OS CALHEIROS
Mazarefes enamorada do seu rio, o Rio Lima, há muitos anos que, de costas voltadas a ele, se encontra, como que de um rio que violentamente a invadiu e obrigou os seus a deslocarem-se como o caracol de casa às costas mais para riba, isto é, para sul.
Acontece que em tempos ancestrais os de Mazarefes viviam do rio, da pesca e do sal, que lhes dava, porque o sal chegou a ser moeda de tributo do povo desta terra.
Os de Mazarefes hoje só se enamoram do rio para tirar dele momentos de lazer, de praia no Verão e só um ou outro ainda dele explora as enguias para consumo familiar.
Não vai longe a existência de Calafates em Mazarefes. Ainda nossos contemporâneos. Trata-se da família Calheiros. Houve nesta terra duas linhagens de Calheiros. Neste trabalho refiro-me aos que vieram de Feitoza – Ponte de Lima, aquando do casamento de Julião João de Araújo Calheiros, carpinteiro, com Teresa Rodrigues, lavradeira nesta freguesia de Mazarefes, neta de uma Luísa Rodrigues dos Reis, da Casa dos Brasileiros.
Deste casamento resultam uma geração de 5 filhos: o António, o José, o Francisco, a Maria e a Rosa. O António e o Francisco seguiram a profissão do pai e foram ricos carpinteiros, artistas exímios, embora tivessem morrido muito cedo com 48 e 59 anos repentinamente. Dedicavam-se ao fabrico de barcos de “água-riba”, barcos de vela e barcos de vara.
Chegaram a construir barcos com 15 metros de comprimento, ao ar livre, em Stª. Marta, Passagem, Carregadouro de Sº. Paio de Jolda, nos Arcos de Valdevez.
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