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domingo, 1 de janeiro de 2023

Eu não sou o que dizem e sou o que não dizem


Eu sou o que não dizem e não sou o que dizem…

Quando alguns dizem que sou bom, estão, talvez, enganados porque Bom só Deus. Procuro ser pessoa e sacerdote de Deus, mas ninguém pode esquecer a minha frágil humanidade. Não há ninguém que seja só simpático a não ser o Pai do Céu. Todos temos algo de simpatia e algo de antipatia e, sobretudo quando somos vistos por aqueles que nos conhecem bem e andam connosco e longe de nós só apregoam os nossos defeitos e nada das nossas virtudes. muito vulgar: sempre prontos a apontar o dedo para o que é negativo e não para o que é positivo. É por isso que as notícias más chegam sempre mais depressa do que as boas  Já dizia Nicht no seu livro Ecce Homo: “Terminada a parte afirmativa de meu objetivo, surgia agora a meta negativa, quer na palavra, quer na ação: a inversão de todos os valores que tiveram curso e vez nesse período, a guerra suprema, a evocação de um dia decisivo”.

Daí que dizem, mas se alguma coisa for boa é porque Deus quis e permitiu que pudesse deixar passar por mim a acção de Deus, não por meu merecimento próprio. Peçamos ao Senhor que nos faça compreender a lei do amor. Que bom é termos esta lei! Como nos faz bem, apesar de tudo amarmo-nos uns aos outros! Sim, apesar de tudo! A cada um de nós é dirigida a exortação de Paulo: «Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem» (Rm 12, 21). E ainda: «não nos cansemos de fazer o bem» (Gal 6, 9). Todos nós provamos simpatias e antipatias, e talvez neste momento estejamos chateados com alguém. Pelo menos digamos ao Senhor: «Senhor, estou chateado com este, com aquela. Peço-Vos por ele e por ela». Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo passo rumo ao amor, e é um acto de evangelização. Façamo-lo hoje mesmo. Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno! Encontramos no nº 101 da G. et Spes.

Como nós nos enganamos, sobretudo, quando queremos ser juízes dos outros?  Se, pelo contrário, dizem que sou mau, acredito, mas continua a minha condição humana, apesar de consagrado. É vulgar isto acontecer também porque estamos sempre mais prontos a apontar os defeitos dos outros do que o olhar para os nossos próprios erros que, porventura, quantas vezes são muito maiores… Por isso, quando o sentido de Deus começa a escassear na vida do mundo, também o respeito para com o outro, o sentido do homem fica ameaçado e adulterado, como afirma de maneira lapidar o Concílio Vaticano II: « Sem o Criador, a criatura não subsiste. (...) Antes, se se esquece de Deus, a própria criatura se obscurece».  O homem deixa de conseguir sentir-se como «misteriosamente outro » face às diversas criaturas terrenas; considera-se apenas como um de tantos seres vivos, como um organismo que, no máximo, atingiu um estado muito elevado de perfeição. Nº 22 da  EV. VITAE, de Bento XVI.

É por isso que, às vezes, valem pouco as homenagens. É tudo muito relativo, pois a degradação do conceito que tínhamos dos valores caem por terra e começam a não ser interessantes para muita gente a leitura de “várias obras religiosas, filosóficas e psicanalíticas, nomeadamente, o Livro do Génesis, que explica a criação do homem e consequente expulsão do Paraíso ou queda, logo, o início da sua degradação, a ética aristotélica e kantiana, o conceito freudiano do “eu” em O Ego e o Id 12 , a noção junguiana de “arquétipo”. Por exemplo, a consideração do 11 Cf. Carlos Reis, “Personagem e condição humana”, disponível  in .12 Cf.  Sigmund Freud, O Ego e o Id [1969], trad. de José Abreu, Imago, Rio de Janeiro,1997. O discípulo de Freud de que o ser humano pode reprimir um dos seus lados da sua personalidade é importantíssima para a nossa tese, como se demonstra nesta passagem de O Homem e Seus Símbolos que nos mostra que “não é apenas o lado da "sombra'' de nossas personalidades que dissimulamos, desprezamos e reprimimos. Podemos fazer o mesmo com nossas qualidades positivas.” 13 da Tese de Cláudia Bichinho.

Portanto, meus amigos, acreditem que o que digo na primeira pessoa “Eu sou o que não dizem e não sou o que o dizem…” podia-o escrever no plural porque quem nos conhece bem é Deus Justo e Misericordioso e não são os outros.