AVISO

Meus caros Leitores,

Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

A partir de agora poderão encontrar-me em:

http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com

Obrigado

sábado, 11 de julho de 2009

Trabalhar com fibromialgia

Trabalhar com Fibromialgia

O trabalho é uma vocação inerente ao ser humano, é participação na obra criadora de Deus, é realização humana na dignidade e efectiva solidariedade com os outros. Não pode ser negado o trabalho seja a quem for, não podemos excluir ninguém ainda que não possa ser rentável como desejaríamos ou faria falta, mas pode até adaptar-se a outro trabalho sem mestre, sem patrão, sem superiores, sem horas...sem justificações, ou pelo menos, com a compreesão que um fibromiálgico não é certo, não pela sua personalidade ou pelo seu carácter, que, entretanto, é capaz de ficar abalado, por não poder naquela hora, naquele momento corresponder e cumprir os seus deveres...Negar o trabalho, é negar um princípio básico da ética social, mas ia também contra o próprio homem, imagem de Deus. (Cf João Paulo II, in Antropologia e ética, de Francisco Madero).Portanto não é difícil trabalhar com fibromialgia, desde que o trabalho não tenha horas marcadas, não crie stress, não tenha patrões ou superiores para exigir justificações que não são fáceis dar, poucos as compreendem até porque esta doença não se mede pelas aparências.
Às vezes fazem o doente mais doente porque não são entendidos por quem deviam ser, como os superiores ou os colegas que pensam ser uma doença mental...É preciso ter sempre muita coragem e paciência para fazer compreender aos mais exigentes...
E esta doença acontece geralmente em pessoas que não são capazes de serem simuladoras, piegas ou fazerem “teatro”. Normalmente em pessoas que amam e gostam de trabalhar. Acontece mais nas pessoas hiper-activas do que nas outras. Naquelas que gostam e sentem prazer em trabalhar e mostrar trabalho.Contou-me um dia o meu médico o seguinte: “ um senhor que gostava de cavalos foi à feira com a ideia de comprar um cavalo. Chegou à feira e entre os muitos que estavam em exposição, tinha um que muito lhe agradou pelo perfil, parecia-lhe um cavalo bonito, jeitoso, de boa raça e perguntou ao dono: - Quanto custa? - Custa tanto.
-Olhe, ele trabalha bem?...
-Oh! Se não trabalha!... É tão inteligente que parece um ser humano. Faz tudo o que o patrão quer. Trabalha uma maravilha.
E lá fizeram o negócio. Entregou o cavalo, recebeu o dinheiro e depois de ter recebido o dinheiro disse-lhe: “olhe que leva um rico cavalo, é bom, trabalha bem, vai gostar muito, mas... não puxe muito por ele porque, se o fizer, é capaz de ficar sem cavalo...”
O Homem tem sempre um lugar importante, por isso, na doutrina da Igreja porque esta crê nele , pensa nele e a ele se dirige.(Cf.Laborem Exercens”).
O Fibromiálgico contra aquilo que se possa pensar não pode parar. Chegar à invalidez não é difícil. Para o evitar só deve fazer o que gosta, no dia a dia, sem criar grandes projectos.


Pelo menos não deve fazer nada por imposição. Tem de sentir em cada momento prazer no que está a fazer. Nesta doença o doente tem de ser o mais livre dos mortais, isto é, deve ter um trabalho livre para ir e vir, para ir e voltar, para trabalhar ou deixar o trabalho. Normalmente estas pessoas têm sempre boa vontade e com gande ímpeto para o trabalho, mas algo que não desejava lhe sobrevém tão depressa, como uma vareja que depressa entra na cozinha e põe os ovos quando a gente menos esperava...
Cada dia, o seu dia, e o seu projecto!...Ninguém nos pode exigir mais. O Fibromiálgico tem naturalmente necessidade de dizer não, muitas vezes àquilo que gostava e os outros, embora possam não compreender, nada mais têm que dizer, nem julgar mal. Ninguém tem de ser tão livre como um doente portador da fibromialgia. É ele que se tem de controlar quanto a fazer ou não uma determinada acção. Nada mais!...
No dia 1 de Maio, apesar dum programa muito cheio, levantei-me sem despertador. Nesse dia tive às 9.30H. a tomada de posse do CPP dada por D. José Augusto; às 10.00H. a oração de Laudes presidida pelo Bispo para iniciar a Santa Missão Católica, às 12.00H. um Baptizado, às 16 Horas, no Porto, o casamento da minha sobrinha e afilhada e, às 21,30H., um espectáculo no Sá de Miranda, levado a efeito pelos Lyons Clubes de Viana do Castelo, a favor do Berço. Não será necessário dizer que só as drogas, o SOS, me manteve de pé. A seguir veio uma factura mais pesada, mais dores das quais me libertei com os execícios em Lobios- Espanha.
Evitar os conflitos de qualquer ordem... e lutar por uma qualidade de vida suficiente para que os problemas económicos também não atrapalhem muito...
Daí que me pareça esta doença ser mais difícil de conviver com a pobreza... essa basta a si própria... mas, miséria com dores e sofrimento... é muito!
O fibromiálgico não deve usar despertador para acordar. Deve acordar segundo o seu bio-ritmo. O relógio no pulso deve ser olhado poucas vezes, apenas para controlar as horas de alguns compromissos e das refeições... Eu prefiro esquecer...o relógio ou compromisso...porque isso me traz mais calmo...O contrário cansa...
Não há que correr muito, mas fazer tudo a compasso de “lesma” (?!) porque tudo se paga caro depois... no dia seguinte...
É preciso ter em mente que o mundo não acaba amanhã, mas que há-de acabar apenas quando Deus quiser... e o que ficar por fazer, fica para os outros.
Já tive mais ansiedade e fui mais criativo. A minha cabeça trazia-me um manacial de ideias tão boas e, como hiper-activo, não gostava de perder nada e só ficava satisfeito com tudo feito... e de imediato. Há já uns anos disse a meu irmão que gostaria de arranjar um remédio que me impedisse o meu cérebro de ter tanta força criativa...
No entanto, hoje já não acontece assim, porque trabalho de outro modo e também tomo os remédios prescritos pelo médico que me ajudam a controlar o meu ímpeto, a minha força mental que me fazia levar tudo à minha frente.
Estou contente.


trabalhar brincando...


Tenho dores aqui e ali, quando calha, sem horas e dias marcados, mas sei que é para mim e se dói há que parar.
Trabalho forçado, nunca. Conflitos! cuidado...sejam interiores,sejam exteriores, isto é, sejam de natureza interna e pessoal, sejam de natureza externa e colectiva, como no caso de não ser compreendido ou ser afastado pelos patrões, superiores, ou pelos colegas e até os amigos que tínhamos!...
Não basta recorrer ao padre, ao confessor, também é necessário recorrer ao médico do corpo que vai prescrever terapêutica para ajudar a recuperar energias orgânicas que, entretanto, se perderam e as quais têm de ser recuperadas para o equilibrio do nosso organismo corpo e alma.
O trabalho deve ser feito sempre com alegria, sinal que a pessoa está a sentir-se realizada e feliz, mas não exagerar no esforço que ele implica... Vamos ter sempre presente que o trabalho nos dará felicidade quando pudermos trabalhar... e o repouso também nos dará satisfação quando faz falta para voltarmos a fazer algo...
Pelo facto de termos esta doença não podemos ser objecto de exclusão, embora se compreenda que uma empresa produtiva, com fins lucrativos, não pode sozinha sustentar a falta de rentabilidade do nosso trabalho, mas aí estão as Instuições estatais para suprir e colaborar porque um doente de fibromialgia também não deve parar, se ainda vai a tempo de se controlar.
Nunca podemos esquecer que faz parte da essência do Homem o trabalho, pois só deste modo se cumprirão os imperativos do livro do Génesis: crescei, multiplicai-vos, enchei a terra e dominai-a.
O Homem tem consciência disso, mas é uma grande virtude saber parar quando faz falta. Se os outros não nos entenderem, nós não temos culpa e devemos ser humildes para aceitar a ignorância. Ainda maior será a nossa virtude, esperar que os outros possam compreender as nossas limitações...
É preciso vencermo-nos a nós mesmos, mas isso acontecerá quando, na hora oportuna, soubermos dizer Sim, se for de dizer Sim, e dizer Não quando for de dizer Não. Aí está a verdade e dignidade de cada um de nós. “Só assim é possivel dar sentido à vida e torná-la feliz.” (Nunes dos Santos).
Não sei se servirá para os outros, para mim dá resultado, penso eu. Não uso álcool desde 2001. A minha comida normal é arroz, salada e peixe, uso muita fruta, cereais, vegetais e mel. A nossa base da nossa alimentação deve ser o peixe, mas evitar o excesso do bacalhau, evitar o álcool, usar uma alimentação mais leve e à base de fibras,cereais, à noite se, para além da Fibromialgia, há tendências à obstipação. Não quer dizer que não se possa comer carne, por exemplo, faço isso aos domingos, mas deve ser evitada a carne de cabrito.
Evitar o stress e quando houver dor, não forçar. Nessa altura parar, descansar, ou também mudar de trabalho.
Não marcar muitas actividades para o mesmo dia, ou pelo menos, não as assumir quando são os outros que marcam. Se for possível cumpre-se, se não for já se está justificado.
Quando estamos bons, a mudança de um peneu dum carro, a camino do trabalho pela manhã, pode ser, por si só, o suficiente para ficarmos avariados para todo o dia, cansados, com falta de forças nas pernas e com dores nos braços, situações acompanhadas de depressão. O suficiente para faltar ao trabalhar...Assim como o modo como acordamos pela manhã pode determinar o dia que vamos ter pela frente...

Sem comentários: