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segunda-feira, 31 de julho de 2017

A Rodilha


A Rodilha

A Rodilha é um pano, um trapo ou farrapo de limpeza e como sempre andava na mão para limpar isto e aquilo na cozinha, por isso, é que não é bom ser rodilha, isto é, andar de mão em mão, de “caco para o caquinho”, em pleno rodopio e pode ter um significado pejorativo.
No entanto, a palavra Rodilha é o nome dado a uma peça de artesanato importante, para o equilíbrio do transporte de algo sobre a cabeça: um cântaro, um tabuleiro como os 700 tabuleiros na festa de Tomar.
A Rodilha já não se usa muito a não ser em aldeias do interior. Ela era feita rapidamente de um lenço de cabeça de senhora ou de outro pano que rodava à volta de uma mão e entrelaçado era posto sobre a cabeça para transportar um cesto, cestas de merenda, um saco pesado, um cântaro, por exemplo, o cântaro da água da fonte ou do poço para dentro de casa ou com um caneco de leite ou vinho cerca de vinte litros, mas carregavam aquilo que podiam até 50kg ou mais!...
Recordo que em outros tempos de vida dura o transporte de materiais à cabeça era normal. Em Mazarefes, uma moça de 18 anos, no século XIX, subiu a torre da Capela de Nª Senhora das Boas Novas com um sino à cabeça. O Arezes da Abelheira a que já uma vez referi e fiz o seu funeral descarregava sobre o dorso cinco sacos de cimento de 50 kg cada, do Barco para os Armazéns da Cuf (?), era só atravessar a rua, mas descia do casco para subir e descarregar no armazém.






O pai de João Martins que foi o marido da Edite da Rua da Bandeira e um dos antigos maduros da Abelheira eram o0s senhores que sozinhos carregavam uma pipa de vinho, sempre superior a 500 kg, pois cada pipa levava 500 litros de vinho, mais o casco!...








A propósito de rodilha havia também a rodilha do traje como as que mostro nesta foto. Quando saí da Serra d’Arga uma das paróquias ofereceu-me estas duas rodilhas e vai há 39 anos a fazer em 29 de Agosto.
Não sei a razão, mas às rodilhas também lhes chamavam “sogras” quando podiam mais elegantemente chamar-lhes almofadinhas da cabeça, pois elas eram o apoio dos objectos pesados e traumatizantes na cabeça das mulheres porque os homens, esses usavam mais os ombros ou o dorso. Eu não gostaria de ser rodilha, nem almofadinha, mas quem quiser: “Quem pode com o pote, que pegue na rodilha”, assim vem sendo este provérbio que no século XVIII apareceu: “Quem não pode com o pote não pegue na rodilha”, ou o contrário “Quem pode com o pote pegue na rodilha”.

A Rodilha deve ter origem com a humanidade, pois quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? A Rodilha devia ser uma invenção natural para transportar algo à cabeça. Hoje em desuso porque nada deve fazer pesar na cabeça que traumatiza a cervical e a coluna vertebral. Assim como nós temos o coração em local próprio para o nosso corpo, também o coração dos nossos pés está no chão porque se andarem no ar até incham, também a nossa cabeça não deve ter sobre ela peso físico ou moral. Essa é que tem de andar no ar e sobre os ombros com todo o equilíbrio e com erguida.
O transporte era utilizada nos tabuleiros “gamelas” das tripas de porco para serem lavadas no rio servia na região Guarda para as transportar.
Ora isto pode vir do ano 7000 a.C., ano que se supõe ter sido domesticado o porco, segundo ccapelaarraiana.pt/tag/porco/
Houve o jogo da rodilha e a palavra rodilha foi topónimo, alcunha e apelido.

A Samaritana junto do poço tinha a bilha e a rodilha segundo os quadros mais primitivos que aparecem. Portanto quanto ao nascimento do uso da rodilha pergunte quem nasceu primeiro: a luz ou a escuridão?...

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