Um dia especial
“Em 31 de Janeiro de 1999, estava um dia lindo, quando acabei de almoçar. Era por volta das duas da tarde, saí para dar um passeio, quando senti uma ligeira dor no fundo da barriga, senti que o meu menino ia nascer, logo de seguida as águas arrebentaram, não disse nada para não ir logo para o hospital, sabia que o parto podia demorar e não me apetecia ficar tanto tempo na maternidade. Só por volta das 17 horas é que disse ao meu marido que tinha de ir a casa buscar as coisas para ir para o hospital que o menino ia nascer. Ele não me deixou ir a casa levou-me logo para o hospital, entrei foi examinada por uma enfermeira, que mandou logo alguém ir a casa buscar o saco que eu já não saía dali. Estava muito calma, o momento mais feliz da minha vida estava a chegar, tinha consciência que não ia ser fácil que tinha que sofrer muito, mas tinha fé que tudo correria bem e, em breve, o meu filho estaria nos meus braço. Assim foi cerca de meia hora depois já tinha forte contracções, uma das enfermeiras perguntou se queria a epidural , logo respondi que não queria um parto natural. Estava na mesma sala uma senhora que gritava muito com dores e já estava lá desde manhã, ela admirou a minha calma, por volta das 18.15 senti o meu filho a querer nascer, comecei a senti-lo a descer, chamei a enfermeira examinou, e gritou este já vai sair, vamos para a sala de partos, levantei-me e foi pelo meu próprio pé, quando entrei naquela sala só pedi a Deus que me desse força para que o meu filho nascesse rápido para nenhum dos dois sofrer muito tempo. Sabia que quanto mais depressa ele nascesse, quanto melhor colaborasse com as enfermeira mais fácil seria. Não tinha tido qualquer preparação para o parto, mas isso não me preocupava, só pensava em abraçar o meu menino, senti-o pouco depois a sair levantei-me para assistir aquele momento maravilhoso de o ver nascer, foi uma alegria tão grande que não dá para explicar ver o meu filho ali, ver que era um menino perfeito, colocaram-no no nos meus braços para lhe cortar o cordão. A felicidade era tão grande que nem sentia dor, tudo tinha passado, é uma sensação de felicidade tão grande que não dá para explicar, um momento na nossa vida que é mágico, inesquecível, mas foi só por segundos. A minha aflição começou quando a enfermeira gritou por um pediatra com urgência foi tudo tão rápido que fiquei assustada, ali sim, fiquei com medo, não sabia o que tinha acontecido ao menino toda aquela alegria e felicidade desapareceu, pois não me explicaram o que tinha acontecido retiraram o menino daquela sala e deixaram-me sozinha ali à espera que um médico viesse para acabar o serviço. Naqueles breves minutos fiquei com muito medo porque me tinha parecido que o menino tinha o cordão à volta do pescoço ao nascer. Então entrou a pediatra com ele no colo colocou novamente em cima de mim e disse que o tinha que levar para cima para examinar, mas que não era nada grave, era só por precaução por eu ter tido uma pneumonia quinze dias antas dele nascer. Chamaram o pai para subir com ele, colocaram-no nos braços do pai durante a viagem até ao 8º andar, depois tiraram-lho dos braços, e entraram mandando-o esperar cá fora, só duas horas depois é que lhe disseram para ele vir embora que estava tudo bem, mas que tinha que passar 24 horas na incubadora, foram as horas mais longas e angustiantes da minha vida não ter o meu filho ali comigo e, pior, não saber o que se estava a passar. A outra senhora estava ali ao meu lado com a sua menina que nasceu quinze minutos depois da meu, feliz ao olhar para a filha a dar-lhe o peito e eu não tinha o meu foram horríveis aquelas horas. Depois, no Domingo, à noite deixam-me ir lá cima buscá-lo para a minha beira, jurei que nunca mais o ia deixar, já tem dez anos e nunca mais o deixei, só peço a Deus que me dê saúde para o criar que é a coisa mais bela que tenho na vida por ele dava a minha própria vida.”
M. G..38anos,escriturária
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