Este trabalho foi o resultado de um estudo escolar com o alunos de Religião e Moral
AO JEITO DE INTRODUÇÃO
A água é um suporte simbólico de grande importância em todas as cerimónias populares, dado o seu papel materno na génese da vida. Qualquer rito que utilize a água evoca o contacto com a mãe, em vista de um novo renascimento ou regeneração... No entanto esta água só é considerada «viva» quando brota da terra. A água das chuvas é considerada impura, existe uma relação muito forte, muito íntima entre água e terra, «tijolos» na construção da vida.
O prestígio das águas vindas de fontes sagradas, que brotam do «coração da terra», das «entranhas da terra» é justificado pela presença de personagens míticas que são uma tentativa de racionalização.
As fontes são sagradas ou porque por elas passaram Santos, como S. Gualtar, ou onde foram encontrados corpos como S. Silvestre e S. Torcato ou pelo facto de jorrarem água só durante as marés cheias, por estarem num local pouco propício a uma fonte.
Em S. Torcato, Guimarães, em 15 de Maio realiza-se a “Festa da Água”, aonde ocorrem milhares de romeiros, desde há 1300 anos, para, com fé, beberem da água milagrosa da fonte das três bicas. Acreditam que bebendo daquela água, molhando os cabelos antes de desembalarem os seus merendeiros, tudo fica curado.
As águas são más quando são «águas mortas», pelo que se deve dizer «água, água» para elas acordarem e se tornarem boas.
As que estagnam nos pântanos são mortas mas podem ser vivificados através de um ramo de oliveira e dirigindo-lhe uma «fórmula»: água, aguinha não faças mal à minha barriguinha, nem de noite nem à hora do meio-dia; ou então; passou por aqui Nossa Senhora com uma vergastinha na mão e tirou quanta peçonha em ti havia. Reza um Padre-Nosso e uma Avé-Maria.
As águas possuem um poder simbólico e participam nas virtudes de determinados Santos: a de S. Torcato «é boa para pôr direitos os órgãos desarranjados», por influência do nome Torcato que sugere«trocado». As de S. Mamede são boas para «fazer aumentar o leite das mulheres e das fêmeas dos animais», por influência do nome que sugere «mamar».
Na manhã de S. João todas as fontes são sagradas em quaisquer locais que se encontrem, são fecundadas pelo Sol que se encontra no apogeu da sua potência.
Uma fonte sagrada constitui um ponto de paragem obrigatória durante qualquer visita turística.
Outra das manifestações que radicam a uma simbologia e mitologia são os banhos santos do dia de S. Bartolomeu. Na praia de S. Bartolomeu, aldeia que se orgulha de ter sido fundada pelo Diabo, mais de cem mil pessoas se entregam ao banho Santo que, inclui o banhar dos pés e a uma refeição nas dunas. Os adultos que se julgam atormentados pelo Diabo, as crianças raquíticas, gagas e possessas são mergulhadas à força na água.
No Gerês, os rios são possuídos por uma identidade feminina, «a mãe do rio», que atrai os homens que se debruçam nas margens. Em todo o Norte os rios são monstros ávidos que «exigem um sopro vivo todos os dias», seja de homem ou de animal, e são acusados de fazer perder a memória aos que os atravessam. Isto acontece na lenda do rio Lethes. Segundo dizem, os conquistadores romanos vindos do Norte, tiveram de orar aos seus Deuses nacionais para que a travessia do rio não lhes fizesse esquecer os seus lares paternos. Poemas e ditados mencionam esse poder do rio: «água do nosso rio quem a bebe torna-se ausente; o meu amor bebeu dela e partiu para sempre». Para esquecer os amores infelizes as raparigas lançavam flores ao rio.
A fórmula de S. António a que se atribui a faculdade de fazer aparecer os objectos perdidos ou roubados perde a eficácia se a coisa ou o ladrão se encontrarem do outro lado de um rio.
A mãe de um rio é uma ladra de leite: as mulheres mães arriscam-se a perde-lo se o atravessarem. Se isso acontecer têm de voltar atrás e dizer:«devolve-me o leite que me roubaste», e ao mesmo tempo como tributo lhe atiram um ramo de ervas aromáticas e um bocado de sal.
As mulheres de Vieira que têm filhos raquíticos apresentam-se em grupos de três na nascente de um rio e simulam três vezes seguidas um novo parto: passam a criança por entre as pernas afastadas, vestem-na de novo e empurram as roupas sujas contra a corrente.
Todos os ritos praticados sobre os rios ou sobre as pontes exigem que se voltem as costas à corrente: os jovens, depois de tomarem banho. atiram uma pedra para o rio mas «por cima do ombro», para se livrarem das doenças que ele transporta; ao atravessar uma ponte não se deve olhar para trás; aqueles que «receiam esquecer o caminho de regresso, pegam numa pedra à entrada da ponte e atiram-na à saída para a água, mas de costas voltadas.
AS FONTES E OS MODOS DE OBTER ÁGUA
Primeiramente ia-se às fontes buscar a água com um cântaro de barro. Aqueles que tivessem dinheiro canalizavam as águas da fonte por uma meia cana ou duas meias canas sobrepostas colocadas inversamente para fazer dessas meias canas um cano fechado e a água era assim que chegava, de mais perto ou mais longe, à casa.
Depois apareceram os poços feitos no terreno, onde descobriam que havia uma veia de água. Podiam ser perto ou longe de casa. Algumas vezes eram bem fundos, a treze ou catorze metros de profundidade, outras vezes a quatro metros ou menos.
Aqueles que podiam e tivessem poço abriam-nos e as paredes eram empedradas em forma redonda, quadrada ou retangular. Essas paredes subiam do solo até cerca de um metro de altura fora da terra e assim o poço ficava protegido da aproximação ou queda no poço de pessoas ou animais.
Sobre essa proteção era feito um meio arco de ferro com uma roldana ao centro, onde uma corda com um balde de zinco ou de madeira era deitado ao poço para trazer a água até ao cimo da parede e com a mão esvaziavam-se os baldes no caneco ou cântaro.
Normalmente, estas águas noutros tempos não tinham problemas de inquinação nem de potabilidade. Hoje têm de ser analisadas de tempos a tempos porque, devido aos adubos químicos e estrumes usados nos terrenos facilmente passam a águas impróprias, inquinadas, não potáveis.
Quem não podia ir à fonte, se tivesse poço, lançava o balde à mão e a pulso trazia a água à superfície.
Havia ainda outras formas de tirar a água do poço: à manivela ou picota, ou fazendo girar uma roda grande através de uma manivela, ou de um engenho de tracção animal, ou dum estanca-rios, ou dum engenho a vento, sem utilizar a força humana.
A MITOLOGIA GRECO-ROMANA E A ÁGUA
Aretusa: Ninfa de Diana que quando se banhava foi perseguida pelo caçador Alfeu até à ilha de Ortígia. Ela implorou a Diana e esta transformou Alfeu em rio, que actualmente tem este nome.
Argeno: Filho de Pisídice, vivia em Beocia perto do lago Copais e era jovem de extrema beleza.
Um dia, quando se banhava no Céfaso Agaménom que esperava o vento. Para se deitar ao mar, apaixonou-se por ele. Entretanto ele foi perseguido pelo rei e esgotadas as suas forças, afogou-se. Agaménom fez-lhe um funeral magnífico e construiu-lhe um templo
Argíria: Ninfa de uma fonte arcádica, amava Selemno, o pastor. Quando ele envelheceu e perdeu a beleza ela abandonou-o e ele desesperou-se. Afrodite com pena dele transformou-o num rio, que actualmente possui o seu nome, mas como continuava triste deu-lhe o privilégio de esquecer-se de todos os seus pesares amorosos.
Dizem que todos os homens e mulheres que se banharem naquele rio esquecem todas essas tristezas.
Dexicreonte: Era um mercador de Semos. Ao efectuar uma escala na ilha de Chipre, Afrodite aconselhou-o a carregar o barco somente de água e fazer-se ao mar.
Quando estava no alto mar houve uma bonança e ele vendeu a água aos barcos imobilizados. Como testemunho de agradecimento ergueu uma estátua à Deusa.
Eufemo: Um dos argonautas, filho de Poseídon, herdou-lhe o dom de andar sobre as águas. Sua mãe era Europa.
Recebeu de Tríton um testemunho mágico e em seguida deitou ao mar um punhado de terra transformando-o em ilhas.
Eufrates: Tinha um filho chamado Axurtes. Um dia encontrou-o a dormir junto a sua mãe. Tomando-o por um amante, matou-o. Quando se apercebeu do que havia feito e com imenso desgosto deitou-se ao rio que desde então se chamou Eufrates.
Glauco: Pescador de urna cidade de Antédon, Beocia e filho do fundador da mesma ou de Poseídon e de uma Nayade.
Quando nasceu era mortal mas posteriormente ingeriu uma erva que o transformou numa divindade marinha.
As deusas marinhas purificaram-no dando-lhe um novo corpo, ombros largos, barba verde...
Recebeu o dom de profetizar, dobrou o cabo de regresso a Troia, combateu os Argonautas, cortejou Éscila e com ciúmes e por meio de um encantamento, transformou Circe num monstro mas ele com o seu tão grandioso amor transformou-a numa deusa.
Lete ou Olvida: Filha de Éride, mãe de Carites. Deu o seu nome à fonte de Olvida situada nos infernos e que dava de beber aos mortos para se esquecerem de sua vida terrestre.
Olvídia transformou-se, com o tempo, numa alegoria e ainda hoje é considerada por muitos a irmã da morte e do sonho.
Leto: Filha do Tritão Ceu e da Titânide Febe, mãe de Apolo e Artémis.
Hera proibiu-a de ter em qualquer lugar da terra os seus dois gémeos. Ela aflita pediu asilo a Debos que era uma ilha flutuante. Este ajudou-a e por isso recebeu a designação de brilhante Segunda versão:
Heros tinha proibido Leto de dar à luz os seus dois filhos onde brilhassem os raios de sol. Por ordem de Zeus Bóricas conduziu a jovem a Poseídon que depois, levantando as ondas todas formou uma abóbada líquida cobrindo a ilha.
Nayade, filha do rio Sangario e da deusa Cibeles.
Deu o nome à cidade de Nícea na Ásia Menor.
Era rebelde no amor e só gostava de caça, tanto é que Himno, o pastor apaixonou-se por ela e ela matou-o com uma flecha.
Dionísio, entretanto, inspirou-lhe uma violenta paixão, quando a observava a banhar-se nua. Ela, como sempre desprezou mais um amor, ameaçou-o de morte. Então Dionísio transformou a água da sua fonte em vinho, embebedando-a. A partir desse momento conseguiu fazer corresponder seu amor.
Orion: Filho de Poseídon, recebeu de seu pai a faculdade de andar sobre o mar. Era possuidor de uma beleza extraordinária e invulgar assim como de uma força enorme.
Era um gigante caçador e casou-se com Sida, formosa e bela e depois casou-se com Meíope, mas contra vontade do pai dela.
Seguidamente Aurora apaixonou-se por ele e raptou-o, depois tentou violar Artérmis e uma deusa enviou-lhe um escorpião para lhe picar o pé.
O escorpião como paga recebeu o nome de uma constelação.
Aqueloo: Filho do Oceano e de Tétis, o primogénito dos seus 3000 irmãos, segundo outra teoria é considerado o filho da terra, do sol e de Poseídon.
É o pai das sereias e o deus do maior rio da Grécia que segundo a expressão homérica tem o seu nascimento no céu.
Primeiro esse rio tinha o nome de Foibante porque nesse dia ele ao atravessá-lo feriu-se mortalmente com uma flecha, caindo em suas águas.
Criou milagrosamente as ilhas Equinades situadas na foz do rio. Essas ilhas eram anteriormente 4 ninfas que um dia nas suas invocações esqueceram-se de o invocar. Então Aqueloo irritado encheu-as de águas e arrastou-as. A quinta das suas ninfas foi aquela a quem ele tirou a virgindade. O pai desta, com nojo dela, abandonou-a quando ela ia ter o seu filho. Poseídon muito compadecido resolveu transformá-la numa linda ilha.
Alfeu: Caçador de Diana a quem ela converteu em rio para se livrar de sua perseguição, à ninfa Aretusa.
Andrómede: Filha de Cefeu, rei da Etiópia, quis disputar com as nereides o prémio da formosura. Foi atada a uma roca pronta a ser devorada por um monstro marinho quando Perseo a salvou e a tomou por esposa.
Anfitrite: Deusa do mar, filha do Oceano e de Tétis e esposa de Poseídon. Teve um filho chamado Tritton e um grande número de filhas chamadas Ninfas Marinhas.
Aristeu: Filho de Apolo e Cirene, educado por ninfas. Ensinou. Aos homens a apicultura. Amou Eurídice que morreu mordida por uma serpente.
Asopo: Filho de Oceano e de Tétis, deus de um rio homónimo.
Delfim: Simboliza o mar em calma. É um marinheiro metamorfoseado por Dionísio e negociou o matrimónio de Poseídon com Anfitrite.
Eco: Ninfa que devido a desgostar Juno, foi convertida em roca e obrigada a repetir as frases que a interrogavam.
Egina: Ninfa do rio Osopo.
Júpiter apaixonado por ela e para sempre a poder visitar converteu-a numa chama. Teve vários filhos e foi convertida em ilha para sustentar a cólera do pai.
Egeon: Filho de Urano e de Geo. Monstro marinho representado por 100 braços e 50 cabeças.
Egéria: Ninfa de quem recebia inspiração o rei Numa. Quando ele morreu as suas lágrimas fizeram uma fonte e morreu também.
Neptuno: Deus do mar da mitologia romana e filho de Saturno. Irmão de Júpiter e de Plutão. Em seu palácio do mar guardava os seus cavalos de douradas crinas que arrastaram um carro sobre as ondas. Era esposo de Anfítrite. Identifica-se com o nome do grego: Posseídon.
Nereidas: Ninfas do Mediterrâneo, filhas de Nereu e de Dóris que tinha o dom da profecia e o poder de mudar a forma.
Ao todo eram 50, metade mulher, metade pés.
Nereu: Deus marinho, filho de Oceano e de Ténis, foi pai das 50 Nereides.
Simboliza a paz, a bonança no mar, e é considerado um Deus repleto de bondade.
É representado com um ceptro e um tridente, barba, cabelos longos, montado num tritão.
Ninfas: Segundo a fábula eram divindades inferiores às do Olimpo. Viviam nos bosques, nas grutas e nas águas.
Não eram imortais mas tinham uma vida mais longa do que a dos mortais.
Entre elas existiam as Oceanias (ninfas do mar); as Nayades (ninfas dos rios e das fontes); as Dríades (ninfas das árvores); as Óreadas (companheiras de Diana) e as Napeas (ninfas dos bosques).
Oceano (Tita): Filho de Orano (o céu), e de Gea (a terra). Era o senhor do rio Oceano, corrente caudalosa que rodeava a terra. Tinha por esposa Tétis. Tinham por filhas Oceanides, ninfas do rio Oceano e por filhos as 3000 Nayades. É chamado o pai do mundo.
Palémon: Deus marinho dos jogos ístmicos.
As sereias: habitavam numa ilha do mar e possuíam vozes melodiosas. Seu canto, atraindo e embelezando os marinhos arrastavam a perdição. Não se conhecia a sua figura porque quem as via não apareciam mais.
Ponto: nome que significa abismo do mar. Era filho da terra, mãe universal, e pai de Nereu. Divindade marinha mais importante incluso que seu pai Ponto.
Narciso: segundo a fábula. Formoso filho de Cefiso, deus do rio. Ao contemplar sua imagem nas águas de uma fonte enamorou-se dela e, quando a quis abraçar, precipitou-se no fundo, onde morreu. Os deuses transformaram-no na flor homónima.
Posseidon: soberano do mar (o Mediterrâneo) e as águas em calma (no ponto Euxino, chamado agora mar Negro). Os rios subterrâneos constituem também parte do seu império.
MITOLOGIA NA LUSITANEA
Rios:
Neptuno: representa o rio Sado Calipus apesar de ser essencialmente marítimo.
Tem um grande significado religioso e a sua representação é feita por um golfinho e um tridente.
Guadiana: o rio Ana ou Anas (Guadiana) é representado por sileno em forma de velho orelhudo e barbudo com um vaso, no queixo onde jorra água.
Esta imagem permanece em muitas carrancas fontanárias.
Fontes:
As divindades das fontes chamam-se Nyphae, Nympae, Coparensum, Fontaine e salus.
Nas fontes aparecem vários pares de Deuses ligados por laços amorosos ou familiares, tais como:
Borvo e Damane
Mercurius e Rosmerta
Mais Cicollius e Litanis
Mais Cicollius e Belona
As fontes e as suas divindades estão quase sempre relacionadas com o caracter de suas águas. Apesar de os rituais não serem muito explícitos.
Diz-se que uma mulher doente em virtude de uma visão e sonho que tivera com ninfas lhe preceituou isso.
Como paga à cura dessas doenças oferecia-se em toda a Lusitânea ricas oferendas, cabritos, vinho puro, coroas de flores, moedas, imagens divinas, ou então partes do corpo representadas em objectos.
Em algumas fontes não se processavam só rituais à cura humana mas também à cura de animais, através do irrompimento de chamas, veneração de Vulcano e declamação de poemas.
CRENDICES À VOLTA DA ÁGUA
I- Quando alguém passar um rio ou qualquer água e levar ovos, deve deitar ao rio, ou migalhas de pão ou sal para obstar a que a água tire aos ovos a virtude da geração.
2-Ao passar um rio pega-se em três seixinhos e deitam-se um à entrada, outro no meio e o outro no fim.
3-Ao passar um rio os ovos goram.
4-Uma mulher que está grávida vai à meia-noite para a ponte. Qualquer pessoa que ali passe, não pode eximir-se de ser padrinho ou madrinha da criança que, com esta condição será feliz toda a vida. A mãe sê-lo-á igualmente.
5-AIguém que adoeça vai à ponte de Guimarães, ponte de S. João, à meia-noite em ponto, levando consigo uma benzedeira ou um padre que lhe leia os exorcismos. Depois o doente atira ao rio, com medo, um alqueire de milho-miúdo e, seguidamente, três punhados de sal, fugindo logo. O Diabo vai contar os grãos e deixa a criatura em paz.
6-É crença popular que o Diabo constrói muitas pontes.
7-Quando vai um corpo morto no rio e se vê da terra diz-se-lhe: Fulano, vem a sagrado; e ele vem ao pé da pessoa que o chama. O corpo assim que chega ao pé da pessoa da família, deita sangue pela boca. É também costume para procurar os afogados deitar à água uma vela acesa e benta, espetada numa cortiça; a vela anda, anda até encontrar o morto, quando o encontra, então pára.
8-Ao lavar-se a cara de manhã é costume dizer:
"Minhas mãos molho,
Minha cara lavo,
P'ra fazer serviço a Deus
E arrenegar o Diabo".
9-Baptismo: uma criança depois do baptismo, enquanto estiver sem mamar, ainda que caia na água não se afoga, mas se tiver mamado e cair, afoga-se logo.
A criança que vai a baptizar deve ir bem lavada, se não o corpo enche-se de feridas.
10-Na primeira água que se lavar uma criança deita-se dinheiro, sendo ela menino; e deitam-se objectos de ouro sendo ela menina.
11-A primeira água que se lava a criança deve ser deitada fora, para um quintal, se é rapaz; para a loja ou pelo soalho se é de rapariga (isto porque a felicidade da mulher está na casa e a do homem fora da casa - Minho).
12-Quando lavam os recém-nascidos a primeira vez fazem-lhe uma cruz com a mesma água e dizem:
Aguinha a lavar,
O Senhor a abençoar
Aguinha a correr
E o menino a crescer.
13-É bom deitar agulhas nessa água.
14-Acriança ficará a urinar na cama tantos anos quantos forem os pingos da água baptismal que caírem no chão.
15-Os rapazes quando vão nadar benzem-se, contam nove areias e atiram-nas para trás das costas, para a água dizendo:
Maleitas, Maleitas
Ide para o mar
Que eu vou nadar.
Maleitas para Braga
Maleitas para o Porto
Maleitas para fora
Do meu corpo.
16-A pessoa que vai nadar, quando sai da água, atira cinco pedrinhas ao rio. Tapa logo os ouvidos e fecha os olhos para não sentir o som da pedra caindo na água, nem ver esta mexer. Em seguida pega na camisa, atira três vezes às costas dizendo: "água na fonte, maleitas no monte."
17-No S. João tiram-se várias sortes com a água.
18-Para que chova, mergulham-se os Santos na água.
19-Chama-se Lobo da Fada ou Lobo da Gente a um lobo que vai sempre à corrente de água e lambe a gente, mas não faz mal.
20- Qualquer pessoa mordida por cão danado, vê a imagem do cão pintada na água.
21- Urinar na água é pecado, mas dizendo: "Morra o Diabo, viva o menino Jesus!" fica-se livre do pecado.
22-Quando morre alguém deve-se despejar toda a água que houver em casa porque a alma vai-se lá banhar.
23-Não se deve vazar água fora de noite, por uma janela ou porta, sem primeiro pedir licença aos defuntos de um outro sexo.
24-Os rapazes da Beira Alta costumam capar a água, isto é, atirar com uma pedra quase horizontalmente. A uma poça de modo a que ela atravesse a água numas poucas de partes, quanto maiores forem as partes, melhor é a habilidade do capador.
25-Quem passar o cabo de Não ou voltará ou não, quantos irão que não voltarão.
26-A água foi condenada no princípio do mundo a correr sempre como todas as coisas, também não tinha fala.
27-Quando alguém bebe água num charco deve dizer:
"Esta água encharcada
valha-me a Virgem Sagrada:
Esta água corrente
valha-me o S. Sacramento.".
28-Se duas pessoas bebem juntas água, morrem uma quando a outra.
29-Quando bebem dois de um copo, o segundo sabe os segredos do primeiro.
30-Quando bebem dois de um copo, o segundo bebe-lhe a forca.
31-Não se deve beber água com uma luz na mão porque causa gota.
32.-Não se deve beber água com uma luz na mão porque se não bebe-se o juízo.
33-Quem bebe água antes do almoço, chora antes do Sol posto.
OUTROS JUÍZOS POPULARES
1-A Fêmea a quem faltar o leite para que ele volte, vai beber da fonte do leite (Ponte da Barca) e leva à água uma oferta de pão, de linho, de azeite ou de vinho; que depois pode com direito ser tirada pela primeira pessoa que ali passar.
2-A água de sete fontes retirada na manhã de S. João tem certas virtudes.
3-Para se enganarem - maleitas (sezões) levam-se três bocados de alimento e põem-se ao pé de uma fonte. O doente que não deve ter comido nada deve dizer: «come tu que eu já comi!».
4-Na fonte Santa e também chamada de S. Gualter (Guimarães), é costume na noite de S. João, à meia-noite banhar as crianças doentes e deixar na água as suas camisas.
5-Na fonte de Loulé há uma Santa que dizem curar as doenças da pele
6-Na fonte do concelho de Moncorvo, aparece na manhã de S. João uma Moura que expõe os figos às orvalhadas e que canta até de madrugada.
7-Em Lamego conta-se que uma Moura encantada pedira a uma rapariga que lhe levasse na noite de S. João uma bola de pão; a rapariga só pôde ir um pouco mais tarde o que fez dobrar o encantamento da Moura.
8-Em Penela (Coimbra) é crença que na Fonte da Doença existe Mouras encantadas na noite de S. João antes de o nascer do Sol. Quando as raparigas lá vão buscar água elas agradecem-lhe ter quebrado o encanto. As bolhas de água que aparecem à superfície é que são encantadas. Estas depois vão beber dos cântaros das raparigas a água Benta de S. João.
9-Nas Caldas da Rainha na manhã de S. João aparecem Mouros em figura de frades e vestidos de branco.
10-Em Penafiel está uma Moura encantada numa poça, indo uma vez um homem abrir a água, a Moura, que nessa ocasião lavava moedas de oiro, pediu-lhe que não a abrisse, e prometeu-lhe parte da moeda; o homem resistiu, e a Moura fez com que a água se sumisse.
11-No Castelo da Torre de Dona Chama (Trás-os-Montes) há uma cisterna com uma Moura encantada, em mulher de cinta para cima e serpente da cinta para baixo; uma vez passou por ali um homem, e a Moura chamou-o e pediu-lhe que fosse lá outro dia desencantá-la, e que não tivesse medo, porque ela nesse dia apareceria toda serpente, mas o homem ficaria rico. O homem foi. Quando a serpente ia a subir pelo homem acima. Assim que chegou à garganta ele intimidou-se e atirou-lhe com o casaco. A serpente enroscou-se. Fugiu e exclamou: «Ah! Que me dobraste o encanto!» Ainda assim mandou ao homem que a certas horas fosse lá a um lugar, onde acharia uma pedra com doze vinténs em cima, todos os dias. Nessa cisterna, na manhã de S. João, ouve-se um tear a trabalhar.
12-No Figueiral, concelho de Tondela, há o Poço da Grade, que é encantado e foi feito pelos mouros. Correm para ele as águas, mas ainda que levem enxurro, não deixam cair nada nele. Nesse poço na manhã de S. João, ao nascer do Sol, aparecem beberronas de ouro à tona da água. Quando as vão apanhar fogem.
13-Ao pé de Briteiros, num campo, há a fonte da Cavada com um sino de oiro lá dentro; tem por fora numa pedra um sinal gravado.
14-Na cisterna do Castelo de Silves aparece na noite de S. João uma Moura a cantar e a remar num barco.
As Mouras aparecem frequentemente ao pé das fontes a pentear os seus cabelos de oiro com pentes também de oiro.
15-Há em Baião uma fonte cujas águas não são saudáveis, porque antigamente se meteu lá um frade, que ainda hoje lá se conserva.
16-Há em Cuba (Alentejo) uma fonte do Diabo, onde se acreditava que se reunia o Diabo com bruxas e lobisomens a certas horas. Quem a essas horas passasse por ali sem fazer o Sinal da Cruz era agarrado e afogado.
HISTÓRINHAS POPULARES
Com a água relacionam-se as fontes, os poços, os lagos, os rios, os ribeiros, os mares e os oceanos.
Rios
Há dois rios ao pé de Mirandela, chamados Tudela e Robaçal. No tempo em que os rios falavam dizia o rio Tudela:
Arreda, arreda
Rio Tudela:
Senão quiseres arredar
Aí vem o Robaçal
Que ele te fará arredar.
(porque o rio Robaçal leva mais água que o Tudela)
Diz-se em Mondim da Beira:
Quem tem frio
Mete-se no rio
E cobre-se com a capa
Do seu tio.
Havia três rios irmãos: o Tejo, o Guadiana e o Douro, que combinaram deitar-se a dormir, dizendo que o primeiro que acordasse partiria para o Mar. O Guadiana foi o primeiro que acordou: escolheu lindos sítios e partiu em seu vagar. O Tejo acordou depois e como queria chegar às margens antes do Guadiana, largou mais depressa e já as suas margens não são tão belas como as do Guadiana. O Douro foi o último que acordou; por isso rompeu por onde pôde, sem se importar com a escolha do sítio, e eis porque as suas margens são tristes e pedregosas. No entanto a veracidade desta lenda é posta em causa porque muita gente diz que esta lenda não se refere a estes rios mas sim ao Zêzere, Minho, Mondego e até o Alva.
Fontes e poços
Nas aldeias é raro ver-se uma fonte que não tenha uma cruz ou um painel, às vezes até um pequeno nicho com vasos de flores. Há muitas fontes com designações sagradas; outras com designação de Mouros e outras com designações do Diabo.
Fonte de S. Pedro de Rates
Uma vez S. Pedro de Rates vinha a fugir dos de Fraga e dos de Póvoa de Lanhoso, e caiu ao pé do lugar de Rates numa pedra onde os joelhos do cavalo, onde vinha montado, fizeram dois buracos que ainda hoje lá se vêem. Desses buracos nasceu uma fonte cujas águas gozam de certas virtudes nas povoações da zona.
Fonte de Nossa Senhora
Na freguesia de Ribeira do Homem perto da Abadia (Minho) há um penedo com duas pegadas ali deixadas pela burrinha que levava Nossa Senhora; duma das pegadas nasceu uma bica.
Lagoas
As lagoas da Serra da Estrela gozam de grande prestígio no País, devido, em parte, à lenda do lusitano Viriato ali situada. Pelo que dizem elas comunicam com o Mar. Lá aparece às vezes fragmentos de navios.
Na lagoa escura existe um palácio onde se guarda a capa de um rei coberta de diamantes e para a leitura da qual foi preciso vender sete cidades. Quem quiser entrar no palácio tem que fazer com que uma cabra preta entre na água. Um aventureiro que lá entrou nunca mais saiu mesmo tendo recitado as treze palavras do Anjo da Guarda Custódio.
Na lagoa comprida ouvem-se às vezes como que carpinteiros a martelar. Na lagoa escura há um palácio de um Mouro encantado e que se encontra guardado por um gato selvagem mas que se desencanta com as treze palavras sagradas ou oração ao Anjo Custódio.
Mar
Apesar de Portugal ser um País de navegadores, não há muitas tradições ligadas ao mar.
S. Pedro tem duas chaves na mão, uma do Céu e outra do mar. A primeira é de oiro, a segunda é negra.
A água do mar trabalha sempre pelo castigo de Deus, mas não sai do seu lugar, pelo poder da chave de S. Pedro.
O Mar é sagrado e, por isso, não lhe devem lançar coisas imundas: mas lançando-as ele deita-as fora (Âncora).
A ideia do Mar sagrado encontra-se nestes versos de, várias terras (Minho, Douro e Beira Alta).
Quando Deus formou Adão
De uma mão cheia de barro
Nem a terra dava pão
Nem o mar era sagrado.
Quando Deus formou Eva
De uma Costela de Adão
Nem o mar era sagrado
Nem as terras davam pão...
Se vires o Mar Vermelho,
Não te assustes que é sagrado
Que são lágrimas de sangue
Que por ti tenho chorado.
No mar também andam bruxas vestidas de branco e a bater palmas dançando com as ondas.
Os pescadores já não se assustam delas (Âncora).
A crença nas Sereias é ainda viva. Elas são raparigas da cinta para cima e peixes da Cinta para baixo.
Cantam muito bem e adormecem os pescadores.
Esta noite à meia-noite
Ouvi um lindo cantar
Eram Os Anjos do Céu
Ou as sereias do mar.
Na Galiza dizem:
A sereia do mar
E unha linda bizarra
Que por unha maldicion
Ten-na Dios nesa auga.
Nos Açores ainda existe a crença nas fadas marinhas que vêm pentear-se à praia.
VÁRIAS SIMBOLOGLAS
¨ Sendo um meio de limpeza física, a água é frequentemente símbolo de pureza moral.
¨ O indivíduo lava as mãos para significar que estão inocentes e não cometeram o mal.
¨ O pecador que se converte é como um homem sujo que se lava.
¨ Pelo Dilúvio, Deus purificou, através das águas, a humanidade manchada pelo pecado.
¨ Antes de oferecer os sacrifícios, os sacerdotes deveriam purificar-se diversas vezes, significando a pureza de intenção e de coração, ao oferecer o sacrifício ao Senhor.
¨ Todas estas abluções do corpo simbolizavam a purificação interior do coração, necessária para quem quizesse aproximar-se de Deus. Mais tarde Jesus enviar-nos-á o Espírito Santo e a sua Palavra que serão capazes de nos purificar internamente.
¨ A água era a bebida comum tomada com um pouco de vinho ou vinagre. A das minas era mais apreciada do que a dos poços. Ir buscar água era tarefa das moças e das mulheres.
¨ O levantamento do corpo como acto religioso de purificação encontrava-se, pela primeira vez na história de Jacó. É prescrito a Israel em preparação para a vinda de Javé no Sinai.
¨ Aarão lavou os seus filhos quando se iam consagrar como sacerdotes. Esta prática tornou-se, então, uma prescrição legal para os sacerdotes na prestação do seu serviço a todas as pessoas que contraíssem impurezas levíticas. O derramamento de água diante de Javé era apenas um acto simbólico, onde tudo era acompanhado) de um ritual.
¨ O acto de lavar os pés que era feito pelos servos mais baixos, a partir da última ceia, deixou de ser um acto profano para se tomar numa lição de humildade. Passou assim, a água, a ter um papel importante. *A água, quando da vinda de Jesus, passou a ter uso religioso no Baptismo mas, mesmo antes era administrado a pessoas que queriam entrar no Judaísmo como prosélitos.
¨ A água foi e será sempre vista, como elemento de salvação ou de benção, elemento fertilizante-fonte de vida.
¨ Banhar-se, lavar os pés, lavar as mãos, aspergir são acções rituais simbólicas que fundamentalmente significam purificação espiritual.
¨ Na igreja primitiva, entravam na piscina com água até acima dos joelhos e aí eram interrogados acerca da sua fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
¨ No baptismo de crianças o celebrante baptiza a criança dizendo: "Eu te baptizo em nome do Pai - mergulha a criança ou derrama a água pela primeira vez - e do Filho - mergulha a criança ou derrama água pela Segunda vez - e do Espírito Santo - mergulha a criança ou derrama água pela terceira vez".
¨ No início do terceiro século, sabemos que os Cristãos lavavam as mãos antes de qualquer oração e também ao entrarem nas igrejas. Mais tarde, foi substituído pela aspersão com água benta. *A ablução das mãos do sacerdote, quer significar que somente com as mãos puras e coração limpo pode aproximar-se da realização do Sacrifício Eucarístico. É este o sentido expresso que acompanha o gesto: "lavai-me, Senhor, das minhas faltas e purificai-me do meu pecado". *A água serve para tomar, matar a sede. A tal ponto que ela está ligada ao homem que não podemos nem sequer viver sem água. Podemos dizer, então, que água é vida.
¨ A partir do sentido da água como símbolo de vida, compreendemos melhor o gesto do sacerdote na hora da preparação das oferendas ao colocar algumas gotas de água no vinho. *O símbolo da água no uso da água benta, lembra a quem a usa com fé, a purificação e a nova vida recebida no baptismo.
¨ Se a terra tem o sentido de «matriz feminina», que é onde a vida se Leva. A água tem o sentido de «germe masculino» que gera a vida no seio da terra.
¨ A água tem os poderes primordiais da criação e da vida.
¨ A água também significa o caos, o abismo das águas profundas.
¨ Água, primeira sede do Espírito Santo.
¨ Dilúvio na mitologia significa criação.
¨ «Representa a morte e a sepultura; a vida e a Ressurreição. Quando imergimos a cabeça na água como um sepulcro, o homem velho é submergido e sepultado todo inteiro; quando saímos da água um homem novo aparece simultaneamente (S. Crisóstomo).
¨ A água significa o porvir do mundo, expansão, aventura.
CULTO À ÁGUA
O culto das águas era praticado pelos povos indo-europeus, dada a sua característica imutável de potência activa, Purificadora e curativa. Os indo-europeus designavam-se com o nome descendente a uma divindade da água da superfície.
A água tinha uma grande importância no culto da Índia védica, em que Saresvati era o nome de uma das suas deusas fundamentais. No entanto, o culto das águas não teve uma importância tão acentuada entre os indo-europeus como entre os celtas e os celto-romanos.
a)-Culto dos rios e das fontes
Os exemplos são numerosos na Irlanda que possuía uma mitologia de rios e fontes - por exemplo, contava a lenda que uma tempestade fez surgir os 7 rios de Eire. O rio Boyne era representado por uma mulher muito bonita que lhe chamavam Vaca Branca.
A tradição irlandesa faz intervir com Nechtan no mito de origem indo-europeu em que a união da água e do fogo é fundamental assentado no nascimento do rio e na sua reencarnação no Severn dos sajones (Inglaterra) e noutros rios. As fontes do Boyne representam-se com inspiração poética, avelãs que caíam e Salmões que convertiam as pessoas em videntes, se os comessem.
Dena (Francês) e Dec. (País de Gales), são nomes de rios que significavam divino. Na Grã-Bretanha alguns rios evocam a deusa soberana Brigit (o Braint em Anglesey, o Brent em Middlesex). O rio Seria tão conhecido deriva do antigo hidrónimo do general precelta que foi divinizado (sequana). Essa divinização não deu só nome ao rio mas também às fontes do Seria. Dea Souconna. «Saona», da Icauhis. «Yonne».
Nos países baixos, Mosa era venerada a deusa Rura «Roer» os lugares de culto estabeleciam-se nessas fontes e nas confluências dos rios. Lá faziam-se oferendas monetárias que foram encontradas em COBLENZ4 MOSELA E RIN, no Námur, no Sambre e Mosa.
b) - O culto das fontes termais
Além de Maritasgus de Alesia, génio tópico, havia duas divindades específicas como Grannos y Borvo (o Bormo e o Bormanus). O primeiro está relacionado com a raiz grega «her» queimar e foi originado na Europa Danubiana. O culto estendeu-se por Aquisgrán e Gália Oriental, onde se encontra por vezes como entidade autónoma (colmar). Esta forma para com sirona (estrela, ser), que possui um elevado astral e as suas representações mostram que acabou sendo atraída face à órbita da fecundidade e saúde. Muitas vezes esta deusa aparece também com Júpiter, Esculápio e Apoio. O segundo, Borvo é mais indígena, o seu culto, aparece acompanhado com Damona e é o protector das fontes termais do maciço Central de Franca.
Estes cultos de caracter popular romanizaram-se mas de uma forma incompleta, os «assentamentos» que deram lugar à denominarão Aquae.
c)- Culto dos lagos
Os voltos Tecto Sagos esconderam nos seus lagos ouro. Este ouro de «Tolosa» foi recuperado pelo romano SERVILHO CAEPIO durante a campanha contra os cimbros (105 a.c.) e as lendas atribuíam toda a desgraça que lhe ocorreu a esse facto.
O tesouro de Tecto Sagus, estava posto debaixo da protecção de uma divindade tutelar dos lagos. Esta prática não ocorria somente nesta região mas também, ainda no século passado, em Escócia. A grande festa irlandesa "de Saiam" (1 de Novembro), é uma festa pagã às margens de um lago. O folclore suíço, irlandês e escocês povoavam os seus Iagos de dragões (encarnação dos deuses pagãos).
2.SANTUÁRIOS
a)- Estes centros religiosos, terapêuticos e termais existiram na Franca como práticas galorromanos: Aix-eu-Provence, nas regiões pirinaicas e em Aquitaine, em toda a região do Maciço Central, Vichy, Bourbon, etc. Na Alemanha em Aquisgrán, Eifel, Wiesbadeu, Badenweiler,Badeu. Há que destacar a fonte e o solo termal de Vichy, que é testemunho de uma intensa devoção termal, significa através da sua representação (um grupo de 3 mulheres) uma crença nas virtudes fertilizantes das águas.
Diana, a deusa que os romanos consideravam irmã de Apolo, era venerada como protectora da natureza e do culto das águas.
Em Fontaines – Salées, cerca de Vézelay, a água era muito reconhecida por extrair o sal. Este Conjunto termal foi reconstruído como centro de descanso e cura.
O Santuário de Burtscheid estava consagrado a Apolo representado como citaredo e associado a Sirono do Santuário Hochscheid com a inscrição a Apolo Grannus Phoebus de Tréveris.
Os campos Decumates, perto de Rin eram famosos pelas suas águas ferventes e ferruginosas, célebres em Bona.
A presença posterior de uma povoação germânica, fez desaparecer as antigas devoções celtas que conviviam com divindades orientais como Mitra (venerada pelos soldados). Os Santuários abundam também em todos os pontos da Gálea.
Glanua, que foi um povo santuário celta-ligur estava consagrado a um deus Glani e a deusas mães, as mães citânicas.
O elemento grego helenizou passando a venerar-se Apoio.
Augusto restaurou um pequeno templo de estrutura clássica a "valetudo" deusa romana da saúde.
Nas termas mais antigas da Gália (2ª metade do século 1 a.c.), havia um pequeno Santuário a Bona Dea, que era conhecida pela sua faculdade de conhecer petições.
Nimes, uma das cidades mais romanizadas da Gália, devia a existência a um manancial situado ai) pé do monte Cavalier, pela protecção de deus Nemausus. Este acompanhado por Glanus e Glenum, as mães. Na época romana foram substituídas pelas ninfas.
O Santuário de Essarois (Cóte-d'or) merece uma menção especial. Na época galorromana e sem dúvida em épocas anteriores, o Santuário estava sob a protecção do deus Apolo Vindonnul que se interpretava como luminoso. Esse Santuário era de Madeira, o 2º foi com pedras unidas com argila e o 3º foi construído na época de Augusto. Os dois últimos estavam orientados de maneira a observar o sol nascente.
A ÁGUA E A CIVILIZAÇÃO JUDFO-CRISTÃ
A água é um dos bens essenciais à vida quer do homem, quer dos animais e das plantas. Sem água não há vida. Além de ser necessária à subsistência do homem, a água é também por ele utilizada para se lavar. Daí podemos dizer que a água tem, pois, como efeito prático, dar vida e purificar.
A Palestina era pobre em água, era necessário encontrar formas para aprisionar a água que caía, sob a forma de chuva, apenas numa pequena época do ano. Essa água era guardada em poços. Nos locais onde a natureza não fornecia condições, esses poços, teriam de ser escavados penosamente na rocha. Esses poços quando vazios poderiam, também, servir de abrigo contra os Filisteus invasores. Além desses poços para água das chuvas, eram feitos outros, denominados "poços de água viva". que eram escavados na rocha até atingir uma veia de água. Estes últimos poderiam ter também grande valor litígio, uma vez na rocha até atingir uma vez que "davam" de beber aos. rebanhos. Onde se poderiam encontrar vários poços deste tipo era em Jerusalém.
(Para ter sempre água durante algum assédio, Ezequias mandou construir um canal subterrâneo de grandes dimensões a fim de fazer chegar à Piscina - Siloé, situada na cidade, água da fonte de Giun.). o "água" com sentido simbólico de "vida e purificação". Isso acontece sob a forma de gotas de chuva ou orvalho, nos poços dos Oásis do Deserto, as águas frescas dos rios (como o Rio Jordão - caso do Baptismo). Mas pode também utilizas como instrumento e símbolo de morte. É de água ou seca (como castigo de Deus),etc. • caso do Dilúvio.
A água está sempre relacionada com o Deus da vida e o Espírito da vida. Foi o Deus quem derramou água sobre a terra e os rios sob o solo seco. Deus que transformou as águas do caos e da morte em águas da vida, pela separação das águas e da terra. É o Espírito de Deus, que com a água do baptismo lava o corpo por dentro, e não só exteriormente como nós fazemos.
Como elemento essencial à vida, a água desde cedo adquiriu papel de relevo na religião do homem. Nós Cristãos, podemos testemunhá-lo: logo cedo fomos submetidos à cerimónia do Baptismo, que marcou a entrada na vida religiosa. O Baptismo que, já antes da vinda de Jesus, era administrado a pessoas que queriam entrar no Judaísmo como prosélitos. Jesus instituiu um novo Baptismo, pelo qual o homem é purificado internamente, recebendo uma nova vida. Nesta cerimónia (Baptismo) é usada a água baptismal, mas existem outros tipos de água: a água Gregoriana, a água da Epifania, a Lustral, a Benzida à memória de Jesus Cristo.
A água tem outros papeis na religião: o lavamento do corpo como acto religioso encontra-se pela primeira vez na história de Jacó. E prescrito a Israel em preparação para a vinda de Javé no Sinai e a Aarão primeira vez na história de seus filhos, por ocasião da sua Consagração como Sacerdotes.
A água dá vida a todas as árvores e animais. O Homem, sem água, morre. A água reverdesce as plantações. Alimenta os peixes. Tudo morre, tudo seca sem água. A água serve tanto para gerar a vida como para dar a morte. No Dilúvio houve morte e vida. Somente a família de Noé se salvou do Dilúvio. Somente esta família era justa e amava a Deus. No Mar Vermelho morreram os Egípcios e salvaram-se das águas os israelitas. Não basta apenas saber lavar-se externamente. Não basta apenas lavar as mãos coração e uma alma branca e pura, isto e, cheia de amor de Deus e de confiança nos outros. Assim como água gera vida em tudo, o Espírito Santo, o amor de Deus, seria esta água pura que geraria grande vida na humanidade. O amor enviado no dia de Pentecostes gera a igreja e grande unidade entre os Povos- Com as águas do Baptismo renascemos para Deus e morremos para o egoísmo, para o pecado.
A água é encarada pelos Cristãos como algo purificador. Os antigos lavavam os pés dos hóspedes, que significava hospitalidade. Cristo na última ceia lavou os pés dos seus Discípulos para lhes ensinar humildade e a caridade cristã. Além da limpeza física, a água simboliza limpeza moral. Deus purificou o mundo imundo em pecado através do Diluvio. A água é símbolo de pureza e lavagem da alma.
O BANHO SANTO
Já no século passado muitos devotos dirigiam-se à praia de S. Bartolomeu do Mar e ministravam às crianças o famoso banho Santo e também a si mesmas. As crianças ficavam desnudas para lhes ministrar o banho Santo, que devia constar sempre de um número ímpar de mergulhos em nove ondas e este deveria ser dado por um banheiro ou sargaceiro da freguesia com os trajos. característicos. Depois recebia uma esmola dos pais das crianças.
As águas simbolizam a totalidade das virtualidades...
É o fundamento das manifestações cósmicas, o receptáculo de todos os gérmenes, as águas simbolizam as substâncias primordiais de que nascem todas as formas e para a qual voltam por regressão ou cataclismo.
A emersão da água, os banhos Santos simbolizam o regresso ao pré-formal, a regeneração total, um novo nascimento, porque uma emersão equivale a uma dissolução das formas, a uma reintegração no modo indiferenciado da pré-existéncia.
Aplicando-se isto ao Baptismo, significa a emersão na sepultura e morte com Cristo, e a emersão, a Ressurreição e renovação com Cristo.
A fonte velha existente perto da Igreja de S. Bartolomeu está ligada ao banho Santo e lá bebia-se água em que se aliviava os males.
O monte Castro e o penedo do Padrão perto da Igreja Nova, a fonte Santa do monte de S.Lourenço, em Vila Chá, a fonte da Virtude também estão relacionadas com os banhos Santos.
Mas de onde provém esse culto?
Esse culto deriva do culto pagão a àrtemis dos gregos (Diana dos Romanos), cujos Santuários ficavam juntos dos lameiros, ou a Poseídon (Neptuno, por se relacionar com o mar), ou a Esculápio, a quem sacrificavam o galo, mas tudo isto são hipóteses.
O culto em S. Bartolomeu do Mar foi no século dezasseis.
Advogado do medo, da gaguez e da gota (epilepsia), contra as convulsões, as crises espasmódicas e as doenças nervosas em geral, o povo simples e crente recorria ao S. Bartolomeu do Mar para se libertar desses males.
Assim como tinham banhos Santos os gregos nos mistérios de Elêusis e nos pequenos mistérios dos Santuários de Deméter e Coré, em Agral, os Romanos aceitavam o valor da purificação da água corrente e do mar, e divinizavam as fontes termais, sendo o Deus Bormo o espírito desses banhos.
ÁGUA-BENTA
O Costume de benzer a água e outros elementos da Natureza, para poderem servir ao culto sagrado e para o uso dos fiéis, vem dos primeiros tempos do Cristianismo. A água benta é água santificada peja benção da Igreja, destinada a diversos usos, litúrgicos ou privados. Há várias espécies de água benta: a baptismal, destinada ao Baptismo: a água gregoriana (misturada com sal, cinza e vinho), própria do rito da sagração das Igrejas e altares ; a água da epifania, benzida em memória do baptismo de Jesus: água lustral, que se usa para a aspersão dos fiéis antes da Missa Dominical, para quase todas as bençãos rituais.
O uso da água tem um sentido e efeito de purificação e de preservação contra as influências dos espíritos malignos. Daí, o seu uso particular nos exorcismos: “Exorcito-te creatura aquae in nomine Dei Patris. A sua eficácia, porém, não vem de qualquer virtude intrínseca que lhe seja própria, mas da fé e devoção e da impetração da Igreja, que faz dela um bem sacramental.
As metáforas em que figura a água, e tudo o que lhe diz respeito, são muito frequentes
Isso pode defender, em parte, do lugar particular que, conforme a Escritura, a água teve na história do mundo, da humanidade e do povo eleito.
A fonte que, com a sua água a brotar continuamente, garante a vida das plantas, animais e homens. os autores sagrados gostam de usá-la como imagem de alguém ou alguma coisa que causa salvação ou bênção. Jesus é chamado fonte de água viva: a água prometida por Jesus é a vida sobrenatural.
É muito natural representar o desejo da Bênção divina como uma sede, um langor.
Assim fala o Senhor Deus : "Aspergir-vos-ei com água pura e vos purificarei de todas as vossas impurezas; purificar-vos-ei de todos os vossos ídolos.
Dar-vos-ei um coração novo e porei em vós um Espírito novo; arrancarei o coração de pedra das vossas carnes e dar-vos-ei um coração de carne. Porei dentro de vás o meu Espírito e farei que heis nos meus estatutos e observas os meus ditames e os ponhais em prática. Então habitareis a terra que dei aos vossos pais, e sereis meu povo, eu serei para vós Deus”.
A água é símbolo de toda a purificação. Lava. Purifica. Um dos ritos mais ricos de significado para os antigos era lavar os pés dos hóspedes, como um gesto de hospitalidade e acolhimento. E Cristo, antes de celebrar a última ceia, quis lavar os pés dos discípulos como sinal de humildade e caridade cristã. Sendo um meio de limpeza física, a água é frequentemente símbolo de pureza moral.
O indivíduo lava as mãos para significar que estão inocentes e não cometeram o mal.
O pecador que se converte é como um homem sujo que se lava. Pelo Dilúvio, Deus purificou. através das águas, a humanidade manchada pelo pecado. Antes de oferecer os sacrifícios, os sacerdotes deveriam purificarem-se diversas vezes. significando a pureza da intenção e de coração, ao oferecer o sacrifício ao Senhor.
Todas estas abluções do corpo simbolizavam a purificado interior do coração, necessária para quem quisesse aproximar-se de Deus. Mais tarde Jesus enviar-nos-à o Espírito Santo e a Palavra que serão capazes de nos purificar interiormente.
Às vezes as benzedeiras populares também a usam para talhar.
DICIONÁRIO
Levar água no bico - entende-se de qualquer coisa com um certo sentido oculto. Mais um exemplo de terminologia naval trazido para o dia-a-dia.
Água no bico significa ter a corrente pela proa, sendo o bico, em sentido figurado, precisamente a proa do barco..
Água no bico - com vários verbos (ter, trazer, levar) se conjuga esta expressão. Seja como for, ela sempre se refere a uma segunda intenção, a uma intenção reservada, a um perigo de traição.
Não parece que uma ave, de cujo bico pendesse uma gota de água, fosse a origem da frase. E, de facto. não é.
Bico não está aqui com o sentido mais vulgar de proeminência córnea aguda que forma a parte dianteira da boca das aves, nem sequer em outros sentidos que a palavra tem, como por exemplo: boca, seio, ponta anulada. biscate, renda. bebedeira, beijo, etc.
Teremos de procurar na linguagem característica da gente do mar a verdadeira fonte.
De facto, em termos navais o bico de uma embarcação é, logicamente, a sua proa, usado isoladamente ou, outras vezes, bico de proa». Assim se designa, realmente, a parte mais avançada de um navio.
Ora, quando em linguagem, da marinha se diz que se «navega com a água pelo bico» isso quer dizer que se navega contra a corrente, em situação de perigo que não permite prever o que pode suceder, isto é, eventualmente, um golpe traiçoeiro do mar.
Água do cu lavado - diz-se de uma certa e misteriosa poção que se crê existir e poder ser dada a beber traiçoeiramente à pessoa que se pretende dominar, nomeadamente em jogos amorosos. Diz-se que é dado para manter ou conseguir o amor do homem ou mulher de que se gosta. Isto em bruxaria. Também há uma certa crendice quando as mães dão a beber aos bebés, da água do seu próprio banho.
Água benta - protecção, ajuda.
Água de gastar - a que serve para lavagens, rega etc. A água potável designam por água de beber.
Água viva – alforreca açor.
Água assustada - tépida, quebrada da frieza.
Aguaça – enchurrada água que escorre depois de uma chuvada.
Água bórica -aguardente falsificado.
Água branca - mulher sem sensualidade (Aq. Rib.).
Água bruta - aguardente, cachaça.
Aguaceiro - grande desgraça infelicidade inesperada; alteração violenta (RF); indivíduo que vive com
dificuldades, estar em azar (AL).
Água Chilra - diz-se de um alimento que não tem substância ou a uma bebida ordinária.
Aguada - pequeno descanso de um quarto de hora que o manageiro dá aos trabalhadores para beberem ou fumarem./ Alent 1.
Água da vala - preguiça. moleza.
Água de castanhas - infusão de café ordinário.(CF).
Aguadeiro - vocábulo depreciativo do cocheiro que demonstra nulo conhecimento do que é conduzir.
Aguadilha - vinho fraco, aguado (Castro Daire).
Aguado - desejoso, quando se deseja uma coisa e não se consegue; cabelo fino e levantado; com água na boca. Desenxabido, desengraçado ficar por satisfazer o que pretendia.
Água na boca - antegozo de uma delícia para o paladar.
Aguarrás - aguardente de ligo de cereais.
Aguarentar - censurar, reprovar (Camões).
Aguarita - caldo muito aguado (Castro Daire).
Água ruça - fim; rol do esquecimento, extremidade.
Aguarrada - bebida fraca (vinho ou café) (Minho)
Águas - urina.
Águas carregadas - prenúncios de zangas domésticas.
Águas furtadas - habitações existentes no forro do telhado.
Águas mornas - diz-se de uma pessoa com falta de energia, indolente, incapaz de quaquer iniciativa; paliativos, subterfúgios.
Águas turbas - assuntos que não estão aclarados.
Agua suja - café mal preparado.
Agua vai! – aviso que se dava aos que passavam antes, de se lançar água, o que se despejava de bacios, alguidares.
Aguadeira - petisco que abre o apetite.
Água d’unto - deitava-se num pote, com água a ferver, uma colher de sopa de unto de porco. Logo que derretesse, vertia-se essa água numa malga onde já estava broa migada à mão.
Era o primeiro-almoço aldeão. Muito comum. Geralmente estava-se apenas com uma água d'unto até ao meio dia.
É, ainda uma água fervida com unto ~a de porco); utiliza-se com fins curativos, efeitos terapêuticos (para os animais e pessoas).
A RIBEIRA LJN1A
Cantada por Diogo Bernardes e António Feijó, a Ribeira Lima não é só o logradoiro de lavradeiras diligentes que em dias de romaria percorrem, uma a uma, as ermidinhas nos lugarejos mais distantes em busca do seu Santo Padroeiro, cumprindo pacientemente as suas promessas em horas de aflição. Também é terra de labuta, e essa começa antes do sol nascer para terminar, noite adentro, quando as estrelas e os raios deixam na pacatez, da noite, lindas histórias de uma lua cheia.
Como diria o Conde de Aurora:«Ribeira Lima, idêntica em si mesma, há trinta anos, há nove séculos.».
Zona agrícola por excelência, não sabemos que mais admirar!
«Quem não transitou a pé pelos caminhos de uma e de outra margem do rio, por Meadela e Santa Marta. até ao pontilhão de Portuzelo, rodeado de casais, de moinhos de vento, e de rochas em que escachoa a água. límpida e desnevada, através da qual se vêem reluzir as trutas; quem não foi e não veio pela direita e esquerda da Ribeira (... ) não conhece de Portugal, a porção de céu e do solo mais vibrantemente viva e alegre, mais luminosa e mais cantante», disse-o já Ramalho Ortigão nas .”Farpas".
Mas a Ribeira Lima é, também, a industria tradicional das carroças de Deão, Os cestos de SubporteIa, a manteiga de Deocriste, os jugos e as cangas, de Santa Marta. a cerâmica da Meadela e esse maravilhoso trabalho de linho, desde o cultivo ao tear, passando pelo engenho espadeloso, restelo e assedeiro até à roca e ao fuso.
DITÁDOS POPULARES
01) Água ao figo e à pêra, vinho.
02) Água ao melro que lhe seca o bico.
03) A água colhe em joeira, quem se crê de ligeira.
04) A água corre para o mar, e as coisas para o seu natural. OS)A água corrente, esterco não consente.
06) A água corrente, não mata a gente.
07) A água correu sempre para o mar.
08) Água de serra e sombra de pedra.
09) Água detida, má para bebida.
10) Água e conselhos, só se dão a quem os pede.
11) Água e lenha, cada dia venha.
12) Água e pão, comida de cão.
13) Água e pão, de corrida se vão.
14) A água é fria, mas mais é quem com ela convida.
15) A água é para os peixes e o minar para a toupeira.
16) A água fervida, tem mão na vida.
17) Água fria e pão quente, nunca fizeram bom ventre.
18) Água fria sarna cria e água roxa sarna escoxa.
19) Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura.
20) A água não empobrece nem envelhece.
21) Água parada não mata nada.
22) Água pé e água mel, cada um faz a que quer.
23) Água que deres a teu Senhor, não a olhes ao Sol.
24) Água que veja o Sol: sem cor, sem cheiro e sem sabor.
25) Água quente, nem a são nem a doente.
26) Água quente, saúde para o ventre.
27) Água salobra, na terra seca é doce.
28) Água silenciosa é a mais perigosa.
29) Água sobre água, nem suja nem lava.
30) Água sobre mel, sabe mal e não faz bem.
31) Água suja também lava.
32) A água tudo lava menos quem se louva e as más línguas.
33) Água vertida não é toda colhida.
34) Águas passadas não movem moinhos.
O SÍMBOLO DA ÁGUA E A FÉ CRISTÃ:
Símbolo da vida
Por várias vezes, neste trabalho, em alguns lugares paralelos se referem símbolos cristãos da água, mas, aqui e agora, vamos centralizar no simbolismo do nosso Baptismo.
No Baptismo, o cristão entra profundamente no mistério pascal de Cristo, isto é, na verdade de Cristo morto e ressuscitado:«Ignorais, porventura, que todos nós, que fomos baptizados em Jesus Cristo, fomos baptizados na Sua morte? Pelo Baptismo,. Sepultámo-nos juntamente com Ele, para que, assim como Jesus Cristo ressuscitou dos mortos,... assim caminhemos nós também numa vida nova (Rom 6,3-4). Paulo lembra o banho de imersão purificadora, que significava a parte negativa do Baptismo: a morte, a «sepultura» da vida pagã anterior. Este banho purificador não é apenas uma lavagem externa ou um símbolo de conversão interior, como era o Baptismo de João; mas realiza verdadeira e sacramentalmente, pela força da morte-ressurreição de Cristo, uma «vida nova».
Esta vida nova pós-baptismal é um tema que Paulo lembra continuamente (Rom 7,6;2 Cor 5, 1,Col 2,12;3,3.9-10;cfr. 1 Ped3,20-'-@ 1). Por isso, poderá dizer:«Se alguém está em Cristo, é uma nova criação: passou o que era velho; eis que tudo se fez de novo» (2 Cor 5,17;cfr. Tit 3,5 ). Este baptismo é celebrado no seio ou ventre materno da Igreja que, deste modo, se torna a Mãe de novos filhos, segundo a fórmula lapidar de Santo Agostinho: «vulva matris, aqua baptismatis» ( a água do Baptismo é um ventre materno).
Intimamente associado ao simbolismo da água está o da brancura. A nova maneira de viver do baptizado era significativa pela veste branca, que os neo- baptizados usavam durante toda a semana, depois da Páscoa. Paulo faz-se eco desse belo simbolismo, quando diz: «Todos os que Fostes baptizados em Cristo estais revestidos de Cristo» (Gal 3,27).
Portanto, a água baptismal está intimamente relacionada com o Espírito de Cristo ressuscitado. Porque é d'Ele que nos vem a vida nova, simbolizada na água do Baptismo. É este o significado profundo do rito da água na noite pascal. A oração, com que nessa noite é benzida a água do Baptismo, resume os sentidos bíblicos da água.
Símbolo do Espírito de Deus
Donde vem à água esta força purificadora do coração do homem? A água está sempre relacionada com o Deus da vida: « O Meu povo cometeu um duplo crime: Abandonou-Me a Mim, fonte de águas vivas, para cavar cisternas, cisternas rotas que não podem reter as águas» (Jer 2,13). Por isso é que a água e o Espírito de Deus, isto é, a vida íntima de Deus, vão frequentemente associados:«Porque derramarei água sobre a terra e rios sobre o solo ~: derramarei o Meu Espírito sobre a tua posteridade, a Minha isenção sobre os teus descendentes. Crescerão como a verdura irrigada, como prados junto das águas correntes»(Is 44,3-4).
É o Espírito de Deus que, no princípio da Criação, transforma as águas do caos e da morte em águas da vida, pela separação das águas e da terra. É igualmente o Espírito de Deus que torna fecundas de vida as águas do Baptismo; é o mesmo Espírito que purifica interiormente, enquanto a água, por si, apenas lava o exterior do corpo.
O Antigo Testamento, assim como outras religiões, davam grande significado à purificação corporal. Em contraste com os fariseus, que absolutizavam as purificações das mãos e dos pés (Mc 3-7), Cristo dá todo o valor ao espírito, ao interior do homem. Porque Ele, ao contrário de João, não baptiza somente na água, mas «com o fogo do Espírito Santo» (Mt 3,1 1). A água torna-se, no Novo Testamento, símbolo do Espírito de Deus (Ap .1,6).
SIMBOLOGIA DA ÁGUA
*Água fonte da vida.
*Água nos episódios bíblicos.
*Água e a arte.
*Água meio de purificação.
*Água símbolo de renascimento e regeneração.
*Água e celebrações religiosas: o Baptismo.
*Outros simbolismos da Água.
*Oceano, mar, sua simbologia...
*Água / Vida / Ser.
Simbolismo da Água
A água é um símbolo muito importante na história da humanidade e pode-se agrupá-la em três lemas principais e distintos: Água fonte da Vida, Meio de Purificação e Forma de Renascimento.
Água, Fonte da Vida
Em todas as comunidades a água é um elemento primordial ao renascimento da vida. Foi da água que o homem surgiu, dos oceanos... Esta tese é confirmada por investigações constantes científicas no campo da evolução da espécie.
Os antigos da Mesopotâmia vão ainda mais longe, eles falam da água como a origem do Universo!
Para os Egípcios o mundo surgiu da água da criação e crêem ainda que depois de cada ano, quando se retira a inundação do Nilo, a terra do Egipto emerge da água para uma renascença vegetal... Para eles, a água pura dá a vida.
Uma pedra do Egipto antigo, contém as palavras: "A água é a concentração interior". Segundo Pierre du Bourget é uma sentença simbólica onde a origem reside nas Grossas Nozes, mergulhadas na agua, da Palmeira do Egipto.
Ela faz alusão à essência da vida assim como em certas regiões da Índia as pessoas cumprimentam-se ou abordam-se perguntando: "De que água és tu?".
Toda a regra vegetal depende da água pois ela é sinónimo de fertilidade e fecundidade, Por isso a água é associada a certas divindades femininas, tais como: Ganga. Yamuna, Jumma, que muitas vezes aparecem nos templos indianos.
De uma forma mais objectiva, a chuva e a neve que cai dos céus infiltra-se na terra, vigoriza as seivas para o nascer da vida. - A chuva fecunda a terra; e dela germinam plantas que são elementos fundamentais ao ciclo da vida. do Homem...
A Água - episódios bíblicos / Água e a arte
A água viva é uma imagem que provêm sobretudo do Antigo e do Novo Testamento.
Os Hebreus, no deserto, julgavam morrer de sede e recriminavam Moisés; ele sobre ordem de Deus bateu com um pau num rochedo do Monte Horeb e daí brotou uma fonte (Exodo XVII - 3,7).
A interpretação foi a criação de uma fonte de Deus que simboliza a Vida...
Este episódio foi representado em pintura, devido à sua grande importância e em certos outros episódios da vida de Deus, essa Fonte de Vida é referida também.
Quando Jesus diz à Samaritana: "Quem beber da água que Eu Lhe der jamais terá sede!..." No último dia da festa dos Tendas, em Jerusalém. quando Jesus lança de viva voz: "Aqueles que crêem em Mim e têm sede, que venham a "m que Eu os saciarei".
No Apocalípse " Aquele que tem sede, Eu lhe darei água da Fonte da Vida gratuitamente". Mais tarde descreve-se o Rio da Vida que jorra água do trono de Deus e dos cordeiros mansos! (Ap XXII, 1).
A água do Novo Testamento é, sobretudo, o símbolo do Espírito Santo.
A água. a Fonte da Vida dos cherétiens (cristãos), é objecto de numerosas ilustrações, acompanhadas geralmente de duas partes: sob a forma de serpente, figura dos mosaicos, paleo-cherétiens da Europa, da Ásia e da África do Norte que estão expostos em museus e geralmente, feitos abaixo relevo; ou sob a forma da representação de uma ninfa antiga, em perspectiva universal.
A Fonte da Vida simboliza de uma maneira geral os evangelhos, que representam a água da vida e evoca o Baptismo romano dos filhos do rei...
O simbolismo da água expressa-se também no museu de Calcutá, numa das suas principais obras. O primeiro duche do futuro Buda é uma aspersão de água simbolizando que ele mais tarde conhecerá a iluminação.
Uma das principais esculturas célebres da índia e da arte de Mahabalipuram, do século VI, representa a descida do Gange em que um Tritão devorou uma parte de terra e onde depois se formou a Fonte Primordial do Gange.
Água, meio de Purificação
O poder purificador da água é reconhecido universalmente e, por vezes, está associado a certos rituais.
No Egipto, na época baixa, os sacerdotes lavam-se num acto sagrado na aurora, purificando assim os seus corpos. Depois, eles percorrem o templo queimando Incenso e tombando água.
Na índia, é procedido solenemente em cada ano o banho das estátuas, denominado como sendo um banho sagrado e é sobretudo efectuado sobre divindades femininas e deusas gregas: banho de Afrodite, banho de Atenas, banho de Cibelo, o banho desta tinha o objectivo de pedir à deusa a obtenção de fecundidade e chuva.
Na Mesopotâmia e na Ásia ocidental antiga, o sacerdote praticava certos rituais com água, para se lavar das faltas e pecados; e essas lavagens deveriam ser frequentes, pois as suas doenças eram consideradas como consequências desses pecados.
Para os Hebreus, a água purificava os impuros, eles veneravam uma "água sagrada" na festa dos Tabernáculos e procediam durante sete dias a libações de água, utilizando por vezes garrafas.
No cristianismo, a água purifica dos pecados na celebração do Baptismo, te rido um simbolismo para o povo cristão muito importante.
Os Árabes, mesmo depois de Maomé, veneravam o poço: zam-zam".
A água é símbolo de pureza espiritual no Islão, onde fazem também a ablução da água por cinco sacerdotes.
Como disse Maomé: "O sacerdote é 1 como um ribeiro de água doce". Mesmo em todos os países em que a agua escasseia, no México pré-Columbiano, o Deus da chuva é um dos deuses mais importante".
Para os Aztecas a função purificadora da água está associada à fertilidade das mulheres, as quais em camisa de dormir recebem um banho de vapores "temazcal".
Nos países do extremo oriente, onde o arroz é a principal cultura e a base de subsistência para aquelas gentes, os ritos de repicagem do arroz estão associados à purificação das mulheres propostas para esse trabalho: "Elas deverão estar puras" para o arroz ser bom. Por isso têm de obedecer a certos banhos com frequência.
Água símbolo de renascimento e regeneração
Na Índia Bramânica, na cerimónia do casamento, o marido verte na mão da sua esposa um pouco de água que um Brâmane deitou também na mão dos seus.
Quando os jovens iniciam a sua fase da adolescência, estes vão ser banhados por uma água que significa uma segunda nascença, a nascença para a sociedade.
As Fontes
Em todos os países da Europas fontes são objecto de culto. Ao longo dos tempos, são vistas mais como divindades geradoras de vida e de fecundidade (este conceito partiu dos Celtas).
Mas muitas fontes, sobretudo da Gália, têm um poder associado ao renascimento, esses "santuários" atraem peregrinos e doentes.
Por vezes as fontes estão associadas a serpentes que simbolizam as forças subterrâneas que permitem às fontes jorrar água.
Existem templos de fontes romanas e um dos mais admiráveis e mais conservados é o de Nemansus, em Nimes, e o de Zaghouan, na Tunísia.
Primeiramente as fontes tinham nomes de deuses romanos e só mais tarde foram cristianizadas e dedicados a Santos da Igreja.
Não só foram as fontes mas também os rios e ribeiros que foram divinizados. O Nilo, por exemplo, é uma divindade para os Egípcios, assim como o Tigre e o Eufrates para os Babilónicos.
Na India, uma quantidade inumerável de representações antropomórficas de (Rib) figura de ribeiros sobre os templos.
Elas são femininas e "esposas" do oceano e precipitaram-se sobre ele para encontrarem o seu bem-amado.
O oceano, masculino, senhor de todos os cursos de água é raramente representado, ao contrário da deusa Ganga, um dos temas mais importantes.
Mais a oeste, encontrain-se dois rios personificados sob a forma humana, o rio Reno, protagonizado como um deus, e o rio Sena, representado por uma deusa.
No século XVIII, os habitantes de Saint-Seine, faziam uma procissão à fonte do Sena, situada a uma dezena de quilómetros e na qual imploravam à chuva e aspergiam o sacerdote com a água da fonte.
O caracter poético da água é fundo comum do tempo e da humanidade, a água é vista como o meio de comunicação para o mundo eterno,...
O Baptismo
· Baptismo é uma cerimônia de grande importância para o cristianismo.
O Baptismo é um sacramento que faz passar da morte à vida. Nós somos evangelizados com Cristo pelo Baptismo, na morte a fim de que como Cristo foi ressuscitado da morte, assim nós viveremos com Ele, uma vida nova.
A água representa nessa cerimônia um papel fundamental, pois eia'é como o veículo da mensagem divina, é a partir dela que nos tornamos cristãos.
A água é vista na cerimônia do Baptismo como um instrumento divino, um elemento de Deus, o preferido pelo Espírito Santo...
Foi a partir dela onde "brotou" a vida na terra, espontanéa e de uma forma agreste ... E foi nela que Deus deu nova vida ao Homem pela celebração baptismai...
outros simbolismos da água
O ritmo das marés, os ciclos da Lua contribuem para dar ao Universo uma estrutura cíclica...
Todos os ritmos aquáticos estão intimamente relacionados com os ritmos lunares e essa relação constitui o circuito antropocó@mico da fecundidade, desde a pré-história... A utilização funerária da água
explica a sua função mágica, cósmica e terapêutica!
Nos países secos do pró ximo oriente, na África do Norte, crêem que os mortos, após enterrados, vão morrer de sede e então fazem certas libações de água para os defuntos. Dão-lhe deste modo, segundo eles, a existência elementar e crêem no seu renasciinento a partir disso.
Na chuva, a água é o "yin" princípio feminino.
Ela simboliza o Inverno, o norte, o negro, o frio, a morte...
O mar possui, para os Hebreus, uma significação funesta.
Em geral simboliza as forças do mal, caóticas do mundo, infernais e demoníacas.
A psicanálise, ao contrário, aproxima o mar de toda uma série de elementos: terra, noite, lua, siinbologia maternal (foi daí que jorrou a essência da vida).'
O mar é visto como qualquer coisa que nos faz recuar,no tempo, a uma infância esquecida, a um amigo deixado, a um amor abandonado.
Representa a saudade...
Um regresso às origens...
Um encontro com a própria alma...
Contrariamente, a opinião Hebraica, deste modo a água, que neste caso é o mar, tem mais um papel
benigno, pacífico, sereno, calmo...
Penso que a explicação para este contraste tão acentuado reside na própria água, como ela está tão ligada ao homem, todas as etapas da vida atribuem-lhe uma significação: vida, morte, alegria, tristeza.
A maneira de olhar a água depende, pois, do nosso estado de Espírito...
Oceano e sua slinbologia
O oceano é simbolizado a partir do Deus Oceano,e, sobretudo, à parte de deusas relacionadas com ele,
Tritão, Nereidas, Ninfas,etc.
Mas a sua significação passa pela invocação como sendo onde a terra acaba e o mar começa, onde a
terra acaba e o Céu começa.
Existe com isso uma grande ligação ao Espírito vivo da água ao céu o que reflete que este é o caminho
de libertação humana, a fonte da pureza e do bem estar terreno, Espiritual.
O homem quando mergulha nessa água, sente-se bem consigo próprio e, por momentos, esquece-se
dos pesares da vida, do caminho à plenitude, ao Céu...
O homem quando olha o horizonte, olha a ilimitação e sente-se pequeno, perante a sua quase infinidade, sente-se reduzido e os seus problemas, por maiores que sejam no meio dessa grandiosidade, são
minúsculos..
E ele, então, sente-se melhor; a sua relaç ão com a água passa por ser uma terapia psíquica.
Água 1 Vida 1 Ser
A água é um elemento essencial à vida fisica como à vida psicológica, domina a objectividade e a
subjectividade das coisas, domina o nosso espírito e, sobretudo, o nosso coração...
É a fonte da vida, a veia de inspiração dos poetas, representa a natureza, nasceu com o homem...
A águajamais está só, com ela aparecem relacionados os fenômenos naturais, a sua "magicidade", a
sua efemeridade...
É elemento das paisagens, forma de relaxamento, é um "rebuçado" ao sonhador, é o sorriso do poeta,
obrinquedoparaacriança,aesperan deumvelhinho,ofuturo mpai@ha.-nos na marcha
.ça o porvir: a agua aco
da vida, sempre num murmurar doce e amigo,é ela que@ apaga nossos incêndios espirituais, nossos momentos de depressão, ameniza nosso ego, faz bem, revitaliza-nos...
Alimenta a regra vegetal, é o espelho da relzra animal, alimenta a essência humana... É a 51 dimensão do homem...
Nem*~
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