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domingo, 29 de janeiro de 2017

Os Gandras em Mazarefes



Os Gandras em Mazarefes


Em 1838 veio para Mazarefes Manuel Luís Gandra, com 28 anos de idade, da freguesia de S. Tiago de Aldreu, Barcelos, por casamento com Rosa Rodrigues, a Cordoeira,do Ermijo.
Do casamento resultou uma prole de 9 filhos, 5 varões e 4 mulheres.
  Manuel Luís Gandra enviuvou em 1857. A mulher morreu de parto. O referido Gandra herdou a alcunha “Cordoeiro” do sogro. Casou pela segunda vez com Rosa Gonçalves e consta na tradição da família que esta mulher de quem teve mais duas filhas. Também não era nada meiga para com os enteados. Faleceu em 1881. O filho mais velho com 17 anos partiu para o Brasil, em 1857 e levou consigo o irmão José com 14 anos. Quatro anos mais tarde, levou o irmão Manuel com 12 anos e o António com 11 anos, o João, o mais novo que vivia na Meadela, aos 38 anos, também.  Em 1861, foi para a terra das patacas, para poder pagar a casa que teria comprado na rua da Altamira, onde hoje vive a neta Raquel. A Francisca casou para a Meadela com Manuel Francisco Oliveira, em 1869 e com 24 anos de idade.
O António reemigrou em 1896 e em 1899, sinal de que andou lá e cá, assim como o José em 1890 e em 1892.



Não sei nada do que terá acontecido às mulheres: a mais velha, a Maria Rosa faleceu em 1869, aí com 31 anos de idade, em Mazarefes, quanto à Maria Cândida, nascida em 1848, morreu bebé, e a Maria, em 1851, nada descobri. Diz a tradição que terá ido para os lados da Serra da Estrela.





 O filho João, depois de ter comprado a casa e ido ao Brasil, casou com 60 anos em 1914, com uma mulher de Refóios do Lima, mas ficou viúvo e sem filhos, tendo voltado a casar com uma sobrinha da mulher, que se chamava Maria de Jesus Gonçalves e de quem teve um casal de filhos: o Manuel e a Rosa Guilhermina. O João para adquirir o passaporte apresentou a sua residência, aos 38 anos, na freguesia da Meadela e, de facto, constava que tinha primos na Meadela, “os mata sete”, e que por ocasião da revolução da Traulitânia que rebentou lá para os campos da Agonia, fugiu com duas crianças que estavam com ele para a Meadela e ao passar pela Capela de N.ª Sr.ª das Candeias, levou consigo também o António Costa ainda criança irmão do Severino Costa para a salvar de alguma situação desagradável pela revolução rebentada, isto teria acontecido por volta de 1919, no tempo da Monarquia do Norte que durou apenas 25 dias já depois de ter vindo do Brasil.
Do 2º casamento do velho Manuel Luís Gandra, o Cordoeiro de Mazarefes, nasceram mais duas meninas, a Ana, que foi tecedeira e casou em 1883 com Manuel Afonso Forte e morreu com 50 anos, em 1909 e a Maria Rosa que morreu bebé..
Quanto à senhora que foi para a região da Serra da Estrela ou Coimbra, trata-se de uma hipótese, pois, certo dia, entrando uns turistas dessa zona no Banco Pinto Sottomayor, logo um deles que era Gandra disse para o outro: “Olha ali está um Gandra” referindo-se a um empregado bancário que de facto até era Gandra. Travaram diálogo e chegou-se à conclusão que talvez fosse família, pois o Gandra de Coimbra dizia que a sua família foi do norte e o Gandra de Viana achava que antepassados houve que não sabia deles. O Gandra a trabalhar no Banco era muito parecido com um outro familiar de que passava por Viana. Esta coincidência levou a concluirem, talvez precipitadamente, que seriam família e que a Maria, filha do primeiro casamento do Manuel Luís Gandra teria ido para a zona da Serra da Estrela. Teriam ou não, há que investigar para ver se corresponde ou não à verdade.
Quanto aos Gandras que foram ao Brasil, aconteceu que visitei há uns anos, em Janeiro, na Alameda de Jaú, junto à Av. Paulista, o Dr. Ives Gandra da Silva Martins.
A propósito do Gandra, apelido da Mãe, disse-me que teria vindo da Galiza, que a mãe ou a avó era galega.
Procurei na toponímia galega e na antroponímia esta palavra “gandra”, “gandara”. Não a encontrei na Galiza, mas a norte do Rio Lima e junto ao Rio Lima. Um radical talvez de origem dos povos límicos.





A ideia de que veio da Galiza é possível que assente naquilo que os de Braga chamavam aos de Viana, a norte do Lima, os Galegos, porque Viana pertenceu às Dioceses de Tui e Ceuta.
O Gandra chegou a Mazarefes, de Santiago de Aldreu, Barcelos e como já verifiquei de Mazarefes houve Gandras que foram para o Brasil como podemos verificar pelos passaportes tirados e revalidados no Governo Civil...
Para onde foram no Brasil, não descobri, mas poderia ser Jundiaí e Ribeirão Preto, segundo uma nota que observei à margem de um documento que falava de um deles.
Teria sido?

Basta descobrir isso para saber se de facto os “Gandras” de Mazarefes teriam sido os tais Galegos ou a mulher “Gandra” que foi para os lados da Serra da Estrela, ou entre a Serra e a cidade de Coimbra e dado origem a 4 filhos, um deles o Prof. Dr. Ives Martins.

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