“ai de mim se não evangelizar”
Rir é o melhor caminho…
Por vezes a nossa oração é demasiado séria. É muito importante que ela se deixe atravessar pelo humor. Aprender a rezar com Sara e Abraão, com estes dois, é aprender a rezar com os nossos risos, com os nossos impasses e descrenças, com esta espécie de jogo bem-humorado que a oração introduz. Há uma desproporção tão grande entre o céu e a terra, entre a fidelidade de Deus e a nossa fragilidade que, depois de tudo e através de tudo só pode fazer a diferença. Por alguma razão o Pai do filho pródigo faz com que a sua casa se ilumine com música e danças (Lucas 15,25).
A bíblia e seu fascinante Humor
Olhemos para a Bíblia e divertamo-nos com a sua leitura, sentindo como a Alegria é um lugar da Revelação de Deus. É impossível avizinhar-se de Deus, sem perceber essa dimensão necessária. Encontremos na bíblia páginas cheias de alegria, representada e transmitida segundo estratégias muito diferentes.
Deus faz-me rir
Um dos textos emblemáticos diz respeito Abraão e Sara sua mulher. Na história de Fé que eles escrevem, o riso e humor emergem naturalmente. Há aquela situação inicial que todos n´s conhecemos: a de Sara ser estéril e os dois se encontrarem numa idade muito avançada e ainda sem filhos. Dá-se então, a inesperada promessa de Deus, que passado um ano, Sara será mãe! E Sara quando ouve dizer isto, fica a rir baixinho, por detrás do céu do pano da tenda.
O Senhor disse a Abraão: “Porque está Sara a rir e a dizer: “será verdade que eu hei-de ter um filho, velha como estou?” Haverá alguma coisa que seja impossível para o senhor? Dentro de um ano, nesta mesma época, voltarei à tua casa, e Sara terá já um filho.” Cheia de medo, Sara negou, dizendo: “Não me ri” Mas Ele disse-lhe: “ Não! Tu riste-te”.Génesis 18,13-15)
O diálogo do Senhor é delicioso e vai determinar o nome da criança que vai nascer. É o nome Isaac significa “Deus Sorri”. Sara rira primeiro por incredulidade, por pura descrença perante um anúncio desconcertante de Deus, que ela não via como pudesse desencadear-se! Mas precisamente neste contexto, ela é desafiada a sorrir, percebendo como o humor de Deus desbloqueia a história dos seus impasses, e torna possível quilo que ela, no seu coração, tinha j+á por impossível. Ela vai ter um filho e poder dizer: “Deus faz-me sorrir, e todos os que o souberem podem sorrir comigo!” (Génesis 21,6). Um riso absolutamente novo: o da confiança nos imprevisíveis caminhos de Deus.
O riso conduz-nos à sabedoria
Muitas vezes encontramos o riso associado à construção da verdade e sabedoria. A Bíblia ensina-nos a rir dos nossos juízos e saberes, das coisas cheias de seriedade que fazemos, da esperteza com que tentamos salvar as aparências ou sobreviver às dificuldades. Este riso de nós próprios é um riso altamente purificador e abre-nos um sentido novo, a um outro sorriso, que é o sorriso de Deus. Sobretudo nos livros Sapienciais, encontramos uma série de máximas para ler com um riso nos lábios, porque colocamo-nos a nu descaradamente.
Não consultes uma mulher ciumenta sobre a sua rival,
Um medroso sobre a guerra,
Um negociante sobre os negócios,
Um comprador sobre uma coisa para vender,
Um invejoso sobre a gratidão,
Um egoísta sobre a bondade,
Um preguiçoso sobre qualquer trabalho,
Um criado preguiçoso sobre uma grande tarefa
(eclesiástico 37,11)
Ao lermos este conselho no Livro Eclesiástico rimo-nos por reconhecermos a nossa realidade, mas o riso depura-nos, abre-nos a uma consciência profunda de nós mesmos. O riso serve de espelho: em vez de andarmos num esconde-esconde de aparências, dá-nos a possibilidade de uma contemplação desdramatizada que construtivamente nos incita à mudança.
O PREGUIÇOSO DIZ:
“Anda uma fera no caminho, Um Leão na estrada!”
como a porta gira sobre os seus gonzos,
Assim o preguiçoso no seu leito.
O preguiçoso mete a mão no prato,
Mas cansa-se de a levar à boca (provérbios 26, 13-15)
Goteira a pingar em dia de chuva,
E mulher briguenta, tudo é a mesma coisa. (Provérbios 27, 15)
A sanguessuga tem duas filhas, que se chamam: dá-me, Dá-me (provérbios 30, 15)
O eclesiástico e os Provérbios estão pejados de máximas muito inspiradas pelo humor Oriental, talvez em alguns aspectos um tanto divergentes do nosso. Mas o importante
É dar-se conta que o riso é uma forma sábia de entrarmos em nós próprios, na nossa realidade, e quebrarmos a falsa solidez das aparência, ousando vermo-nos como somos. Neste sentido o riso tem uma função sapiencial: é um indutor de sabedoria espiritual, conduz-nos a ela.
SNPC – José Tolentino Mendonça
Que o nosso riso seja o sinal da nossa confiança em Deus e no Seu Projecto de Salvação. Aprendamos o caminho da Alegria no encontro com o Senhor que fala na e através da Bílblia
Rosário
Rir é o melhor caminho…
Por vezes a nossa oração é demasiado séria. É muito importante que ela se deixe atravessar pelo humor. Aprender a rezar com Sara e Abraão, com estes dois, é aprender a rezar com os nossos risos, com os nossos impasses e descrenças, com esta espécie de jogo bem-humorado que a oração introduz. Há uma desproporção tão grande entre o céu e a terra, entre a fidelidade de Deus e a nossa fragilidade que, depois de tudo e através de tudo só pode fazer a diferença. Por alguma razão o Pai do filho pródigo faz com que a sua casa se ilumine com música e danças (Lucas 15,25).
A bíblia e seu fascinante Humor
Olhemos para a Bíblia e divertamo-nos com a sua leitura, sentindo como a Alegria é um lugar da Revelação de Deus. É impossível avizinhar-se de Deus, sem perceber essa dimensão necessária. Encontremos na bíblia páginas cheias de alegria, representada e transmitida segundo estratégias muito diferentes.
Deus faz-me rir
Um dos textos emblemáticos diz respeito Abraão e Sara sua mulher. Na história de Fé que eles escrevem, o riso e humor emergem naturalmente. Há aquela situação inicial que todos n´s conhecemos: a de Sara ser estéril e os dois se encontrarem numa idade muito avançada e ainda sem filhos. Dá-se então, a inesperada promessa de Deus, que passado um ano, Sara será mãe! E Sara quando ouve dizer isto, fica a rir baixinho, por detrás do céu do pano da tenda.
O Senhor disse a Abraão: “Porque está Sara a rir e a dizer: “será verdade que eu hei-de ter um filho, velha como estou?” Haverá alguma coisa que seja impossível para o senhor? Dentro de um ano, nesta mesma época, voltarei à tua casa, e Sara terá já um filho.” Cheia de medo, Sara negou, dizendo: “Não me ri” Mas Ele disse-lhe: “ Não! Tu riste-te”.Génesis 18,13-15)
O diálogo do Senhor é delicioso e vai determinar o nome da criança que vai nascer. É o nome Isaac significa “Deus Sorri”. Sara rira primeiro por incredulidade, por pura descrença perante um anúncio desconcertante de Deus, que ela não via como pudesse desencadear-se! Mas precisamente neste contexto, ela é desafiada a sorrir, percebendo como o humor de Deus desbloqueia a história dos seus impasses, e torna possível quilo que ela, no seu coração, tinha j+á por impossível. Ela vai ter um filho e poder dizer: “Deus faz-me sorrir, e todos os que o souberem podem sorrir comigo!” (Génesis 21,6). Um riso absolutamente novo: o da confiança nos imprevisíveis caminhos de Deus.
O riso conduz-nos à sabedoria
Muitas vezes encontramos o riso associado à construção da verdade e sabedoria. A Bíblia ensina-nos a rir dos nossos juízos e saberes, das coisas cheias de seriedade que fazemos, da esperteza com que tentamos salvar as aparências ou sobreviver às dificuldades. Este riso de nós próprios é um riso altamente purificador e abre-nos um sentido novo, a um outro sorriso, que é o sorriso de Deus. Sobretudo nos livros Sapienciais, encontramos uma série de máximas para ler com um riso nos lábios, porque colocamo-nos a nu descaradamente.
Não consultes uma mulher ciumenta sobre a sua rival,
Um medroso sobre a guerra,
Um negociante sobre os negócios,
Um comprador sobre uma coisa para vender,
Um invejoso sobre a gratidão,
Um egoísta sobre a bondade,
Um preguiçoso sobre qualquer trabalho,
Um criado preguiçoso sobre uma grande tarefa
(eclesiástico 37,11)
Ao lermos este conselho no Livro Eclesiástico rimo-nos por reconhecermos a nossa realidade, mas o riso depura-nos, abre-nos a uma consciência profunda de nós mesmos. O riso serve de espelho: em vez de andarmos num esconde-esconde de aparências, dá-nos a possibilidade de uma contemplação desdramatizada que construtivamente nos incita à mudança.
O PREGUIÇOSO DIZ:
“Anda uma fera no caminho, Um Leão na estrada!”
como a porta gira sobre os seus gonzos,
Assim o preguiçoso no seu leito.
O preguiçoso mete a mão no prato,
Mas cansa-se de a levar à boca (provérbios 26, 13-15)
Goteira a pingar em dia de chuva,
E mulher briguenta, tudo é a mesma coisa. (Provérbios 27, 15)
A sanguessuga tem duas filhas, que se chamam: dá-me, Dá-me (provérbios 30, 15)
O eclesiástico e os Provérbios estão pejados de máximas muito inspiradas pelo humor Oriental, talvez em alguns aspectos um tanto divergentes do nosso. Mas o importante
É dar-se conta que o riso é uma forma sábia de entrarmos em nós próprios, na nossa realidade, e quebrarmos a falsa solidez das aparência, ousando vermo-nos como somos. Neste sentido o riso tem uma função sapiencial: é um indutor de sabedoria espiritual, conduz-nos a ela.
SNPC – José Tolentino Mendonça
Que o nosso riso seja o sinal da nossa confiança em Deus e no Seu Projecto de Salvação. Aprendamos o caminho da Alegria no encontro com o Senhor que fala na e através da Bílblia
Rosário
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