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domingo, 8 de julho de 2018

O SANTO HOMEM BOM Sanctus Omobonus


O SANTO HOMEM BOM

Sanctus Omobonus

Não sei se sonhei, mas quando era jovem parece ter ouvido que o Homem Bom, o Santo Homem Bom prendia-se com uma lenda ou qualquer acontecimento de um homem que terá sido morto, mas ao mesmo tempo, também se conhecia o Largo do Santo Homem Bom, onde a Cúria de Braga terá passado no princípio do século XVIII uma autorização para se construir nesse largo a Capela de Nossa Senhora das Necessidades. Possuo fotocópia desse documento, mas até hoje nunca ninguém me esclareceu sobre o local dessa Capela, nem José Rosa Araújo com quem convivi muitos anos, arqueólogo e etnógrafo vianense de renome o sabia explicar.
A Capela da Senhora das Necessidades surgiu conforme o historiador Dr. José Carlos Loureiro dos fins do século XVIII e princípios do século XIX na Abelheira. Teria havido aí algum oratório sob essa invocação muito anterior até porque não teria sido possível dar cumprimento feito a Braga e mais tarde construir uma pequena capela, um oratório à volta da qual faziam festa…Havia um oratório na Rua da Bandeira perto onde hoje fica a Segurança Social, à volta do qual os da Bandeira também alguma vez fizeram festa.
Quando estive em Cremona, cidade italiana, descobri que o patrono da Catedral desta cidade era o Sanctus Omobonus, Santo Omobono, ou Santo Bom Homem.


Donde veio este Santo? Precisamente de Cremona onde nasceu, cidade da Lombardia, em 1140 de uma família modesta e baptizado “Homobono” que significa Homem Bom, talvez um sinal profético porque em vida alcançou, de facto, a santidade através de uma vida austera, cheia de bondade, caridade, justiça e amor, sempre com medo de explorar os outros e antes pelo contrário dando aos que precisassem da sua ajuda, desprendido como era dos bens deste modo.
Casou e foi pai de família e “pai dos pobres”, assim lhe chamam os cremonenses.

Seu pai não o mandou para a escola, mas ensinou-lhe a arte mercantil de tecidos, foi alfaiate e sobretudo o pai lhe incutiu as virtudes da probidade, da integridade e a virtude da simplicidade e da justiça no amor.
Santificou-se a cumprir os deveres da diligência, da honra por motivo sobrenaturais, com uma devoção extremíssima ao santíssimo Sacramento, à Eucaristia sem esquecer a família e os pobres.









Numa altura de crise juntaram-se à sua porta tantos pobres que deram tudo o que tinha da despensa da família da casa. A esposa estava fora porque ela era contra este modo extremo de ele proceder. Nesse dia quando chegou a casa e tendo sabido que por ali tinha passado muita gente, foi logo à despensa ver o que lhe restava e afinal estava cheia como a deixou. O primeiro milagre em vida foi este.
Faleceu em 13 de Novembro de 1187 quando o sacerdote na missa a que costumava assistir com muita devoção manifestada também em gestos, aconteceu que ao sacerdote proclamar Glória In Exeleis Deo ergueu os braços e cruzando-os caiu assim no chão, mas os participantes não se importaram muito, pois seria mais um gesto da sua vivência, mas ao fim do Evangelho foram até ele e, de facto, ali estava, mas era morto.
Depressa o papa Inocêncio III o canonizou e a sua festa litúrgica celebra-se a 13 de Novembro.
A devoção a este Santo Homem Bom expandiu-se por toda a Itália, França e restante Europa. No Brasil, mais tarde se construíram Capelas e Igrejas. Também conheci uma que fica  em Roma por baixo do Capitolino.
É o patrono dos alfaiates, dos costureiros e dos comerciantes de tecido.
Outro dia numa conversa com o Dr. Francisco Carneiro Fernandes avivou a minha vontade de ver uma imagem do Santo Homem Bom na capela da Senhora das Candeias. E lá fui e gostei do que vi. A Senhora das Candeias estava ladeada pelo Santo Homem Bom à esquerda de Nossa Senhora e do lado direito S. Miguel Arcanjo.
Na rua dos Manjovos e no Largo do Santo Homem Bom, hoje, Largo Vasco da Gama, tinha eu andado há anos à procura de descobrir onde teriam estado os Carmelitas descalças antes de entrarem no Convento do Desterro, Jesus Maria, José, bem como se haveria algum registo de ter havido a capela de Nossa Senhora das Necessidades.
Não foi fácil, mas chamou-me a atenção a imagem do Santo Homem Bom e de escrever sobre ele este pequeno apontamento.

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