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quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Capela de S. Simão da Junqueira de Mazarefes

A foto é do tempo em que os pescadores da Ribeira e da 

Bandeira, da cidade iam à procura das mellâncias

Capela de S. Simão

S. Simão da Junqueira de Mazarefes era inicialmente o nome cristão desta terra implantada na margem esquerda do Lima, confrontado do poente com Darque, do sul com vila Fria e do nascente com Vila Franca. Assim se chamava no século X. Esta designação lembra-nos, como aliás é tradicional dizer-se na terra que a população desta freguesia era ribeirinha, condensava-se na veiga do mesmo nome, Veiga de S. Simão, pela existência da Igreja paroquial no centro da mesma.
A seis quilómetros aproximadamente da capela de S. Lourenço, no Cais Novo, em frente à Vila de Viana e também não muito longe da Capela da Senhora das Oliveiras na Areia, e mais próxima da Capela de S. Brás, ainda em Darque.
Esta igreja paroquial, também pela tradição que chegou até nós e de que o abade António de Matos escreveu, não seria um grande templo, mas o suficiente para servir a população local. O local onde a capela se situa hoje, construída em meados do século XIX, seria ali a implantação dessa igreja sob a invocação de S. Simão, padroeiro da terra. No entanto, como já referi noutro apontamento, a população, devido ao assoreamento do rio Lima, foi-se mudando para a parte mais alta, a partir do lugar do lugar de Gavindos, e ter-se-á estendido pelo lugar de Regadio, do Ferrais, da Conchada e do Monte.
Por esse motivo a Igreja foi ficando isolada, solitária e ao abandono porque ficava longe. Os cristãos teriam outras alternativas como a capela da Senhora dos Prazeres, hoje Capela de Nª. Srª. das Boas Novas e a Igreja do convento beneditino existente no lugar de Terrais.
Não é difícil antever o desmoronamento completo da referida igreja, embora no século XIX ainda fossem evidentes as suas ruínas, pelo que, pela acção de um padre natural da terra, foi construída sobre essas ruínas a capela que ainda hoje podemos admirar. Lá permanece a manter a memória colectiva de um povo nómada porque deixou de viver onde primitivamente se estabeleceu para fugir mais para sul e para o alto...


Ao fazermos uma visita a esta capela observamos que se encontra de facto construída numa curta e abrupta elevação de terreno, junto a um afluente do rio Lima a que vulgarmente lhe chamam “o esteiro de S. Simão” e que lhe passa no sentido de noroeste para nordeste. É notório para um espírito um pouco observador que, na base das muralhas construídas como suporte do referido terreno, se vêem com clara evidência, pedras e pedaços de pedra trabalhadas, pedaços de colunas, tranqueiro, lajedos que facilmente nos ajudam a perceber que esta reconstrução deveria ter sido sobre os escombros da antiga igreja paroquial.
Também consta na tradição que na capela da Senhora das Boas Novas foi aplicada muita pedra que veio dessa igreja, assim como pedra para esta capela, quando foi construída, veio da Casa dos Melos de Vila Franca, junto ao...., um pouco mais para nordeste... Por esse motivo, sobre a pedra do entravamento cimeiro da porta e pelo lado de dentro, lê-se algo que também já referi: “Esta sala a mandou fazer (...) e sua mulher...).
Continua esta capela branquinha, de pequenas dimensões, muito simples, quase sem arte, a ser memória de uma fé que já não é muito vivida na devoção a S. Simão, embora a 15 de Agosto se realizem aqui grandes festejos. Grande acção desenvolvida para manter este documento preservado, quase como símbolo da união de Mazarefes da antiguidade, com Mazarefes da modernidade. São os mais novos, os jovens que, naturalmente com o apoio de toda a freguesia, fazem os festejos com grande animação. Nesta acção podemos recordar do nosso tempo os 2galhopas# que durante muito tempo conduziram as operações. Mais tarde, um homem natural de Vila Franca, e casado com Emília Coutinho, irmã de Monsenhor Vaz Coutinho,, muitos anos ausente em Moçambique, mas que regressou a Portugal com a família, estabelecendo-se em Lisboa, mais concretamente em Almada, procurou dar novo empurrão para que a capela não entrasse, de novo, em ruínas. Foi Casimiro Araújo, pai de duas meninas...
Apesar da pobreza desta Capela, agora não brilha tanto no meio da veiga porque os olmos lhe fazem um pouco de sombra e a escondem, os de Mazarefes, quando pensam no passado, na história, na sua origem, ainda olham com saudade para a Capela de S. Simão e todos apontam: “a nossa terra nasceu ali, isto é, a nossa comunidade, este povo, nasceu junto ao rio e teve S. Simão como seu patrono, talvez por ter sido um acérrimo defensor dos direitos humanos contra a opressão dos romanos”.

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