A Falar Viana
Para falar de Viana é preciso
apreciá-la e contemplá-la! Exaltar a criação de uma paisagem única onde o Mar e
o Rio Lima, de mãos dadas beijam esta terra e entre si se casam, animados pelas
ninfas inspiradoras de poetas, prosadores, cantadores e músicos, assim como a
nostalgia de trabalhadores que trabalham na faina da terra, do rio e do mar.
É, nesta simbiose de entendimento,
que subindo o monte de Santa Luzia, observamos o mar desde a linha do
horizonte, até às povoações que vislumbramos a norte e a sul a quem o mesmo mar
beija, bem como como as terras e as colinas que ao mesmo tempo e ao longo do
Rio se apresentam depois de uma grande planura.
Ao tomarmos um barco e dirigirmo-nos
para a barra, Logo, temos uma sensação de sermos esmagados por uma beleza impar
entre a água e a terra, entre os barcos, o castelo, as casas, monumentos, a encosta da cidade até Santa
Luzia com o seu templo ao Sagrado Coração de Jesus que nos faz abrir os olhos o
mais que se pode e alegrar o coração e a mente por tão doce cereja sobre o topo
do bolo, isto é, o poder da criação e as suas gentes, os seus abrigos de habitação,
de lazer e de trabalho… Assim chegados “Tabor” de Viana emerge a vontade de
dirigir o nosso olhar para o Céu e dar graças Deus pelas maravilhas que criou
para nós.
Se no mesmo barco formos por aí acima
vamos descobrindo as margens batidas e escavadas pelas águas das marés grandes
e basta chegar até ao Barco do Porto.
Do Barco ou do monte de Santa
Luzia vemos as diferenças de há 60 anos até esta data como se fossem tufos naturais,
frutos do desenvolvimento que ao longo dos tempos menos desenvolvidos foram agora
desabrochando… Continua nestes últimos anos com novos pacotes de semente urbana
tão diferenciada que fazem, na diversidade, esta terra, com esta nobre gente
uma nova linguagem: Viana é sempre bonita.
Podemos observar ainda as colinas
do Galeão, Santo Amaro, Senhora do Crasto, de S. Silvestre, e ao longe, muito
longe, a Senhora do Minho, como castelos defensores desta nossa terra onde
nascemos e aprendemos a amá-la; como a terra da Senhora da Agonia, montanha sagrada,
a da Serra d’Arga, orgulho de todos nós “limicorum”, das gentes da cidade e
arredores, ao perto e ao longe.
Onde mulheres de pescadores
recorrem à Senhora da Agonia, ao Senhor da Prisão, à Senhora da Boas Novas, ou
à Senhora das Areias em romeiros a cantar e a rezar, chorando, pedindo com
clemência para acabar as tempestades no mar, ou para que o marido ou filho que
sai, volte são e salvo, onde já não importa o produto do trabalho, mas a
sobrevivência e a defesa da vida.
De Santa Luzia vemos prontamente
as freguesias de Darque, Anha, Chafé, Mazarefes, e Vila Fria, e os montados de
Vila de Punhe, Alvarães, Deocriste, Santa Maria de Geraz de Lima, Santa
Leocádia, Sabariz, Cardielos, Serreleis, mais ao longe Barroselas e Carvoeiro,
longe terras, assim também os montados de Areosa, Afife, Carreço, Perre e
Outeiro.
A C 2017
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