“O crescimento e maturação da fé dos adolescentes e jovens que recebem um contributo insubs-tituível da fé conscien-temente assumida no ambiente familiar é capaz de contrariar as forças adversas que a cultura actual propala com persistente militância...
A família deve constituir-se não só em agente de evangelização e transmissão da fé, mas ela própria deve considerar-se também destinatária de evangelização...As novas situações da vida, os novos compromissos sociais e familiares requerem uma vida cristã “sempre em renovação” como a mesma igreja “sempre renovada”, na expresssão do bom Papa João XXIII ao convocar o último Concílio...” in homilia aos catequistas em 2007.
Na verdade, a crise na sociedade é uma crise dos valores da família. Faltam laços de enraizamento familiar.
Ao fim de 4 meses, os bebés vão para as creches, depois para os infantários, escolas, ...Os pais trabalham e às vezes, ao fim de semana. Passam-se tempos grandes sem diálogo familiar entre os cônjuges, entre estes e os filhos... Daí uma desagregação familiar a que assistimos e que cresce dia a dia.
Os avós parece que já não têm competência para tomar conta dos netos antes dos 3 anos, enfim...
Ora é na família onde reside o segredo, ou o mistério da harmonia, da paz, da segurança, da fraternidade entre os homens. É que fora dela não há nada... ou talvez se criem vícios e toda a espécie de maldades. Não é por acaso que Deus se fez homem no seio de uma família.
Nesta comunidade há muitos casais comprometidos nas equipas de Nossa Senhora, casais de Sta. Maria e no CPM (Centro de Preparação para o Matrimónio).
Ainda, a nível nacional, o casal Eira, morador na Abelheira é o responsável das equipas de N.ª Senhora da província e, em representação dos portugueses, foram a S. Tomé e Princípe reestruturar ou organizar o movimento, dar formação. O Senhor Pe. Dr. António Belo é Assistente Nacional dos Centros de Preparação para o Matrimónio (CPM).
Na diocese é já o segundo ano, que o Bispo está a apostar na nova evangelização a começar pela vivência da fé e da formação cristã das famílias. Não se vê grande avanço dos leigos nesta matéria. Também é na área desta paróquia que existe o gabinete de Apoio à Família (GAF), instituído canónica e civilmente registado que promove várias acções de reinserção, reintegração, apoio jurídico, moral, acolhe vítimas de violência doméstica,ex-toxicode-pendentes... criou-se um outro Gaf diocesano com três sacerdotes à frente. É pena que não tenha sido nomeado um casal, pais de família, também com experiência familiar, pois 3 padres, naturalmente podem dar muito apoio moral, mas não têm experiência plena de família. A experiência de família é igual à minha ou pouco mais. Naturalmente, quis criar-se uma instância entre o tribunal eclesiástico, em problemas de desentendimento conjugal, como que para fazer uma clivagem daquilo que tem “pernas para andar ou não” em caso de uma nulidade de matrimónio. Quem sabe?... Se for o caso é um passo interessante, mas ainda nada se sabe sobre os objectivos do referido GAF.
O Secretariado Diocesano da Família já existe há muito. É uma outra acção, o que mostra o interesse diocesano pela pastoral familiar que, naturalmente, teve e tem um peso muito grande junto do Ordinário Diocesano nestes dois anos em que se querem alcançar objectivos de uma verdadeira e autêntica catequese da e na família.
Mal vai a Igreja se não se volta para os valores da família, uma vez que a sociedade laica tenta a todo o risco desagregar a mesma, desde a falta de respeito pela vida, ao respeito pelos outros e ao respeito pela natalidade, pela raça, ou melhor, pela etnia, pela cultura dum povo.Não existem raças puras.
O Natal é uma ocasião boa para repensar nos valores de família à luz do Evangelho, com os olhos postos na pobreza do presépio, do nascimento dum Deus que entra numa família feito Menino; de divino fazendo-se humano por Amor à sua obra.
P. C.
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