era o seu hobi preferido.
A.C.
Um de cada vez- João Viana Filgueiras, Abelheira
Um de Cada vez
João Viana Filgueiras era filho de João António Felgueiras e de Carolina Pedro Viana, fez o curso do Liceu Gonçalo Velho e em Moçambique foi director de todas as instâncias do sector aduaneiro na “Import-Export”. Aí conheceu sua esposa Maria Teresa Malheiro e casou aos 29 anos de idade, ela deu-lhe a sua única filha Maria João, casada, na Alemanha, com Joseph Rauch e sem geração. A filha é engenheira e já trabalhou no Ministério do Trabalho cá, e, na Alemanha, trabalha como Consultora Internacional. O João era bisneto da casa que há anos se encontrava por trás da capela de Nossa Srª das Necessidades, do Passos Cambão. O João Filgueiras foi também fundador da Associação Columbófila de Viana do Castelo. Muito vai ficar sem dizer, mas transcrevemos a elegia da filha, no dia do funeral.
“Elegia a meu Pai
João Viana Filgueras
Meu pai nasceu a 3 de Novembro de 1927 como primeiro filho de João Felgueiras, um dos sócios fundadores da Fábrica de Chocolates “A vianense”.
Frequentou a escola e o Liceu, em Viana, onde encontrou muitos dos amigos que lhe ficaram pela vida fora. A tropa fez em Tavira.
Nascido e criado numa família financeiramente bem instalada, mas com rígidos e severos princípios desenvolveu desde cedo um carácter sério, disciplinado e com profundo sentimento de responsabilidade o que o levou a ter uma atitude corajosa ao longo da sua vida.
Estas características foram a mola real que o sustentou durante as adversidades da sua vida que desde cedo teve de enfrentar:
• Em criança um acidente na fábrica prende-o dois meses numa cama com as pernas dadas como irrecuperáveis. Apesar disso recuperou-se completamente e foi um dos melhores desportistas do seu tempo sobretudo no basquetebol (chegou a ser convidado, entre outros, quer pelo Benfica, quer pelo Sporting para jogar nas suas fileiras) e no Futebol;
• A morte prematura de seu pai expõe uma situação financeira crítica (venda compulsiva de todos os bens para pagar as dívidas alheias) devido à credibilidade em relação a um protegido do qual foi fiador e que se revelou muito pouco sério. Como era seu apanágio sofreu em silêncio todas as amarguras e consequentes desilusões e tomou a decisão corajosa de deixar Viana e rumar a Moçambique.
• Nesta terra desenvolveu de novo um árduo trabalho que foi reconhecido e lhe granjeou uma promissora e importante carreira profissional que viu de novo desabar como um castelo de cartas em 1974 devido á situação política do país.
• Um homem com valores bem assentes na estrutura da família por ela era capaz de tudo. Assim renuncia a uma potencial carreira no seu ramo de especialidade para não deixar Viana e os sogros com quem tinha vivido desde que casara com a minha mãe.
• Esta situação conduziu-o a uma das mais profundas crises de frustração profissionais mais uma vez, com o estoicismo que o caracterizava, suportou tudo sem queixumes. Foi o período no qual o seu hobby e paixão de tantos anos (os pombos correios) teve de virar suporte de sustento da família.
Mas não só adversidades fizeram o seu caminho pois teve o privilégio de conseguir encontrar a companheira ideal que o acompanhou e, com ele, as alegrias e tristezas até ao último dia e com ele teve uma filha. Tudo isto num ambiente de grande calor familiar no qual os sogros, os cunhados e as sobrinhas - filhas foram sempre uma fonte de grande preenchimento e alegria. Numa fase mais tardia o genro revelou-lho as alegrias de uma boa cerveja o que o levou a adoptar a cidade de Munique como “suplente” a Viana.
Apesar dos vários pequenos achaques que foram surgindo tudo superou com facilidade que deixava os próprios médicos boquiabertos. Contudo aconteceu um inesperado. Depois de várias tentativas quer em Portugal, quer em Alemanha veio a terminar os dias a esta cidade como ele desejava e dizia frequentemente: “quero morrer na minha terra!”
E assim foi papá, vieste para a tua terra onde, o teu coração cheio de amor por nós ontem parou definitivamente de bater!
No entanto o carinho que nos unis, as vivências que partilhamos, as memórias do que dissemos, ou mesmo que não dissemos mas sentimos juntos, o amor que sempre nos uniu será o que perdurará para sempre! E assim tu papá não estás nem nunca estarás verdadeiramente morto, pois só está morto quem não habita a memória de ninguém!
Até sempre meu pai”
O João Filgueiras regressou da Alemanhã num avião ambulância acompanhado por assistência médica, tendo regressado com boa satisfação e com muita força e coragem para ultrapassar a crise, mas Deus quis premiá-lo, levando-o para a felicidade plena, após algum tempo passado no Hospital Privado e em casa.
C.
João Viana Filgueiras era filho de João António Felgueiras e de Carolina Pedro Viana, fez o curso do Liceu Gonçalo Velho e em Moçambique foi director de todas as instâncias do sector aduaneiro na “Import-Export”. Aí conheceu sua esposa Maria Teresa Malheiro e casou aos 29 anos de idade, ela deu-lhe a sua única filha Maria João, casada, na Alemanha, com Joseph Rauch e sem geração. A filha é engenheira e já trabalhou no Ministério do Trabalho cá, e, na Alemanha, trabalha como Consultora Internacional. O João era bisneto da casa que há anos se encontrava por trás da capela de Nossa Srª das Necessidades, do Passos Cambão. O João Filgueiras foi também fundador da Associação Columbófila de Viana do Castelo. Muito vai ficar sem dizer, mas transcrevemos a elegia da filha, no dia do funeral.
“Elegia a meu Pai
João Viana Filgueras
Meu pai nasceu a 3 de Novembro de 1927 como primeiro filho de João Felgueiras, um dos sócios fundadores da Fábrica de Chocolates “A vianense”.
Frequentou a escola e o Liceu, em Viana, onde encontrou muitos dos amigos que lhe ficaram pela vida fora. A tropa fez em Tavira.
Nascido e criado numa família financeiramente bem instalada, mas com rígidos e severos princípios desenvolveu desde cedo um carácter sério, disciplinado e com profundo sentimento de responsabilidade o que o levou a ter uma atitude corajosa ao longo da sua vida.
Estas características foram a mola real que o sustentou durante as adversidades da sua vida que desde cedo teve de enfrentar:
• Em criança um acidente na fábrica prende-o dois meses numa cama com as pernas dadas como irrecuperáveis. Apesar disso recuperou-se completamente e foi um dos melhores desportistas do seu tempo sobretudo no basquetebol (chegou a ser convidado, entre outros, quer pelo Benfica, quer pelo Sporting para jogar nas suas fileiras) e no Futebol;
• A morte prematura de seu pai expõe uma situação financeira crítica (venda compulsiva de todos os bens para pagar as dívidas alheias) devido à credibilidade em relação a um protegido do qual foi fiador e que se revelou muito pouco sério. Como era seu apanágio sofreu em silêncio todas as amarguras e consequentes desilusões e tomou a decisão corajosa de deixar Viana e rumar a Moçambique.
• Nesta terra desenvolveu de novo um árduo trabalho que foi reconhecido e lhe granjeou uma promissora e importante carreira profissional que viu de novo desabar como um castelo de cartas em 1974 devido á situação política do país.
• Um homem com valores bem assentes na estrutura da família por ela era capaz de tudo. Assim renuncia a uma potencial carreira no seu ramo de especialidade para não deixar Viana e os sogros com quem tinha vivido desde que casara com a minha mãe.
• Esta situação conduziu-o a uma das mais profundas crises de frustração profissionais mais uma vez, com o estoicismo que o caracterizava, suportou tudo sem queixumes. Foi o período no qual o seu hobby e paixão de tantos anos (os pombos correios) teve de virar suporte de sustento da família.
Mas não só adversidades fizeram o seu caminho pois teve o privilégio de conseguir encontrar a companheira ideal que o acompanhou e, com ele, as alegrias e tristezas até ao último dia e com ele teve uma filha. Tudo isto num ambiente de grande calor familiar no qual os sogros, os cunhados e as sobrinhas - filhas foram sempre uma fonte de grande preenchimento e alegria. Numa fase mais tardia o genro revelou-lho as alegrias de uma boa cerveja o que o levou a adoptar a cidade de Munique como “suplente” a Viana.
Apesar dos vários pequenos achaques que foram surgindo tudo superou com facilidade que deixava os próprios médicos boquiabertos. Contudo aconteceu um inesperado. Depois de várias tentativas quer em Portugal, quer em Alemanha veio a terminar os dias a esta cidade como ele desejava e dizia frequentemente: “quero morrer na minha terra!”
E assim foi papá, vieste para a tua terra onde, o teu coração cheio de amor por nós ontem parou definitivamente de bater!
No entanto o carinho que nos unis, as vivências que partilhamos, as memórias do que dissemos, ou mesmo que não dissemos mas sentimos juntos, o amor que sempre nos uniu será o que perdurará para sempre! E assim tu papá não estás nem nunca estarás verdadeiramente morto, pois só está morto quem não habita a memória de ninguém!
Até sempre meu pai”
O João Filgueiras regressou da Alemanhã num avião ambulância acompanhado por assistência médica, tendo regressado com boa satisfação e com muita força e coragem para ultrapassar a crise, mas Deus quis premiá-lo, levando-o para a felicidade plena, após algum tempo passado no Hospital Privado e em casa.
C.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Ferreiros da Abelheira
FERREIROS DA ABELHEIRA
Na Abelheira existiram grandes artistas, entre eles os ferreiros, que trabalhavam em ferro através da forja, que funcionavam com foles e mais tarde com as ventoinhas de manivela manual, de onde saíam com perfeição os trabalhos que lhes era encomendado, gradeamentos feitos em diversos feitios, varandas, grades para janelas, portões, etc., mas os que mais conheço, e deles vou escrever, são as ferragens.
Antes, porém, quero dar a conhecer o nome desses artistas que, infelizmente, já não se encontram no nosso meio: Domingos Rodrigues Cambão, João Correia Rodrigues Cambão (Bate Malho), Albino Pedro Viana, Luís Pedro Viana, Joaquim Rodrigues Cambão, João Rodrigues Cambão, António Rodrigues Cambão, Manuel Rodrigues Cambão (Arturinho) e Joaquim Lopes da Silva (Pego), entre outros.
Estes homens forneciam as lojas de ferragens da cidade e arredores, com ferragens feitas por si, nas suas pequenas oficinas.
Dobradiças de chumbadouro, que eram utilizadas na construção civil, nas portas de casas, lojas e cortes de gado, (fazia-se um furo na pedra onde entrava o espigão da dobradiça que era chumbada com chumbo derretido e nunca mais saía). Estas dobradiças ainda hoje se vêem em construções antigas como: Igrejas, Mosteiros, Conventos e casas de lavoura; nestas, principalmente, nas portas das lojas.Dobradiças de junta, de desenfiar ou de livro para aplicação nas portas onde já existia o aro em madeira.
Fecho de Bengala, fechos de segurança, depois de fechados e rodados para o lado, não era fácil a sua abertura, os fechos de correr, os descansos para as janelas de guilhotina, os fechos para segurar janelas exteriores com ranhuras que ficavam por fora de vidro para segurança.
As asas de caneca, que se aplicavam nas portas interiores, cujos espelhos enfeitavam e serviam de fecho com a respectiva tranqueta por dentro, que encaixava numa testa com gramilho, para segurança das pessoas que se encontravam por dentro, ainda hoje se encontram algumas em casas antigas.
As aldrabas, que eram utilizadas nos portões de entrada das quintas, lojas e cortes de gado, (eram umas argolas com espelho rodado para enfeitar e pela parte de dentro tinha uma tranqueta com ferrolho, com encaixe numa esfera com gramilho para fechar).
As argolas de alçapão usavam-se nas tampas que existiam nas casas e dava acesso ao andar de baixo, lojas ou cortes de gado. Havia ainda: os fechos para as malas dos militares, para colocação dos cadeados por causa da roubalheira.
Arganéis, para pôr no focinho dos porcos para não fossar.
As fechaduras para as arcas ou salgadeiras.
Os pregos para as dobradiças, fechos e aros das rodas de carros de bois e cavalos.
Caleiras e as escápulas para as colocar nos prédios.
Todos estes materiais, depois de prontos, eram aquecidos na forja e pintados com verniz preto, dando um bom aspecto às peças, que passavam a ser conhecidas por ferragens caldeadas.
Na Abelheira existiram grandes artistas, entre eles os ferreiros, que trabalhavam em ferro através da forja, que funcionavam com foles e mais tarde com as ventoinhas de manivela manual, de onde saíam com perfeição os trabalhos que lhes era encomendado, gradeamentos feitos em diversos feitios, varandas, grades para janelas, portões, etc., mas os que mais conheço, e deles vou escrever, são as ferragens.
Antes, porém, quero dar a conhecer o nome desses artistas que, infelizmente, já não se encontram no nosso meio: Domingos Rodrigues Cambão, João Correia Rodrigues Cambão (Bate Malho), Albino Pedro Viana, Luís Pedro Viana, Joaquim Rodrigues Cambão, João Rodrigues Cambão, António Rodrigues Cambão, Manuel Rodrigues Cambão (Arturinho) e Joaquim Lopes da Silva (Pego), entre outros.
Estes homens forneciam as lojas de ferragens da cidade e arredores, com ferragens feitas por si, nas suas pequenas oficinas.
Dobradiças de chumbadouro, que eram utilizadas na construção civil, nas portas de casas, lojas e cortes de gado, (fazia-se um furo na pedra onde entrava o espigão da dobradiça que era chumbada com chumbo derretido e nunca mais saía). Estas dobradiças ainda hoje se vêem em construções antigas como: Igrejas, Mosteiros, Conventos e casas de lavoura; nestas, principalmente, nas portas das lojas.Dobradiças de junta, de desenfiar ou de livro para aplicação nas portas onde já existia o aro em madeira.
Fecho de Bengala, fechos de segurança, depois de fechados e rodados para o lado, não era fácil a sua abertura, os fechos de correr, os descansos para as janelas de guilhotina, os fechos para segurar janelas exteriores com ranhuras que ficavam por fora de vidro para segurança.
As asas de caneca, que se aplicavam nas portas interiores, cujos espelhos enfeitavam e serviam de fecho com a respectiva tranqueta por dentro, que encaixava numa testa com gramilho, para segurança das pessoas que se encontravam por dentro, ainda hoje se encontram algumas em casas antigas.
As aldrabas, que eram utilizadas nos portões de entrada das quintas, lojas e cortes de gado, (eram umas argolas com espelho rodado para enfeitar e pela parte de dentro tinha uma tranqueta com ferrolho, com encaixe numa esfera com gramilho para fechar).
As argolas de alçapão usavam-se nas tampas que existiam nas casas e dava acesso ao andar de baixo, lojas ou cortes de gado. Havia ainda: os fechos para as malas dos militares, para colocação dos cadeados por causa da roubalheira.
Arganéis, para pôr no focinho dos porcos para não fossar.
As fechaduras para as arcas ou salgadeiras.
Os pregos para as dobradiças, fechos e aros das rodas de carros de bois e cavalos.
Caleiras e as escápulas para as colocar nos prédios.
Todos estes materiais, depois de prontos, eram aquecidos na forja e pintados com verniz preto, dando um bom aspecto às peças, que passavam a ser conhecidas por ferragens caldeadas.
Boca amarga ou amargos de boca
“Amargos de Boca”
Quem nunca teve amargos de boca? Aliás, a vida é feita de amarguras e desamarguras, ou não é verdade?...
Há “amargos de boca” muitas vezes, sobretudo, se a vida que levarmos não é verdadeira, nem é vivida com ideal transcendente, com um objectivo bem firme. Não há que vacilar, não podemos ser “cana agitada pelo vento”, caso contrário, seremos bons políticos, teremos poder de influências, poder económico, mas nada disto deixará de trazer muitos “amargos de boca”.
O “amargo de boca” é sempre algo de desagradável, não desejável, é amargo, azedo, ácido, pode ser problema vesicular, renal ou algum refluxo de estômago, mau funcionamento digestivo. Estes amargos são possíveis e, se são regulares, têm de ser sujeitos a diagnóstico médico. No entanto, a expressão “amargos de boca” tem mais a ver com as amarguras da vida, a cruz que carregamos, os sofrimentos e as dores que nos acompanham. Ora estes amargos podem ser “dor de alma”, “dor de corpo”, dor da cruz que arrastamos no dia a dia do nosso viver, das arrelias e desgostos que nos acompanham e se intercalam com as alegrias e os prazeres da vida, da salivação estressada que faz secar a boca, a garganta e nos torna agressivos ou saciados da sede, alegres e expansivos.
“Amargos de Boca” podem vir das intrigas, da falta de lealdade, da infidelidade aos compromissos... é que, no fim, nunca basta o reconhecimento do erro.Não basta que eu peça desculpa quando já não posso dar vida nenhuma. A minha consciência há-de trazer, por vezes, as amarguras ou as angústias das consequências do erro que cometi, e não tem mais volta a dar. Assim também há amargos da boca para quem ganha e para quem perde o campeonato, a taça, regional, nacional ou internacional, sempre ficam amargos numa derrota, como numa vitória pouco clara. É por isso que sempre devemos pedir a Deus que não nos deixe cair nos erros.
É bom esquecer o mau passado, é bom esquecer a dor do presente, ainda que ela insista, mas com a ajuda de Deus, seremos capazes de vencer todos os “amargos de boca”, sejam eles quais forem.
O nosso Deus é sempre um Deus de bondade e de misericórdia. Se não quiseres, amigo, ter amargos de boca, abre-te à graça de Deus, abre-te com o teu irmão, com o teu mais íntimo, e partilha com os outros, não fiques só para ti com as amarguras, angústias ou dores, pois assim te será mais fácil levar a cruz ao calvário.
Olha para a Senhora das Angústias, para a Senhora das Amarguras e para a Senhora das Dores, enfim, para Maria ao pé da Cruz e verás que há outros amargos, e outros irmãos ao nosso lado com as mesmas aflições, ou mais amargas talvez do que as tuas.
“Amargos de Boca” é trair alguém, ser injusto, fazer da cabeça cabide para chapéu ou boné, em vez de pensar, reflectir ou andar muito bem “parecido”, bem apresentado e com boa disposição, mas por dentro haver só podridão, poço de ódio, de ressentimento ou como Jesus chamou “sepulcros caiados de branco”; somos exigentes para os outros e a lei está acima da pessoa e do amor, como se ela tenha sido feita antes da existência do homem.
Há “Amargos de Boca” que nunca terão solução nem diagnóstico espiritual, moral ou físico possível, para sermos curados, sobretudo para os que vivem na obstinação.
Os “Amargos de Boca” que sinto são fases estranhas da vida do dia a dia, amarguras de dor que se transformam, muitas vezes, em formosuras, quando consigo vencer, porque tenho a certeza que o meu Deus não me quer uma flor murcha no paraíso terrestre, mas sim bela, dinâmica, criativa, contemplativa, no caminho que devo fazer até à vida celeste, onde tudo será felicidade, ternura e doçura eternas.
Aliquis
Quem nunca teve amargos de boca? Aliás, a vida é feita de amarguras e desamarguras, ou não é verdade?...
Há “amargos de boca” muitas vezes, sobretudo, se a vida que levarmos não é verdadeira, nem é vivida com ideal transcendente, com um objectivo bem firme. Não há que vacilar, não podemos ser “cana agitada pelo vento”, caso contrário, seremos bons políticos, teremos poder de influências, poder económico, mas nada disto deixará de trazer muitos “amargos de boca”.
O “amargo de boca” é sempre algo de desagradável, não desejável, é amargo, azedo, ácido, pode ser problema vesicular, renal ou algum refluxo de estômago, mau funcionamento digestivo. Estes amargos são possíveis e, se são regulares, têm de ser sujeitos a diagnóstico médico. No entanto, a expressão “amargos de boca” tem mais a ver com as amarguras da vida, a cruz que carregamos, os sofrimentos e as dores que nos acompanham. Ora estes amargos podem ser “dor de alma”, “dor de corpo”, dor da cruz que arrastamos no dia a dia do nosso viver, das arrelias e desgostos que nos acompanham e se intercalam com as alegrias e os prazeres da vida, da salivação estressada que faz secar a boca, a garganta e nos torna agressivos ou saciados da sede, alegres e expansivos.
“Amargos de Boca” podem vir das intrigas, da falta de lealdade, da infidelidade aos compromissos... é que, no fim, nunca basta o reconhecimento do erro.Não basta que eu peça desculpa quando já não posso dar vida nenhuma. A minha consciência há-de trazer, por vezes, as amarguras ou as angústias das consequências do erro que cometi, e não tem mais volta a dar. Assim também há amargos da boca para quem ganha e para quem perde o campeonato, a taça, regional, nacional ou internacional, sempre ficam amargos numa derrota, como numa vitória pouco clara. É por isso que sempre devemos pedir a Deus que não nos deixe cair nos erros.
É bom esquecer o mau passado, é bom esquecer a dor do presente, ainda que ela insista, mas com a ajuda de Deus, seremos capazes de vencer todos os “amargos de boca”, sejam eles quais forem.
O nosso Deus é sempre um Deus de bondade e de misericórdia. Se não quiseres, amigo, ter amargos de boca, abre-te à graça de Deus, abre-te com o teu irmão, com o teu mais íntimo, e partilha com os outros, não fiques só para ti com as amarguras, angústias ou dores, pois assim te será mais fácil levar a cruz ao calvário.
Olha para a Senhora das Angústias, para a Senhora das Amarguras e para a Senhora das Dores, enfim, para Maria ao pé da Cruz e verás que há outros amargos, e outros irmãos ao nosso lado com as mesmas aflições, ou mais amargas talvez do que as tuas.
“Amargos de Boca” é trair alguém, ser injusto, fazer da cabeça cabide para chapéu ou boné, em vez de pensar, reflectir ou andar muito bem “parecido”, bem apresentado e com boa disposição, mas por dentro haver só podridão, poço de ódio, de ressentimento ou como Jesus chamou “sepulcros caiados de branco”; somos exigentes para os outros e a lei está acima da pessoa e do amor, como se ela tenha sido feita antes da existência do homem.
Há “Amargos de Boca” que nunca terão solução nem diagnóstico espiritual, moral ou físico possível, para sermos curados, sobretudo para os que vivem na obstinação.
Os “Amargos de Boca” que sinto são fases estranhas da vida do dia a dia, amarguras de dor que se transformam, muitas vezes, em formosuras, quando consigo vencer, porque tenho a certeza que o meu Deus não me quer uma flor murcha no paraíso terrestre, mas sim bela, dinâmica, criativa, contemplativa, no caminho que devo fazer até à vida celeste, onde tudo será felicidade, ternura e doçura eternas.
Aliquis
Por dá cá aquela palha
Por dá cá aquela palha
O significado desta expressão é fácil, pois quer dizer que não vale nada, coisa de pouca monta, de pouca importância.
A palha é uma haste seca já livre do grão (centeio, cevada, aveia, milho, etc. ...) usada na alimentação dos animais; agora também industrializada.
Com a palha faziam-se, antigamente, as tochas para iluminar, de noite, os caminhos enlameados da aldeia, para ir à missa às 6 horas da manhã ou 7, do Inverno, há décadas atrás. Para andar de noite, uma das iluminações naturais era a tocha de palha. A palha era utilizada também para o fogo que queimava o pêlo do porco, para arder pois é de fácil combustão. Do mesmo modo, são utilizadas várias expressões como “dormir nas palhas” (dormir no chão), “palha de aço” (esfregão), “tirar uma palha” (dormir uma soneca), “dar palha a” (enganar outro com palavras mafiosas), “todo o burro come palha” , (o que é preciso é sabê-la dar), “não mexer uma palha” (não fazer nada). Pede-se agora uma palhinha para beber.
Portanto, usar palha no “por dá cá aquela palha” significa sem valor, é como dizer “por dá cá aquela M”.
Há sessenta anos, o pai e a mãe, a família eram os donos dos filhos, e por “dá cá aquela palha” davam-lhes porrada. Por “dá cá aquela palha” o professor, na escola, usava a régua, a palmatória, a “cana preta da índia” para dar umas sarrafadas nos alunos.
Por “dá cá aquela palha”, hoje, os pais já não mandam nos filhos, não lhes podem tocar e os professores em vez de respeitados, por “dá cá aquela palha”, são vítimas de vinganças; os pais levam pontapés, são mal tratados e por “dá cá aquela palha”, “mata-se” e esfola-se na escola, fora da escola, invade-se a escola. “Por dá cá aquela palha” empunha-se uma pistola, ainda que seja de plástico, para assaltar, violentar as pessoas, também no aspecto sexual e, por “dá cá aquela palha”, até um doente é abandonado ao “Deus dará”, um idoso já está a mais, e uma criança, se não for ao jeito, também pelos motivos do “dá cá aquela palha” se liquida e ninguém tem direito a ser respeitado na sua consciência, nem no direito à vida. Os filhos telefonam para a polícia por causa de um castigo dos pais, tudo por “dá cá aquela palha”.
Por “dá cá aquela palha” se namora de qualquer jeito e com qualquer feitio, assim como ainda pelo “dá cá aquela palha” se aceitam as palavras estrangeiras, mesmo que tenham uma tradução fácil. Por “dá cá aquela palha” é bonito, na linguagem ou na frase, aproveitar palavras estrangeiras de algum evento. Em Portugal é assim, mas nem sempre acontece nas outras línguas. Em Espanha, há palavras que cá são usadas em inglês e lá deram-lhe a tradução imediata, isto é, em Portugal tudo o que é inglês sabe bem; é assim que se mudam expressões linguísticas, retirando-lhes só, “por dá cá aquela palha”, a sua pureza da língua portuguesa.
Por “dá cá aquela palha” levanta-se com facilidade uma zaragata, se irrita, se zanga, se afronta, se grita, se acusa, se persegue, se aldraba, se torna corrupto na sociedade e, por “dá cá aquela palha”, a justiça é só para os pequenos que têm que cumprir a lei até ao último cêntimo, porque os grandes estão imunizados por “dá cá aquela palha” de toda a pena da lei e arranjam argumentos e aldrabices para se libertarem. Quanto não vale o “por cá dá aquela palha” para quem pode. E quem pode?...
Também é costume dizer-se que “quem sempre sofre é o mexilhão”.
Por “dá cá aquela palha” se vê, por todo o lado, excrementos de cão, nos jardins, nos passeios, nas praças...
É uma falta de civismo por “dá cá aquela palha” que se faz tudo menos respeitar e ser educado para com o semelhante.
Adquem
O significado desta expressão é fácil, pois quer dizer que não vale nada, coisa de pouca monta, de pouca importância.
A palha é uma haste seca já livre do grão (centeio, cevada, aveia, milho, etc. ...) usada na alimentação dos animais; agora também industrializada.
Com a palha faziam-se, antigamente, as tochas para iluminar, de noite, os caminhos enlameados da aldeia, para ir à missa às 6 horas da manhã ou 7, do Inverno, há décadas atrás. Para andar de noite, uma das iluminações naturais era a tocha de palha. A palha era utilizada também para o fogo que queimava o pêlo do porco, para arder pois é de fácil combustão. Do mesmo modo, são utilizadas várias expressões como “dormir nas palhas” (dormir no chão), “palha de aço” (esfregão), “tirar uma palha” (dormir uma soneca), “dar palha a” (enganar outro com palavras mafiosas), “todo o burro come palha” , (o que é preciso é sabê-la dar), “não mexer uma palha” (não fazer nada). Pede-se agora uma palhinha para beber.
Portanto, usar palha no “por dá cá aquela palha” significa sem valor, é como dizer “por dá cá aquela M”.
Há sessenta anos, o pai e a mãe, a família eram os donos dos filhos, e por “dá cá aquela palha” davam-lhes porrada. Por “dá cá aquela palha” o professor, na escola, usava a régua, a palmatória, a “cana preta da índia” para dar umas sarrafadas nos alunos.
Por “dá cá aquela palha”, hoje, os pais já não mandam nos filhos, não lhes podem tocar e os professores em vez de respeitados, por “dá cá aquela palha”, são vítimas de vinganças; os pais levam pontapés, são mal tratados e por “dá cá aquela palha”, “mata-se” e esfola-se na escola, fora da escola, invade-se a escola. “Por dá cá aquela palha” empunha-se uma pistola, ainda que seja de plástico, para assaltar, violentar as pessoas, também no aspecto sexual e, por “dá cá aquela palha”, até um doente é abandonado ao “Deus dará”, um idoso já está a mais, e uma criança, se não for ao jeito, também pelos motivos do “dá cá aquela palha” se liquida e ninguém tem direito a ser respeitado na sua consciência, nem no direito à vida. Os filhos telefonam para a polícia por causa de um castigo dos pais, tudo por “dá cá aquela palha”.
Por “dá cá aquela palha” se namora de qualquer jeito e com qualquer feitio, assim como ainda pelo “dá cá aquela palha” se aceitam as palavras estrangeiras, mesmo que tenham uma tradução fácil. Por “dá cá aquela palha” é bonito, na linguagem ou na frase, aproveitar palavras estrangeiras de algum evento. Em Portugal é assim, mas nem sempre acontece nas outras línguas. Em Espanha, há palavras que cá são usadas em inglês e lá deram-lhe a tradução imediata, isto é, em Portugal tudo o que é inglês sabe bem; é assim que se mudam expressões linguísticas, retirando-lhes só, “por dá cá aquela palha”, a sua pureza da língua portuguesa.
Por “dá cá aquela palha” levanta-se com facilidade uma zaragata, se irrita, se zanga, se afronta, se grita, se acusa, se persegue, se aldraba, se torna corrupto na sociedade e, por “dá cá aquela palha”, a justiça é só para os pequenos que têm que cumprir a lei até ao último cêntimo, porque os grandes estão imunizados por “dá cá aquela palha” de toda a pena da lei e arranjam argumentos e aldrabices para se libertarem. Quanto não vale o “por cá dá aquela palha” para quem pode. E quem pode?...
Também é costume dizer-se que “quem sempre sofre é o mexilhão”.
Por “dá cá aquela palha” se vê, por todo o lado, excrementos de cão, nos jardins, nos passeios, nas praças...
É uma falta de civismo por “dá cá aquela palha” que se faz tudo menos respeitar e ser educado para com o semelhante.
Adquem
Os Vianas da Abelheira
Na família Viana ««LUÍS do FERREIRO»» foi pai de nove filhos, cinco mulheres: a Maria, a Rosa, a Carolina, a Conceição e a Laura, e quatro homens: o José, o Manuel, o Albino e o Luís.
Uma das filhas, a Maria, a mais velha, casou na década dos anos trinta com um dos Balinhas ««LAPARDÕES»», o Francisco, esse casamento teve cinco filhos.
A Maria, casada em Perre com o Sérgio Gigante com dois filhos, a Rosa solteira, a Lurdes solteira, o Cândido casado com a Isaura, uma alentejana descendente da família ««REMECHIDO»», um nome que fez história no século XVIII; neste casal existem três filhos, mas só dois são do casal, a mais nova, a Carolina, é casada com o Henri Albrecht, um Francês com um nome tipicamente Alsaciano.
(Correcção ao 1º volume, na página 31, do “Famílias com Rosto”)
Uma das filhas, a Maria, a mais velha, casou na década dos anos trinta com um dos Balinhas ««LAPARDÕES»», o Francisco, esse casamento teve cinco filhos.
A Maria, casada em Perre com o Sérgio Gigante com dois filhos, a Rosa solteira, a Lurdes solteira, o Cândido casado com a Isaura, uma alentejana descendente da família ««REMECHIDO»», um nome que fez história no século XVIII; neste casal existem três filhos, mas só dois são do casal, a mais nova, a Carolina, é casada com o Henri Albrecht, um Francês com um nome tipicamente Alsaciano.
(Correcção ao 1º volume, na página 31, do “Famílias com Rosto”)
Casamentos....
Os casamentos de hoje
Alguns jovens, às vezes, optam pelo ajuntamento, casamento de facto, por razões mais diversas que facilmente levam à compreensão de quem não admite tal situação.
A modernidade e o consumismo trouxe ao casamento mudanças ao tradicional ritual religioso e civil sempre mais económico, mas mais rico de intimidades e de manifestações de sentimentos.
Começou a haver dinheiro, consumismo, materialismo e trouxe grandes mudanças. No casamento, primeiramente, começaram com o fotógrafo; depois deste arranjado, era marcado o casamento com o padre para aquele dia e para aquela hora; depois passou a ser o restaurante, as quintas com capela, e, nessa altura, o casamento era marcado no dia em que tinham o restaurante e o fotógrafo; mais tarde a florista para fazer uma exposição de flores, uma decoração exuberante da igreja .... ou até desajustada ao espaço, à liturgia e ao tempo litúrgico. Os convidados para o casamento deixaram de ser a família e os vizinhos para serem estes, mais os amigos, colegas ou parecidos, criar grande ajuntamento de pessoas.
Normalmente, o processo ficava para o fim. Já há muito que observava que o casamento, o faziam por tradição, por imposição da família, para não ser apontado e não, por uma completa consciência, liberta de preconceitos, com conhecimento da responsabilidade da vivência do amor a dois (homem e mulher) e da espontânea vontade.
Se lhes propõem um CPM (Curso de Preparação para o Matrimónio) arranjam justificações, as mais variadas, para evitarem esse “incómodo” de meia-dúzia de domingos pela manhã.
Os que aceitam e procuram até saem de lá edificados e com a verificação que sempre faltava alguma coisa.
Deste modo não me parece nada mal que os que têm dúvidas, os que não têm fé porque não praticam, os que não têm dinheiro para fazer grandes ajuntamentos para dar nas vistas, os que não têm capacidade para se humilharem ao ponto de se sujeitarem à sua condição económica, fujam do casamento religioso e civil que é mais caro, e se juntem.
Há outros pormenores que são: 1º Casa e descasa entrou na ordem do dia; 2º Facilitismo; 3º Pouca reverência dada ao amor estável e uno; 4º Ao sistema implementado na sociedade que os descasados civilmente ou os que se encontram na situação de mancebia são beneficiados de alguns impostos fiscais. Com o casamento até podem perder regalias.
Tudo isto é muito sério para que os jovens sigam uma conduta clara no casamento religioso, civil ou não.
Quem não pode, economicamente, realizar o casamento ou evitar encargos para o casal, há sempre modo de o superar e, intimamente, viverem um amor perene e abençoado por Deus, há soluções para muitos dos casos.
P.
Alguns jovens, às vezes, optam pelo ajuntamento, casamento de facto, por razões mais diversas que facilmente levam à compreensão de quem não admite tal situação.
A modernidade e o consumismo trouxe ao casamento mudanças ao tradicional ritual religioso e civil sempre mais económico, mas mais rico de intimidades e de manifestações de sentimentos.
Começou a haver dinheiro, consumismo, materialismo e trouxe grandes mudanças. No casamento, primeiramente, começaram com o fotógrafo; depois deste arranjado, era marcado o casamento com o padre para aquele dia e para aquela hora; depois passou a ser o restaurante, as quintas com capela, e, nessa altura, o casamento era marcado no dia em que tinham o restaurante e o fotógrafo; mais tarde a florista para fazer uma exposição de flores, uma decoração exuberante da igreja .... ou até desajustada ao espaço, à liturgia e ao tempo litúrgico. Os convidados para o casamento deixaram de ser a família e os vizinhos para serem estes, mais os amigos, colegas ou parecidos, criar grande ajuntamento de pessoas.
Normalmente, o processo ficava para o fim. Já há muito que observava que o casamento, o faziam por tradição, por imposição da família, para não ser apontado e não, por uma completa consciência, liberta de preconceitos, com conhecimento da responsabilidade da vivência do amor a dois (homem e mulher) e da espontânea vontade.
Se lhes propõem um CPM (Curso de Preparação para o Matrimónio) arranjam justificações, as mais variadas, para evitarem esse “incómodo” de meia-dúzia de domingos pela manhã.
Os que aceitam e procuram até saem de lá edificados e com a verificação que sempre faltava alguma coisa.
Deste modo não me parece nada mal que os que têm dúvidas, os que não têm fé porque não praticam, os que não têm dinheiro para fazer grandes ajuntamentos para dar nas vistas, os que não têm capacidade para se humilharem ao ponto de se sujeitarem à sua condição económica, fujam do casamento religioso e civil que é mais caro, e se juntem.
Há outros pormenores que são: 1º Casa e descasa entrou na ordem do dia; 2º Facilitismo; 3º Pouca reverência dada ao amor estável e uno; 4º Ao sistema implementado na sociedade que os descasados civilmente ou os que se encontram na situação de mancebia são beneficiados de alguns impostos fiscais. Com o casamento até podem perder regalias.
Tudo isto é muito sério para que os jovens sigam uma conduta clara no casamento religioso, civil ou não.
Quem não pode, economicamente, realizar o casamento ou evitar encargos para o casal, há sempre modo de o superar e, intimamente, viverem um amor perene e abençoado por Deus, há soluções para muitos dos casos.
P.
Igreja Nova na Abelheira
Igreja Nova na Abelheira
Uma nova igreja como se encontra em construção na Abelheira está parada porque também não é fácil para uma obra deste quilate um arquitecto apresentar os dados e cálculos da noite para o dia, pois tudo é diferente , não se trata de obra rectilínia onde quase sempre é só medir e fazer “copy paste”, isto é, um aproveitamento de trabalhos anteriores. Neste caso é preciso criar, conceber regras para dar resposta às soluções para que o caderno de encargos, não seja falacioso, enganador, o que poderia vir a encarecer na realidade uma obra que se pretende até um futuro longínquo.
No entanto, é sempre de ter em conta que o que está feito pode degradar-se e pode ser desmotivante para quem já tem contribuído até agora; daí as vozes que se ouvem desagradáveis, mas compreensíveis para quem está mais por dentro.
A fé com que trabalhamos e a esperança que todos temos é grande,por isso, não há que desanimar que é próprio dos fracos, lutaremos até ao fim e o recomeço da obra será´para breve.
A. C.
Uma nova igreja como se encontra em construção na Abelheira está parada porque também não é fácil para uma obra deste quilate um arquitecto apresentar os dados e cálculos da noite para o dia, pois tudo é diferente , não se trata de obra rectilínia onde quase sempre é só medir e fazer “copy paste”, isto é, um aproveitamento de trabalhos anteriores. Neste caso é preciso criar, conceber regras para dar resposta às soluções para que o caderno de encargos, não seja falacioso, enganador, o que poderia vir a encarecer na realidade uma obra que se pretende até um futuro longínquo.
No entanto, é sempre de ter em conta que o que está feito pode degradar-se e pode ser desmotivante para quem já tem contribuído até agora; daí as vozes que se ouvem desagradáveis, mas compreensíveis para quem está mais por dentro.
A fé com que trabalhamos e a esperança que todos temos é grande,por isso, não há que desanimar que é próprio dos fracos, lutaremos até ao fim e o recomeço da obra será´para breve.
A. C.
Júlio Vinagre foi apicultor
Júlio Vinagre Freire, mais conhecido pelo “Vinagre”, nasceu em 10 de Fevereiro de 1934, na freguesia de Santiago de Guarda, Ancião, Leiria, Beira Litoral.
Desde que tirou a “licenciatura de 4ª classe”, na sua terra, começou a trabalhar. Aliás, começou a trabalhar aos 4 ou 5 anos, ou seja, faziam-no levantar cedo para ir ajudar a guardar as ovelhas, com uma empregada que seus pais tinham. Trabalhou em tudo o que se fazia na agricultura, seguindo a arte dos seus pais, lavradores. Seu pai, José Freire, esteve na guerra de 14 a 18 e a sua mãe era, Emília Vinagre, 15 anos mais nova que o pai.
Seus pais tiveram 10 filhos, mas só 7 vingaram, dos quais 3 estão vivos e os outros faleceram, dois solteiros e sem geração, o mais novo, o Delfim, morreu ao serviço da nação, em Angola, de doença tropical apanhada na Guerra Colonial.
O senhor Vinagre foi tropa na Marinha, onde andou 8 anos contrariado, pois enjoava e não vencia essa moléstia e porque não conseguia fazer a vida no mar, fez vários cursos em Vila Franca de Xira, sendo graduado como Primeiro Grau. Recebeu um prémio de uma viagem que fez ao Brasil e acompanhou o Craveiro Lopes de Baía até ao Rio de Janeiro.
Regressado, matriculou-se numa escola dos Anjos e foi trabalhar no Ministério da Marinha, pedindo para ficar em terra para acabar o 7º ano antigo, hoje 12º ano. A sua vontade era ser economista, só que não conseguiu. Deixou de ser militar e passou ao quadro do pessoal civil da Marinha. Trabalhava em Lisboa, onde conheceu a Josefa, algarvia, de Monchique.
Em 1965 veio para Viana do Castelo, onde chegou de comboio no dia 23 de Março de 1965, ainda solteiro. Até que casou com a Josefa Gonçalves Duarte, que lhe deu dois filhos: o Rui Freire, engenheiro, com o MBA, que trabalha na Amorim, casado e com um filho, e a Cristina, socióloga na Santa Casa da Misericórdia.
Reformou-se como Oficial Administrativo principal porque abdicou de ser Chefe de Secção.
Em 1980 começou a dedicar-se à apicultura e teve colmeias em Argela, France, S. Martinho de Coura, para além de muitos outros locais onde passava os seus tempos livres e os fins de semana. Eram as suas quintas e convivia com as abelhas como de irmãs se tratassem, ao ponto de saber as suas doenças, os seus tratamentos até colher mais de uma tonelada de mel.
Sozinho, lá ia ele para as “amigas” abelhas. Um dia visitei um dos seus colmeais e observei como ele as trabalhava e com elas “falava”.
Agora deixou esse trabalho e entregou a um amigo apenas com o compromisso de não deixar morrer as abelhas, sentindo ainda hoje, apenas no seu coração, a saudade das “abelhinhas”.
Foi o que fez de melhor depois de fazer angioplastias e outros achaques que o limitaram bastante, vivendo resignado, mas sempre a pensar que “ao seu lado podem andar outros conhecidos, ou não, com mais razões para se queixarem”.
A companhia de sua esposa, filhos e amigos, ajudam-no a superar e a criar uma esperança e uma fé para agarrar a vida sempre de cabeça levantada.
Júlio Vinagre, um apicultor
Júlio Vinagre Freire, mais conhecido pelo “Vinagre”, nasceu em 10 de Fevereiro de 1934, na freguesia de Santiago de Guarda, Ancião, Leiria, Beira Litoral.
Desde que tirou a “licenciatura de 4ª classe”, na sua terra, começou a trabalhar. Aliás, começou a trabalhar aos 4 ou 5 anos, ou seja, faziam-no levantar cedo para ir ajudar a guardar as ovelhas, com uma empregada que seus pais tinham. Trabalhou em tudo o que se fazia na agricultura, seguindo a arte dos seus pais, lavradores. Seu pai, José Freire, que esteve na guerra de 14 e 18 e a sua mãe, Emília Vinagre, 15 anos mais nova que o pai.
Seus pais tiveram 10 filhos, mas só 7 vingaram, dos quais 3 estão vivos e os outros faleceram, dois solteiros e sem geração, o mais novo, o Delfim, morreu ao serviço da nação, em Angola, de doença tropical apanhada na Guerra Colonial.
O senhor vinagre foi tropa na Marinha, onde andou 8 anos contrariado, pois enjoava e não vencia essa moléstia e porque não conseguia fazer a vida no mar, fez vários cursos em Vila Franca de Xira, sendo graduado como Primeiro Grau recebeu um prémio de uma viagem que fez ao Brasil e acompanhou o Craveiro Lopes de Baía até ao Rio de Janeiro.
Regressado, matriculou-se numa escola dos Anjos e foi trabalhar no Ministério da Marinha, pedindo para ficar em terra para acabar o 7º ano antigo, hoje 12º ano. A sua vontade era ser economista, deixando de ser militar passou ao quadro do pessoal civil da Marinha. Trabalhava em Lisboa, onde conheceu a Josefa, algarvia, de Monchique.
Em 1965 veio para Viana do Castelo, onde chegou de comboio no dia 23 de Março de 1965, ainda solteiro. Até que casou com a Josefa Gonçalves Duarte, que lhe deu dois filhos: o Rui Freire, engenheiro, com o MBA, que trabalha na Amorim, casado e com um filho, e a Cristina, socióloga na Santa Casa da Misericórdia.
Reformou-se como Oficial Administrativo principal porque abdicou de ser Chefe de Secção.
Em 1980 começou a dedicar-se à apicultura e teve colmeias em Argela, Franca, S. Martinho de Coura, para além de muitos outros locais onde passava os seus tempos livres e os fins de semana. Eram as suas quintas e convivia com as abelhas como irmãs se tratassem, ao ponto de saber as suas doenças, os seus tratamentos até colher mais de uma tonelada de mel.
Sozinho, lá ia ele para as “amigas” abelhas. Um dia visitei um dos seus colmeais e observei como ele as trabalhava e com elas “falava”.
Agora deixou esse trabalho e entregou a um amigo apenas com o compromisso de não deixar morrer as abelhas, sentindo ainda hoje, apenas no seu coração, a saudade das “abelhinhas”.
Foi o que fez de melhor depois de fazer angioplastias e outros achaques que o limitou bastante, vivendo resignado, mas sempre a pensar que ao seu lado podem andar outros conhecidos, ou não, com mais razões para se queixarem.
A companhia de sua esposa, filhos e amigos, ajudam-no a superar e a criar uma esperança e uma fé para agarrar a vida sempre de cabeça levantada.
Desde que tirou a “licenciatura de 4ª classe”, na sua terra, começou a trabalhar. Aliás, começou a trabalhar aos 4 ou 5 anos, ou seja, faziam-no levantar cedo para ir ajudar a guardar as ovelhas, com uma empregada que seus pais tinham. Trabalhou em tudo o que se fazia na agricultura, seguindo a arte dos seus pais, lavradores. Seu pai, José Freire, esteve na guerra de 14 a 18 e a sua mãe era, Emília Vinagre, 15 anos mais nova que o pai.
Seus pais tiveram 10 filhos, mas só 7 vingaram, dos quais 3 estão vivos e os outros faleceram, dois solteiros e sem geração, o mais novo, o Delfim, morreu ao serviço da nação, em Angola, de doença tropical apanhada na Guerra Colonial.
O senhor Vinagre foi tropa na Marinha, onde andou 8 anos contrariado, pois enjoava e não vencia essa moléstia e porque não conseguia fazer a vida no mar, fez vários cursos em Vila Franca de Xira, sendo graduado como Primeiro Grau. Recebeu um prémio de uma viagem que fez ao Brasil e acompanhou o Craveiro Lopes de Baía até ao Rio de Janeiro.
Regressado, matriculou-se numa escola dos Anjos e foi trabalhar no Ministério da Marinha, pedindo para ficar em terra para acabar o 7º ano antigo, hoje 12º ano. A sua vontade era ser economista, só que não conseguiu. Deixou de ser militar e passou ao quadro do pessoal civil da Marinha. Trabalhava em Lisboa, onde conheceu a Josefa, algarvia, de Monchique.
Em 1965 veio para Viana do Castelo, onde chegou de comboio no dia 23 de Março de 1965, ainda solteiro. Até que casou com a Josefa Gonçalves Duarte, que lhe deu dois filhos: o Rui Freire, engenheiro, com o MBA, que trabalha na Amorim, casado e com um filho, e a Cristina, socióloga na Santa Casa da Misericórdia.
Reformou-se como Oficial Administrativo principal porque abdicou de ser Chefe de Secção.
Em 1980 começou a dedicar-se à apicultura e teve colmeias em Argela, France, S. Martinho de Coura, para além de muitos outros locais onde passava os seus tempos livres e os fins de semana. Eram as suas quintas e convivia com as abelhas como de irmãs se tratassem, ao ponto de saber as suas doenças, os seus tratamentos até colher mais de uma tonelada de mel.
Sozinho, lá ia ele para as “amigas” abelhas. Um dia visitei um dos seus colmeais e observei como ele as trabalhava e com elas “falava”.
Agora deixou esse trabalho e entregou a um amigo apenas com o compromisso de não deixar morrer as abelhas, sentindo ainda hoje, apenas no seu coração, a saudade das “abelhinhas”.
Foi o que fez de melhor depois de fazer angioplastias e outros achaques que o limitaram bastante, vivendo resignado, mas sempre a pensar que “ao seu lado podem andar outros conhecidos, ou não, com mais razões para se queixarem”.
A companhia de sua esposa, filhos e amigos, ajudam-no a superar e a criar uma esperança e uma fé para agarrar a vida sempre de cabeça levantada.
Júlio Vinagre, um apicultor
Júlio Vinagre Freire, mais conhecido pelo “Vinagre”, nasceu em 10 de Fevereiro de 1934, na freguesia de Santiago de Guarda, Ancião, Leiria, Beira Litoral.
Desde que tirou a “licenciatura de 4ª classe”, na sua terra, começou a trabalhar. Aliás, começou a trabalhar aos 4 ou 5 anos, ou seja, faziam-no levantar cedo para ir ajudar a guardar as ovelhas, com uma empregada que seus pais tinham. Trabalhou em tudo o que se fazia na agricultura, seguindo a arte dos seus pais, lavradores. Seu pai, José Freire, que esteve na guerra de 14 e 18 e a sua mãe, Emília Vinagre, 15 anos mais nova que o pai.
Seus pais tiveram 10 filhos, mas só 7 vingaram, dos quais 3 estão vivos e os outros faleceram, dois solteiros e sem geração, o mais novo, o Delfim, morreu ao serviço da nação, em Angola, de doença tropical apanhada na Guerra Colonial.
O senhor vinagre foi tropa na Marinha, onde andou 8 anos contrariado, pois enjoava e não vencia essa moléstia e porque não conseguia fazer a vida no mar, fez vários cursos em Vila Franca de Xira, sendo graduado como Primeiro Grau recebeu um prémio de uma viagem que fez ao Brasil e acompanhou o Craveiro Lopes de Baía até ao Rio de Janeiro.
Regressado, matriculou-se numa escola dos Anjos e foi trabalhar no Ministério da Marinha, pedindo para ficar em terra para acabar o 7º ano antigo, hoje 12º ano. A sua vontade era ser economista, deixando de ser militar passou ao quadro do pessoal civil da Marinha. Trabalhava em Lisboa, onde conheceu a Josefa, algarvia, de Monchique.
Em 1965 veio para Viana do Castelo, onde chegou de comboio no dia 23 de Março de 1965, ainda solteiro. Até que casou com a Josefa Gonçalves Duarte, que lhe deu dois filhos: o Rui Freire, engenheiro, com o MBA, que trabalha na Amorim, casado e com um filho, e a Cristina, socióloga na Santa Casa da Misericórdia.
Reformou-se como Oficial Administrativo principal porque abdicou de ser Chefe de Secção.
Em 1980 começou a dedicar-se à apicultura e teve colmeias em Argela, Franca, S. Martinho de Coura, para além de muitos outros locais onde passava os seus tempos livres e os fins de semana. Eram as suas quintas e convivia com as abelhas como irmãs se tratassem, ao ponto de saber as suas doenças, os seus tratamentos até colher mais de uma tonelada de mel.
Sozinho, lá ia ele para as “amigas” abelhas. Um dia visitei um dos seus colmeais e observei como ele as trabalhava e com elas “falava”.
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Paróquia nova
Paróquia Nova no sítio
Através da Internet o nosso Jornal tem chegado a todo o mundo e conta com mais de 4000 visitas.
Os assuntos mais procurados são sobre saúde, noticías da Abelheira, questões da Vida, peregrinações, família, religião, pobreza, e de carácter social, tradições e contamos os eventos. Sejam dos nossos amigos. Colaborem e se não recebe o jornal em casa peça-o no cartório.
www.impresaregional.com.pt/paroquia_fatima
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Termas da Saúde
Termas da saúde
Aqui bem perto de nós, a cerca de 90 kms, na maioria com estrada boa, existem as Termas de Lóbios, no Gerez Espanhol, que são indicadas para todos os reumatismos e pele. Foi assim que li o panfleto do Hotel Caldéria de Lóbios no primeiro dia que para lá fui, há uns anos.
Depois de diagnosticado com o síndroma da fibromialgia, procurei assumir essa doença, até porque, no meu caso, é genética. Fiz e faço terapêutica aconselhada pelo meu médico.
Valeu-me uma grande força de vontade, uma grande fé de que não seria nada que não fosse para mim. Aprendi a conviver com a dor. Alguns apercebem-se disso, conforme os dias e as horas. Antes de controlar o meu ritmo de vida fibromiálgica, procurei termas em Portugal e em Espanha, assim como piscinas de água quente em toda a região de Viana e Jacuzzis, mas através de uma informação do meu médico pessoal, fui parar a Lóbios.
Aí descobri que, afinal, o que estava no panfleto não era tudo. Quando chego já perto do limite de aceitar a dor, que às vezes sobrevem, continuo a fazer manutenção nas referidas termas.
Ao fim de uma tarde com 3 ou 4 natações, intercaladas com massagens (quedas com os repuxos da piscina) e chuveiro das águas do Rio Caldo, que nasce no Gerez português, compostas de bicarbonato e sódio e águas origometálicas nascidas a 77º, bastam para passarem todas as dores, sejam, elas quais forem porque não sou médico nem consultei o médico das termas. Apenas me limito a fazer os exercícios que me parecem importantes para mim e que tinha aprendido com o meu professor de Educação Física, que era Capitão do Exército durante os meus estudos.
Parece-me, por isso, na minha modesta opinião, fruto de conhecimentos empíricos que Lóbios tem umas águas que vão para além do que dizem, óptimas para quem sofre de dores fibromiálgicas. O meu médico já informa os doentes para juntarem à medicação esta terapêutica natural em Lóbios, que o P.e Coutinho descobriu.
Mais posso informar que, junto do Hotel, os celtas e os romanos tiveram lá uma termas das quais podemos ver ainda as ruínas.
Por isso, esta água já tinha sido conhecida pelos romanos como algo importante para a saúde. Para mim são mesmo umas Termas de Saúde.
A.C.
Janeiro de 2009
Aqui bem perto de nós, a cerca de 90 kms, na maioria com estrada boa, existem as Termas de Lóbios, no Gerez Espanhol, que são indicadas para todos os reumatismos e pele. Foi assim que li o panfleto do Hotel Caldéria de Lóbios no primeiro dia que para lá fui, há uns anos.
Depois de diagnosticado com o síndroma da fibromialgia, procurei assumir essa doença, até porque, no meu caso, é genética. Fiz e faço terapêutica aconselhada pelo meu médico.
Valeu-me uma grande força de vontade, uma grande fé de que não seria nada que não fosse para mim. Aprendi a conviver com a dor. Alguns apercebem-se disso, conforme os dias e as horas. Antes de controlar o meu ritmo de vida fibromiálgica, procurei termas em Portugal e em Espanha, assim como piscinas de água quente em toda a região de Viana e Jacuzzis, mas através de uma informação do meu médico pessoal, fui parar a Lóbios.
Aí descobri que, afinal, o que estava no panfleto não era tudo. Quando chego já perto do limite de aceitar a dor, que às vezes sobrevem, continuo a fazer manutenção nas referidas termas.
Ao fim de uma tarde com 3 ou 4 natações, intercaladas com massagens (quedas com os repuxos da piscina) e chuveiro das águas do Rio Caldo, que nasce no Gerez português, compostas de bicarbonato e sódio e águas origometálicas nascidas a 77º, bastam para passarem todas as dores, sejam, elas quais forem porque não sou médico nem consultei o médico das termas. Apenas me limito a fazer os exercícios que me parecem importantes para mim e que tinha aprendido com o meu professor de Educação Física, que era Capitão do Exército durante os meus estudos.
Parece-me, por isso, na minha modesta opinião, fruto de conhecimentos empíricos que Lóbios tem umas águas que vão para além do que dizem, óptimas para quem sofre de dores fibromiálgicas. O meu médico já informa os doentes para juntarem à medicação esta terapêutica natural em Lóbios, que o P.e Coutinho descobriu.
Mais posso informar que, junto do Hotel, os celtas e os romanos tiveram lá uma termas das quais podemos ver ainda as ruínas.
Por isso, esta água já tinha sido conhecida pelos romanos como algo importante para a saúde. Para mim são mesmo umas Termas de Saúde.
A.C.
Janeiro de 2009
sábado, 11 de julho de 2009
A fé é meio caminho andado para vencer
Acreditar em Deus é bom
A fé em Deus é algo fundamental na vida de qualquer doente porque o ajudará a elevar-se espiritualmente através do sofrimento, não porque é masoquista, mas porque as virtudes da fé, da esperança e da caridade estão mais presentes, mais inter-relacionadas e darão outra visão mais positiva da vida à pessoa.
A visão espiritualista da vida se ajuda a qualquer doente, muito mais a um doente que pode chegar ao desespero, à falta de estima pela vida, que reduzida apenas ao material, então não tem razão de existir, de ser para a qual não resta mais que pôr um ponto final.
(Torre da Igreja de Mazarefes)
É que não há respostas fáceis para a dor, para o sofrimento, mas há percursos que nos são ditados pela fé, pela raxão e pelo coração, que ajudam a encontrar o equilíbrio e a esperança, como uma bússula na imensidão do mar nos a direcção a seguir para um porto seguro...vamos fazendo caminhada e cada vez que vamos andando vamos descobrindo novos significados, novos sentidos para os novos problemas. Nós não podemos caminhar como que para o destino, ou para a fatalidade. Nem acusar que Deus não nos atende. Caminhamos e fazemos caminho ficando, muitas vezes, apenas com a esperança no mistério em que, na era do computador, até Deus se encontra tão ocupado com o seu computador que também pode ir ao ar...mas continuamos a esperar e a acreditar que algum dia temos resposta eficaz. Santo Agostinho dizia que a oração era a força do Homem e o lado frágil de Deus. Ela é a histíória da nossa vida na relação com o Pai.(Cf. “Porquê justamente a mim?” de Arnaldo Pangrazzi.
Um fibromiálgico tem forçosamente de acreditar em algo transcendente, absoluto a quem adere, se sujeita por amor e, por amor, orienta toda a sua vida.
Isto ajudá-lo-á a controlar-se e, quando tiver a consciência de que atingiu o contolo da sua dor, é porque já descobriu comportamentos que assumiu e os tem como prescrição médica porque o controlo é mais “meu” do que do médico, ele só ajuda a dar a volta às dificuldadades, a passar por cima, a abrir caminho para o nosso próprio controlo...às vezes ouve-se dizer que “cada um é médico de si mesmo” e tem a sua lógica na medida em que só com a ajuda dele, vai colaborando e fazendo descobertas pessoais que ajudarão, ao mesmo tempo, também o médico. Há um ditado antigo que “ao Padre, ao Médico e ao Advogado, nunca se mente”
De modo que, sendo assim, conservará sempre uma esperança e guardará uma nova força para vencer as dores, as dificuldades que esta doença arrasta consigo em relação à qualidade de vida.
(PADRE ANTÓNIO QUESADO, o Padre que ne baptizou)
Terá em conta que “a vida é um tesouro que é preciso conservar e promover sem a desvirtuar” (Cf. o mesmo documento dos Bispos) e se necessário for, valermo-nos de tudo o que é científico para darmos a uma vida manchada pela dor uma qualidade superior com alegria, sem desespero porque o discípulo não é mais que o Mestre.
É que o sentido ético do trabalho cristão tem em si um objectivo escatológico, por isso nos primeiros capítulos do Génesis aparece o homem em acção como responsável pela criação a que tem de levar a um termo feliz mediante o trabalho realizado.
Sempre deve dar uma ideia de que quem acredita tem esperança que o Senhor é capaz de nos curar...e “a felicidade está mais no dar no que receber”.
Não é por acaso que todas as religiões, e os responsáveis também reconhecem que há urgência e necessidade absoluta de um maior acompanhamento espiritual nos hospitais junto dos doentes porque os ajuda de uma forma diferente do psicólogo.
Para mim Cristo viveu o mistério da dor, do sofrimento até ao máximo, ou para além do máximo, que um ser humano pode suportar, e não por Ele, mas por toda a humanidade, daí que o recurso à oração e o deixar-se cair nas mãos d’Ele, a aprender a conviver com a doença, reconhecendo que a cruz do sofrimento se transformará em cruz de glória... até se aceita melhor a nossa fragilidade, as nossas fraquezas, experimentamos também até onde o sofrimento nos pode levar na companhia dos amigos, da família, da comunidade, do médico e do confessor e no fim de tudo só há uma coisa que nos resta é saber que Deus é Amor, como diz S. João e o que espera de nós, é uma resposta de amor.
(COMUNHÃO SOLENE)
Cristo afirmou que Ele era o Caminho, a Verdade e a Vida; e a busca desta Verdade será o caminho que conduzirá mais facilmente a uma vida nova e “encontrar Deus é procurá-lo” dizia S. Gregório de Nazianzo. Às vezes os doentes tratam-se mais depressa quando são bem assistidos e acompanhados pelas famílias. O médico e o outro pessoal é tão necessário, e com todos os cuidados humanistas, nunca satisfarão plenamente os doentes como aquilo que lhes toca no mais íntimo do seu ser, como seja a fé e a família. A família conhece a fé. Descobrir o que se tinha perdido ou esquecido é estar iluminado com uma nova luz: “Procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á”, diz Lucas, no capítulo 11 do seu evangelho.
Ser fibromiálgico não é estar condenado à morte, nem é maldição divina; apenas pode ser um “mimo” de Deus...quem sabe se para provação da nossa fé...medir as nossas forças espirituais quando somos aparentemente valentes e fortes fisicamente...o nosso Deus é um Deus de Bondade.
Nós é que criamos labirintos e mantemo-los dentro de nós e com isso perdemos as nossas origens, de onde viemos, o que fazemos nesta terra e para onde vamos...olhamos mais para o exterior e esquecemo-nos do mais importante que é o interior, olhamos mais para as fantasias do que para o essencial. Fazemos inversão de valores; perdêmo-nos enquanto não nos encontrarmos... e a família é capaz de chegar mais depressa, onde os outros ficam mais aquém. A família conhece muitas vezes os nossos escaninhos e sabe trabalhar-nos melhor para nos levar onde faz falta.
Vamos ter sempre presente que o trabalho nos dará felicidade quando pudermos trabalhar...e o repouso também nos dará satisfação quando faz falta para voltarmos a fazer algo...
As nossas enfermidades são muitas. Se não as curar todas é porque alguma coisa podemos ir fazendo neste mundo, como remissão dos nossos fracassos espirituais...
A nossa vida surgiu das Suas mãos quer no corpo, quer na alma, e porque nos quer obras perfeitas, dar-nos-á sempre a força, a coragem, a paciência e a paz para vencermos as dificuldades...n’Ele, só nos resta pormos a nossa confiança para além do céu e da terra...A Ele só isto não serve, claro, para me desculpar de alguns maus procedimentos meus. Nem quero pensar nisso. É possível apenas que isto aconteça, mas quando...talvez já me tenha acontecido!...
Sinto-o com mágoa, mas ao mesmo tempo com coragem para saber pedir desculpas ao meu semelhante que não tem culpa das minhas infelicidades...
Ele é médico do corpo e da alma. Foi Ele que, Homem das dores, carregou as nossas fraquezas e assumiu os nossos sofrimentos. Em tudo quis ser semelhante a nós para revelar a Sua misericórdia infinita.
Também Ele passou pela tentação de falta de confiança no Pai: “Meu Deus, meu Deus porque Me abandonaste?!...”.
Quando afinal depois de dizer: “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu Espírito” e exclamando “tudo está consumado”, Deus o fez vitorioso, vencendo a Sua própria morte.
Experimentou como qualquer um de nós as limitações da condição humana para nos libertar do medo do alto da cruz...
Dizia Carlo Martini que a doença é uma grande prova de fé; é um momento difícil de purificação. Aos sofrimentos físicos juntam-se o sentimento de inutilidade e o temor de se ser um peso. Sofre-se também a solidão. Somos assaltados pelo medo do futuro, por pensamentos que provocam a confusão e a perturbação do espírito ou a cegueira da alma.
Mais que pedir a Deus que nos cure, a Ele que sabemos que tudo pode, é importante que lhe peçamos que nos salve da morte de todos os dias em que as dores nos atormentam ou nos humilham. Dizer a Deus “perdoa-nos Senhor” porque somos tantas vezes injustos e dá-nos luz, força de vontade, para compreender as incompreensões dos outros, coragem para nos rirmos mesmo sem vontade porque o outro pode estar apenas à espera do nosso sorriso para nos entender que somos seres de relação, de proximidade e que, apesar de tudo, somos todos filhos do mesmo Deus que nos quer felizes e que, por isso, a todos dá os dons necessários para subsistir com uma qualidade de vida suficiente, para vermos as coisas de outra maneira.
Esta qualidade de vida suficiente fará com que nos envolvamos todos na fraternidade onde haverá comunhão, uma comunhão que não se compadece que o nosso vizinho tenha apenas uma folha de couve para comer um caldo, e na nossa mesa haja caldo, prato de carne ou peixe, mais sobremesa e!... É esta comunhão que nos levará a um dinamismo próprio que nos conduz à coesão social. Isto faz com que a nossa fé seja verdadeiro testemunho do Cristo vivo que hoje nós professamos e, pelo qual, queremos orientar a nossa vida.
Um bom remédio que Cristo nos deixou foi o do sacramento da reconciliação, ou seja, da penitência, a direcção espiritual para algumas soluções de problemas internos e externos. A contemplação e a meditação é outro factor que ajuda a controlar esta doença.
É claro que o médico da alma, do espírito, nunca pode pôr-se de lado, Jesus Cristo muito bem sabia que nós precisávamos deste remédio eficaz da Graça.
Esta Graça que devemos guardar como um tesouro na nossa vida e dela darmos testemunho ao mesmo tempo, enquanto procuramos remédio para o corpo que também é obra de Deus e não devemos dar sinal de tristeza ou de falta de estímulo pela vida, uma vez que somos doentes. Eu creio que os meus paroquianos hão-de gostar de me ver sempre alegre e bem disposto ainda que, por vezes, a nossa imagem seja frágil ou dê sinal de fraqueza. Os amigos mais se aproximarão de nós se observarem que, de facto, somos fortes no espírito ou na alma, que sabemos vencer e ultrapassar as nossas limitações ou pelo menos não fugindo àquilo que se pode, embora cada um de nós sabe o que pode e... quando pode ir mais longe...
Muitas vezes acontece agora que, pela falta de recurso mesmo ritualizado do Sacramento da Penitência, se vêem as pessoas a recorrer aos métodos orientais de contemplação, de exercícios próprios como a yoga ou outros, como o reik... ou então fugir para se integrar em seitas religiosas até as mais severas e dizimistas que iludem esta necessidade de o homem se sentir mais homem, mais ser relacional onde coabita o mal e o bem, e nem sempre o discernimento é tão eficaz como gostaríamos.
A nossa integridade significa uma grande responsabilidade no que se mostra e no que se faz, ser fiel a si mesmo, à família, ao outro. Só assim honraremos a nossa família, a nossa sociedade, assim como os seus deveres e trabalhos inerentes. A Religião não é nada que esteja ultrapassado, ela faz parte do presente e quanto mais presente estiver na vida do Homem, mais ela deixa de ser uma religião do medo ou do passado para ser agora uma religião libertadora que esclarece, ilumina o caminho das trevas que nos conduz às águas cristalinas que saciarão a sede do Homem para sempre.
“Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não tomeis, porém, a liberdade como pretexto para servir a carne. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade.” (Cf. S. Paulo aos Gálatas).
“Deve-se buscar uma mente sã num corpo são” ( Décio Juvenal ); “Mens sana in corpore sano”, famoso adágio latino que funciona como uma lei desde os Lusitanos, com os seus costumes, festividades, crenças e conhecimentos para equilibrar perseverantemente com harmonia e verdade a vida.
O ser humano pode cultivar o espaço do Divino, abrir-se ao diálogo com Deus, confiar a Ele o destino da vida e encontrar n’Ele o sentido da morte.
Aqui tem a sua raiz a espiritualidade e a grande razão das religiões ao jeito da diversidade de culturas.
Desde sempre foi considerado que a falta deste espaço espiritual no homem arrasta consigo a infelicidade, a doença e um erro sedento à procura da fonte que nunca é encontrada.
Acolher o espírito é acolher aquele que o habita e o encherá de luz, de serenidade e de felicidade sem fim. Cuidar deste espírito é cuidar dos valores que dão rumo à nossa vida e das significações que geram esperança para além da nossa morte, alimentar a braseiro interior da contemplação, da oração para que nunca se apague.
Esta posição arrastará consigo serenidade, jovialidade e simplicidade que nos ajudão a construir um olhar mais tolerante, a ver o outro, a reconhecê-lo como um irmão e a esperar da vida aquilo que ela nos pode dar, ou valorizar, vivendo positivamente, com aquilo que temos, “a tirar partido daquilo que possuímos tendo sempre em conta os sentimentos dos outros”.Cf. “Xis - ideias para pensar” de Laurinda Alves.
Não é por acaso, ou por bizarria, que muitos andam atrás das seitas e de tudo, como sequiosos de algo, que lhes falta no coração e que deixaram de encontrar na sua própria religião porque nunca tiveram talvez uma noção clara do pecado, da confissão e da comunhão porque viveram sempre uma fé infantil. E todos procuram a salvação que só de Deus vem e chegou através de Seu único Filho Jesus Cristo.
Poderia terminar fazendo a seguite oração:
Concede-me, Senhor, a coragem e a força de vontade para continuar a caminhar em frente e que os meus paroquianos me compreendam, e me completem naquilo que eu já não posso, como podia antes.
Concede-lhes, assim como aos meus superiores, luz e inspira-lhes gestos, palavras e obras de acordo com a missão que receberam no Baptismo e que superem as minhas fraquezas.
(Igreja Paroquial de Mazarefes)
O projecto do Centro Novo e da Igreja Nova é uma necessidade evidente, inegável. O projecto não é meu, é da Comunidade que todos se unam para levar até ao fim aquilo que já devia estar feito e só agora começa, como obra material e única que deixamos neste século XXI para os nossos vindouros.
Eu amo-te, Senhor, quero louvar-te pela comunhão paroquial, pela coesão à volta duma fé dinâmica, isto é, de obras com espírito e verdade, que levaram a esta coesão, a esta comunhão que nos faz família resignada e alegre, mesmo na doença, no sofrimento, na paixão, porque, aquilo que nos toque a nós agora, nos inicie para a partida deste mundo efémero e nos prepare para o encontro contigo na eternidade...
Aceita a minha pobre oferta e tem compaixão das fragilidades em que tantas vezes caio. Perdoa-me e perdoa o pecado da sociedade e também o pecado desta igreja que é pecadora e luta pela santidade, como S. Paulo dizia: “Faço o que não quero e não faço o que queria.”
( A minha Avó paterna )
A fé em Deus é algo fundamental na vida de qualquer doente porque o ajudará a elevar-se espiritualmente através do sofrimento, não porque é masoquista, mas porque as virtudes da fé, da esperança e da caridade estão mais presentes, mais inter-relacionadas e darão outra visão mais positiva da vida à pessoa.
A visão espiritualista da vida se ajuda a qualquer doente, muito mais a um doente que pode chegar ao desespero, à falta de estima pela vida, que reduzida apenas ao material, então não tem razão de existir, de ser para a qual não resta mais que pôr um ponto final.
(Torre da Igreja de Mazarefes)
É que não há respostas fáceis para a dor, para o sofrimento, mas há percursos que nos são ditados pela fé, pela raxão e pelo coração, que ajudam a encontrar o equilíbrio e a esperança, como uma bússula na imensidão do mar nos a direcção a seguir para um porto seguro...vamos fazendo caminhada e cada vez que vamos andando vamos descobrindo novos significados, novos sentidos para os novos problemas. Nós não podemos caminhar como que para o destino, ou para a fatalidade. Nem acusar que Deus não nos atende. Caminhamos e fazemos caminho ficando, muitas vezes, apenas com a esperança no mistério em que, na era do computador, até Deus se encontra tão ocupado com o seu computador que também pode ir ao ar...mas continuamos a esperar e a acreditar que algum dia temos resposta eficaz. Santo Agostinho dizia que a oração era a força do Homem e o lado frágil de Deus. Ela é a histíória da nossa vida na relação com o Pai.(Cf. “Porquê justamente a mim?” de Arnaldo Pangrazzi.
Um fibromiálgico tem forçosamente de acreditar em algo transcendente, absoluto a quem adere, se sujeita por amor e, por amor, orienta toda a sua vida.
Isto ajudá-lo-á a controlar-se e, quando tiver a consciência de que atingiu o contolo da sua dor, é porque já descobriu comportamentos que assumiu e os tem como prescrição médica porque o controlo é mais “meu” do que do médico, ele só ajuda a dar a volta às dificuldadades, a passar por cima, a abrir caminho para o nosso próprio controlo...às vezes ouve-se dizer que “cada um é médico de si mesmo” e tem a sua lógica na medida em que só com a ajuda dele, vai colaborando e fazendo descobertas pessoais que ajudarão, ao mesmo tempo, também o médico. Há um ditado antigo que “ao Padre, ao Médico e ao Advogado, nunca se mente”
De modo que, sendo assim, conservará sempre uma esperança e guardará uma nova força para vencer as dores, as dificuldades que esta doença arrasta consigo em relação à qualidade de vida.
(PADRE ANTÓNIO QUESADO, o Padre que ne baptizou)
Terá em conta que “a vida é um tesouro que é preciso conservar e promover sem a desvirtuar” (Cf. o mesmo documento dos Bispos) e se necessário for, valermo-nos de tudo o que é científico para darmos a uma vida manchada pela dor uma qualidade superior com alegria, sem desespero porque o discípulo não é mais que o Mestre.
É que o sentido ético do trabalho cristão tem em si um objectivo escatológico, por isso nos primeiros capítulos do Génesis aparece o homem em acção como responsável pela criação a que tem de levar a um termo feliz mediante o trabalho realizado.
Sempre deve dar uma ideia de que quem acredita tem esperança que o Senhor é capaz de nos curar...e “a felicidade está mais no dar no que receber”.
Não é por acaso que todas as religiões, e os responsáveis também reconhecem que há urgência e necessidade absoluta de um maior acompanhamento espiritual nos hospitais junto dos doentes porque os ajuda de uma forma diferente do psicólogo.
Para mim Cristo viveu o mistério da dor, do sofrimento até ao máximo, ou para além do máximo, que um ser humano pode suportar, e não por Ele, mas por toda a humanidade, daí que o recurso à oração e o deixar-se cair nas mãos d’Ele, a aprender a conviver com a doença, reconhecendo que a cruz do sofrimento se transformará em cruz de glória... até se aceita melhor a nossa fragilidade, as nossas fraquezas, experimentamos também até onde o sofrimento nos pode levar na companhia dos amigos, da família, da comunidade, do médico e do confessor e no fim de tudo só há uma coisa que nos resta é saber que Deus é Amor, como diz S. João e o que espera de nós, é uma resposta de amor.
(COMUNHÃO SOLENE)
Cristo afirmou que Ele era o Caminho, a Verdade e a Vida; e a busca desta Verdade será o caminho que conduzirá mais facilmente a uma vida nova e “encontrar Deus é procurá-lo” dizia S. Gregório de Nazianzo. Às vezes os doentes tratam-se mais depressa quando são bem assistidos e acompanhados pelas famílias. O médico e o outro pessoal é tão necessário, e com todos os cuidados humanistas, nunca satisfarão plenamente os doentes como aquilo que lhes toca no mais íntimo do seu ser, como seja a fé e a família. A família conhece a fé. Descobrir o que se tinha perdido ou esquecido é estar iluminado com uma nova luz: “Procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á”, diz Lucas, no capítulo 11 do seu evangelho.
Ser fibromiálgico não é estar condenado à morte, nem é maldição divina; apenas pode ser um “mimo” de Deus...quem sabe se para provação da nossa fé...medir as nossas forças espirituais quando somos aparentemente valentes e fortes fisicamente...o nosso Deus é um Deus de Bondade.
Nós é que criamos labirintos e mantemo-los dentro de nós e com isso perdemos as nossas origens, de onde viemos, o que fazemos nesta terra e para onde vamos...olhamos mais para o exterior e esquecemo-nos do mais importante que é o interior, olhamos mais para as fantasias do que para o essencial. Fazemos inversão de valores; perdêmo-nos enquanto não nos encontrarmos... e a família é capaz de chegar mais depressa, onde os outros ficam mais aquém. A família conhece muitas vezes os nossos escaninhos e sabe trabalhar-nos melhor para nos levar onde faz falta.
Vamos ter sempre presente que o trabalho nos dará felicidade quando pudermos trabalhar...e o repouso também nos dará satisfação quando faz falta para voltarmos a fazer algo...
As nossas enfermidades são muitas. Se não as curar todas é porque alguma coisa podemos ir fazendo neste mundo, como remissão dos nossos fracassos espirituais...
A nossa vida surgiu das Suas mãos quer no corpo, quer na alma, e porque nos quer obras perfeitas, dar-nos-á sempre a força, a coragem, a paciência e a paz para vencermos as dificuldades...n’Ele, só nos resta pormos a nossa confiança para além do céu e da terra...A Ele só isto não serve, claro, para me desculpar de alguns maus procedimentos meus. Nem quero pensar nisso. É possível apenas que isto aconteça, mas quando...talvez já me tenha acontecido!...
Sinto-o com mágoa, mas ao mesmo tempo com coragem para saber pedir desculpas ao meu semelhante que não tem culpa das minhas infelicidades...
Ele é médico do corpo e da alma. Foi Ele que, Homem das dores, carregou as nossas fraquezas e assumiu os nossos sofrimentos. Em tudo quis ser semelhante a nós para revelar a Sua misericórdia infinita.
Também Ele passou pela tentação de falta de confiança no Pai: “Meu Deus, meu Deus porque Me abandonaste?!...”.
Quando afinal depois de dizer: “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu Espírito” e exclamando “tudo está consumado”, Deus o fez vitorioso, vencendo a Sua própria morte.
Experimentou como qualquer um de nós as limitações da condição humana para nos libertar do medo do alto da cruz...
Dizia Carlo Martini que a doença é uma grande prova de fé; é um momento difícil de purificação. Aos sofrimentos físicos juntam-se o sentimento de inutilidade e o temor de se ser um peso. Sofre-se também a solidão. Somos assaltados pelo medo do futuro, por pensamentos que provocam a confusão e a perturbação do espírito ou a cegueira da alma.
Mais que pedir a Deus que nos cure, a Ele que sabemos que tudo pode, é importante que lhe peçamos que nos salve da morte de todos os dias em que as dores nos atormentam ou nos humilham. Dizer a Deus “perdoa-nos Senhor” porque somos tantas vezes injustos e dá-nos luz, força de vontade, para compreender as incompreensões dos outros, coragem para nos rirmos mesmo sem vontade porque o outro pode estar apenas à espera do nosso sorriso para nos entender que somos seres de relação, de proximidade e que, apesar de tudo, somos todos filhos do mesmo Deus que nos quer felizes e que, por isso, a todos dá os dons necessários para subsistir com uma qualidade de vida suficiente, para vermos as coisas de outra maneira.
Esta qualidade de vida suficiente fará com que nos envolvamos todos na fraternidade onde haverá comunhão, uma comunhão que não se compadece que o nosso vizinho tenha apenas uma folha de couve para comer um caldo, e na nossa mesa haja caldo, prato de carne ou peixe, mais sobremesa e!... É esta comunhão que nos levará a um dinamismo próprio que nos conduz à coesão social. Isto faz com que a nossa fé seja verdadeiro testemunho do Cristo vivo que hoje nós professamos e, pelo qual, queremos orientar a nossa vida.
Um bom remédio que Cristo nos deixou foi o do sacramento da reconciliação, ou seja, da penitência, a direcção espiritual para algumas soluções de problemas internos e externos. A contemplação e a meditação é outro factor que ajuda a controlar esta doença.
É claro que o médico da alma, do espírito, nunca pode pôr-se de lado, Jesus Cristo muito bem sabia que nós precisávamos deste remédio eficaz da Graça.
Esta Graça que devemos guardar como um tesouro na nossa vida e dela darmos testemunho ao mesmo tempo, enquanto procuramos remédio para o corpo que também é obra de Deus e não devemos dar sinal de tristeza ou de falta de estímulo pela vida, uma vez que somos doentes. Eu creio que os meus paroquianos hão-de gostar de me ver sempre alegre e bem disposto ainda que, por vezes, a nossa imagem seja frágil ou dê sinal de fraqueza. Os amigos mais se aproximarão de nós se observarem que, de facto, somos fortes no espírito ou na alma, que sabemos vencer e ultrapassar as nossas limitações ou pelo menos não fugindo àquilo que se pode, embora cada um de nós sabe o que pode e... quando pode ir mais longe...
Muitas vezes acontece agora que, pela falta de recurso mesmo ritualizado do Sacramento da Penitência, se vêem as pessoas a recorrer aos métodos orientais de contemplação, de exercícios próprios como a yoga ou outros, como o reik... ou então fugir para se integrar em seitas religiosas até as mais severas e dizimistas que iludem esta necessidade de o homem se sentir mais homem, mais ser relacional onde coabita o mal e o bem, e nem sempre o discernimento é tão eficaz como gostaríamos.
A nossa integridade significa uma grande responsabilidade no que se mostra e no que se faz, ser fiel a si mesmo, à família, ao outro. Só assim honraremos a nossa família, a nossa sociedade, assim como os seus deveres e trabalhos inerentes. A Religião não é nada que esteja ultrapassado, ela faz parte do presente e quanto mais presente estiver na vida do Homem, mais ela deixa de ser uma religião do medo ou do passado para ser agora uma religião libertadora que esclarece, ilumina o caminho das trevas que nos conduz às águas cristalinas que saciarão a sede do Homem para sempre.
“Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não tomeis, porém, a liberdade como pretexto para servir a carne. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade.” (Cf. S. Paulo aos Gálatas).
“Deve-se buscar uma mente sã num corpo são” ( Décio Juvenal ); “Mens sana in corpore sano”, famoso adágio latino que funciona como uma lei desde os Lusitanos, com os seus costumes, festividades, crenças e conhecimentos para equilibrar perseverantemente com harmonia e verdade a vida.
O ser humano pode cultivar o espaço do Divino, abrir-se ao diálogo com Deus, confiar a Ele o destino da vida e encontrar n’Ele o sentido da morte.
Aqui tem a sua raiz a espiritualidade e a grande razão das religiões ao jeito da diversidade de culturas.
Desde sempre foi considerado que a falta deste espaço espiritual no homem arrasta consigo a infelicidade, a doença e um erro sedento à procura da fonte que nunca é encontrada.
Acolher o espírito é acolher aquele que o habita e o encherá de luz, de serenidade e de felicidade sem fim. Cuidar deste espírito é cuidar dos valores que dão rumo à nossa vida e das significações que geram esperança para além da nossa morte, alimentar a braseiro interior da contemplação, da oração para que nunca se apague.
Esta posição arrastará consigo serenidade, jovialidade e simplicidade que nos ajudão a construir um olhar mais tolerante, a ver o outro, a reconhecê-lo como um irmão e a esperar da vida aquilo que ela nos pode dar, ou valorizar, vivendo positivamente, com aquilo que temos, “a tirar partido daquilo que possuímos tendo sempre em conta os sentimentos dos outros”.Cf. “Xis - ideias para pensar” de Laurinda Alves.
Não é por acaso, ou por bizarria, que muitos andam atrás das seitas e de tudo, como sequiosos de algo, que lhes falta no coração e que deixaram de encontrar na sua própria religião porque nunca tiveram talvez uma noção clara do pecado, da confissão e da comunhão porque viveram sempre uma fé infantil. E todos procuram a salvação que só de Deus vem e chegou através de Seu único Filho Jesus Cristo.
Poderia terminar fazendo a seguite oração:
Concede-me, Senhor, a coragem e a força de vontade para continuar a caminhar em frente e que os meus paroquianos me compreendam, e me completem naquilo que eu já não posso, como podia antes.
Concede-lhes, assim como aos meus superiores, luz e inspira-lhes gestos, palavras e obras de acordo com a missão que receberam no Baptismo e que superem as minhas fraquezas.
(Igreja Paroquial de Mazarefes)
O projecto do Centro Novo e da Igreja Nova é uma necessidade evidente, inegável. O projecto não é meu, é da Comunidade que todos se unam para levar até ao fim aquilo que já devia estar feito e só agora começa, como obra material e única que deixamos neste século XXI para os nossos vindouros.
Eu amo-te, Senhor, quero louvar-te pela comunhão paroquial, pela coesão à volta duma fé dinâmica, isto é, de obras com espírito e verdade, que levaram a esta coesão, a esta comunhão que nos faz família resignada e alegre, mesmo na doença, no sofrimento, na paixão, porque, aquilo que nos toque a nós agora, nos inicie para a partida deste mundo efémero e nos prepare para o encontro contigo na eternidade...
Aceita a minha pobre oferta e tem compaixão das fragilidades em que tantas vezes caio. Perdoa-me e perdoa o pecado da sociedade e também o pecado desta igreja que é pecadora e luta pela santidade, como S. Paulo dizia: “Faço o que não quero e não faço o que queria.”
( A minha Avó paterna )
Trabalhar com fibromialgia
Trabalhar com Fibromialgia
O trabalho é uma vocação inerente ao ser humano, é participação na obra criadora de Deus, é realização humana na dignidade e efectiva solidariedade com os outros. Não pode ser negado o trabalho seja a quem for, não podemos excluir ninguém ainda que não possa ser rentável como desejaríamos ou faria falta, mas pode até adaptar-se a outro trabalho sem mestre, sem patrão, sem superiores, sem horas...sem justificações, ou pelo menos, com a compreesão que um fibromiálgico não é certo, não pela sua personalidade ou pelo seu carácter, que, entretanto, é capaz de ficar abalado, por não poder naquela hora, naquele momento corresponder e cumprir os seus deveres...Negar o trabalho, é negar um princípio básico da ética social, mas ia também contra o próprio homem, imagem de Deus. (Cf João Paulo II, in Antropologia e ética, de Francisco Madero).Portanto não é difícil trabalhar com fibromialgia, desde que o trabalho não tenha horas marcadas, não crie stress, não tenha patrões ou superiores para exigir justificações que não são fáceis dar, poucos as compreendem até porque esta doença não se mede pelas aparências.
Às vezes fazem o doente mais doente porque não são entendidos por quem deviam ser, como os superiores ou os colegas que pensam ser uma doença mental...É preciso ter sempre muita coragem e paciência para fazer compreender aos mais exigentes...
E esta doença acontece geralmente em pessoas que não são capazes de serem simuladoras, piegas ou fazerem “teatro”. Normalmente em pessoas que amam e gostam de trabalhar. Acontece mais nas pessoas hiper-activas do que nas outras. Naquelas que gostam e sentem prazer em trabalhar e mostrar trabalho.Contou-me um dia o meu médico o seguinte: “ um senhor que gostava de cavalos foi à feira com a ideia de comprar um cavalo. Chegou à feira e entre os muitos que estavam em exposição, tinha um que muito lhe agradou pelo perfil, parecia-lhe um cavalo bonito, jeitoso, de boa raça e perguntou ao dono: - Quanto custa? - Custa tanto.
-Olhe, ele trabalha bem?...
-Oh! Se não trabalha!... É tão inteligente que parece um ser humano. Faz tudo o que o patrão quer. Trabalha uma maravilha.
E lá fizeram o negócio. Entregou o cavalo, recebeu o dinheiro e depois de ter recebido o dinheiro disse-lhe: “olhe que leva um rico cavalo, é bom, trabalha bem, vai gostar muito, mas... não puxe muito por ele porque, se o fizer, é capaz de ficar sem cavalo...”
O Homem tem sempre um lugar importante, por isso, na doutrina da Igreja porque esta crê nele , pensa nele e a ele se dirige.(Cf.Laborem Exercens”).
O Fibromiálgico contra aquilo que se possa pensar não pode parar. Chegar à invalidez não é difícil. Para o evitar só deve fazer o que gosta, no dia a dia, sem criar grandes projectos.
Pelo menos não deve fazer nada por imposição. Tem de sentir em cada momento prazer no que está a fazer. Nesta doença o doente tem de ser o mais livre dos mortais, isto é, deve ter um trabalho livre para ir e vir, para ir e voltar, para trabalhar ou deixar o trabalho. Normalmente estas pessoas têm sempre boa vontade e com gande ímpeto para o trabalho, mas algo que não desejava lhe sobrevém tão depressa, como uma vareja que depressa entra na cozinha e põe os ovos quando a gente menos esperava...
Cada dia, o seu dia, e o seu projecto!...Ninguém nos pode exigir mais. O Fibromiálgico tem naturalmente necessidade de dizer não, muitas vezes àquilo que gostava e os outros, embora possam não compreender, nada mais têm que dizer, nem julgar mal. Ninguém tem de ser tão livre como um doente portador da fibromialgia. É ele que se tem de controlar quanto a fazer ou não uma determinada acção. Nada mais!...
No dia 1 de Maio, apesar dum programa muito cheio, levantei-me sem despertador. Nesse dia tive às 9.30H. a tomada de posse do CPP dada por D. José Augusto; às 10.00H. a oração de Laudes presidida pelo Bispo para iniciar a Santa Missão Católica, às 12.00H. um Baptizado, às 16 Horas, no Porto, o casamento da minha sobrinha e afilhada e, às 21,30H., um espectáculo no Sá de Miranda, levado a efeito pelos Lyons Clubes de Viana do Castelo, a favor do Berço. Não será necessário dizer que só as drogas, o SOS, me manteve de pé. A seguir veio uma factura mais pesada, mais dores das quais me libertei com os execícios em Lobios- Espanha.
Evitar os conflitos de qualquer ordem... e lutar por uma qualidade de vida suficiente para que os problemas económicos também não atrapalhem muito...
Daí que me pareça esta doença ser mais difícil de conviver com a pobreza... essa basta a si própria... mas, miséria com dores e sofrimento... é muito!
O fibromiálgico não deve usar despertador para acordar. Deve acordar segundo o seu bio-ritmo. O relógio no pulso deve ser olhado poucas vezes, apenas para controlar as horas de alguns compromissos e das refeições... Eu prefiro esquecer...o relógio ou compromisso...porque isso me traz mais calmo...O contrário cansa...
Não há que correr muito, mas fazer tudo a compasso de “lesma” (?!) porque tudo se paga caro depois... no dia seguinte...
É preciso ter em mente que o mundo não acaba amanhã, mas que há-de acabar apenas quando Deus quiser... e o que ficar por fazer, fica para os outros.
Já tive mais ansiedade e fui mais criativo. A minha cabeça trazia-me um manacial de ideias tão boas e, como hiper-activo, não gostava de perder nada e só ficava satisfeito com tudo feito... e de imediato. Há já uns anos disse a meu irmão que gostaria de arranjar um remédio que me impedisse o meu cérebro de ter tanta força criativa...
No entanto, hoje já não acontece assim, porque trabalho de outro modo e também tomo os remédios prescritos pelo médico que me ajudam a controlar o meu ímpeto, a minha força mental que me fazia levar tudo à minha frente.
Estou contente.
trabalhar brincando...
Tenho dores aqui e ali, quando calha, sem horas e dias marcados, mas sei que é para mim e se dói há que parar.
Trabalho forçado, nunca. Conflitos! cuidado...sejam interiores,sejam exteriores, isto é, sejam de natureza interna e pessoal, sejam de natureza externa e colectiva, como no caso de não ser compreendido ou ser afastado pelos patrões, superiores, ou pelos colegas e até os amigos que tínhamos!...
Não basta recorrer ao padre, ao confessor, também é necessário recorrer ao médico do corpo que vai prescrever terapêutica para ajudar a recuperar energias orgânicas que, entretanto, se perderam e as quais têm de ser recuperadas para o equilibrio do nosso organismo corpo e alma.
O trabalho deve ser feito sempre com alegria, sinal que a pessoa está a sentir-se realizada e feliz, mas não exagerar no esforço que ele implica... Vamos ter sempre presente que o trabalho nos dará felicidade quando pudermos trabalhar... e o repouso também nos dará satisfação quando faz falta para voltarmos a fazer algo...
Pelo facto de termos esta doença não podemos ser objecto de exclusão, embora se compreenda que uma empresa produtiva, com fins lucrativos, não pode sozinha sustentar a falta de rentabilidade do nosso trabalho, mas aí estão as Instuições estatais para suprir e colaborar porque um doente de fibromialgia também não deve parar, se ainda vai a tempo de se controlar.
Nunca podemos esquecer que faz parte da essência do Homem o trabalho, pois só deste modo se cumprirão os imperativos do livro do Génesis: crescei, multiplicai-vos, enchei a terra e dominai-a.
O Homem tem consciência disso, mas é uma grande virtude saber parar quando faz falta. Se os outros não nos entenderem, nós não temos culpa e devemos ser humildes para aceitar a ignorância. Ainda maior será a nossa virtude, esperar que os outros possam compreender as nossas limitações...
É preciso vencermo-nos a nós mesmos, mas isso acontecerá quando, na hora oportuna, soubermos dizer Sim, se for de dizer Sim, e dizer Não quando for de dizer Não. Aí está a verdade e dignidade de cada um de nós. “Só assim é possivel dar sentido à vida e torná-la feliz.” (Nunes dos Santos).
Não sei se servirá para os outros, para mim dá resultado, penso eu. Não uso álcool desde 2001. A minha comida normal é arroz, salada e peixe, uso muita fruta, cereais, vegetais e mel. A nossa base da nossa alimentação deve ser o peixe, mas evitar o excesso do bacalhau, evitar o álcool, usar uma alimentação mais leve e à base de fibras,cereais, à noite se, para além da Fibromialgia, há tendências à obstipação. Não quer dizer que não se possa comer carne, por exemplo, faço isso aos domingos, mas deve ser evitada a carne de cabrito.
Evitar o stress e quando houver dor, não forçar. Nessa altura parar, descansar, ou também mudar de trabalho.
Não marcar muitas actividades para o mesmo dia, ou pelo menos, não as assumir quando são os outros que marcam. Se for possível cumpre-se, se não for já se está justificado.
Quando estamos bons, a mudança de um peneu dum carro, a camino do trabalho pela manhã, pode ser, por si só, o suficiente para ficarmos avariados para todo o dia, cansados, com falta de forças nas pernas e com dores nos braços, situações acompanhadas de depressão. O suficiente para faltar ao trabalhar...Assim como o modo como acordamos pela manhã pode determinar o dia que vamos ter pela frente...
O trabalho é uma vocação inerente ao ser humano, é participação na obra criadora de Deus, é realização humana na dignidade e efectiva solidariedade com os outros. Não pode ser negado o trabalho seja a quem for, não podemos excluir ninguém ainda que não possa ser rentável como desejaríamos ou faria falta, mas pode até adaptar-se a outro trabalho sem mestre, sem patrão, sem superiores, sem horas...sem justificações, ou pelo menos, com a compreesão que um fibromiálgico não é certo, não pela sua personalidade ou pelo seu carácter, que, entretanto, é capaz de ficar abalado, por não poder naquela hora, naquele momento corresponder e cumprir os seus deveres...Negar o trabalho, é negar um princípio básico da ética social, mas ia também contra o próprio homem, imagem de Deus. (Cf João Paulo II, in Antropologia e ética, de Francisco Madero).Portanto não é difícil trabalhar com fibromialgia, desde que o trabalho não tenha horas marcadas, não crie stress, não tenha patrões ou superiores para exigir justificações que não são fáceis dar, poucos as compreendem até porque esta doença não se mede pelas aparências.
Às vezes fazem o doente mais doente porque não são entendidos por quem deviam ser, como os superiores ou os colegas que pensam ser uma doença mental...É preciso ter sempre muita coragem e paciência para fazer compreender aos mais exigentes...
E esta doença acontece geralmente em pessoas que não são capazes de serem simuladoras, piegas ou fazerem “teatro”. Normalmente em pessoas que amam e gostam de trabalhar. Acontece mais nas pessoas hiper-activas do que nas outras. Naquelas que gostam e sentem prazer em trabalhar e mostrar trabalho.Contou-me um dia o meu médico o seguinte: “ um senhor que gostava de cavalos foi à feira com a ideia de comprar um cavalo. Chegou à feira e entre os muitos que estavam em exposição, tinha um que muito lhe agradou pelo perfil, parecia-lhe um cavalo bonito, jeitoso, de boa raça e perguntou ao dono: - Quanto custa? - Custa tanto.
-Olhe, ele trabalha bem?...
-Oh! Se não trabalha!... É tão inteligente que parece um ser humano. Faz tudo o que o patrão quer. Trabalha uma maravilha.
E lá fizeram o negócio. Entregou o cavalo, recebeu o dinheiro e depois de ter recebido o dinheiro disse-lhe: “olhe que leva um rico cavalo, é bom, trabalha bem, vai gostar muito, mas... não puxe muito por ele porque, se o fizer, é capaz de ficar sem cavalo...”
O Homem tem sempre um lugar importante, por isso, na doutrina da Igreja porque esta crê nele , pensa nele e a ele se dirige.(Cf.Laborem Exercens”).
O Fibromiálgico contra aquilo que se possa pensar não pode parar. Chegar à invalidez não é difícil. Para o evitar só deve fazer o que gosta, no dia a dia, sem criar grandes projectos.
Pelo menos não deve fazer nada por imposição. Tem de sentir em cada momento prazer no que está a fazer. Nesta doença o doente tem de ser o mais livre dos mortais, isto é, deve ter um trabalho livre para ir e vir, para ir e voltar, para trabalhar ou deixar o trabalho. Normalmente estas pessoas têm sempre boa vontade e com gande ímpeto para o trabalho, mas algo que não desejava lhe sobrevém tão depressa, como uma vareja que depressa entra na cozinha e põe os ovos quando a gente menos esperava...
Cada dia, o seu dia, e o seu projecto!...Ninguém nos pode exigir mais. O Fibromiálgico tem naturalmente necessidade de dizer não, muitas vezes àquilo que gostava e os outros, embora possam não compreender, nada mais têm que dizer, nem julgar mal. Ninguém tem de ser tão livre como um doente portador da fibromialgia. É ele que se tem de controlar quanto a fazer ou não uma determinada acção. Nada mais!...
No dia 1 de Maio, apesar dum programa muito cheio, levantei-me sem despertador. Nesse dia tive às 9.30H. a tomada de posse do CPP dada por D. José Augusto; às 10.00H. a oração de Laudes presidida pelo Bispo para iniciar a Santa Missão Católica, às 12.00H. um Baptizado, às 16 Horas, no Porto, o casamento da minha sobrinha e afilhada e, às 21,30H., um espectáculo no Sá de Miranda, levado a efeito pelos Lyons Clubes de Viana do Castelo, a favor do Berço. Não será necessário dizer que só as drogas, o SOS, me manteve de pé. A seguir veio uma factura mais pesada, mais dores das quais me libertei com os execícios em Lobios- Espanha.
Evitar os conflitos de qualquer ordem... e lutar por uma qualidade de vida suficiente para que os problemas económicos também não atrapalhem muito...
Daí que me pareça esta doença ser mais difícil de conviver com a pobreza... essa basta a si própria... mas, miséria com dores e sofrimento... é muito!
O fibromiálgico não deve usar despertador para acordar. Deve acordar segundo o seu bio-ritmo. O relógio no pulso deve ser olhado poucas vezes, apenas para controlar as horas de alguns compromissos e das refeições... Eu prefiro esquecer...o relógio ou compromisso...porque isso me traz mais calmo...O contrário cansa...
Não há que correr muito, mas fazer tudo a compasso de “lesma” (?!) porque tudo se paga caro depois... no dia seguinte...
É preciso ter em mente que o mundo não acaba amanhã, mas que há-de acabar apenas quando Deus quiser... e o que ficar por fazer, fica para os outros.
Já tive mais ansiedade e fui mais criativo. A minha cabeça trazia-me um manacial de ideias tão boas e, como hiper-activo, não gostava de perder nada e só ficava satisfeito com tudo feito... e de imediato. Há já uns anos disse a meu irmão que gostaria de arranjar um remédio que me impedisse o meu cérebro de ter tanta força criativa...
No entanto, hoje já não acontece assim, porque trabalho de outro modo e também tomo os remédios prescritos pelo médico que me ajudam a controlar o meu ímpeto, a minha força mental que me fazia levar tudo à minha frente.
Estou contente.
trabalhar brincando...
Tenho dores aqui e ali, quando calha, sem horas e dias marcados, mas sei que é para mim e se dói há que parar.
Trabalho forçado, nunca. Conflitos! cuidado...sejam interiores,sejam exteriores, isto é, sejam de natureza interna e pessoal, sejam de natureza externa e colectiva, como no caso de não ser compreendido ou ser afastado pelos patrões, superiores, ou pelos colegas e até os amigos que tínhamos!...
Não basta recorrer ao padre, ao confessor, também é necessário recorrer ao médico do corpo que vai prescrever terapêutica para ajudar a recuperar energias orgânicas que, entretanto, se perderam e as quais têm de ser recuperadas para o equilibrio do nosso organismo corpo e alma.
O trabalho deve ser feito sempre com alegria, sinal que a pessoa está a sentir-se realizada e feliz, mas não exagerar no esforço que ele implica... Vamos ter sempre presente que o trabalho nos dará felicidade quando pudermos trabalhar... e o repouso também nos dará satisfação quando faz falta para voltarmos a fazer algo...
Pelo facto de termos esta doença não podemos ser objecto de exclusão, embora se compreenda que uma empresa produtiva, com fins lucrativos, não pode sozinha sustentar a falta de rentabilidade do nosso trabalho, mas aí estão as Instuições estatais para suprir e colaborar porque um doente de fibromialgia também não deve parar, se ainda vai a tempo de se controlar.
Nunca podemos esquecer que faz parte da essência do Homem o trabalho, pois só deste modo se cumprirão os imperativos do livro do Génesis: crescei, multiplicai-vos, enchei a terra e dominai-a.
O Homem tem consciência disso, mas é uma grande virtude saber parar quando faz falta. Se os outros não nos entenderem, nós não temos culpa e devemos ser humildes para aceitar a ignorância. Ainda maior será a nossa virtude, esperar que os outros possam compreender as nossas limitações...
É preciso vencermo-nos a nós mesmos, mas isso acontecerá quando, na hora oportuna, soubermos dizer Sim, se for de dizer Sim, e dizer Não quando for de dizer Não. Aí está a verdade e dignidade de cada um de nós. “Só assim é possivel dar sentido à vida e torná-la feliz.” (Nunes dos Santos).
Não sei se servirá para os outros, para mim dá resultado, penso eu. Não uso álcool desde 2001. A minha comida normal é arroz, salada e peixe, uso muita fruta, cereais, vegetais e mel. A nossa base da nossa alimentação deve ser o peixe, mas evitar o excesso do bacalhau, evitar o álcool, usar uma alimentação mais leve e à base de fibras,cereais, à noite se, para além da Fibromialgia, há tendências à obstipação. Não quer dizer que não se possa comer carne, por exemplo, faço isso aos domingos, mas deve ser evitada a carne de cabrito.
Evitar o stress e quando houver dor, não forçar. Nessa altura parar, descansar, ou também mudar de trabalho.
Não marcar muitas actividades para o mesmo dia, ou pelo menos, não as assumir quando são os outros que marcam. Se for possível cumpre-se, se não for já se está justificado.
Quando estamos bons, a mudança de um peneu dum carro, a camino do trabalho pela manhã, pode ser, por si só, o suficiente para ficarmos avariados para todo o dia, cansados, com falta de forças nas pernas e com dores nos braços, situações acompanhadas de depressão. O suficiente para faltar ao trabalhar...Assim como o modo como acordamos pela manhã pode determinar o dia que vamos ter pela frente...
Como conviver com a fibriomialgia
Como conviver com esta doença?
Conviver com a fibromialgia,é conviver com o nosso corpo, com auto-estima. Ele pode ser doente, imperfeito, deficiente, mas não deixa de ser o habitat da nossa vida, sopro de vida “anima”. Só não poderemos conviver com a doença quando o nosso corpo não tiver vida, se fez inerte, frio, e degradando-se desaperece, tornando-se pó da terra. Aí acabou o corpo.
A vida, que é alma, essa continuará e, segundo a doutrina cristã, eternamente saciada da felicidade pela qual tanto lutou neste mundo, ou eternamente frustrada porque, embora sendo livre, não aproveitou o tempo terreno com o seu corpo para fazer o Bem, em busca desta felicidade eterna.
Sendo assim, pode ser vivida como outra qualquer doença crónica e capaz de fazer uma pessoa incapacitada ou inválida. Requer por isso muito respeito e uma vontade muito forte para andarmos em frente mesmo que pareça que a vida não é aquela que nós queríamos. É preciso saber viver com ela. As dores hão-de aparecer sempre, à hora em que menos o pensemos, nos batem à porta como um carro que parece ir bem e, de momento, acende uma luz amarela e o condutor pára porque não sabe o que aconteceu. É a temperatura. Não anda mais sem cuidar ou reparar o defeito. Caso contrário, os estragos são maiores e pode até ficar sem o carro. Se o carro tivesse um termómetro normal poderíamos verificar que a temperatura ia acima do normal, mas para chegar ao máximo ainda faltava muito; nós teimaríamos e continuaríamos a viagem até o mais que pudéssemos. Neste caso da fibromialgia não temos esse termómetro. Temos uma dor localizada ou difusa,essa luz amarela do carro, agora aqui e logo acolá, e só nos resta uma coisa parar, como se fosse o dito sinal amarelo do carro. Não insistir é o que devemos fazer. É pecado ser masoquista ao ponto de esse estado de espírito nos levar à incapacidade. Deus quer-nos com qualidade de vida. Ela é um dom que devemos agradecer e proteger para que os desígnios de Deus, a nosso respeito, sejam concretizados num grande projecto de Amor. Deus que nos criou, fez esta obra por Amor, e o mais perfeita possível, à sua imagem e semelhança, para que pudéssemos continuar a ser neste mundo, concriadores com Ele. Criou-nos para a felicidade “pessoal e social” (Cf. “Responsabilidade Solidária pelo Bem Comum”, dos Bispos Portugueses)
Portanto a dor faz parte da nossa cruz e o importante é saber geri-la, dar a volta. Quem ama a sério dá sempre a volta aos problemas e procura que uma catástrofre deixe de ser motivo de desgraça, mas caminho que nos conduz a um porto mais seguro. “Vinde a mim todos vós que andais fatigados e eu vos aliviarei”. Acreditamos ou não?
Como faz o esposo e a esposa quando se amam de verdade e algo não parece bem?...
Quando pela manhã se acorda com sinal que não se dormiu tudo, deve-se insistir ficando na cama porque uma fadiga física vai acontecer logo pela manhã, nos primeiros trabalhos, levando o doente a deixar tudo naquele dia ou a recorrer a drogas mais complicadas para se defender e que o vem a prejudicar mais tarde.
Outra situação que leva a ter precauções é pela manhã sentir comichão no sobrolho, na base das alas do nariz ou junto às narinas, no peito que vem atrás um eczema seborreico, se não se utilizar um creme indicado como o Hiladone. Normalmente se deixarmos andar temos má aparência, há mau humor ou depressão porque anda associada a prisão das pernas, a passadas mais curtas e a não querer andar. Pode não haver dor, mas há grande limitação no mexer das pernas.Uma fadiga dolorosa, como se tivesse andado todo o dia numa corrida...
Os médicos que sofrem desta doença já sabem bem como é.
Depois há médicos que vêem o seu doente e sabem que ele não é fiteiro, mas reconhecem com facilidade que alguma anormalidade há, mesmo que a não possam diagnoticar de imediato e até mandem fazer exames ou testes de diagnóstico. Mas esta doença da dor muscular e tendinosa não pode ser diagnosticada por exames, é apenas de exclusão.
Não sou apologista da dor, nem sou masoquista, mas já que sei que tenho de conviver com ela, louvado seja Deus!... mas tomo todas as “droguinhas” pela manhã e à noite. Obedeço ao médico que Deus me proporcionou.. Ele aí está para me ajudar a controlar... Compete-me, entretanto, a mim colaborar, ajudando o médico a ver que, de facto, “cada caso é um caso” , descobrindo segredos ou actos que a uns podem fazer melhor... para não ter mais dores. É por isso que procuro ir fazer outros exercícios em águas mais próprias para os meus músculos de 15 em 15 dias. Percorri várias termas e piscinas de água aquecida, em Portugal e em Espanha. Nunca encontrei nada tão bom como as Termas de Monfortinho (muito boas para peles secas, tem na sua composião sílica-vidrado da pedra) e como as termas de Lobios( muito boas para peles sebosas - tem na sua composição bicabornato e sódio e são mais quentes), em Espanha.
Vou lá de 15 em 15 dias passar lá dois dias e quando o trabalho é mais intenso então vou lá ao fim de 8 dias. Com estes exercícios espontâneos de água a 34 graus de 5 a 7 horas intervaladas, vem-se novo. Nunca cansa e nunca dói.
Isto não é mais nada senão andar a fugir à dor e a meter má figura, como andar a pisar uvas ou a dar passadinhas de passarinho, como se fosse uma pessoa idosa.
Deus quer que façamos esse esforço e os nossos familiares e amigos, gostam mais de nos ver com qualidade e alegres do que a meter má figura, na rua, e tristes.
Há dias na nossa vida muito bons. São poucos. Nessa altura sentimo-nos realmente felizes e até o comunicamos aos amigos mais íntimos, ou que parece que nos compreendem... Gostamos de festa e de tudo... No entanto sempre, mas sempre temos aqui e ali qualquer coisa que nos atormenta. Nesses dias está adormecida ou os neurotransmissores do nosso organismo estão mesmo bem... são tão poucos esses dias! Creio, no meu caso, que isso devo mostrá-lo no meu rosto. Foi por isso que gostei dum retrato sanguinário feito do meu rosto que me parece ser a minha realidade quando estou só e com dores, pois quando me sinto acompanhado com alguém consigo, muitas vezes, disfarçar essa dor que me invade e que faço por aguentar, continuando o meu trabalho.
Por causa desta situação, sinto-me mais seguro quando estou acompanhado ainda que não me ajudem, mas sei que alguém está comigo e é testemunha do que faço naquele momento. Há um Amigo, Esse é que me mantém de pé, me dá força e coragem para ir em frente, mesmo quando sinto que alguém me atrapalha ou quer envolver-se no meu caminho que deve ser sempre um caminho de paz e amor.
É difícil podermos dizer que está tudo bem em qualquer momento, mas a vida é a vida que se tem de aceitar como um dom ainda que nos traga pelo meio alguns dissabores, pois ao Mestre bem pior fizeram e sem culpa, enquanto eu sou um homem padre, e pecador como qualquer ser humano.
Uma vida assim, penso que se reflecte muitas vezes no modo como acolhemos as pessoas, sobretudo quando nos trazem problemas complicados e insolúveis, ou por ventura, querem impor a sua opinião de fé, mesmo que a não vivam conforme os preceitos da Igreja. São cristãos e não praticam, como os que são futebolistas e não jogam.
Isto não serve, claro, para me desculpar de alguns maus procedimentos meus. Nem quero pensar nisso. É possível apenas que isto aconteça, mas quando... talvez já me tenha acontecido....
Sempre fico mais doente quando tenho de dizer “não” e fico feliz quando me é possível o diálogo, isto é, a relação fica em pé e não é cortada, no respeito pelas diferenças de opinião, de ideias ou de normas. Mas quem é primário como eu, se não estou em boas condições perante uma reacção ostensiva, naturalmente, reage duma forma que não devia.
Há ainda uma certa necessidade de compartilhar os nossos problemas, sobretudo, com quem nos entenda porque há sempre cruzes bem mais pesadas, infelizmente. Se não compartilharmos, pensamos que somos os únicos que sofremos e corremos mais riscos de depressão, de ansiedade, de raiva que poderão trazer comportamentos desviantes do normal na vida de cada um de nós. Às vezes os amigos podem culpabilizar-nos, e até fugir de nós.Não podemos, por isso, adormecer sob pena de perdermos auto-estima ou retirar-nos a luta pela vida contra a dor. “Os verdadeiros amigos reconhecem-se na dor”. Aprender a conviver com a dor não significa incoerência, mas conviver com o inexplicável, aceitando as zonas escuras de Deus e da vida, isto é , deixando-se habitar por um mistério maior que nós. ( Cf. “Porquê justamente a Mim?” de Arnaldo Pangrazzi).
Conviver com a fibromialgia,é conviver com o nosso corpo, com auto-estima. Ele pode ser doente, imperfeito, deficiente, mas não deixa de ser o habitat da nossa vida, sopro de vida “anima”. Só não poderemos conviver com a doença quando o nosso corpo não tiver vida, se fez inerte, frio, e degradando-se desaperece, tornando-se pó da terra. Aí acabou o corpo.
A vida, que é alma, essa continuará e, segundo a doutrina cristã, eternamente saciada da felicidade pela qual tanto lutou neste mundo, ou eternamente frustrada porque, embora sendo livre, não aproveitou o tempo terreno com o seu corpo para fazer o Bem, em busca desta felicidade eterna.
Sendo assim, pode ser vivida como outra qualquer doença crónica e capaz de fazer uma pessoa incapacitada ou inválida. Requer por isso muito respeito e uma vontade muito forte para andarmos em frente mesmo que pareça que a vida não é aquela que nós queríamos. É preciso saber viver com ela. As dores hão-de aparecer sempre, à hora em que menos o pensemos, nos batem à porta como um carro que parece ir bem e, de momento, acende uma luz amarela e o condutor pára porque não sabe o que aconteceu. É a temperatura. Não anda mais sem cuidar ou reparar o defeito. Caso contrário, os estragos são maiores e pode até ficar sem o carro. Se o carro tivesse um termómetro normal poderíamos verificar que a temperatura ia acima do normal, mas para chegar ao máximo ainda faltava muito; nós teimaríamos e continuaríamos a viagem até o mais que pudéssemos. Neste caso da fibromialgia não temos esse termómetro. Temos uma dor localizada ou difusa,essa luz amarela do carro, agora aqui e logo acolá, e só nos resta uma coisa parar, como se fosse o dito sinal amarelo do carro. Não insistir é o que devemos fazer. É pecado ser masoquista ao ponto de esse estado de espírito nos levar à incapacidade. Deus quer-nos com qualidade de vida. Ela é um dom que devemos agradecer e proteger para que os desígnios de Deus, a nosso respeito, sejam concretizados num grande projecto de Amor. Deus que nos criou, fez esta obra por Amor, e o mais perfeita possível, à sua imagem e semelhança, para que pudéssemos continuar a ser neste mundo, concriadores com Ele. Criou-nos para a felicidade “pessoal e social” (Cf. “Responsabilidade Solidária pelo Bem Comum”, dos Bispos Portugueses)
Portanto a dor faz parte da nossa cruz e o importante é saber geri-la, dar a volta. Quem ama a sério dá sempre a volta aos problemas e procura que uma catástrofre deixe de ser motivo de desgraça, mas caminho que nos conduz a um porto mais seguro. “Vinde a mim todos vós que andais fatigados e eu vos aliviarei”. Acreditamos ou não?
Como faz o esposo e a esposa quando se amam de verdade e algo não parece bem?...
Quando pela manhã se acorda com sinal que não se dormiu tudo, deve-se insistir ficando na cama porque uma fadiga física vai acontecer logo pela manhã, nos primeiros trabalhos, levando o doente a deixar tudo naquele dia ou a recorrer a drogas mais complicadas para se defender e que o vem a prejudicar mais tarde.
Outra situação que leva a ter precauções é pela manhã sentir comichão no sobrolho, na base das alas do nariz ou junto às narinas, no peito que vem atrás um eczema seborreico, se não se utilizar um creme indicado como o Hiladone. Normalmente se deixarmos andar temos má aparência, há mau humor ou depressão porque anda associada a prisão das pernas, a passadas mais curtas e a não querer andar. Pode não haver dor, mas há grande limitação no mexer das pernas.Uma fadiga dolorosa, como se tivesse andado todo o dia numa corrida...
Os médicos que sofrem desta doença já sabem bem como é.
Depois há médicos que vêem o seu doente e sabem que ele não é fiteiro, mas reconhecem com facilidade que alguma anormalidade há, mesmo que a não possam diagnoticar de imediato e até mandem fazer exames ou testes de diagnóstico. Mas esta doença da dor muscular e tendinosa não pode ser diagnosticada por exames, é apenas de exclusão.
Não sou apologista da dor, nem sou masoquista, mas já que sei que tenho de conviver com ela, louvado seja Deus!... mas tomo todas as “droguinhas” pela manhã e à noite. Obedeço ao médico que Deus me proporcionou.. Ele aí está para me ajudar a controlar... Compete-me, entretanto, a mim colaborar, ajudando o médico a ver que, de facto, “cada caso é um caso” , descobrindo segredos ou actos que a uns podem fazer melhor... para não ter mais dores. É por isso que procuro ir fazer outros exercícios em águas mais próprias para os meus músculos de 15 em 15 dias. Percorri várias termas e piscinas de água aquecida, em Portugal e em Espanha. Nunca encontrei nada tão bom como as Termas de Monfortinho (muito boas para peles secas, tem na sua composião sílica-vidrado da pedra) e como as termas de Lobios( muito boas para peles sebosas - tem na sua composição bicabornato e sódio e são mais quentes), em Espanha.
Vou lá de 15 em 15 dias passar lá dois dias e quando o trabalho é mais intenso então vou lá ao fim de 8 dias. Com estes exercícios espontâneos de água a 34 graus de 5 a 7 horas intervaladas, vem-se novo. Nunca cansa e nunca dói.
Isto não é mais nada senão andar a fugir à dor e a meter má figura, como andar a pisar uvas ou a dar passadinhas de passarinho, como se fosse uma pessoa idosa.
Deus quer que façamos esse esforço e os nossos familiares e amigos, gostam mais de nos ver com qualidade e alegres do que a meter má figura, na rua, e tristes.
Há dias na nossa vida muito bons. São poucos. Nessa altura sentimo-nos realmente felizes e até o comunicamos aos amigos mais íntimos, ou que parece que nos compreendem... Gostamos de festa e de tudo... No entanto sempre, mas sempre temos aqui e ali qualquer coisa que nos atormenta. Nesses dias está adormecida ou os neurotransmissores do nosso organismo estão mesmo bem... são tão poucos esses dias! Creio, no meu caso, que isso devo mostrá-lo no meu rosto. Foi por isso que gostei dum retrato sanguinário feito do meu rosto que me parece ser a minha realidade quando estou só e com dores, pois quando me sinto acompanhado com alguém consigo, muitas vezes, disfarçar essa dor que me invade e que faço por aguentar, continuando o meu trabalho.
Por causa desta situação, sinto-me mais seguro quando estou acompanhado ainda que não me ajudem, mas sei que alguém está comigo e é testemunha do que faço naquele momento. Há um Amigo, Esse é que me mantém de pé, me dá força e coragem para ir em frente, mesmo quando sinto que alguém me atrapalha ou quer envolver-se no meu caminho que deve ser sempre um caminho de paz e amor.
É difícil podermos dizer que está tudo bem em qualquer momento, mas a vida é a vida que se tem de aceitar como um dom ainda que nos traga pelo meio alguns dissabores, pois ao Mestre bem pior fizeram e sem culpa, enquanto eu sou um homem padre, e pecador como qualquer ser humano.
Uma vida assim, penso que se reflecte muitas vezes no modo como acolhemos as pessoas, sobretudo quando nos trazem problemas complicados e insolúveis, ou por ventura, querem impor a sua opinião de fé, mesmo que a não vivam conforme os preceitos da Igreja. São cristãos e não praticam, como os que são futebolistas e não jogam.
Isto não serve, claro, para me desculpar de alguns maus procedimentos meus. Nem quero pensar nisso. É possível apenas que isto aconteça, mas quando... talvez já me tenha acontecido....
Sempre fico mais doente quando tenho de dizer “não” e fico feliz quando me é possível o diálogo, isto é, a relação fica em pé e não é cortada, no respeito pelas diferenças de opinião, de ideias ou de normas. Mas quem é primário como eu, se não estou em boas condições perante uma reacção ostensiva, naturalmente, reage duma forma que não devia.
Há ainda uma certa necessidade de compartilhar os nossos problemas, sobretudo, com quem nos entenda porque há sempre cruzes bem mais pesadas, infelizmente. Se não compartilharmos, pensamos que somos os únicos que sofremos e corremos mais riscos de depressão, de ansiedade, de raiva que poderão trazer comportamentos desviantes do normal na vida de cada um de nós. Às vezes os amigos podem culpabilizar-nos, e até fugir de nós.Não podemos, por isso, adormecer sob pena de perdermos auto-estima ou retirar-nos a luta pela vida contra a dor. “Os verdadeiros amigos reconhecem-se na dor”. Aprender a conviver com a dor não significa incoerência, mas conviver com o inexplicável, aceitando as zonas escuras de Deus e da vida, isto é , deixando-se habitar por um mistério maior que nós. ( Cf. “Porquê justamente a Mim?” de Arnaldo Pangrazzi).
Como sinto a doença da Fibromialgia
O que é a Fibromialgia?
Pelo modo como o Dr. Sanchez Silva tratou e explicou o assunto, então não fiquei com dúvidas,mas...
Será, não será? Eis a questão!
Amigos meus convidaram-me a ir a um neurologista alemão, e eu lá fui. Fui atendido pelo Professor Dr. S. Mhor no Hospital: johanna-etienne-Kankenhaus (Corunum), da cidade de Neuss. Chegou à conclusão de que era fibromiálgico, mas não concordava com a medicação que estava a tomar. Escreveu uma carta para o meu médico português, mas este não aceitou a mudança do tratamento uma vez que me prejudicaria imenso a próstata, dada a minha idade.
Os mesmos amigos levaram-me a um outro neuroligista especializado,na India, em medecinas orientais e em acumpuntura, Dr.Bernnard Kling. Fez-me também o seu exame e chegou à mesma conclusão. Disse que, por vezes, tem tido bons resultados com a acumpuntura, mas seria necessário estar lá um mês, e teria de continuar a tomar drogas naturais toda a vida. Não tem cura total.
Um amigo espanhol levou-me a um famoso reumatologista espanhol , o Dr.Ceferino Barbozan Alvarez. Depois de me examinar, disse-me que era fibromiálgico e que se me sentia bem com a medicação que estava a tomar que não havia razão para fazer alterações aos medicamentos. Quando lhe pedi, mais tarde, via fax, um relatório médico para apresentar a uma Junta médica, ele escreveu que era portador de Fibromialgia de grau IV, quando o máximo é o grau V. Tenho dúvidas, ou então, é por isso que o médico que me acompanha se mostra muito satisfeito porque estou ,de facto, a controlar-me muito bem. Ele nunca me disse qual era o grau da minha fibromialgia e eu também nunca lho perguntei.
Não sou capaz de definir a Fibromialgia. Apenas a posso descrever pela minha própria experiência, por aquilo que ouvi e pelas poucas coisas que li, alemãs, espanholas, brasileiras e portuguesas.
Tudo já me tinha sido explicado pelo Dr. Sanchez Silva. Comecei a ter outra qualidade de vida, embora as dores não me tenham abandonado de vez.
Trata-se de uma situação dolorosa, generalizada e crónica com manifestações também de fadiga, indisposição e distúrbios no sono. As dores são musculares, tendinosas... e de ligamentos.
Esta doença só foi inscrita na OMS no quadro das doenças reumáticas em 1970. Ainda não se chegou a um consenso sobre a sua origem ou sobre as suas causas e os médicos dividem-se nesta discusssão. Há neurologistas que dizem ser do seu foro, há os reumatologistas que puxam a “brasa para a sua sardinha”, e as especialidades não se entendem.
Em meu entender e, por experiência própria, julgo que esta doença deve ser do foro da neurologia. Não me parece que tenha alguma coisa a ver com os ossos, mas não sou médico.
Talvez os médicos de família devessem estar mais bem infotrmados sobre este assunto para poderem diagnosticar atempadamente a doença uma vez que, actualmente, só o fazem por exclusões, com todos os inconvenientes que isso acarreta para os pacientes.
Os sintomas não são constantes, dependem dos dias, das horas e de tantas coisas que ainda não compreendi plenamente. Sei apenas que quando elas aparecem... eu já me cuido mais e procuro não forçar porque foi isso que o médico mais me recomendou.
Ficar sempre aquém e não querer sequer chegar à fronteira para poder viver com qualidade de vida, pois para já não há tratamento... há controle, mas não há cura...as dores acompanham-nos todos os dias, com maior ou menor intensidade.
Segundo o meu médico, citando fontes de estudo, calcula-se que em Portugal 5% da população sofre desta doença sobretudo as mulheres a partir dos 40 anos, estando em expansão. Já Hipócrates descrevia a dor músculo-esquelético difusa. No século XIX é bastante desenvolvido este estudo, e, no século XX dá-se-lhe o nome de “Fibrotise”, (alterações fribromusculares), até à sua inscrição na OMS, no quadro das doenças reumáticas e aceites por Portugal, com o nome de Fibromialgia.
A fibromialgia não é uma doença de psiquiatria, embora possa causar depressões. Também não é doença do foro psicológico, embora o psicólogo nos possa ajudar no campo comportamental e na aprendizasem em conviver com ela e em a aceitar.. O doente de fibromilagia não tem necessariamente problemas de consciência, falta de paz interior, nem desvios comportamentais, apesar de saber que não tem cura. Tem controle. Não há medicamentos específicos. O tratamento para um, pode não servir para outro, e quando um Fibromiálgico se queixa é porque tem razões para se queixar e mais vale queixar-se do que refugiar-se em si, introveter-se, cair em depressão e perder auto-estima pela vida. Também não é vulgar o fibromiálgico fazer teatro...nem é fácil, se o pretender. Tem sempre a alegria e sente sempre a felicidade de um dia bom, e nem sequer pode, nem consegue fingir o contrário.
É uma doença que o médico de família deve acompanhar, tentando multidisciplinarmente dar qualidade de vida a estes doentes, independentemente do grau da doença em que este se encontrar.
A Fisioterapia só pode ajudar se for minisrada por técnicos que conheçam bem esta doença.
Também o exercício físico espontâneo, ou, personalizado é útil, desde que seja, coordenado por técnicos que conheçam a doença.
Actualmente faço exercício espontâneo sem acompanhamento, em água a 34º /35º. Faço 5 horas diárias, desde que intercaladas, o que não chega a cansar-me, nem a provocar quaisquer dores. Nessa água, sou como “um peixe ”, No entanto,mas ao fim de uns dias, após a “hidroginástica” ainda que a tomar as “droguinhas”, volto ao mesmo, pois nunca as deixei, nem esquecem. A dor lembra!...
A compreensão da família, dos amigos, do seu médico pessoal, das Associações de Doentes, etc...são ajudas importantes porque são testemunhos da verdade e até podem participar na criação ou descoberta de valores que ajudam o doente a dar novos significados para novas situações.
Na “Populorum Progressio” o Papa Paulo VI diz que deve ser uma preocupação constante da humanidade o desenvolvimento espiritual e humano de todos e não só procurar o bem particular. Por isso mesmo aceitei o desafio para escrever estas linhas, para ter ido à Televisão, em 12 de Maio de 2003 para dar o meu testemunho e para fazer parte da Associação de Fibromiálgicos do Porto (AFP). Estou convencido que já aprendi a viver com ela, a gerir este estado de dor. Assim como a fazer parte da Associação de Fibromialgia, no Porto, (AFP).
Segundo o Papa actual, João Paulo II, temos de nos determinar com firmeza e perseverança no empenho pelo bem comum. “Todos somos responsáveis por todos”, à procura do bem comum da sociedade não só no plano individual, como colectivo.
É uma doença crónica. Podemos dizer que quem tem uma doença destas é um deficiente? Eu espero não chegar lá. Quero controlar-me. Estou convencido que já atingi o controle, isto é, a gestão da dor. É uma doença dos fusos musculares que trabalham de uma forma deficiente. Os comandos entre o cérebro e as periferias não funcionam bem, (são os neuro-transmissores). Há dor, noite e dia, em todo o corpo ou em partes. Às vezes, como no meu caso, é mais geral, braços e pernas, dedos das mãos, nos carpos ou dos pés ( nos dedos e nos tarsos) e cabeça, problemas de voz, etc. Às vezes os fibromiálgicos nem podem rir porque têm dores nos músculos da face, o que também provoca um mau funcionamento dos maxilares e a consequente dificuldade em comer. Tudo isto acarreta,como é natural, o mau humor. É triste!
Este doente varia muito de humor durante o mesmo dia. Pode acontecer de tudo.. Sobretudo arrasta consigo um cansaço imenso, logo pela manhã ao acordar. Levanta-se mais cansado do que se deita. É difícil levantar... depois durante a manhã, melhora-se alguma coisa até à hora do almoço; depois à tardinha sobrevem o cansaço. Acontece que as dores são sentidas durante todo o dia, mas não com a mesma intensidade , podem sentirem-se só durante algumas horas ou dias. Vão e vêm. Dependem dos esforços físicos que se façam, alterações de clima, ou de ambientes, de conflito ou situações de responsabilidades acrescidas, preocupações,... etc...e muitas vezes fica-se sem definir a causa da dor...
São poucos os dias plenamente felizes que um fibromiálgico sente.
Por vezes perde-se a capacidade visual e precisa-se de muita luz por causa do cansaço dos músculos oculares, sobretudo quando se conduz, ou até na celebração da missa, em virtude de os músculos fazerem mais esforço - tanto se olha para o livro, como se olha par a assembleia de imediato e esta estende-se por um espaço superior a 6 metros.
Já precisei para ler ou escrever na minha sala de ligar dois candeeiros acesos de 9 lâmpadas cada um e de 40W cada uma delas e ainda mais uma lâmpada de 200W de alogénio. Mesmo assim chegava à exaustão e a deixar de ver. Este comportamento é errado porque nunca se deve insistir quando não se consegue executar unma tarefa. O único remédio era ir descansar. Noutra ocasião surgiu-me o problema da diplopia que me levou a consultar vários especialistas e a fazer alguns exames (TACs) à cabeça,aos ouvidos,à tiróide, e outos mais que nem me lembro. Andei com tonturas e vertigens.
Em 14 de Janeiro de 2002 fui levado ao Hospital porque ao acordar, parecia-me andar tudo à volta e tinha a sensação de estar a cair num poço...fiquei ali, no quarto, à espera que tudo acabasse... insisti e levantei-me, depois de acalmar um pouco. Saí de casa, mas caí ao chegar ao Cartório. No Hospital fui visto por um Otorrino, fiz um TAC cerebral e o Neurologista disse ter sido um episódio de AVC, receitou-me Tecnosal e Sugesteron, para além do Concor que já tomava. Neste momento não tomo Sugesteron.
Às vezes fica-se sem acção e sem sensibilidade nos dedos das mãos e nem com a caneta se copnsegue continuar o trabalho. Isto acontece dia ou noite. Pela manhã é muito difícil abotoar a camisa.Há muita perturbação no sono durante a noite. Dói o corpo.
Durante a noite acordava com dores nos dedos dos pés!...Surgiram dores de pernas que se veio a averiguar nâo estarem relacionadas com problemas vasculares. Tive já há anos problemas intestinais, dores nocturnas, tendo sido dignosticada a existência de pólipos que já tirei por três vezes. Segundo informações a F. faz irritação no cólon, talvez aí estivessem as minhas dores intestinais com que acordava de noite . Habituamo-nos à dor e esta situação, com o tempo é capaz de nos trazer mais problemas.
O corpo dum fibromiálgico é um corpo doente, pode doer tudo ao mesmo tempo ou uma coisa de cada vez...É muito complicado...A morfina é o analgésico mais potente. Com esta droga um canceroso até pode morrer sem dores, mas o mesmo não acontece ao fibromiálgico porque lhe agrava o padecimento. A morfina é incompatível com a fibromialgia. Não há nada que nos possa tirar a dor...Ela só poderá ser atenuada... Isto é mais complicado do que se pensa...
A televisão facilmente põe um fibromiálgico a dormir, mesmo que seja um assunto de muito interesse. É o que me acontece... Falo por experiência própria...Segundo os entendidos isto acontece porque essa doença prejudica a concentração.... As dores surgem em todos os músculos do corpo. Até os músculos anais e rectais. Talvez os músculos ou tecidos suporte das cordas vocais, a base da língua, daí as alterações de voz ou o mau estar que me levou ao Otorrino.
As pernas ficam presas. Há diversos graus de fibromialgia. São 5. Eu devo estar no 2 ou 3, por aquilo que vi numa reunião de fibromiálgicos. O médico não me deu a classificação.
Esta doença é mais frequente nas senhoras: 4 senhoras para 1 homem, outros dizemque é de 10 para um!!!). Normalmente são elas que governam a casa e têm de pensar em muitas coisas ao mesmo tempo: o que comer agora e logo,o que vestir agora e logo para os filhos, para o marido, a precisão de fazer compras para acudir a tudo de casa, para além da vida profissional, se a têm...isto supõe um maior esforço de atenções, de coisas a fazer de imediato e as mais variadas ao ponto de despoletar com nmais facilidade esta doença.
Isto faz-me pensar na história da minha ferritina pois, segundo ouvi aparecem níveis elevados nas mulheres com menopausa. O meu ferro decoberto em 2001 não deve estar a depositar-se no fígado porque com os mesmos valores de ferritina. O meu fígado já apresentou valores hepáticos normais, o que levou o médico, penso eu, a adiar uma hipotética biópsia. Estará a fazer depósito nos tecidos musculares ou nas capas que os envolvem? O investigador nacional neurologista, Dr. Fernando Morgado, já me disse que a causa da F. não é o ferro ou a ferritina, mas estes tóxicos com fibromialgia devem levar o médico a dar mais atenção ao Fígado que é um orgão que pode ser mais fragilizado com o pouco ou mais ferro ou ferritina...
E ataca sobretudo os hiper-activos.Quem trabalha e gosta de trabalhar, quem teima em trabalhar...
Quem pega nas coisas a sério e procura levá-las até ao fim e o mais perfeito possível... o perfeccionista, quem é capaz de fazer tudo mesmo quando todos o abandonam...
Ora tudo isto me fez ter de dormir de braços em cruz ou estendidos ao longo do corpo, assim como as pernas estendidas como se estivesse de pé, para não ter dores musculares. Vivi muito tempo assim porque entretanto ia fazendo exames e os médicos não encontravam nada, nem viam alguma sintomatologia que lhe desse pistas. Foi assim durante todo o ano de 2001.
Querer vestir-me pela manhã, fazer a higiene pessoal, querer pegar numa criança nos braços e não poder, querer ler uma folha de papel A4 do princípio ao fim sem mexer muitas vezes as mãos, os dedos, os braços é difícil. Comigo tudo isso se passou.
Andei iludido com a dor a pensar que era o excesso de ferro desde 11/09/01. Um dia, por minha própria iniciativa, procurei voar mais longe à procura de quem me entendesse...Consegui? Talvez sim, talvez não. Em Janeiro de 2003, sugerido pela minha cunhada fui ao H.P. -à Clínica de dor do Porto e então aí compreendi...alguma coisa na primeira consulta...quase tudo na segunda em que o médico me esteve a explicar que doença era e que sofria de uma doença incurável, mas controlável. Falou do seu historial e deu-me muita coragem porque há quem se suicide por causa dela, mas... como era padre tinha projectos espirituais na vida e via as coisas doutra maneira. Falou durante mais de uma hora sobre o assunto. No entanto, na 3ª consulta ele explicou duma forma muito mais simples, pois apesar de estar a seguir as regras que tinha ordenado eu tinha algumas dores. Explicou-me que era por causa da Primavera. No Outono aconteceria a mesma coisa. Havia que tomar algo mais nestas épocas e acabou por me dizer a propósito dos esforços que fiz um dia para ir almoçar a casa e uma outra vez que tinha deixado de escrever. “Olhe, o senhor está no Purgatório, nunca se esqueça disso, como um diabético...também. Não pode esquecer que é um fibomiálgico... Aquilo que lhe receito serve apenas para atenuar o sofrimento e nada mais. Quando lhe doerem as pernas e o senhor se esforçar pode cair nesse momento no Inferno e depois para sair de lá, nunca mais... assim, como os braços... Se a cabeça doer,descansar. Se os olhos lhe doem faça relaxe e feche-os...Não queira cair no inferno. Eu sei que quer ir para o Céu e há-de ir, mas agora está no Purgatório.“
Não há remédio que cure a fibromialgia: anti-depressivos, miorelaxantes e exercícios de respiração, relaxe, sobretudo dentro de água morna e salgada com todo o corpo imerso à excepção da cabeça que deve estar repousada em travesseira própria.
Procurei tratar-me e agora estou melhor, mas não posso abusar. O simples facto de virar folhas de um livro já cansa a mão e se insistir causa dor no braço e perde-se a sensibilidade nos dedos. O facto de dar a comunhão na missa faz doer o braço. Todo o gesto repetitivo ainda que seja leve traz sempre prejuízos físicos ao fibromiálgico. Estar sentado muito tempo, estar de pé muito tempo, é complicado. Segurar um microfone com uma mão e o braço estendido é só para rebentar com a pessoa. Ouço dizer que uma senhora passa a ferro uma peça de roupa em 3 minutos e descansa meia hora.
O Fibromiálgico não pode bater palmas ritmadas por muito tempo. Por isso deve evitar esforços físicos, forças, ou gestos repetitivos, ou stress mental.
Qualquer gesto repetitivo que envolva os dedos das mãos ou dos pés desencadeia cansaço e dor, com a qual nos vamos esquecendo, mas o pior será chegar à exaustão.
É de facto uma doença grave, incapacitante, progressiva se falharmos nas tais precauções e na falta de controle, isto é aprender a aprender a viver com ela, que me parece ser mais de ordem pessoal. Não basta o conselho do médico, mas é necessária a determinação no doente para mudar costumes de vida.
Há poucos médicos com experiência nesta área. No Porto, poucos são os que a estudam. Esta doença foi reconhecida em 1970 pelos Americanos e registada na OMS no quadro das doenças reumáticas, e pela Saúde em Portugal; embora em Portugal a prática seja diferente. Na América é passível de benefícios especiais como os outros deficientes e podem ser reformados antecipadamente. Em Portugal isso não acontece. Na Espanha está mais desenvolvida pelo lado dos reumatologistas. A Televisão Espanhola em Dezembro mostrou a passagem à reforma, por fibromialgia, de uma pessoa, de Barcelona.
Deve ser o clínico geral ou o médico de família a estar preparado para esta doença, por diagnóstico por exclusão, ou diagnóstico diferencial, conhece melhor o doente e a família...
Há médicos neste país que não acreditam nela. Um escreveu mesmo, sobre um doente, que essa doença não existia!...
O trabalho intelectual sem ser stressado não prejudica, garantiu-me o Dr. Fernando Morgado não a faz progredir, mas é notável a influência desta doença no prejuizo da memória recente. Daí a necessidade de ter alguns cuidados. Também já passei por algumas vergonhas provocadas por lapsos de memória.
Devia ser uma doença para ricos...
Há picos emocionais elevadíssimos: tanto queremos estar sós, como, de repente queremos tudo à volta ou até partir a louça toda.
A maioria das vezes sinto a necessidade de alguém próximo ainda que não faça nada, tenho medo de estar sozinho, parece estar mais seguro. Cristo na hora mais crucial da vida d’Ele “Tomou consigo Pedro, Tiago e João...Ficai aqui e vigiai” ( Mc. 14,33-34). O doente, normalmente, uma visita longa com muito falar até incomoda, mas uma visita longa, em silêncio, sente-se mais forte, parece esquecer a dor... Talvez apostar na presença discreta e silenciosa seja a melhor maneira do doente não se sentir sozinho e não se cansar da presença do outro...
Há déficit de oxigénio... etc... e há demasiados tóxicos... e nunca sabemos como acordamos no dia seguinte.
Normalmente todo o doente gosta de uma informação personalizada e simples facilmente perceptível e suficiente para o momento e para o estado psicológico respeitando sempre, em primero lugar, o seu maior benefício e sempre que seja necessário e aconselhável, preparando progressivamente o paciente.(Ângelo Azenha).
O Fibromiálgico precisa de quem compreenda isto. Para quem não conhece são manias,são hipocondríacos, tolos...doentes mentais...precisam de psiquiatra...e nada mais...
Apetecia fugir e isolar-me. Apareceram as tentações contra a vida... de raiva... de angústia...Tudo incomodava até a presença dos mais amigos.
Nesse ano não fiz férias, não podia ir para lado nenhum. Aceitei o convite do Pe. Miguel para ir passar 8 dias a Paris, mas deitava-me cedo e levantava-me tarde. Sempre com sofrimento porque o Miguel não conhecia tão bem Paris, como eu julgava...
É bom viver-se com alguma qualidade de vida, para se viver satisfeito mesmo que o trabalho não seja tão rentável como antes, mas torna a pessoa feliz, sentindo prazer no pouco que faz,dar-lhe -á força para vencer algumas dificuldades, humildade suficiente para confessar as nossas limitações, paciência bastante para fazer algo e solidariedade para ver o bem dos outros e levar-nos a fazer o que estiver ao nosso alcance e eliminar em nós todo o temor em relação ao futuro. ( Segundo “os requesitos para o ser humano”, de Goethe ).
É “azar”?! É a nossa classificação humana quando se trata de algum mal porque se fosse um bem diríamos logo que tinha sido uma sorte. Tudo nesta vida pode ser sorte ou azar, depende da leitura de cada um, isto é, da maneira como cada um aceita e vive a situação que enfrenta. Aquilo que pode ser azar, pode ser um um bem e aquilo que é uma sorte pode ser um “azar” em que de modo algum eu sou capaz de acreditar.
A Fibromialgia tem de ser aceite como qualquer outra doença qualquer. Não acredito que seja castigo de Deus. Nesse Deus castigador, justiceiro, vingativo... não acredito. Acredito, sim, num Deus que nos deu o dom mais precioso da nossa vida que é o dom da plena liberdade e, mesmo quando a utizamos mal, continua a amar-nos e a dar-nos graças para podermos reconquistar a saúde e a liberdade, desenvolver uma vida de qualidade que Deus quer para todos sem excepção e, para isso, nos criou à sua imagem e semelhança..Então teríamos de sentar Deus no banco dos réus. Mas quem lê o livro de Job, “o grande intérprete da dor humana” do Antigo Testamento, segundo Arnaldo Pangrazzi, vê os problemas de outro modo . Ele, Job, abençoado por Deus viu-se de um dia para o outro no meio de muitas tragédias, no meio de muitas desgraças que o fez ficar perturbado e a sofrer a maior das angústias. Acusa Deus , mas chega à conclusão que ele é que está errado e, por isso, disse: “Eu retrato-me e arrependo-me,sobre o pó e a cinza” (Job,42,6). Apesar de tudo, vendo desmoronar-se todas as coisas que tinha feito e realizado na vida, professa a sua fé em Deus, mesmo contra os seus solidários amigos que afinal até o acusam e o tornam culpado de todos os males, mas também lhes reage às suas acusações, dizendo: “Até quando continuareis vós a afligir-me e a magoar-me com as vossas palavras?”(Job 19,2).
Esta experiência de Job, mais ou menos, dum modo ou de outro, repetiram-se ao longo dos séculos e continua, hoje, a repetir-se com cada um de nós, quando interiormente vivemos dores ou sofrimentos que não esperávamos...
Afinal a minhas dores de infância, as minhas rebeldias de criança irrequieta, o meu nervosismo, o meu caminho sempre sujeito a picos de dor, talvez fosse a dor crónica que de que me vou referir a seguir.
Pelo modo como o Dr. Sanchez Silva tratou e explicou o assunto, então não fiquei com dúvidas,mas...
Será, não será? Eis a questão!
Amigos meus convidaram-me a ir a um neurologista alemão, e eu lá fui. Fui atendido pelo Professor Dr. S. Mhor no Hospital: johanna-etienne-Kankenhaus (Corunum), da cidade de Neuss. Chegou à conclusão de que era fibromiálgico, mas não concordava com a medicação que estava a tomar. Escreveu uma carta para o meu médico português, mas este não aceitou a mudança do tratamento uma vez que me prejudicaria imenso a próstata, dada a minha idade.
Os mesmos amigos levaram-me a um outro neuroligista especializado,na India, em medecinas orientais e em acumpuntura, Dr.Bernnard Kling. Fez-me também o seu exame e chegou à mesma conclusão. Disse que, por vezes, tem tido bons resultados com a acumpuntura, mas seria necessário estar lá um mês, e teria de continuar a tomar drogas naturais toda a vida. Não tem cura total.
Um amigo espanhol levou-me a um famoso reumatologista espanhol , o Dr.Ceferino Barbozan Alvarez. Depois de me examinar, disse-me que era fibromiálgico e que se me sentia bem com a medicação que estava a tomar que não havia razão para fazer alterações aos medicamentos. Quando lhe pedi, mais tarde, via fax, um relatório médico para apresentar a uma Junta médica, ele escreveu que era portador de Fibromialgia de grau IV, quando o máximo é o grau V. Tenho dúvidas, ou então, é por isso que o médico que me acompanha se mostra muito satisfeito porque estou ,de facto, a controlar-me muito bem. Ele nunca me disse qual era o grau da minha fibromialgia e eu também nunca lho perguntei.
Não sou capaz de definir a Fibromialgia. Apenas a posso descrever pela minha própria experiência, por aquilo que ouvi e pelas poucas coisas que li, alemãs, espanholas, brasileiras e portuguesas.
Tudo já me tinha sido explicado pelo Dr. Sanchez Silva. Comecei a ter outra qualidade de vida, embora as dores não me tenham abandonado de vez.
Trata-se de uma situação dolorosa, generalizada e crónica com manifestações também de fadiga, indisposição e distúrbios no sono. As dores são musculares, tendinosas... e de ligamentos.
Esta doença só foi inscrita na OMS no quadro das doenças reumáticas em 1970. Ainda não se chegou a um consenso sobre a sua origem ou sobre as suas causas e os médicos dividem-se nesta discusssão. Há neurologistas que dizem ser do seu foro, há os reumatologistas que puxam a “brasa para a sua sardinha”, e as especialidades não se entendem.
Em meu entender e, por experiência própria, julgo que esta doença deve ser do foro da neurologia. Não me parece que tenha alguma coisa a ver com os ossos, mas não sou médico.
Talvez os médicos de família devessem estar mais bem infotrmados sobre este assunto para poderem diagnosticar atempadamente a doença uma vez que, actualmente, só o fazem por exclusões, com todos os inconvenientes que isso acarreta para os pacientes.
Os sintomas não são constantes, dependem dos dias, das horas e de tantas coisas que ainda não compreendi plenamente. Sei apenas que quando elas aparecem... eu já me cuido mais e procuro não forçar porque foi isso que o médico mais me recomendou.
Ficar sempre aquém e não querer sequer chegar à fronteira para poder viver com qualidade de vida, pois para já não há tratamento... há controle, mas não há cura...as dores acompanham-nos todos os dias, com maior ou menor intensidade.
Segundo o meu médico, citando fontes de estudo, calcula-se que em Portugal 5% da população sofre desta doença sobretudo as mulheres a partir dos 40 anos, estando em expansão. Já Hipócrates descrevia a dor músculo-esquelético difusa. No século XIX é bastante desenvolvido este estudo, e, no século XX dá-se-lhe o nome de “Fibrotise”, (alterações fribromusculares), até à sua inscrição na OMS, no quadro das doenças reumáticas e aceites por Portugal, com o nome de Fibromialgia.
A fibromialgia não é uma doença de psiquiatria, embora possa causar depressões. Também não é doença do foro psicológico, embora o psicólogo nos possa ajudar no campo comportamental e na aprendizasem em conviver com ela e em a aceitar.. O doente de fibromilagia não tem necessariamente problemas de consciência, falta de paz interior, nem desvios comportamentais, apesar de saber que não tem cura. Tem controle. Não há medicamentos específicos. O tratamento para um, pode não servir para outro, e quando um Fibromiálgico se queixa é porque tem razões para se queixar e mais vale queixar-se do que refugiar-se em si, introveter-se, cair em depressão e perder auto-estima pela vida. Também não é vulgar o fibromiálgico fazer teatro...nem é fácil, se o pretender. Tem sempre a alegria e sente sempre a felicidade de um dia bom, e nem sequer pode, nem consegue fingir o contrário.
É uma doença que o médico de família deve acompanhar, tentando multidisciplinarmente dar qualidade de vida a estes doentes, independentemente do grau da doença em que este se encontrar.
A Fisioterapia só pode ajudar se for minisrada por técnicos que conheçam bem esta doença.
Também o exercício físico espontâneo, ou, personalizado é útil, desde que seja, coordenado por técnicos que conheçam a doença.
Actualmente faço exercício espontâneo sem acompanhamento, em água a 34º /35º. Faço 5 horas diárias, desde que intercaladas, o que não chega a cansar-me, nem a provocar quaisquer dores. Nessa água, sou como “um peixe ”, No entanto,mas ao fim de uns dias, após a “hidroginástica” ainda que a tomar as “droguinhas”, volto ao mesmo, pois nunca as deixei, nem esquecem. A dor lembra!...
A compreensão da família, dos amigos, do seu médico pessoal, das Associações de Doentes, etc...são ajudas importantes porque são testemunhos da verdade e até podem participar na criação ou descoberta de valores que ajudam o doente a dar novos significados para novas situações.
Na “Populorum Progressio” o Papa Paulo VI diz que deve ser uma preocupação constante da humanidade o desenvolvimento espiritual e humano de todos e não só procurar o bem particular. Por isso mesmo aceitei o desafio para escrever estas linhas, para ter ido à Televisão, em 12 de Maio de 2003 para dar o meu testemunho e para fazer parte da Associação de Fibromiálgicos do Porto (AFP). Estou convencido que já aprendi a viver com ela, a gerir este estado de dor. Assim como a fazer parte da Associação de Fibromialgia, no Porto, (AFP).
Segundo o Papa actual, João Paulo II, temos de nos determinar com firmeza e perseverança no empenho pelo bem comum. “Todos somos responsáveis por todos”, à procura do bem comum da sociedade não só no plano individual, como colectivo.
É uma doença crónica. Podemos dizer que quem tem uma doença destas é um deficiente? Eu espero não chegar lá. Quero controlar-me. Estou convencido que já atingi o controle, isto é, a gestão da dor. É uma doença dos fusos musculares que trabalham de uma forma deficiente. Os comandos entre o cérebro e as periferias não funcionam bem, (são os neuro-transmissores). Há dor, noite e dia, em todo o corpo ou em partes. Às vezes, como no meu caso, é mais geral, braços e pernas, dedos das mãos, nos carpos ou dos pés ( nos dedos e nos tarsos) e cabeça, problemas de voz, etc. Às vezes os fibromiálgicos nem podem rir porque têm dores nos músculos da face, o que também provoca um mau funcionamento dos maxilares e a consequente dificuldade em comer. Tudo isto acarreta,como é natural, o mau humor. É triste!
Este doente varia muito de humor durante o mesmo dia. Pode acontecer de tudo.. Sobretudo arrasta consigo um cansaço imenso, logo pela manhã ao acordar. Levanta-se mais cansado do que se deita. É difícil levantar... depois durante a manhã, melhora-se alguma coisa até à hora do almoço; depois à tardinha sobrevem o cansaço. Acontece que as dores são sentidas durante todo o dia, mas não com a mesma intensidade , podem sentirem-se só durante algumas horas ou dias. Vão e vêm. Dependem dos esforços físicos que se façam, alterações de clima, ou de ambientes, de conflito ou situações de responsabilidades acrescidas, preocupações,... etc...e muitas vezes fica-se sem definir a causa da dor...
São poucos os dias plenamente felizes que um fibromiálgico sente.
Por vezes perde-se a capacidade visual e precisa-se de muita luz por causa do cansaço dos músculos oculares, sobretudo quando se conduz, ou até na celebração da missa, em virtude de os músculos fazerem mais esforço - tanto se olha para o livro, como se olha par a assembleia de imediato e esta estende-se por um espaço superior a 6 metros.
Já precisei para ler ou escrever na minha sala de ligar dois candeeiros acesos de 9 lâmpadas cada um e de 40W cada uma delas e ainda mais uma lâmpada de 200W de alogénio. Mesmo assim chegava à exaustão e a deixar de ver. Este comportamento é errado porque nunca se deve insistir quando não se consegue executar unma tarefa. O único remédio era ir descansar. Noutra ocasião surgiu-me o problema da diplopia que me levou a consultar vários especialistas e a fazer alguns exames (TACs) à cabeça,aos ouvidos,à tiróide, e outos mais que nem me lembro. Andei com tonturas e vertigens.
Em 14 de Janeiro de 2002 fui levado ao Hospital porque ao acordar, parecia-me andar tudo à volta e tinha a sensação de estar a cair num poço...fiquei ali, no quarto, à espera que tudo acabasse... insisti e levantei-me, depois de acalmar um pouco. Saí de casa, mas caí ao chegar ao Cartório. No Hospital fui visto por um Otorrino, fiz um TAC cerebral e o Neurologista disse ter sido um episódio de AVC, receitou-me Tecnosal e Sugesteron, para além do Concor que já tomava. Neste momento não tomo Sugesteron.
Às vezes fica-se sem acção e sem sensibilidade nos dedos das mãos e nem com a caneta se copnsegue continuar o trabalho. Isto acontece dia ou noite. Pela manhã é muito difícil abotoar a camisa.Há muita perturbação no sono durante a noite. Dói o corpo.
Durante a noite acordava com dores nos dedos dos pés!...Surgiram dores de pernas que se veio a averiguar nâo estarem relacionadas com problemas vasculares. Tive já há anos problemas intestinais, dores nocturnas, tendo sido dignosticada a existência de pólipos que já tirei por três vezes. Segundo informações a F. faz irritação no cólon, talvez aí estivessem as minhas dores intestinais com que acordava de noite . Habituamo-nos à dor e esta situação, com o tempo é capaz de nos trazer mais problemas.
O corpo dum fibromiálgico é um corpo doente, pode doer tudo ao mesmo tempo ou uma coisa de cada vez...É muito complicado...A morfina é o analgésico mais potente. Com esta droga um canceroso até pode morrer sem dores, mas o mesmo não acontece ao fibromiálgico porque lhe agrava o padecimento. A morfina é incompatível com a fibromialgia. Não há nada que nos possa tirar a dor...Ela só poderá ser atenuada... Isto é mais complicado do que se pensa...
A televisão facilmente põe um fibromiálgico a dormir, mesmo que seja um assunto de muito interesse. É o que me acontece... Falo por experiência própria...Segundo os entendidos isto acontece porque essa doença prejudica a concentração.... As dores surgem em todos os músculos do corpo. Até os músculos anais e rectais. Talvez os músculos ou tecidos suporte das cordas vocais, a base da língua, daí as alterações de voz ou o mau estar que me levou ao Otorrino.
As pernas ficam presas. Há diversos graus de fibromialgia. São 5. Eu devo estar no 2 ou 3, por aquilo que vi numa reunião de fibromiálgicos. O médico não me deu a classificação.
Esta doença é mais frequente nas senhoras: 4 senhoras para 1 homem, outros dizemque é de 10 para um!!!). Normalmente são elas que governam a casa e têm de pensar em muitas coisas ao mesmo tempo: o que comer agora e logo,o que vestir agora e logo para os filhos, para o marido, a precisão de fazer compras para acudir a tudo de casa, para além da vida profissional, se a têm...isto supõe um maior esforço de atenções, de coisas a fazer de imediato e as mais variadas ao ponto de despoletar com nmais facilidade esta doença.
Isto faz-me pensar na história da minha ferritina pois, segundo ouvi aparecem níveis elevados nas mulheres com menopausa. O meu ferro decoberto em 2001 não deve estar a depositar-se no fígado porque com os mesmos valores de ferritina. O meu fígado já apresentou valores hepáticos normais, o que levou o médico, penso eu, a adiar uma hipotética biópsia. Estará a fazer depósito nos tecidos musculares ou nas capas que os envolvem? O investigador nacional neurologista, Dr. Fernando Morgado, já me disse que a causa da F. não é o ferro ou a ferritina, mas estes tóxicos com fibromialgia devem levar o médico a dar mais atenção ao Fígado que é um orgão que pode ser mais fragilizado com o pouco ou mais ferro ou ferritina...
E ataca sobretudo os hiper-activos.Quem trabalha e gosta de trabalhar, quem teima em trabalhar...
Quem pega nas coisas a sério e procura levá-las até ao fim e o mais perfeito possível... o perfeccionista, quem é capaz de fazer tudo mesmo quando todos o abandonam...
Ora tudo isto me fez ter de dormir de braços em cruz ou estendidos ao longo do corpo, assim como as pernas estendidas como se estivesse de pé, para não ter dores musculares. Vivi muito tempo assim porque entretanto ia fazendo exames e os médicos não encontravam nada, nem viam alguma sintomatologia que lhe desse pistas. Foi assim durante todo o ano de 2001.
Querer vestir-me pela manhã, fazer a higiene pessoal, querer pegar numa criança nos braços e não poder, querer ler uma folha de papel A4 do princípio ao fim sem mexer muitas vezes as mãos, os dedos, os braços é difícil. Comigo tudo isso se passou.
Andei iludido com a dor a pensar que era o excesso de ferro desde 11/09/01. Um dia, por minha própria iniciativa, procurei voar mais longe à procura de quem me entendesse...Consegui? Talvez sim, talvez não. Em Janeiro de 2003, sugerido pela minha cunhada fui ao H.P. -à Clínica de dor do Porto e então aí compreendi...alguma coisa na primeira consulta...quase tudo na segunda em que o médico me esteve a explicar que doença era e que sofria de uma doença incurável, mas controlável. Falou do seu historial e deu-me muita coragem porque há quem se suicide por causa dela, mas... como era padre tinha projectos espirituais na vida e via as coisas doutra maneira. Falou durante mais de uma hora sobre o assunto. No entanto, na 3ª consulta ele explicou duma forma muito mais simples, pois apesar de estar a seguir as regras que tinha ordenado eu tinha algumas dores. Explicou-me que era por causa da Primavera. No Outono aconteceria a mesma coisa. Havia que tomar algo mais nestas épocas e acabou por me dizer a propósito dos esforços que fiz um dia para ir almoçar a casa e uma outra vez que tinha deixado de escrever. “Olhe, o senhor está no Purgatório, nunca se esqueça disso, como um diabético...também. Não pode esquecer que é um fibomiálgico... Aquilo que lhe receito serve apenas para atenuar o sofrimento e nada mais. Quando lhe doerem as pernas e o senhor se esforçar pode cair nesse momento no Inferno e depois para sair de lá, nunca mais... assim, como os braços... Se a cabeça doer,descansar. Se os olhos lhe doem faça relaxe e feche-os...Não queira cair no inferno. Eu sei que quer ir para o Céu e há-de ir, mas agora está no Purgatório.“
Não há remédio que cure a fibromialgia: anti-depressivos, miorelaxantes e exercícios de respiração, relaxe, sobretudo dentro de água morna e salgada com todo o corpo imerso à excepção da cabeça que deve estar repousada em travesseira própria.
Procurei tratar-me e agora estou melhor, mas não posso abusar. O simples facto de virar folhas de um livro já cansa a mão e se insistir causa dor no braço e perde-se a sensibilidade nos dedos. O facto de dar a comunhão na missa faz doer o braço. Todo o gesto repetitivo ainda que seja leve traz sempre prejuízos físicos ao fibromiálgico. Estar sentado muito tempo, estar de pé muito tempo, é complicado. Segurar um microfone com uma mão e o braço estendido é só para rebentar com a pessoa. Ouço dizer que uma senhora passa a ferro uma peça de roupa em 3 minutos e descansa meia hora.
O Fibromiálgico não pode bater palmas ritmadas por muito tempo. Por isso deve evitar esforços físicos, forças, ou gestos repetitivos, ou stress mental.
Qualquer gesto repetitivo que envolva os dedos das mãos ou dos pés desencadeia cansaço e dor, com a qual nos vamos esquecendo, mas o pior será chegar à exaustão.
É de facto uma doença grave, incapacitante, progressiva se falharmos nas tais precauções e na falta de controle, isto é aprender a aprender a viver com ela, que me parece ser mais de ordem pessoal. Não basta o conselho do médico, mas é necessária a determinação no doente para mudar costumes de vida.
Há poucos médicos com experiência nesta área. No Porto, poucos são os que a estudam. Esta doença foi reconhecida em 1970 pelos Americanos e registada na OMS no quadro das doenças reumáticas, e pela Saúde em Portugal; embora em Portugal a prática seja diferente. Na América é passível de benefícios especiais como os outros deficientes e podem ser reformados antecipadamente. Em Portugal isso não acontece. Na Espanha está mais desenvolvida pelo lado dos reumatologistas. A Televisão Espanhola em Dezembro mostrou a passagem à reforma, por fibromialgia, de uma pessoa, de Barcelona.
Deve ser o clínico geral ou o médico de família a estar preparado para esta doença, por diagnóstico por exclusão, ou diagnóstico diferencial, conhece melhor o doente e a família...
Há médicos neste país que não acreditam nela. Um escreveu mesmo, sobre um doente, que essa doença não existia!...
O trabalho intelectual sem ser stressado não prejudica, garantiu-me o Dr. Fernando Morgado não a faz progredir, mas é notável a influência desta doença no prejuizo da memória recente. Daí a necessidade de ter alguns cuidados. Também já passei por algumas vergonhas provocadas por lapsos de memória.
Devia ser uma doença para ricos...
Há picos emocionais elevadíssimos: tanto queremos estar sós, como, de repente queremos tudo à volta ou até partir a louça toda.
A maioria das vezes sinto a necessidade de alguém próximo ainda que não faça nada, tenho medo de estar sozinho, parece estar mais seguro. Cristo na hora mais crucial da vida d’Ele “Tomou consigo Pedro, Tiago e João...Ficai aqui e vigiai” ( Mc. 14,33-34). O doente, normalmente, uma visita longa com muito falar até incomoda, mas uma visita longa, em silêncio, sente-se mais forte, parece esquecer a dor... Talvez apostar na presença discreta e silenciosa seja a melhor maneira do doente não se sentir sozinho e não se cansar da presença do outro...
Há déficit de oxigénio... etc... e há demasiados tóxicos... e nunca sabemos como acordamos no dia seguinte.
Normalmente todo o doente gosta de uma informação personalizada e simples facilmente perceptível e suficiente para o momento e para o estado psicológico respeitando sempre, em primero lugar, o seu maior benefício e sempre que seja necessário e aconselhável, preparando progressivamente o paciente.(Ângelo Azenha).
O Fibromiálgico precisa de quem compreenda isto. Para quem não conhece são manias,são hipocondríacos, tolos...doentes mentais...precisam de psiquiatra...e nada mais...
Apetecia fugir e isolar-me. Apareceram as tentações contra a vida... de raiva... de angústia...Tudo incomodava até a presença dos mais amigos.
Nesse ano não fiz férias, não podia ir para lado nenhum. Aceitei o convite do Pe. Miguel para ir passar 8 dias a Paris, mas deitava-me cedo e levantava-me tarde. Sempre com sofrimento porque o Miguel não conhecia tão bem Paris, como eu julgava...
É bom viver-se com alguma qualidade de vida, para se viver satisfeito mesmo que o trabalho não seja tão rentável como antes, mas torna a pessoa feliz, sentindo prazer no pouco que faz,dar-lhe -á força para vencer algumas dificuldades, humildade suficiente para confessar as nossas limitações, paciência bastante para fazer algo e solidariedade para ver o bem dos outros e levar-nos a fazer o que estiver ao nosso alcance e eliminar em nós todo o temor em relação ao futuro. ( Segundo “os requesitos para o ser humano”, de Goethe ).
É “azar”?! É a nossa classificação humana quando se trata de algum mal porque se fosse um bem diríamos logo que tinha sido uma sorte. Tudo nesta vida pode ser sorte ou azar, depende da leitura de cada um, isto é, da maneira como cada um aceita e vive a situação que enfrenta. Aquilo que pode ser azar, pode ser um um bem e aquilo que é uma sorte pode ser um “azar” em que de modo algum eu sou capaz de acreditar.
A Fibromialgia tem de ser aceite como qualquer outra doença qualquer. Não acredito que seja castigo de Deus. Nesse Deus castigador, justiceiro, vingativo... não acredito. Acredito, sim, num Deus que nos deu o dom mais precioso da nossa vida que é o dom da plena liberdade e, mesmo quando a utizamos mal, continua a amar-nos e a dar-nos graças para podermos reconquistar a saúde e a liberdade, desenvolver uma vida de qualidade que Deus quer para todos sem excepção e, para isso, nos criou à sua imagem e semelhança..Então teríamos de sentar Deus no banco dos réus. Mas quem lê o livro de Job, “o grande intérprete da dor humana” do Antigo Testamento, segundo Arnaldo Pangrazzi, vê os problemas de outro modo . Ele, Job, abençoado por Deus viu-se de um dia para o outro no meio de muitas tragédias, no meio de muitas desgraças que o fez ficar perturbado e a sofrer a maior das angústias. Acusa Deus , mas chega à conclusão que ele é que está errado e, por isso, disse: “Eu retrato-me e arrependo-me,sobre o pó e a cinza” (Job,42,6). Apesar de tudo, vendo desmoronar-se todas as coisas que tinha feito e realizado na vida, professa a sua fé em Deus, mesmo contra os seus solidários amigos que afinal até o acusam e o tornam culpado de todos os males, mas também lhes reage às suas acusações, dizendo: “Até quando continuareis vós a afligir-me e a magoar-me com as vossas palavras?”(Job 19,2).
Esta experiência de Job, mais ou menos, dum modo ou de outro, repetiram-se ao longo dos séculos e continua, hoje, a repetir-se com cada um de nós, quando interiormente vivemos dores ou sofrimentos que não esperávamos...
Afinal a minhas dores de infância, as minhas rebeldias de criança irrequieta, o meu nervosismo, o meu caminho sempre sujeito a picos de dor, talvez fosse a dor crónica que de que me vou referir a seguir.
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