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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O "hábito não faz o monge", mas o monge pode fazer o hábito

“O Hábito não faz o Monge”
O Monge pode fazer o hábito

Embora eu não saiba se é importante aos religiosos andarem publicamente com traje próprio, como o uso da batina e do cabeção, no meio deste mundo secularizado… materializado e quase anti-religioso, o que se reprova com veemência..., respeita-se. há coisas que já se têm de pôr de lado, uma simples cruz na lapela do casaco será uma discrição maior.
Andamos preocupados com fundamentalismos orientais, mas entre os ocidentais também existem. Há grupos, movimentos, que mostram isso nos seus órgãos de comunicação social, onde se lê pela imagem que padres são só os que andam de cabeção ou equipados como os militares.
Não haverá outros fundamentalistas pelo Ocidente, políticos e religiosos?
Para alguns, o resto é uma provocação. Uma ideia de fundamentalismo prevalece também na nossa sociedade. Não gostamos que as mulheres muçulmanas andem vestidas de cara coberta ou meia tapada. Eu não acho graça nenhuma, embora respeite e, conviva com tais pessoas, por vezes, mas chamam-lhes fundamentalistas.!... Parece que nos provocam materialmente falando, não será que ao utilizarmos meios antigos não estejámos também a ser replentes em vez de acolhedores?
O Padre não é feito de batina, nem do cabeção. A vocação não está no vestir, está no coração, na vida vivida com dignidade como resposta ao chamamento. Aliás, o hábito eclesiástico é uma questão disciplinar que pode mudar a qualquer momento e só foi ordenado a partir do século V, hoje regulamentado pela Cânon 284. É uma questão de obediência à lei, mas pior seria um padre esconder toda a sua miséria humana debaixo de uma batina, de uma “túnica romana”.
Os leigos pelo facto de serem cristãos também não usam “farda” como os islâmicos. Eles vão mais longe!...
Os Bispos estão atentos à falta do cumprimento das regras canónicas, mas “fecham os olhos” porque os legítimos costumes locais também pesam na sociedade.
Ao longo dos séculos sempre houve regiões onde apareciam padres com e sem cabeção, com e sem hábito. Os castigos eram severos, mas, assim aconteceu, assim como a tonsura. Mas muitas coisas acabaram e são difíceis de retomar...só os jovens poderão mudar ainda algumas coisas, mas tenho verificado
Um Bispo em 1986, na Alemanha, disse-me que só andava de cabeção o Padre que quisesse ser bispo.
Tomei-o muito a sério e acho que não há dúvida que o comportamento, as atitudes, os gestos, a palavra e a relação, a proximidade, convencem mais que qualquer hábito, basta isso. O resto, nas funções litúrgicas, as coisas são diferentes. Assim o uso de vestes sagradas, litúrgicas, é no local próprio das celebrações da fé ou em actos públicos. A propósito dos que são bem falantes e querem dizer tudo também não é a palavra do Padre que deve sobressair na missa, mas a Palavra de Deus. Alguns exageram com homilias longas que parecem querer sobrepor-se à Palavra de Deus, lida, escutada e sentida por todos. Isto é para o monge e não monge, mas alguns criam “hábitos” inedesejáveis.
Quando as pessoas começam a mexer-se muito nos bancos, a sair da igreja, a bocejar, a abrir a boca... já foi tudo... por água abaixo…
A Sagrada Escritura é mais importante que a palavra do ministro da Palavra e do que a palavra de qualquer pessoa. As obras falam por si e o silêncio, às vezes, fala mais.
O hábito não faz o monge e pode não ajudar porque também o monge pode fazer “hábitos” maus e bons, envergando o seu hábito ou não.

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