AVISO

Meus caros Leitores,

Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

A partir de agora poderão encontrar-me em:

http://www.arocoutinhoviana.blogspot.com

Obrigado

sábado, 11 de dezembro de 2010

Pianos, órgãos, instrumentos de corda- Fernando Portela- Viana do Castelo

Tudo o que diz respeito a instrumentos de cordas tem, em Viana, um especialista, é Fernando Portela da Vila dos Arcos, nascido há 60 anos, filho de um trabalhador na Portucel e mãe doméstica. Irmão de mais quatro.


Fez a escola Primária e a secundária. Foi profissional de desenho, embora paralelamente sempre se tivesse dedicado a tudo o que pudesse fazer música, sobretudo em instrumentos de corda: cavaquinhos, bandolins, guitarras portuguesas, violas clássicas, violinos, violoncelos e não constrói mas afina pianos verticais e de cauda.

Agora, reformado é o único que, em Viana, se dedica a este ofício, pelo menos que eu conheça, de porta aberta, à Rua da Olivença, nº 104.

É viúvo, desde os 53 anos, e tem três rapazes da esposa que lhe morreu cedo de morte súbita. Os filhos ainda estão solteiros e tem de uma companheira mais uma menina.

Portanto o Fernando Portela tem uma grande família e o seu passatempo são os seus instrumentos citados e faz isso com muito prazer, mesmo a afinar pianos.

Ainda outro dia esteve a afinar um Riese vertical de origem alemã com cerca de 100 anos e, segundo ele, os pianos quanto mais tempo estiverem sem afinação mais difíceis são de afinar porque as cordas "relaxaram"tanto que depois ao serem puxadasa ir ao sítio. Não é um trabalho fácil e o que parece estar bem para ele não está porque o ouvido lho diz e tocar a mais uma milésima ou menos pode levar a que do timbre da corda não surja a sequência da corda anterior ou a consequência da corda seguinte.


Segundo me informou qualquer piano de cauda tem nas tensões de todas as suas cordas um somatório de força sempre superior a 10 e até quinze toneladas - 15.000Kgs.

Compram-se pianos verticais com 3000 euros, mas não têm muita qualidade e agora há os pianos eléctricos, digitais que não é nada como Riese. “Olhe este ferro… estes martelos, estas cordas e toda esta máquina. O mais caro piano anda pelos 280.000 euros feito na Itália de marca Fazioli. É aliás o piano mais caro do mundo.”


O Fernando Portela, bem honrado e de ouvido bem afinado doía-lhe a alma quando encontrava a corda a não dar aquilo que ele queria. Para aqui, para ali e lá estava de todo feliz por ver que conseguia os seus objectivos, enquanto eu o observava e depois de olhos timbrados, alegres se mostrava com um rosto feliz e jovem pela sensibilidade às tonalidades, timbre e harmonia de um acorde musical.
 
 
As peças que se mostram aqui é de um piano centenário alemão e dos melhores na altura.

Sem comentários: