António Fernandes
Ribeiro
António
Fernandes Ribeiro desde o dia 11 de Dezembro de
1931 frequentou a Escola de
Barroselas, onde nasceu. Veio
para Viana depois da 4ª classe para as Oficinas
de Luciano
Gaião, à Rua dos Manjovos e assim aprendeu a arte de
serralheiro.
Aos 14 anos matriculou-se na Escola Industrial,
no Jardim D. Fernando, até ao
3º ano. Não acabou por
causa de uma brincadeira de rapazes que não foi
compreendida. Aos 17 anos foi para os Estaleiros. Começou
a ganhar. No Luciano
Gaião recebia 1$00 ao dia que hoje
seria menos que um cêntimo.
Quando
saiu do Gaião foi para o Começanha, à Rua do
Poço, a ganhar 7$00 por dia, pouco
mais de 3 cêntimos
actuais.
Nos
estaleiros ganhavam 14$00 por dia era menos que os
actuais 7 cêntimos.
Morou
sempre à Rua dos Manjovos até ao casamento com
Júlia Jesus de Araújo, de
Monserrate. Já se conheciam
desde os 14 anos de brincarem na rua, rapazes e
raparigas,
à Maria escura, por exemplo.
Tinha
22 anos quando casou em Monserrate com a Júlia que
tinha 20 anos.
Quando
fizeram 50 anos de casados organizaram uma
grande festa na Igreja de S.
Domingos. Convidou a família
toda e amigos.
A
esposa só fez a terceira classe e frequentou a 4ª classe,
mas não fez exame
porque desistiu. O António Ribeiro foi
para a França durante oito anos. Veio de
França através de
uma empresa “Ponticel”. E já não voltou, ficou em Portugal
na
empresa como sócio Mectube, mas falhou a sociedade.
Na altura deixou e com um
sócio e os filhos montaram a
empresa Norimonte – mecânica, estruturas metálicas
e
tubagens industriais para fábricas, até à reforma aos 67
anos.
A
sua esposa era doméstica e deu-lhe 9 filhos: Isabel,
Gorete, Rita, António
(Tony) falecido com 48 anos, Walter,
Ana Teresa falecida com 7 meses, Jorge e
as gémeas Maria
José e Diánia. Sendo a Júlia doméstica bem precisou do
tempo
para cuidar dos filhos, do marido e da casa.
..
Ele e a esposa têm agora 11 netos e 4
bisnetos. “Graças a
Deus que tenho a minha Júlia comigo”, disse ele estando a
sua esposa ao lado.
“Encontro-me
um pouco fragilizado por causa de uma gripe.”
Assim reconheci na casualidade de
uma visita de
passagem. Uma grande família, uma grande nau, mas com
a doçura de
uma vida cumprida como pais e com a
esperança de que nada faltará.
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