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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

CONCLUSÕES DAS JORNADAS DO IDOSO 3 a 8 de Maio de 1993 – Viana do Castelo

CONCLUSÕES DAS JORNADAS DO IDOSO
3 a 8 de Maio de 1993 – Viana do Castelo


Durante seis dias, na cidade de Viana do Castelo, através da Direcção do Centro Social e Paroquial de N.ª Sr.ª de Fátima e com colaboração da Direcção Geral da Família, Centro Regional de Segurança Social e Administração Regional de Saúde, foi possível criar espaços e tempos de reflexão sobre a problemática da pessoa idosa. Estas jornadas que estão integradas no Ano Europeu do Idoso e Solidariedade entre Gerações, tinham como objectivos:

·       Sensibilizar e Formar para a problemática do idoso.
·       Identificar as necessidades de respostas novas.
·       Aceitar e superar as realidades.

A temática foi amplamente desenvolvida pelos diversos conferencistas ( João Tavares, Valdemar Valongueiro, Manuel Afonso, Rui Teixeira, Laura Margarido, Lopes Cardoso, Jorge Cunha, Anselmo Sousa, etc...
Podemos dizer que os objectivos foram plenamente alcançados, os quais se consubstanciaram também pela grande afluência diária de público, pela qualidade das intervenções e pela oportunidade e vivacidade dos debates que se lhes seguiram, tendo sido notório a presença de elevado número de jovens.
Em jeito de balanço, a Comissão Executiva elaborou as principais conclusões que na sessão de encerramento apresentou de forma telegráfica, de modo a serem de fácil e rápida memorização e servirem também como pontos de referência e de reflexão e que passamos a transcrever:

·       A População do Distrito de Viana do Castelo continuou a envelhecer durante a década de oitenta a um ritmo superior ao do País, apresentando uma percentagem de população idosa superior à média nacional. Os  responsáveis locais e nacionais deverão ter em conta esta realidade, aquando da programação e dotação de meios para fazer face à problemática deste grupo etário.
·       Deverá ser efectuado, a nível de cada freguesia, um levantamento das necessidades da população idosa.
·       O apoio à pessoa idosa deverá ser articulado entre as várias instituições e equipamentos sociais existentes. Tais como outros grupos etários, os idosos têm especificidades próprias, não devendo ser vistas como um grupo improdutivo e marginal em « fim-de-linha ».
·       A pessoa idosa é a consequência natural do envelhecimento biológico e do facto de estar na vida, podendo por isso ter algumas limitações físicas, psíquicas e sociais que obrigam a uma atenção própria e a uma intervenção adequada.
·       Os lares, centros de dia e outras instituições são necessárias como opção de escolha do Idoso, e nunca como forma de rejeição ou comodidade familiar. Estes e outros equipamentos afins, são ainda insuficientes para as necessidades do Distrito.
·       As Instituições Particulares de Solidariedade Social, embora apoiadas através de acordos de cooperação, pela sua importância social, carecem de apoios, nomeadamente a isenção do I.V.A.
·       A Família deve ser a referência social do idoso, mesmo quando internado em lar.
·       As Famílias de Acolhimento são um recurso a explorar.
·       Deve ser recuperado e incentivado, na medida do possível, o modelo da família tradicional em que seja possível o encontro de gerações, a troca de saber, experiências, usos e costumes e, na qual o idoso se sinta útil e amado
·       São necessárias políticas de incentivo e apoio à habitação, que permita tornar possível o encontro de gerações.
·       Os mais novos devem crescer num ambiente em que o encontro de gerações contribua para estruturar uma postura de aceitação, compreensão e respeito pela pessoa idosa.
·       É necessário estar disponível, saber ouvir e compreender as especificidades da pessoa idosa.
·       A velhice prepara-se na juventude e deve ser encarada com naturalidade.
·       A marginalização, o desenraizamento e o isolamento social do idoso devem ser prevenidos e contrariados.
·       Devem ser estimulados os contactos interpessoais da pessoa idosa, incentivando-se as «redes de solidariedade informais».
·       A pessoa idosa deve sentir-se socialmente activa, na medida das suas possibilidades físicas, capacidades intelectuais e necessidades sociais.
·       Deve ser incentivada e salvaguardada a mobilidade do idoso através da adaptação da habitação, dos equipamentos sociais e dos transportes às necessidades e especificidades da pessoa idosa, tendo as autarquias uma particular responsabilidade nesta matéria.
·       A sensibilidade para a problemática do idoso deve iniciar-se ao nível da formação de formadores, bem como, incentivar e facilitar a formação dos trabalhadores voluntários e assalariados com os idosos.
·       As políticas de reforma devem prever a possibilidade do reformado não ter um corte abrupto com o seu trabalho, aplicando-se o princípio de que « se deve trabalhar enquanto se pode e se quer », sendo desumano paralisar as pessoas por força da lei.
·       A alimentação do idoso deve ser semelhante à da população em geral, variada e quantitativamente ajustada à sua actividade física e ao seu estado de saúde.
·       O nível civilizacional de uma sociedade mede-se pela atenção que esta dá aos mais indefesos e desfavorecidos, em especial, crianças e idosos.
·       Não compete aos Estados resolver todos os problemas do idoso. À sociedade em geral e em particular às Organizações Não Governamentais cabe um papel fundamental na resolução dos problemas do idoso num espírito de subsidiariedade.



                                             P’la Comissão Executiva


                                                   (Dr. Manuel Gomes Afonso)  

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