AVISO

Meus caros Leitores,

Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

A partir de agora poderão encontrar-me em:

http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com

Obrigado

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

“Os paninhos do Senhor”

Alguns registos fotográficas do que encontrei à mão.

“Os paninhos do Senhor”
Assim ouvi uma pessoa de quase 100 anos chamar aos panos que servem no altar onde se celebram as missas. Por quê?
Tudo o que está próximo do sagrado, objectos, paramentos: como casulas, estolas, albas e os mais pequenos panos como sanguíneos, corporais, palas, manutérgios, paninho que cobre as galhetas, a toalha do altar, o paninho que cobre o purificador, nem toda a gente poderia, nos meus tempos de criança, pegar nisso ainda que fosse para os lavar. Era o padre, ou alguém de especiais virtudes em quem o padre delegasse.
Ainda hoje há pessoas de idade que, com devoção, acham que devem ser elas a lavar “os paninhos do Senhor”, julgando-se mais dignas.
De facto não só é preciso certo respeito, mas ainda saber como lidar com esses objectos e paninhos, sempre de linho, a não ser que não o haja. Naquele tempo o linho era a peça mais rica. O corpo de Cristo antes de descer ao túmulo foi envolvido num lençol de linho da época, o santo sudário, agora exposto em Turim. Ainda hoje, há pessoas de idade que guardam lençóis de linho que preparam e alguns trabalhados com muito gosto e avisam a família, este lençol é para quando eu morrer amortalhar o meu corpo, aquele é para o meu marido e ficam mais estes ainda...
O corporal é como se fosse uma segunda toalha, mais pequena, quadrada, que se abre e se estende no centro do altar, onde se colocam o cálice, a patena, o sanguinho e a pala sobre a patena ou sobre o cálice para que os insectos não entrem lá dentro chamados pelo aroma do vinho que vai ser consagrado.
Este corporal tem três regras para o dobrar e para desdobrar. Assim é quadrado aberto e quadrado fica depois de dobrado. Para dobrar é dividido em 3 partes: a parte externa dobra para a esquerda e a esquerda externa dobra-se para a direita ficando as três partes reduzidas a um pano dobrado. Divide-se novamente em três sobre a altura e a parte de baixo dobra sobre a parte central e a parte de cima dobra-se para a parte central, ficando assim dobrado em forma quadrada.




















O sanguíneo é rectangular e tem este nome porque será aquele que limpará o interior do cálice onde o pão e o vinho que foram consagrados, transubstanciando-se em corpo e sangue de Cristo.
Este pano é dobrado em 3 partes iguais, sobre o seu cumprimento, que deve cobrir pelo menos a boca da copa do cálice e passam de um lado para o outro caindo dos por dois lados da copa. Estará pousado sobre o corporal quando não tiver de exercer as suas funções do lado direito, dobrado em duas partes sobre o comprido, à mão do sacerdote, no corporal.
A pala é quadrada devia ser sempre engomada, como antigamente era. Também o corporal e as dobragens ficavam bem vincadas.
O purificador é chamado a um paninho pequeno que se coloca sobre o Purificador, objecto com água que se põe ao lado direito do sacrário que contém água para purificar os dedos, ou deitar algum resto de partícula ou pó de partícula ou algum bocado tão pequeno que agarrado à polpa do dedo só na água será desfeito. O paninho servirá ainda para limpar os dedos.
O Manutérgio é a toalha das mãos, às vezes plissada, para a cerimónia do lava-mãos depois do ofertório quando o acólito se aproxima com água com uma pequena caneca na mão e, na outra uma bacia pequena e o pano (manutérgio) dependurado num dos antebraços.
Existe ainda o paninho que cobre as galhetas para evitar que o aroma do vinho que vai para altar não atraia mosquitos, ou caia lixo .
A pessoa zelosa e briosa que tratasse destes panos juntava-os todos num lugar próprio, mas fazia um saquinho com alfazema, entre outros.

sábado, 25 de janeiro de 2020

A Felicidade

A Felicidade
Outro dia li num jornal dos nossos órgãos de comunicação social que um sacerdote deixou de exercer o seu ministério e agora casado vive a felicidade.
Ora a felicidade vem de casar ou deixar de casar? Há tanta gente solteira por opção homens e mulheres que são tão felizes como os que se encontram bem casados.
Há os que fazem opção pelo celibato e são tão ou mais felizes que muitos casados.
A Felicidade não está no ter, mas no ser. E o ser tem de ser estável, duradouro com satisfação, equilíbrio físico e psíquico. É um estar bem consigo mesmo e com os outros. É Amar e Amar é estar ao serviço dos que mais precisam e dos que menos precisam. Este Amor é abrangente e faz transformar os sofrimentos e as inquietudes em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até há alegria forte, intensa vivida com júbilo. A Felicidade é um bem-estar espiritual, a paz interior…
Não há nada que faça feliz a humanidade porque a felicidade é um caminho para lá chegar. A felicidade, a humanidade só a encontrará quando a nossa natureza chegar ao limite da sua vida neste mundo para continuar no Além, na vida do Eterno, do Absoluto, do Transcendente, do Criador…
Só é feliz quem encontrar a alegria na alegria dos outros ou fizer feliz alguém que sofre. A alegria de fazer o bem, é o grande e único caminho para a felicidade verdadeira quando a sentirmos com o coração de um Deus feito Homem.
Cada dia que passa é um caminho de felicidade, é uma vida inteira. Cada passo que damos nunca será inútil se temos a certeza que agimos à procura da mesma, isto é, do Amor. A Felicidade não é do que “temos nos bolsos”, mas do que temos no coração, nas nossas cabeças tenham mais ou menos cabelos a cobri-la.
Não creio que a felicidade dependa só do casamento, mas depende do que está no nosso cérebro adulto e maduro porque senão pode ser um fogo-de-vistas.
Caso contrário, somos mais desperdícios da nossa vida egoísta, individualista, materialista e que foge à realidade, ao suficiente e perdemos a felicidade, este sentimento simples que o deixamos perder sem nos apercebermos. Só depois, se tivermos a desilusão de uma felicidade mal vivida porque não nos entregarmos com amor e gratidão pelo dom que dia a dia nos é dado não é dado por Deus.
Voltando ao que me levou a escrever este arrazoado de coisas, de princípios pelos quais, eu penso, que a felicidade tem que passar. Não podemos dizer que por mudança de estado de vida se é feliz. Feliz é aquele que sabe sentir-se bem com o pouco ou o muito, gozando muito pouco que temos e dizer Bom-dia em cada nova manhã.
Ouve-se dizer que é bom rir e passar tempo a rir para a vida; não é porque o rir venha trazer por si a felicidade, mas é porque a alegria com mais ou menos riso é um caminho para a felicidade.
Às vezes a gente procura uma coisa longe quando ela está nas nossas mãos.
Para Mahatma Gandhi a Alegria está na luta, no sofrimento envolvido, mais que na vitória propriamente dita.
Mas como é que alguém reconhece a alegria se nunca passou pela tristeza?
Está a Felicidade naquilo que é o Amor que faz comunhão com o respeito, solidariedade, partilha, compromisso, compreensão, tolerância, liberdade, perdão e seriedade para com o outro e, ou com os outros.
Seja feliz de modo a que não precise de mudar de rotina pelo que os outros o pressionam, mas simplesmente vive de acordo com o seu modo de viver.
A minha alegria é fazer feliz quem se encontra triste, ou sofrendo com quem sofre; habituamo-nos a “arrumar os nossos cabelos: porque não o coração? – Fazemos todos os dias…
O Segredo da nossa felicidade não está em procurar “as borboletas mas cuidar do jardim para que as borboletas venham” até nós, como dizem os brasileiros.
Provará, por si, porque todos os conselhos podem falhar, mas a verdadeira e autêntica felicidade, sempre com um objectivo muito claro, encontrará a felicidade fazendo cada dia o bem que deve, para, sentindo o dever cumprido se sinta em cada dia alegre e feliz.
Não esqueça que a Felicidade é algo que tem de fazer, servir algo que precisa e algo que esperar como dizia Aristóteles.
Isto é, ser cristão. Se a felicidade de um amigo nos deleita, enriquecemos. Não nos vai tirar nada, caso contrário, essa amizade não existe, é falsa, e se, aos olhos dos homens podemos enganar os outros, não enganaremos aos olhos de Deus Pai.

A. Coutinho

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

DIÁLOGO ECUMÉNICO 2020

DIÁLOGO ECUMÉNICO
2020
ELES DEMONSTRARAM UMA BENEVOLÊNCIA FORA DO COMUM
(Cf. Actus 28,2)

O Reino de Deus, revelado pelo Verbo Encarnado, iniciou uma nova marcha da história e fez maravilhas no coração dos homens abertos à humanidade, à esperança, à fraternidade, à paz, à espiritualidade e à salvação.
O ecumunismo é uma grande preocupação da Igreja Católica, e outras Igrejas, tendo o Concílio Vaticano II proclamado doutrina através da declaração “Nostra Aetate” e o decreto “Unitatis Redintegratio”.
MARCAS DO MOVIMENTO ECUMÉNICO
Os documentos para a Unidade dos Cristãos – 2020 foram preparados em conjunto pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristão e Constituição do Conselho Mundial das Igrejas.
As comunidades cristãs de Malta tiveram um grande relevo no roteiro documental.
Malta, uma ilha do Mar Mediterrâneo recebeu a fé cristã pelos esforços do apóstolo Paulo, após o naufrágio onde esteve envolvido quando viajava para Roma.
O apóstolo Paulo e os seus companheiros foram recebidos pelos habitantes de malta com grande benevolência.
A fé crista está profundamente enraizada na cultura dos habitantes de Malta e da Ilha do Gozo.
O ecumenismo não é uma nova experiência para a população local. O fato de estar situada no cruzamento de civilizações, religiões, comercio e migração, tornou o povo de Malta sempre aberto a outros e marcadamente hospitaleiro.
A ampla variedade de igrejas cristas criou ai, de fato, um vibrante cenário ecuménico.
Na constituição Gaudium et Spes , do Vaticano II lemos: “E o que fica dito vale não só para os cristãos, mas para todos os homens de boa vontade em cujos corações a graça opera ocultamente”.
Por movimento ecuménico entendem-se as atividades e iniciativas que são suscitadas e ordenadas, no sentido de fomentar a unidade dos cristãos.
Sublinha-se a necessidade de diálogo fecundo e sincero, reconhecendo a diversidade com estima, respeito e concórdia.
De acordo com o documento do “Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos”, em 2017 comemorou-se o 500 aniversário do evento em que foram tornas públicas as 95 teses de Martinho Lutero, no longínquo ano de 1517.
Refere o texto do “Pontifício Conselho” que a “Comissão Luterana- Católica Romana sobre a Unidade que depois de extensas, e às vezes difíceis discussões, as Igrejas na Alemanha concordaram que o caminho para comemorar ecumenicamente essa Reforma devia ser uma Christusfest – uma Celebração de Cristo. Se a ênfase fosse colocada em Jesus Cristo e seu trabalho de reconciliação como sempre da fé Cristã, então todos os parceiros ecuménicos da EKD (Igreja Evangélica Alemanha Católicos Romanos, Ortodoxos, Batistas, Metodistas, Menonitas e outros) poderiam participar das festividades desse aniversário.
A Comissão Luterana- Católica, sobre a Unidade tem trabalhado com afinco para produzir uma compreensão partilhada dessa comemoração.
HÁ UM SÓ DEUS
“ Há um só Deus e Pai de Todos”… (Ef.4,6)”
O Reino de Deus é muito grande e diversos são os caminhos…
“ Há um só Corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança;
um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, que age por todos e permanece em todos”. (Ef. 4,4-6)
“Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles” (Mat.-18,20)
Somos caminheiros da verdade da beleza e da bondade, e encontramos referências e luzes e escutamos vozes e sons da eternidade que levam à harmonia existencial, à verdadeira estrutura antropológica.
SOMOS A FAMÍLIA DE DEUS…
Ecoa no nosso íntimo a oração de Jesus:
“ Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim”. (Jo.17,20-23)
Temos um só Pastor - DEUS FEITO HOMEM… JESUS CRISTO…
“Nele se alegra o nosso coração e em seu santo nome confiamos”. (Sl.33,21)
No evangelista S. João lemos: “Todos os que o pai me dá virão a mim; e quem vier a mim eu não os rejeitarei.”.(Jo.6,37)
“Não há diferença entre judeu ou grego… pois todos temos o mesmo Senhor, rico para todos que invocam. Todo aquele que invocar o Senhor será Salvo. (Rm. 10,12)
“De facto, num só Espirito, fomos todos batizados para formar um só corpo, judeus, gregos escravos ou libres e todos bebemos de um só espírito” (1ªCor.12,13)
“Todos vós sóis um em Cristo Jesus. (Gal. 2,7)
“A vontade divina é unir os filhos de Deus dispersos para que todos tenham a vida plena e vigorosa e nenhum se perca”. (Jo.10,10)
Precisamos de aprofundar o património bíblico, teológico, litúrgico e espiritual com o conhecimento recíproco, com a conversão do coração e com a oração, no respeito da alteridade e da identidade das diversas Igrejas.
“Eu sou o Bom Pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me” (Jo 10,14-16); … haverá um só rebanho e um só pastor.
“Não haverá paz entre as nações sem a paz entre as religiões.
“Não haverá paz entre as religiões sem o diálogo entre as religiões. Não haverá diálogo entre as religiões se não se investigam os fundamentos das religiões.”
Assim sublinha o teólogo Hans Kung, perito no Concílio Vaticano II e criador da Fundação para a Ética Mundial (1995).
O acolhimento é hoje um grande sinal de misericórdia, onde a proximidade e a compaixão desenvolvem o espírito de unidade.
Acolhemos a todos…
DIÁLOGO E ANÚNCIO
De acordo com o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, através do documento “Diálogo e Anúncio”, de 1991, aponta-se as diversas formas de diálogo. Antes de mais temos o diálogo de vida, o diálogo de obras, o diálogo de intercâmbios teológicos e de experiências religiosas.
No que se refere ao dialogo de obras, entende-se o que se estabelece quando pessoas de diferentes tradições religiosas se unem para realizar iniciativas sociais e humanitárias.
Há necessidade de fomentar a cultura do dialogo e da comunhão.
O dialogo é sempre uma viagem fraterna e um caminhar em conjunto em direção à verdade.
Temos necessidade de desenvolver a cultura da misericórdia e da ternura.
A ideia principal da Igreja católica com o dialogo ecuménico e inter-religoso é o de encontrar na pessoa humana um amigo, um irmão, que transporta consigo os seus valores e suas propostas para o mundo.
Embora haja discordâncias, sem duvida, existem valores em comum. “A. M.”
O importante documento, Do Conflito à Comunhão, reconheceu que ambas as tradições abordassem esse aniversário numa era ecuménica, após conquistas de 50 anos de diálogo e com novas compreensões da sua própria história e teologia.
O DOM E O CHAMAMENTO DE DEUS SÃO IRREVOGÁVEIS…
Deixemos as diferenças com Deus…Ele une...
A espiritualidade une a todos os que tem fé em Deus Pai.
O dom e o chamamento de Deus são irrevogáveis…
“A consciência é o núcleo mais secreto do homem, o santuário onde ele está a sós com Deus, cuja voz ressoa no seu íntimo“.
“É necessária a escuta da palavra profética, estando atentos ás alegrias, ás esperanças, ás tristezas e ás angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem”.(G.S.)
“As diretrizes para as soluções da humanidade requerem uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza”. (Laudato Si) “Reconheço, na verdade que Deus não faz aceção de pessoas”.(At.10,34).
“O diálogo autêntico entre as diferentes confeções religiosas tornam-se fundamentais para resolver conflitos que abalam a paz entre os povos”. (Papa Francisco, 10.1.2017)
“Muitos cristãos de diversas igrejas trabalham juntos ao serviço da uma humanidade necessitada, na defesa da vida e da sua dignidade, da criação e contra as injustiças”
MUDANÇA SOCIAL
Recebemos informações referentes à situação da humanidade, da casa comum em que habitamos. Há indicadores que perturbam a convivência criando situações difíceis em varias partes do nosso planeta.
Assim: a escravatura, a violência, a fome, o trafico de seres humanos, o racismo, a exploração de mulheres, os refugiados, os emigrantes, os migrantes, o casamento forçado, a mutilação genital, a falta de educação, a ignorância, o desprezo pelos valores humanos, aqueles que vivem sem trabalho, sem teto, sem terra, a falta elementar da água, para além de outras sombras negras em varias partes do mundo.
As Igrejas desempenham ações fundamentais para o bem estar da humanidade.
A PALAVRA DO PROFETA ISAIAS
“Eu sou o Senhor, e não há outro, fora de mim não há Deus; para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro, eu sou o Senhor, e não há outro. Pois não há outro Deus se não Eu; Deus justo e salvador não há outro além de mim. Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra, porque eu sou Deus e não há outro”. (Is 45.5a,6; 21b, 22)
Somos caminheiros da bondade, beleza e da misericórdia, e por vezes encontramos luzes e referências , bem como ouvimos vozes e sons de eternidade que contribuem para a verdadeira estrutura antropológica.
José Rodrigues Lima

domingo, 19 de janeiro de 2020

Matança do porco

Matança do porco


Este tempo já passou, mas no interior é possível encontrar este modo de matar os suínos para para alimento anual da família.
Quando era criança e jovem adulto ainda se criavam 2,3 ou mais porcos para alimento da família. A matança era para todos no mesmo dia e no meio de festa que começava com o mata-bicho, o cálice de bagaço...Tudo obedecia a um ritual próprio no dia e nos imediatos próximos.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

O Amor se faz com vocação, humildade mútua, criativo, entrega no Amor…


O Amor se faz com vocação, humildade mútua, criativo, entrega no Amor…
Quando os meus pais casaram em 15 de Agosto de 1945 com promessa mútua de amor eterno, em frente ao Altar, pensaram, naturalmente, em serem pais e nesse amor conjugal eu e mais os meus dois irmãos fomos concebidos a compasso. O primeiro a ser concebido fui eu e e nasci de facto em 7 de janeiro de 1947, às 17.30H de terça-feira, dia nublado, em casa no meio de pais contentes e avós contentes a contagiar festa em toda a família.É, ainda hoje, motivo de festa no coração dos familiares e amigos.
Naquela altura em quinze dias deviam ser baptizados os bebés. Assim aconteceu, sem esgotar o tempo dos 15 dias, fui baptizado no dia 12 de janeiro, foi logo no Domingo seguinte, dia de festa litúrgica do baptismo do Senhor.
Foi assim que Cristo vive em mim e eu n’Ele. No baptismo fui imergido n’Ele. “ O verbo grego «batizar» significa «imergir». O banho com a água é um rito comum em várias crenças para exprimir a passagem de uma condição para outra, sinal de purificação para um novo começo.
Mas para nós, cristãos, não deve passar despercebido que, se é o corpo a ser imergido na água, é a alma que é imersa em Cristo para receber o perdão do pecado e resplandecer de luz divina”. Papa Francisco, in Audiência Gerai, em 11 de abril de 2018.
A fé não se compra como disse o Papa Francisco, em 18 de Abril de 2018. Cada dia é necessário pedir “Senhor, concede-me o dom da fé” , obrigado pela fé que me deste. “Que eu tenha fé, é uma bela oração disse, no mesmo dia, o Papa Francisco. Senhor, aumenta a minha fé. Não será também uma boa oração.
Quando somos baptizados o que os pais pedem é o dom da fé que é dom de Deus imediato para o bebé, como um adulto que hoje se baptiza, mas são os pais que têm de alimentar este dom até à idade adulta. Depois somos nós que assumindo a fé, temos de dar testemunho da mesma. Vejo muitas vezes pessoas que foram baptizadas, dizem que ter fé, mas não dão nada por ela.
Este nascimento para a fé no dia do Baptismo é o aniversário que é celebrado em muitos países. Bem como ainda há quem celebre o dia do Santo do seu nome. Não se celebra festivamente o dia do nascimento para o mundo.
O meu nome é Artur para dar continuidade ao nome do padrinho.
Embora esta preocupação tenha acabado é pré-anúncio da degradação da família. A família ser valor relativo e pouco importante.
Ora eu celebro com a família este ano o aniversário do meu nascimento do baptismo. Também foi no dia do baptismo da minha irmã, quando eu tinha a caminho dos 6 anos que disse: “Eu quero ser padre”.
E, entre muitos percalços, quando adulto, o meu discernimento verificou que era chamado a ser padre para servir os outros entregando-me à Igreja e mais nada.
Esta foto recorda os meus padrinhos com um dos meus sobrinhos ou bis-sobrinhos? Não recordo.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Igreja de Nossa Senhora de Fátima


   Igreja de Nossa Senhora de Fátima
Esta senhora passou pelo cartório e visitar-me. Tem 89 anos e disse que aos 18 anos andou aqui a limpar "lismo" para se poder usar esta Igreja que não tinha condições nenhumas. É a senhora Maria de Fátima Almeida Fernandes, viúva de José da Cunha Martins. Morava , na altura aqui na Bandeira. Entretanto casou e foi para a África do Sul, onde tem filhos e netos. Já me conhecia e visitava-me...
Manifestou saudades...

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A Máscara

                               A Máscara
Vai com 18 meses que ando com uma máscara na cara. Não queria ficar conhecido pelo padre mascarado, porque nunca o fez e sou padre realizado, feliz e o senhor me perdoe, pois até tenho algum orgulho. Depois de olhar para os meus 5 anos e para o que foi o meu tempo de criança antes do seminário, da minha adolescência, juventude e trabalho sacerdotal 6 anos na Serra d`Arga e a caminho dos 42 anos nesta paróquia de Nossa Senhora de Fátima, só tenho de louvar a Deus. Primeiro porque me chamou e segundo porque entreguei-me à igreja e aos paroquianos que os meus bispos me destinaram. Muito, mas muito mais trabalho fiz, embora sempre pós nos meus actos e espírito que me conduz na vida de homem, cristão e sacerdote.
Ninguém me poderá apontar o dedo, como alguma máscara a vida de padre. Diz-se que todos temos telhados de vidro e eu também não posso fugir à regra e sob o meu carácter de homem e de sacerdote, tenho fragilidades; sou de barro e, às vezes como diz S. Paulo faço o que não quero, não o que queria! (Rom. 7,19).
Esta fragilidade existente em cada um de nós é bastante e por mais que queiramos aperfeiçoar na nossa vida, parece que algo nos atraiçoa. Esta traição só pode ser o diabo do mal, todos o devemos pôr de lado e ao longe porque no ascetismo que fazemos que mais tentados somos a cair na tentação e nos torna, mais imperfeitos..
É a fragilidade do ser humano, mas o importante é lutar em cada dia. Ao acordar para um novo dia e ao “morrer” de um dia que passou que devemos ter presente o nosso exame de consciência para correcções e fugir à rotina da vida em retiro para nos dar força espiritual a vencer a fragilidade do barro que parte e fica sempre, mesmo que remendado, nunca ficará como a peça de barro conforme foi construída. Fica sempre sentido e notório que alguma vez partiu.
Não sou padre mascarado e as máscaras que trago assim foi recomendado por motivos da minha saúde que , desde 2013 começou e com abalo forte em 2018 pela terceira vez reapareceu sem hipótese de cirurgia.
Possivelmente, terei de ter os mesmos cuidados por mais algum tempo, ainda que o “bichinho” não desaparecerá, mas que poderei fazer vida normal.
Sou padre. Não sou falso e amo do mesmo modo a Deus e aos outros de um modo particular a quem sofre ou passa fome.Vai com 18 meses que ando com uma máscara na cara. Não queria ficar conhecido pelo padre mascarado, porque nunca o fez e sou padre realizado, feliz e o senhor me perdoe, pois até tenho algum orgulho. Depois de olhar para os meus 5 anos e para o que foi o meu tempo de criança antes do seminário, da minha adolescência, juventude e trabalho sacerdotal 6 anos na Serra d`Arga e a caminho dos 42 anos nesta paróquia de Nossa Senhora de Fátima, só tenho de louvar a Deus. Primeiro porque me chamou e segundo porque entreguei-me à igreja e aos paroquianos que os meus bispos me destinaram. Muito, mas muito mais trabalho fiz, embora sempre pós nos meus actos e espírito que me conduz na vida de homem, cristão e sacerdote.
Ninguém me poderá apontar o dedo, como alguma máscara a vida de padre. Diz-se que todos temos telhados de vidro e eu também não posso fugir à regra e sob o meu carácter de homem e de sacerdote, tenho fragilidades; sou de barro e, às vezes como diz S. Paulo faço o que não quero, não o que queria! (Rom. 7,19).
Esta fragilidade existente em cada um de nós é bastante e por mais que queiramos aperfeiçoar na nossa vida, parece que algo nos atraiçoa. Esta traição só pode ser o diabo do mal, todos o devemos pôr de lado e ao longe porque no ascetismo que fazemos que mais tentados somos a cair na tentação e nos torna, mais imperfeitos..
É a fragilidade do ser humano, mas o importante é lutar em cada dia. Ao acordar para um novo dia e ao “morrer” de um dia que passou que devemos ter presente o nosso exame de consciência para correcções e fugir à rotina da vida em retiro para nos dar força espiritual a vencer a fragilidade do barro que parte e fica sempre, mesmo que remendado, nunca ficará como a peça de barro conforme foi construída. Fica sempre sentido e notório que alguma vez partiu.

Não sou padre mascarado e as máscaras que trago assim foi recomendado por motivos da minha saúde que , desde 2013 começou e com abalo forte em 2018 pela terceira vez reapareceu sem hipótese de cirurgia.
Possivelmente, terei de ter os mesmos cuidados por mais algum tempo, ainda que o “bichinho” não desaparecerá, mas que poderei fazer vida normal.
Sou padre. Não sou falso e amo do mesmo modo a Deus e aos outros de um modo particular a quem sofre ou passa fome.