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sábado, 11 de julho de 2009

A Saúde um bem a não perder

A Saúde um bem a não perder

O cuidado com o nosso corpo supõe o cuidado com o outro, “animus” corpo pensante e “anima” sopro de vida, alma. O cuidado com o nosso corpo supõe o cuidado com o corpo dos outros. Nós somos seres de relação e o “eu” não existe sem o “tu”. Diz Leonardo Boff que o “tu é o parteiro do eu”.



(quando Tinha 5 anos)


Este tu não é uma coisa qualquer, mas concretamente o outro com um rosto que faz com que não sejamos indiferentes. Qualquer rosto é capaz de nos obrigar a tomar uma posição porque nos diz algo, fala, interpela, provoca, evoca ou convoca e, de um modo particular, o rosto dos excluídos, dos pobres, dos oprimidos, dos sofredores...
Quando se fala do cuidado com o corpo, normalmente, fala-se do corpo e da alma, da matéria e do espírito, caso contrário o corpo seria uma parte do ser humano e não a sua totalidade. Fala-se do homem-corpo, homem-alma, para designar a totalidade do homem.









De facto o nosso corpo deixa transparecer a fragilidade humana. A vida corporal é mortal, por isso, quando somos concebidos começamos a envelhecer de uma forma evolutiva. Ganhamos energias, vimos a este mundo e continuamos a evoluir em energias até que, perdendo-as, vamos morrendo, lentamente, até acabarmos um dia.
Ganhamos corpo e espírito (sopro de vida) . O corpo vamos perdê-lo e o seu envelhecimento começa logo que nasce. Ele vai ser apenas um habitat da alma que será eterna - nunca morrerá, nem passará por ela o envelhecimento. Na morte, segundo a nossa fé cristã, dá-se o pleno nascimento do ser humano, quando chegamos à ressurreição que “é muito mais que a reanimação do cadáver, mas a concretização das virtudes presentes ao longo da vida terrena”. Aliás os Apóstolos sempre pregaram que, pela Cruz, Cristo nos deu a possibilidade de sermos novas criaturas como o “ Adão novíssimo” segundo S. Paulo aos Coríntios, na sua primeira carta, capítulo 15,versículo 45. É por isso que não vivemos para morrer, mas vivemos para ressuscitar, isto é para viver mais e melhor. Deixamos, na morte, para trás de nós, um cadáver que se degradará e transformar-se-á em pó, em cinza, em terra...e talvez só permaneça a memória das nossas virtudes ou dos nossos fracassos, pelo menos no coração daqueles que nos amaram ou nos acompanharam nas sendas desta vida terrena e mortal, enquanto no céu poderemos gozar a felicidade que na terra tanto desejávamos e pela qual tanto trabalhámos, mas, segundo o Espírito de Deus. Deus é Amor, o nosso maior e eterno amigo.
Neste tempo de liberdade, onde todos procuram saciar os prazeres até ao absoluto, não faltam vozes, nem sistemas de competetividade que geram egoísmo, a começar logo nas ascolas, o pior mal da nossa sociedade contemporânea empreendendo manipulações das consciências . Tudo isto gera conflitos emocionais tão grandes que o “não” ou o ”sim” éticos se relativizam ao ponto de ficarem para trás os valores positivos, objectivos, claros “e do respeito pela opinião dos outros”de respeito pelo tu.
A Assembleia Episcopal Portuguesa determinou que se celebrasse uma semana da vida, em cada ano, sendo marcado este ano, entre 16 a 23 de Maio. De facto conquistou-se o direito à vida, mas continua a ser uma farsa, sobretudo, no que diz respeito ao seu início e ao seu termo.
A vida é um dom de Deus. O respeito por ela deve ser tido em conta na cultura, o respeito por ela, em quaisquer circunstâncias.
No entanto, pode, quem for são ficar doente. A doença significa uma agressão, um dano à totalidade da existência, experiências sempre desagradáveis porque ameaçam a integridade do indivíduo,seja qual for a sua perspectiva (Cassel-1982). Quando me dói um músculo, um ligamento, um tendão qualquer, todo o corpo sofre, não é só isso que dói, mas sou eu que sofro. Se sofro, procuro a saúde, reintegrando-me numa vida sã, tanto a nível pessoal, como social. Há que reforçar a saúde para que ela cure a doença. É uma tarefa. Pode ser difícil, mas devemos fazer o que está ao nosso alcance.
Cuidar do corpo implica cuidar da vida que o anima, e das relações que passam por uma qualidade de vida satisfatória como pela higiene, pela alimentação, pelo ar que respirámos, pela forma como vestimos, ou pela maneira como nos apresentamos aos outros, ou organizamos as nossas coisas e nos colocamos num determinado espaço ecológico, material e, espiritualmente, falando.
Cuidar do nosso corpo significa estarmos preparados para sermos criativos na vida dos compromissos, dos trabalhos e também dos encontros, nas crises existenciais, sucessos ou fracassos, saúde ou sofrimento. Aprender a lidar com a dor e a ser feliz com o que se tem. Se assim o fizermos seremos cada vez mais pessoas amadurecidas, mais autónomas, sábias, plenamente livres e humanamente mais equilibradas.
Cuidar do corpo é, portanto, cuidar da alma porque a desarmonia consigo mesmo, com o outro ou com a própria natureza pode ser fonte que afecta o desequilíbrio físico – psíquico – espiritual do ser humano, isto é, também produzem doenças.
A cura acontece quando se restabelece o equilíbrio humano e se... “o pecado corresponde à doença, a graça... corresponde à cura”.
Cuidar da nossa saúde significa manter a nossa visão integral, buscando o equilíbrio sempre por construir entre o corpo, a mente e o espírito; convocar o médico para o corpo e o sacerdote para o espírito para trabalharem juntos, visando a totalidade do ser humano e, se for o caso, o psicólogo para a mente. Se o espírito estiver bem esclarecido não precisará do psicólogo para a mente, a não ser que haja desvios comportamentais graves... e tão anormais que exijam algo mais que a intervenção do padre e do médico.
Diz José Ribeiro Nunes que o sofrimento nos leva a reflectir sobre o modo como estamos a viver a nossa vida, a nossa identidade, os nossos valores; desafia a nossa humanidade, dando-nos oportunidade de descobrir e construir novos significados.
Muitos males de hoje vêm do abandono de valores espirituais que se perderam e, por isso, há mais gente hoje a recorrer aos psiquiatras, aos psicólogos, aos artistas da feitiçaria ou similares. Aqueles que não vivem uma fé esclarecida e coerente, então, refugiam-se nas seitas, quer de origem cristã, quer de origem em religiões orientais...
Estamos na civilização da competição, do ter, a começar nas escolas, com a competição do sistema educativo actual; e como disse, um dia Frei Bento Domingues o maior mal dos portugueses é o egoísmo.Estou com ele, e é por isso que há pouca relação com o “Tu” porque este egoísmo leva a afastar o outro e não a aproximá-lo.
Cuidar de nós mesmos sem egoísmos e vaidades exageradas, é estar atento ao outro que temos como o “Tu”, com quem convivemos, e nos temos de respeitar e amar, ainda que isso nos traga a necessidade de renunciar a muitas coisas que também eram boas para nós...
Se assim fizermos garantimos uma qualidade de vida superior com a saúde que Deus nos permite numa Vida que Ele nos deu como um Dom.
A prevenção da doença, ou da dor, está em cada um de nós, quando saímos do nosso egoísmo e olharmos os outros que, à nossa volta, também sofrem. Interessa pois valorizar, dia a dia, a nossa caminhada, e dar as mãos ao outro, ao tu, que precisa de mim para percorrermos todos o caminho certo ao encontro do objectivo final.

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