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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Casimiro Araújo e Emília Coutinho


História de vida
Há muito pensava visitar um familiar que se encontrava doente e, precisamente hoje, depois da visita a uma família de Abelheira, lá fui pelas 16 e tal. Estacionei o carro, bato à porta e logo se abre. Por causa do calor estava tudo bem fechadinho, muito escuro apesar da televisão a funcionar. Ali estive quase duas horas a visitar o Casimiro Augusto de Araújo, nascido em 31/01/1922 filho de Pedro António Araújo Júnior que depois deste ter nove meses de idade foi para o Rio de Janeiro e nunca mais se soube nada, deixando a mãe Maria Fernandes Dias (dos Liquitos de Mazarefes) com dois filhos.
O Casimiro nasceu em S. Paio de Jolda, no Carregadouro, Arcos de Valdevez, mesmo em frente a S. Martinho de Jandra, mas do outro lado do rio.
A mãe veio servir para Viana, para a casa dos Cerqueiras e assim frequentou a escola até fazer a 4ª classe. Começou logo a trabalhar, na rua do Loureiro na mercearia do Zé Liquito, através do cunhado do Zé Pequeno. Depois um tio, irmão da mãe chamou-a para Lisboa e os filhos acompanharam-na e foi trabalhar outra vez no comércio como empregado de mercearia até aos 20 anos. Ficou livre da tropa. O irmão mais velho que ele casa. Dois anosmais velho foi pintor de construção civil. Este seu irmão o tem como um “santo” era irmão e pai, morreu solteiro e sem geração. Morreu novo!
Ao ficar livre da tropa entrou para os CTT em Lisboa.
Aí trabalhava quando Salazar abriu inscrições para ir trabalhar para Limpopo. Teve viagens pagas, mas não chegou a Limpopo, ficou em Lourenço Marques numa casa comercial de mercearia e cervejaria de um patrão que tinha mais duas casas. Um dia o patrão disse-lhe que ia passar ou vender uma delas que lhe dava prejuízo. Ele ofereceu-se imediatamente para a gerir, mas não concordou e então passou-lhe sem dinheiro, pois não tinha para pagar. “O negócio está feito metade é meu e metade é teu.” Apareceu um amigo de Lisboa e logo o convidou a trabalhar para ele. A casa começou a dar muito rendimento, mas também trabalhou para chegar onde chegou ao ponto de só os lucros dava para ele viver em Portugal à vontade, mas encontrou-se doente e depois de consultar um médico em Joanesburgo para tirar teimas, ele tinha mesmo de voltar para Portugal para descansar um ano ou mais: Assim esteve, 6 anos vivendo dos rendimentos mensais e se comprou uma sapataria junto da praça Gil Vicente em Almada, onde residia. Depois por motivos de cansaço decidiu arrendar a sapataria e ficar livre de empregos.
Em Lisboa até ir para a antiga colónia ganhava 200.00 escudos e, em Moçambique, ganhava 2000.00 mensais, enviava 1000.00 à mãe, ficando ele com outros 1000.00.
Entretanto tinha vindo de férias de Lisboa e estava na casa da família e vinha jogar a sueca na casa do que seria futuro sogro. Viu e gostou da família.
Quando a Deolinda, Irmã da Emília casou por procuração com o José Pita, guarda-fiscal em Lourenço Marques e de férias no continente. Nessa altura foi levar a Deolinda a Lisboa para ir para Moçambique. A Deolinda esteve já em Moçambique e morreu. O Casimiro casou. Escreve uma carta a Emília a pedi-la em casamento, quando já tinha a sua vida estabilizada em Moçambique. Casou por procuração, o noivo foi representado pelo irmão José Vaz Coutinho, o Zecas.
Rosa casara no mesmo dia com José Pita que estava cá de férias, casa novamente com uma cunhada.
A Rosa deu ao marido um filho o Manuel que está casado e com geração. A Emília deu ao Casimiro duas filhas, a Clara com um casal de filhos e a Cecília com dois filhos.
O Casimiro Araújo foi amigo de S. Simão. Quando estava cá de férias com as filhas foi a pé a S. João d’Arga com o grupo de Mazarefes. Ao passar na capela de S. Simão, viu-a a cair, sem portas e a chover-lhe dentro e fez logo uma promessa: “Quando voltar a Portugal vou mandar arranjar esta capela”. Assim foi, veio e comprou de tudo que foi melhor e à vontade do Pároco. Ele só pagou.
Considera-se um homem realizado e uma pessoa feliz na vida. Nunca teve inimigos, nunca teria sido enganado ou enrolado. Gostava muito de ajudar a quem chegasse sempre era um conselheiro certo com resposta certa que fazia admirar a Administração Civil, Julgando ele era um “Solicitador” a negociar, mas nunca ele levou um escudo a quem fosse.
“Se a Administração descobrir isso tem de me prender e eu estou a necessitar de férias” Era um lutador e sempre pronto a fazer o bem fosse a quem fosse, por isso, não teve medo, só teve de cuidar da saúde. Durante independência já cá estava, o que lá tinha lá ficou para os Moçambicanos e o seu sócio veio depois da independência sem nada.
A força quer que Casimiro há a juntar a da sua espera Emília, Irmã do Monsenhor Vaz Coutinho, Já falecido.
Esta foto é a do dia dos 50 anos de casados no ano 2000.

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