Utilização dos fornos da cidade
Há trinta ou quarenta anos atrás a D. Augusta Soares, cujo marido era pescador, como outras pessoas da cidade, utilizavam o forno de Lenha do “Serafim do Forno”, situado na Rua do Espírito Santo, ao pé da Capela das Malheiras.
As filhas da D. Augusta pelas épocas festivas levavam de casa um alguidar com a farinha, os ovos, e o açúcar . Chegadas lá batiam os bolos, e nas formas, lá iam ao forno do pão, que era aquecido com “gravalha “.
Outro uso e costume era o de ir cozer a Broa de milho ao forno da “Ritinha “ na Ribeira .
A D. Augusta amassava a broa em casa, levava a massa numa “gamela de madeira “ própria para a massa do pão, tapada com uma toalha branca.
No local do forno, na padaria, fazia as broas, que se polvilhavam com farinha, mas antes de irem ao forno, fazia – lhes a sua marca, o “Bolisco“, para depois de cozido identificar as suas broas.
Como iam mais pessoas cozer o pão ao mesmo tempo, cada uma fazia a sua marca que era diferente da dos outros.
Conta ainda a D. Augusta que outra prática corrente consistia em antes de fazer as broas, tirar uma pequena porção da massa, e, enquanto se metia o pão de milho para cozer, faziam – se umas “Filhoses”, ou seja, faziam-se pequenas bolas com a massa que eram achatadas com a pá do forno pelo padeiro , para ficarem muito finas, e iam ao forno. Retiravam – se essas “Filhoses“ antes de fechar o forno, e, comiam-se logo ali quentinhas. Ia – se então para casa e voltava – se mais tarde para buscar o pão já cozido, que iria durar para alguns dias, dependendo do tamanho da fornada e da família a alimentar.
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