A CATEQUESE
Do sucesso da Catequese depende todo o futuro da jovem Paróquia de
Nossa Senhora de Fátima: só uma Catequese dinâmica pode gerar, no futuro,
uma comunidade activa e cativante... É que não podemos esquecer que as
crianças que hoje frequentam a Catequese serão, um dia, adultos que, na sua
maioria, só contribuirão para este dinamismo comunitário se lhes forem incutidos,
desde tenra idade, os valores cristãos.
CATEQUESE
“SEMINÁRIO – JUVENTUDE- VOCAÇÕES
NO ANO INTERNACIONAL DA TOLERÂNCIA”
1994-1995
PARÓQUIA DE N.ª Sr.ª DE FÁTIMA
PROGRAMA DA CATEQUESE
Objectivos Gerais
1.º Sensibilizar todos os catequistas para o tema “Educação da fé na
Família”.
2.º Consciencializar os pais do seu dever como educadores na fé e na vida
social.
3.º Desenvolver actividades na catequese que suscitem a participação dos
pais e um maior empenho das crianças.
Tema Central: “Seminário – Juventude - Vocações dentro do Ano
Internacional da Tolerância”.
1º- Sensibilização
* Ampliar as possibilidades de realização das reuniões dos grupos dos
catequistas tendo em conta as mais diversas hipóteses de acção (semanalmente,
quinzenalmente, ...).
* Investir na formação permanente dos catequistas nas seguintes áreas:
Pedagógica – Psicológica – Teológica.
* Fomentar um maior diálogo entre pais e catequistas.
2º- Consciencialização
* Consciencializar as Famílias da sua importante posição enquanto suporte
básico de transmissão de valores tais como o respeito pelo outro, a capacidade
de convivência e a solidariedade.
* Oração Familiar nos tempos fortes: Advento, Quaresma, Páscoa, etc.
* Suscitar interesse e participação nos dias dedicados às Missões e
Vocações.
3º- Actividades
* Despertar nas crianças e adolescentes da catequese o interesse sobre os
seguintes temas:
• Racismo – Xenofobia – Meio Ambiente;
• Descoberta da presença “religiosa” no nosso meio;
• Respeito pelas diversas culturas inseridas na mesma
comunidade
* Reuniões de formação para os pais (Como ajudar os pais para poderem
realizar o acompanhamento na fé dos seus filhos).
* Apresentar um desdobrável com o essencial das características das
crianças e adolescentes, nas suas diferentes etapas, dentro do campo da
psicologia, religião, social e na catequese.
* Convívios e passeio da catequese pais – crianças – catequistas.
• Maior empenhamento dos catequistas na animação da
Eucaristia;
• Participação das crianças no ensaio dos cântico com o coro
dos jovens;
• Participação e preparação das leituras;
• Participação preparação das diferentes festas da catequese.
1º Encontro com os Pais:
* Pré, 1º, 2º – Tema: “Orientação e acompanhamento dos pais na iniciação
da fé nas crianças”;
* 3º, 4º, 5º, 6º – Tema: “Os pais enquanto forte testemunho de vida na
caminhada da fé dos filhos”;
* 7º, 8º, 9º, 10º – Tema: “Família lugar de encontro e de participação de
diferentes visões de um mesmo mundo”.
CATEQUESE
EDUCAÇÃO
PARÓQUIA N.ª Sr.ª de FÁTIMA
VIANA DO CASTELO
ASPECTOS DE NATUREZA PSICOLÓGICOS
Aos Pais das Crianças da Catequese
Aquilo que se pretende é dar a conhecer algumas características do
funcionamento cognitivo, sócio/moral e de personalidade, das crianças dos
diferentes grupos etários que frequentam a catequese. Deve salientar-se que o
que aqui é apresentado se refere a comportamentos da generalidade das
crianças, não tendo que ser obrigatoriamente assim. O nosso objectivo é ajudar o
educador a ser um facilitador do desenvolvimento harmonioso da criança.
Para facilitar esta exposição, dividiremos as crianças em três grandes grupos
etários:
- Neste período o pensamento da criança está
fundamentalmente dominado pela percepção e pelo
egocentrismo, daí que toda a interpretação da
realidade seja de algum modo limitada.
- Do ponto de vista social tem grande dificuldade em
obedecer às regras sendo-lhe difícil compreender a
razão da existência das mesmas.
- Para estas crianças a autoridade do adulto é absoluta
sendo os seus comportamentos baseados no desejo de
evitar a punição.
- Os actos são julgados pelas suas consequências e não
pelas intenções .
2 – 6/7 anos
Jesus é o amigo - Catequese
CRESCER
é um processo contínuo de desenvolvimento físico e cultural, que avança,
fase após fase, numa sequência ordenada. A educação tem como
7 – 12 anos
- Estamos perante um período de grandes mudanças
cognitivas em que a criança já é capaz de operações
mentais.
- Todo o pensamento da criança é baseado em factos e
situações concretas.
- Em termos sociais, a criança já é capaz de cumprir
regras.
- Mas a sua compreensão de regra é literal e concreta.
- Assim, a regra é entendida de uma forma rígida,
arbitrária e não modificável.
Ser Cristão é seguir Jesus - Catequese
12 anos
- Este é um período de transformações acentuadas dada
a natureza e quantidade de mudanças (físicas,
intelectuais, morais e sociais) a viver pelo adolescente.
- Neste período, sendo capaz de pensar sobre hipóteses
e de se abstrair, o adolescente vai “deslumbrar-se” com
as suas novas capacidades.
- Ao contrário do que seria de prever, esta situação vai
dificultar as suas relações com os outros,
principalmente com o adulto por quem se sente
incompreendido.
- Outro aspecto importante destas idades é o relevo que,
em termos de socialização, tem o grupo de
companheiros ou amigos.
Jesus Amigo e Modelo que responde às inquietações e
com Ele se compromete pessoalmente – Catequese.
objectivo ajudar a desenvolver plenamente as qualidades e capacidades
da criança e do jovem permitindo a construção de uma personalidade
equilibrada e adulta.
NA FÉ
o crescimento é um processo contínuo de desenvolvimento espiritual. A
formação moral da consciência faz-se a partir dos primeiros anos. A
criança aprende observando os outros. Ela imita os adultos,
especialmente, os pais. É com eles que aprendem a ser honestos,
trabalhadores, amigos dos outros, a frequentarem a igreja, a participar na
missa dominical, a receberem os sacramentos...
A formação da criança e do jovem na sua integridade – corpo e alma –
proporciona a síntese que os ajuda a integrar os valores cristãos e a vida.
CATEQUESE
é o ensino ordenado das verdades fundamentais da Fé; conduz ao
entendimento do plano de Deus na vida do Homem, criando
gradualmente o alicerce para as várias dimensões da vida cristã na fé
adulta.
NA PARÓQUIA
célula da Igreja, formada pelos crentes que vivem em comunidade,
ligados entre si pela Fé, amadurecendo-a pela Palavra de Deus, que se
manifesta na vida de partilha, serviço e caridade, e que tem 6 fases:
1ª fase – Iniciação ao Mistério Cristão;
2ª fase – Ser discípulo de Jesus;
3ª fase – Aprofundamento da Fé;
4ª fase – Procura do sentido cristão da vida;
5ª fase – Compromisso cristão
6ª fase – Aprofundamento, actualização e vivência.
Consulte programas específicos para crianças, adolescentes e adultos.
Secretariado da Catequese Paroquial com a colaboração de Carlos Loureiro,
Floriza Alves e Augusta Manso.
“O 3º Milénio uma aposta cristã
para formar e dignificar o Homem”
1995-1996
PARÓQUIA DE N.ª S.ª DE FÁTIMA
PROGRAMA DA CATEQUESE
Objectivos Gerais
1.º Sensibilizar todos os catequistas para o tema “Educação da fé na
Família”.
2.º Consciencializar os pais do seu dever como educadores na fé e na vida
social.
3.º Desenvolver actividades na catequese que suscitem a participação dos
pais e um maior empenho das crianças.
Tema Central: “O 3º Milénio uma aposta cristã para formar e dignificar o
Homem”.
1º- Sensibilização
* Ampliar as possibilidades de realização das reuniões dos grupos dos
catequistas tendo em conta as mais diversas hipóteses de acção
(semanalmente, quinzenalmente, ...).
CATEQUESE
* Investir na formação permanente dos catequistas nas seguintes áreas:
Pedagógica – Psicológica – Teológica.
* Fomentar um maior diálogo entre pais e catequistas.
2º- Consciencialização
* Consciencializar as Famílias da sua importante posição enquanto suporte
básico de transmissão de valores tais como o respeito pelo outro, a
capacidade de convivência e a solidariedade.
* Oração Familiar nos tempos fortes: Natal e Páscoa.
* Suscitar interesse e participação nos dias dedicado ao Vicentino e à
Cáritas.
* Estudar com os Vicentinos a hipótese da fundação de uma Conferência
Vicentina para catequisandos.
3º- Actividades
* Despertar nas crianças e adolescentes da catequese o interesse sobre os
seguintes temas:
• Pobreza, Marginais e Excluídos Sociais;
• Descoberta da presença “religiosa” no nosso meio;
• Respeito pelas diversas culturas inseridas na mesma comunidade.
* Reuniões de formação para os pais (Como ajudar os pais para poderem
realizar o acompanhamento na fé dos seus filhos).
* Apresentar um desdobrável com o essencial das características das
crianças e adolescentes, nas suas diferentes etapas, dentro do campo da
psicologia, religião, social e na catequese.
* Convívios e passeio da catequese pais – crianças – catequistas.
• Maior empenhamento dos catequistas na animação da Eucaristia;
• Participação das crianças no ensaio dos cântico com o coro jovem;
• Participação e preparação das leituras;
• Participação preparação das diferentes festas da catequese.
• Utilização de meios audiovisuais na ilustração dos temas.
1º Encontro com os Pais:
* Pré, 1º, 2º – Tema: “O seu filho e os conteúdos da catequese para a 1ª
comunhão”;
* 3º, 4º, 5º, 6º – Tema: “Conheça o seu filho no crescimento da fé e à
entrada na adolescência”;
* 7º, 8º, 9º, 10º – Tema: “O jovem e a família na maturidade cristã”.
CATEQUESE
JUBILEU DA PAZ
A PARTIR DA EUCARISTIA
1999/2000
PARÓQUIA DE N.ª Sr.ª DE FÁTIMA
PROGRAMA DA CATEQUESE
Objectivos Gerais
1.º Sensibilizar todos os catequistas para o tema “Jubileu da Paz a partir da
Eucaristia”.
2.º Consciencializar os pais do seu dever como educadores dos filhos.
3.º Promover actividades na catequese que suscitem a participação dos
pais e um maior empenho das crianças.
4º Ajudar os catequistas a desenvolver as aptidões, a adquirir mais
formação, a aprofundar os seus conhecimentos para melhor viver e
testemunhar.
Tema Central: “Jubileu da Paz”.
A) Despertar
* para a assiduidade nas reuniões de catequistas e/ou outros meios de
comunicação tendo em vista a realização de um trabalho em conjunto;
* para uma auto-avaliação do catequista (princípios, opções de vida,
intervenção na comunidade, ...);
* para formação e reciclagem dos catequistas nas diversas ciências
humanas e religiosas;
* para a colaboração activa dos pais na catequese.
B) Criar
Situações de catequese em campo:
* Actividades com base no contacto com a Natureza;
* Actividades a partir da contemplação da Natureza;
* Caminhadas;
* Sessões ao ar livre;
* Momento de oração em contacto com a natureza;
* Celebração da Eucaristia ao ar livre.
C) Descobrir
Sendo a família a primeira célula de formação espiritual de um indivíduo, a
catequese vem sugerir programas que de alguma forma colmate a sua ausência:
* promover a descoberta de modelos educacionais
* criar novos tecidos de inter-relação, inventando novas redes familiares,
desenvolvendo relações saudáveis e gratuitas a partir da Eucaristia.
D) Viver
A Catequese em campo:
a) Experiência de fé pessoal:
* envolver-se na imagem de Deus Pai, que ama até ao fim;
* aprender a interpretar a maravilhosa Criação de Deus: o Universo;
* respeitar a Natureza e envolver-se com ela;
* perceber a importância dos nossos comportamentos ambientais;
* assumir responsabilidades próprias;
* revisitar dentro de nós próprios;
* amadurecer atitudes.
b) Experiência de fé comunitária:
* relacionar-se com... mais do que pensar sobre...;
* olhar de outro modo o que nos rodeia: dar um sentido novo às pequenas
coisas;
* ligar-se ao tempo, à Natureza, aos outros, ...;
* abandonar os restos e valorizar o essencial;
* libertar-se de amarras secundárias;
c) Oração familiar e partilha nos tempos fortes: Natal, Páscoa e Mês
Pequenino
* encontro com os pais, catequistas e pároco;
* convívio - passeio da catequese com os pais, crianças e catequistas;
* celebração das Festas do Natal, Páscoa e Fim de Ano, pelos diversos
sectores da Catequese: primeira Comunhão, Comunhão Solene e
Crisma.
e) Animação extensiva a todas as idades
Paróquia de N. Sr.ª de Fátima
4900 Viana do Castelo
Tel.: 23029-24722
CONCURSO
A Paróquia de N.ª Sr.ª de Fátima vai promover um Concurso subordinado
ao tema “Natal e Família”, nos termos do regulamento em anexo, para as escolas
do Ensino Básico da área paroquial.
Trata-se de uma iniciativa enquadrada na esfera da catequese paroquial,
na área escolar, em colaboração com as escolas, e de muito interesse para
estímulo à expressão plástica das nossas crianças, a propósito dum tema muito
querido para os cristãos.
REGULAMENTO
1. Podem concorrer todas as crianças das 1ª e 2ª fases das escolas do
Carmo e da Abelheira, ou de outras escolas da cidade desde que sejam
crianças que morem nesta paróquia.
2. Os trabalhos serão apresentados em folhas de papel A4, ou de papel
cavalinho, e corresponderão apenas a desenho e pintura com uma frase
sobre algo que relacione o NATAL e FAMÍLIA.
3. Os trabalhos só serão identificados no verso com o nome do aluno, idade,
fase, ano e escola.
4. Todos os trabalhos deverão ser entregues até ao dia 10 de Dezembro, no
cartório.
5. De 10 a 15 de Dezembro, os trabalhos serão classificados por um júri
especializado que atribuirá o 1º, 2º e 3º prémio a cada fase.
6. a) De 15 a 20 de Dezembro, os trabalhos serão todos expostos numa das
salas do Ozanan – Centro de Juventude.
b) Os premiados serão anunciados a 19 de Dezembro.
7. Os prémios serão entregues no dia 10 de Janeiro.
8. Às escolas será atribuído um prémio de participação, como no ano anterior.
9. A decisão do júri é soberana e não admite recurso.
10. Os trabalhos ficarão na posse da Paróquia.
11. Cada participante poderá concorrer com 3 trabalhos, no máximo.
12. Os casos omissos neste regulamento serão analisados e posteriormente
esclarecidos pela organização deste concurso.
CONCURSO
A Paróquia de Nossa Senhora de Fátima vai promover um Concurso
subordinado ao tema “Páscoa e Tolerância”, nos termos do Regulamento em
anexo, para as escolas de ensino da área paroquial.
Trata-se de uma iniciativa enquadrada na esfera da catequese paroquial,
na área escolar, em colaboração com as escolas, e de muito interesse para
estímulo à expressão plástica das nossas crianças, a propósito dum tema muito
querido para os cristãos.
Como o tema da pastoral paroquial − “Seminário, Juventude e Vocação no
Ano Internacional da Tolerância” − é um tema de difícil compreensão, na sua
globalidade, para as crianças, pareceu-nos razoável que a história bíblica de
Zaqueu (Lc.19,1 – 10) fosse uma imagem fácil para enquadramento dos aspectos
mais importantes da temática: por um lado um jovem, um pecador, um convertido
e, por outro, o amor misericordioso, a tolerância, a mudança de qualidade de
vida...
Apresentamos, de seguida, alguns aspectos introdutórios e
psicopedagógicos que poderão auxiliar os senhores professores na motivação
das crianças para o trabalho.
* Toda a vida de Jesus foi revelação do amor de Deus que é
misericordioso, clemente e compassivo. Muitas vezes afirmava que não são os
sãos que precisam de médico mas sim os doentes. Escolheu para o grupo dos
Seus amigos mais íntimos um que era considerado pecador público: Mateus, o
publicano. A Sua convivência com os pecadores escandalizava os puritanos do
Seu tempo, mas o acolhimento que lhes fazia era ponto de partida para a sua
conversão. É este o caso da Samaritana, de Maria Madalena... que descobrem
em Jesus o amor misericordioso de Deus. É este também o caso de Zaqueu.
* A presença de Jesus em casa de Zaqueu desperta nele um desejo
de mudança de vida. Perante o amor de Deus não se pode ficar indiferente. É isto
que provoca a conversão: Deus vem ao encontro do pecador, este acolhe-O e a
sua vida muda.
* O episódio de Zaqueu não é um acontecimento isolado na vida de
Jesus. Acontece o mesmo com a mulher adúltera a quem Jesus pergunta se
ninguém a condenou e acrescenta: “nem Eu te condeno. Vai e doravante não
tornes a pecar” (Jo 8,11).
* Sendo o pecado entendido como recusa do amor de Deus, a
conversão será exactamente o acolhimento desse amor. Isto significa que o poder
do amor de Deus vence, de uma vez por todas, o pecado do Homem. Se o
pecado nasce do coração do Homem, o amor brota do coração de Deus.
* Toda a história da salvação se resume nisto mesmo: Deus vem ao
encontro do pecador para que ele se converta e viva.
Texto Evangélico: Lc. 19,1–10
“Tendo entrado em Jericó, Jesus atravessava a cidade. Vivia ali um
homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver
Jesus e não podia por causa da multidão, por ser de pequena estatura. Correndo
à frente, subiu a um sicómoro para O ver, porque Ele devia passar por ali.
Quando chegou àquele local, Jesus levantou os olhos e disse-lhe: «Zaqueu,
desce depressa, pois tenho de ficar em tua casa». Ele desceu imediatamente e
recebeu-O cheio de alegria. Ao verem aquilo, murmuravam todos entre si,
dizendo que tinha ido hospedar-Se em casa de um pecador. Zaqueu de pé, disse
ao Senhor: «Senhor, vou dar metade dos meus bens aos pobres, e, se defraudei
alguém em qualquer coisa, devolver-lhe-ei quatro vezes mais». Jesus disse-lhe:
«Veio hoje a salvação a esta casa, por este ser também filho de Abraão; pois o
Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido».
* Este anúncio da acção libertadora do amor de Deus, pode ajudar a
cultivar a esperança na força redentora de Jesus. Apesar de sermos pecadores,
Deus ama e perdoa. Se Deus faz assim connosco, com que direito somos nós
intolerantes, intransigentes?
* Se manifestarmos atitudes de tolerância e amor, sem acepção de
pessoas, as crianças verão nisso uma imagem que revela o amor de Deus. Isto
facilitará que entre as crianças haja também a capacidade de perdão, amizade e
relacionamento fraterno, como é próprio dos filhos de Deus.
* A criança vai desenvolvendo a capacidade racional e o sentido
crítico. Começa a aperceber-se da realidade de bem e mal que existe em si
mesma e nos outros. O ambiente que a rodeia é decisivo na aquisição de critérios
de discernimento. Assim, um ambiente de acolhimento, compreensão e amor gera
atitudes de serenidade, bem e paz; um ambiente contrário provoca agressividade
e mal.
* O episódio de Zaqueu e a análise das atitudes de Jesus para com
ele, ajudam a tomar consciência do mal que existe no coração humano e
favorecem a grande compreensão do amor de Jesus para com o pecador.
* Depois da apresentação do texto Evangélico, fazer por atingir
alguns objectivos de perdão, tolerância (a aceitação dos outros: pobres,
deficientes, culturas, raças e religiões diferentes), compreensão, amor,
fraternidade...
* Centrar a ideia no Zaqueu, na árvore, o motivo que o levara a subir
à árvore, o que disse Jesus a Zaqueu, o que nos diz hoje a nós, o pecado e o
pecador.
REGULAMENTO DO CONCURSO
1. Podem concorrer todas as crianças das 1ª e 2ª fases das escolas do
Carmo e da Abelheira, ou de outras escolas da cidade desde que sejam
crianças que morem nesta paróquia.
2. Os trabalhos serão apresentados em folhas de papel A4, ou de papel
cavalinho, e corresponderão apenas a desenho e pintura com uma frase
sobre algo que relacione o Páscoa e Tolerância.
3. Os trabalhos só serão identificados no verso com o nome do aluno, idade,
fase, ano e escola.
4. Todos os trabalhos deverão ser entregues até ao dia 21 de Março, no
cartório.
5. De 21 a 30 de Março, os trabalhos serão classificados por um júri
especializado que atribuirá o 1º, 2º e 3º prémio a cada fase.
6. a) De 01 a 05 de Abril, os trabalhos serão todos expostos numa das salas
do Ozanan – Centro de Juventude.
b) Os premiados serão anunciados a 01 de Abril.
7. Os prémios serão entregues no dia 9 de Abril.
8. Às escolas será atribuído um prémio de participação, como no ano anterior.
9. A decisão do júri é soberana e não admite recurso.
10. Os trabalhos ficarão na posse da Paróquia.
11. Cada participante poderá concorrer com 3 trabalhos, no máximo.
12. Os casos omissos neste regulamento serão analisados e posteriormente
esclarecidos pela organização deste concurso.
Secretariado Paroquial da Catequese
Paróquia de N. Sr.ª de Fátima
4900 Viana do Castelo
Tel.: 23029-24722
CONCURSO
“Um tema para o ano de Pastoral de 1995 /1996”
O programa de actividades pastorais duma Paróquia deve envolver o
máximo de paroquianos. É por isso que existe um Conselho Pastoral, com cerca
de 30 elementos eleitos e representativos, que se reúne e reflecte sobre a
orientação a dar à pastoral duma paróquia.
Este ano, o Conselho Paroquial de Pastoral já reuniu a fim de reflectir
sobre o programa de pastoral a iniciar em Setembro. Nessa reunião algo foi
lançado como peça importante a ter em conta na determinação do Conselho para
o próximo ano: o problema do 3º Milénio e a Erradicação da Pobreza.
Por tudo isto, e tendo em conta que os organismos da Paróquia estão em
reflexão para a programação do próximo ano de pastoral, o Pároco, inspirado
num concurso sobre “Um slogan para Viana”, tomou a iniciativa de o(a) consultar
sobre o tema da pastoral que presidirá às actividades a incluir no referido
programa de pastoral.
Tendo em conta o que tem lido, ouvido, visto na televisão e, dum modo
especial, toda a informação e orientação do Papa sobre o 3º Milénio e ainda sobre
a Celebração Internacional da Erradicação da Pobreza, participe criando ou
sugerindo um tema que envolva a Paróquia, o 3º Milénio e a Erradicação da
Pobreza, e, se puder, justifique-o com um texto, escrito à máquina, utilizando
apenas uma página duma folha A4.
Esta é uma forma de participar na organização do programa de Pastoral
para o próximo ano.
Assim, no intuito de implementar a participação numerosa de paroquianos,
a Comissão Fabriqueira promove este Concurso cujo regulamento é o seguinte:
1 - Decorre até 24 de Junho, aberto a todos os Paroquianos, um concurso
intitulado: “Um tema para o Ano de Pastoral de 1995/1996”.
2- O trabalho consiste na sugestão dum tema que envolva a Paróquia, o
3º Milénio e a Erradicação da Pobreza, e um texto justificativo de uma
página dactilografada numa folha A4.
3- Cada concorrente poderá apresentar 2 trabalhos, no máximo.
4- O Conselho Paroquial de Pastoral, com a ajuda de um júri, atribuirá até
30 de Junho três prémios.
5- Os trabalhos assinados sob pseudónimo serão entregues no Cartório,
até 24 de Junho, em envelope fechado e endereçado ao Concurso “Um
tema para o ano de Pastoral 1995 / 1996”. Dentro do envelope,
contendo os trabalhos, será introduzido outro envelope com o
pseudónimo, nome, telefone ou morada do concorrente.
6- O Júri não atribuirá prémios se faltar aos trabalhos qualidade e
originalidade, e os trabalhos serão pertença da Organização, que
resolverá também casos omissos que apareçam.
1996
A Comissão
Fabriqueira
Paróquia de N. Sr.ª de Fátima
4900 Viana do Castelo
Tel.: 23029-24722
Ex.mo(a) Senhor(a):
Pretende a Comissão Executiva das Comemorações dos 25 Anos da
Paróquia de Nossa Senhora de Fátima levar a efeito um concurso a nível dos
Alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico subordinado ao tema “A Paróquia vista
pelas crianças”.
Este concurso tem como objectivo: Sensibilizar as crianças para o
Património Cultural, Artístico e Religioso da região e, mais concretamente, desta
área da cidade correspondente à Paróquia de Nossa de Fátima.
Vimos, por isso, formular ao corpo docente dessa Escola, colaboração e
empenho na motivação das crianças para a elaboração dos trabalhos a
apresentar a concurso.
Regulamento do Concurso
1. Trabalhos individuais em:
- Expressão Plástica ( aceitam-se todas as técnicas usadas);
- Expressão literária ( Prosa e/ou Poesia).
2. Apresentação dos trabalhos em formato A4 (quer para texto, quer para
expressão plástica).
3. Identificação do trabalho no verso de cada folha (nome, idade, sexo e
fase).
4. Entrega dos trabalhos até 20 de Maio de 1992 no escritório da Paróquia
de Nossa Senhora de Fátima.
5. A Comissão entregará para avaliação ao júri no dia 21.
6. A Comissão reserva-se o direito sobre o trabalho.
7. Atribuição de prémios até ao 3º classificado, em cada modalidade e em
cada fase, sendo ao todo 12 prémios:
* 1º Prémio – Rádio/Gravador
* 2º Prémio – Gravador
* 3º Prémio – Rádio
8. A escola será contemplada com um prémio de participação.
9. Exposição dos trabalhos:
- Abertura: dia 1 de Junho de 1992 ( Dia Mundial da Criança)
- Local: Ozanan-Centro de Juventude.
10. Entrega dos prémios:
- Dia 1 de Junho de 1992, pelas 16h00, no local da exposição.
11. Serão excluídos todos os trabalhos que não correspondam aos
requisitos deste regulamento.
Paróquia de Nossa Senhora de Fátima
Contribuinte n.º 501 171 762
Rua da Bandeira, n.º 639
4900 VIANA DO CASTELO
Cartório: Tel. / Fax - 058 823029 – Centro: 058 824722
Infantário / Berço: 058 821510 – Ozanan: 058 821538
Ao Notícias de Viana
“A Paróquia vista pela Criança”
No âmbito das comemorações jubilares da Paróquia de Nossa Senhora de
Fátima, foi levado a efeito, nas Escolas do Ensino Básico da área da Paróquia,
um concurso subordinado ao tema: “A Paróquia vista pela Criança”. Depois de
apurados os trabalhos, dos cerca de 200 concorrentes, o júri composto por:
Henriqueta Santos e Albino Ramalho, atribuiu prémios aos trabalhos dos
seguintes alunos:
1ª Fase – 1º Prémio – António Pedro Andrade, da Escola do Carmo.
2º Prémio – Pedro Miguel Guerreiro, da Escola da Abelheira.
3º Prémio – Diana Torres, da Escola da Abelheira.
2ª Fase – 1º Prémio – Ana Patrícia Gonçalves, da Escola da Abelheira.
2º Prémio – Ana Cristina Rocha, da Escola da Abelheira.
3º Prémio – Susana Ribeiro, da Escola do Carmo.
No dia 1 do corrente mês – DIA MUNDIAL DA CRIANÇA – os trabalhos dos
concorrentes foram expostos na biblioteca do OZANAN-2, sendo a exposição
aberta pelo Director Escolar e pelo Monsenhor Reis Ribeiro, Vigário Episcopal
para a Cultura e Educação na Fé, pelas 15h30, com a presença de muitas
crianças, alguns professores e familiares.
A Exposição do certame estará aberta ao público no horário normal do
OZANAN, até ao dia 8 às 17h00.
Na continuação das comemorações, a Comissão executiva está agora a
trabalhar para o teatro-revista dos 25 anos, a realizar no Teatro Sá de Miranda, a
10 de Outubro, assim como na organização da exposição etnográfica, em
Setembro, integrada nas festas de Nossa Senhora das Necessidades, na
Abelheira.
01/06/1992
O ESCUTISMO ...
A PARÓQUIA E A CATEQUESE
O Padre e Professor Dr. Jorge Barbosa, assistente regional do Escutismo,
esteve presente nas comemorações do 10º aniversário da fundação do Escutismo
e sobre ele se dirigiu aos presentes com o tema em epígrafe, que achamos por
bem reproduzi-lo.
O escutismo é um movimento de âmbito mundial que visa a formação
integral da pessoa humana, nomeadamente na infância e na juventude. Pela sua
natureza e por vontade fundacional de Baden-Powell, trata-se de um movimento
que implica uma vivência religiosa, embora não seja expressamente confessional.
Assim sendo, é importante que todo o escuta tenha uma religião, segundo o
exemplo do fundador que era um homem de confissão protestante com profundas
vivências e convicções. No caso do escutismo português temos duas situações:
uma, a dos Escuteiros de Portugal (A.E.P.) que se apresenta como aconfessional;
outra, que é o caso presente do Corpo Nacional de Escutas (C.N.E), por definição
e por opção fundacional, um movimento da Igreja Católica.
1. O Escutismo como proposta educativa
A missão do escutismo é educar através da acção, pelo que se trata de um
movimento que visa actividades essencialmente práticas, através das quais a
criança e o jovem vão descobrindo o mundo, a sociedade dos homens e seus
relacionamentos, seu lugar e a própria acção de Deus no mundo e na sociedade
dos homens. Embora o lado visível do escutismo seja, em muitos casos, o de um
grupo constituído por jovens fardados que aparecem em grandes manifestações
religiosas e sociais, o escutismo não é a “tropa do senhor prior”, não serve para
adornar nem garantir a segurança ou a organização de procissões, não serve
para alimentar fanfarras, nem muito menos se limita a fazer acampamentos e
caminhadas (“raids”) pelas montanhas. Como diz Baden-Powell, em carta dirigida
aos pais dos escuteiros, o escutismo “não é uma ocupação de tempos livres para
meninos desocupados cujos pais não sabem o que fazer deles”. É verdade que
muito do que acabámos de dizer pode fazer parte da actividade escutista, mas
não constitui, de facto, o mais importante, e sua essência. O escutismo é “uma
escola de formação humana integral empenhada no desenvolvimento das
capacidades que se encontram em cada pessoa, sobretudo se se trata de jovens,
de adolescentes ou de crianças porque são as personalidades a abrir e a florir
para a vida”.
O enquadramento do escutismo num projecto educativo, nas
circunstâncias e condicionantes da sociedade actual, encontra-se claramente
definido no documento da Conferência Episcopal Portuguesa que afirma: “os
jovens estão na idade de construir o futuro e de definir um projecto pessoal de
vida. Nessa fase de determinação do rumo da existência, são influenciados pelos
modelos apresentados pelos adultos, pelos valores veiculados pelo ambiente
social e pela orientação das instituições educativas. Ora a influência do ambiente
social e cultural é hoje muito complexa e diversificada. Anos atrás a orientação
educativa vinha predominantemente da família, da escola e da igreja. Nos últimos
tempos, porém, a juventude adquiriu maior autonomia face a estas instituições e
tornou-se muito mais dependente da moda, dos grupos, da televisão e do
ambiente social. A família, ameaçada pela dispersão, nem sempre se apresenta
capaz de transmitir valores e referências éticas. A escola, que se prolonga por um
leque etário mais amplo, não resolve completamente a educação moral. A
catequese paroquial, só por si, apesar do esforço de renovação, não alcança
todos os frutos desejados. A televisão exerce uma influência mais profunda, mas
nem sempre positiva”.
“Variadas análises sociais chamam a atenção para a crise de valores da
actual cultura massificada: o hedonismo, o culto do corpo e da aparência exterior,
o prevalecer dos direitos individuais sobre os deveres, a tentação do dinheiro fácil,
a febre do consumismo, o imediatismo, a tendência para o erotismo e para o luxo.
Este ambiente cultural favorece o aparecimento de um tipo de pessoa com
algumas características predominantes: a superficialidade, o narcisismo, a
frivolidade, o vazio de referências éticas, a contestação da autoridade, a
permissividade moral.”
Em contraposição, ao praticar uma pedagogia activa, o escutismo conduz
os seus membros a tornarem-se protagonistas do seu próprio crescimento. É pelo
contacto, pelo convívio, pelo estímulo à acção, pela vida e actividade em equipa,
pelo sistema de patrulhas, pelo exemplo dos mais velhos, a começar pelos
dirigentes, que o escutismo se propõe como itinerário educativo que acompanha
tanto a infância como a adolescência e a juventude e os orienta para a adesão a
um ideal caracterizado por grandes valores éticos, humanos e cristãos: a
solidariedade caracterizada na “boa acção” quotidiana e no serviço gratuito; a
vida em comunidade, na alcateia, no bando, na patrulha, na equipa onde se
aprende a viver em sadio relacionamento; a fraternidade universal sem distinção
de classes, raças, credos ou ideologias; o espírito de observação e de
criatividade; a consciência da dignidade e da liberdade pessoais; a vivência da
fé através de uma descoberta do outro e de Deus, no contacto com a natureza e
os seus valores, e de uma vivência em comunidade que desperta para o
conhecimento do próximo que os leva a descobrir também o amor de Deus. O
método educativo atrai os jovens, pois valoriza o jogo no sentido de desenvolver
as atitudes do ideal escutista codificado na Lei e na Promessa que lhe dá vida.
O escutismo “surge como oportunidade de desenvolvimento de
capacidades físicas e virtudes de carácter, pela exigência que caracteriza as suas
mais típicas actividades e pela disciplina que pede aos seus membros. Afirma-se
como escola de cidadania pela educação para a participação, para o serviço e
para a solidariedade, na correcta articulação com a liberdade e a
responsabilidade do indivíduo e do grupo que constitui uma experiência primária
na prática escutista. O respeito pela natureza e o cultivo de uma sadia
consciência ecológica são tónicas fundamentais do seu ideário e da sua acção,
constituindo um dos principais atributos da imagem do escutismo. A referência
ética constante a um quadro de valores e a abertura espiritual e religiosa que lhe
são próprias conferem, também, à sua acção educativa um alcance
inquestionável nas actuais circunstâncias”.
Deste modo, o escutismo, para além de oferecer uma metodologia e uma
proposta adequada às exigências educacionais do mundo de hoje, apresenta-se,
pelas suas características profundamente humanas, aliadas a uma valoração das
dimensões espirituais, como um movimento de fronteira entre a Igreja e o mundo
actual: se por um lado ajuda o adolescente e o jovem a descobrir os valores
espirituais, através do contacto com o mundo seja pelo contacto com a natureza,
seja pela utilização dos recursos do desenvolvimento técnico e tecnológico, seja
pelo contacto com os homens na sua normal actividade, por outro lado ajuda
ainda a dar uma dimensão prática adequada às exigências e aspirações dos
homens de hoje dos principais valores da fé propostos pelo evangelho. Por isso
mesmo, como continua o mesmo documento “na práxis educativa, os valores
intrínsecos ao espírito escutista hão-de receber uma iluminação cristã que lhes
confira um horizonte de transcendência e uma referência cristológica e eclesial
capaz de oferecer, mais que uma mundividência, uma espiritualidade”.
2. O ideal escutista e o Cristianismo
O projecto escutista é portador de um ideal que o torna capaz de oferecer a
um mundividência caracterizada, como vimos, pelos valores humanos que
dialogam com os valores da fé. O cristianismo, por sua vez, defende não só a
fidelidade a Deus, mas também orienta para a fidelidade ao homem. Está ao
serviço da verdadeira fraternidade e da liberdade responsável, quer educar na
convivência pacífica e justa de todos os homens para além das raças e dos
grupos étnicos. Dá origem à vida comunitária assente no diálogo, na partilha
fraterna e no serviço mútuo. Ora, todos estes valores se apresentam também
como característica essencial da proposta escutista como afirma a Carta
Internacional Católica do Escutismo. O método escuta, pela sua pedagogia
comunitária, a sua educação pela acção, pelo exercício da responsabilidade, pelo
compromisso da promessa e pelo progresso pessoal, coincide com as
preocupações educativas da Igreja.
Esta convergência natural supõe, no escutismo católico, uma articulação
intencional entre o ideal deste movimento e o cristianismo. Concretamente, o ideal
de “servir” que é a característica primeira do escutismo torna-se mais perfeito
quando o escuteiro se identifica com Jesus Cristo que “veio para servir e não para
ser servido” (Mt. 20, 27-28) e o mandato da caridade como razão e fundamento
do seu cumprimento. Da mesma forma, o respeito pela natureza e a consciência
ecológica adquirem outro alcance e outro apoio se entendidos e vividos no
contexto da teologia da criação e da responsabilidade co-criadora do homem pelo
cosmos (Gén. 1, 28-30) e alimentadas pela esperança escatológica de “novos
céus e nova terra” (Ap. 22,1).
Mas se a fé cristã ilumina e solidifica os valores próprios do escutismo,
também o escutismo oferece um método educativo que permite vivenciar a
mesma fé e fazer a experiência das atitudes e dos comportamentos da fé ao
longo do crescimento da pessoa, conduzindo deste modo a um efectivo processo
de crescimento e amadurecimento cristão. A Promessa escutista e o
cumprimento da Lei afirma-se como possibilidades de ensaiar a adesão ao Deus
da Aliança e ao compromisso ético dela decorrente. A “boa acção diária” tornase
educação para a caridade gratuita e para a imitação de Jesus Cristo, o Servo.
O acampamento e o contacto com a natureza servem como aprendizagem de
Deus criador e do cuidado com a criação como tarefa de fé, e ao mesmo tempo
como exercitação da austeridade e da capacidade de sacrifício. O Sistema de
patrulhas permite a experiência da comunhão, da co-responsabilidade, não só na
perspectiva do empenhamento social, mas também da pertença à comunidade
eclesial. A experiência da fraternidade mundial escutista é mediação para
experimentar a catolicidade da Igreja, para o diálogo ecuménico e inter-religioso e
para crescer nas atitudes da tolerância e da solidariedade internacional. O
Progresso (conjunto de provas para cada idade) ajuda a entender a existência
cristã como caminho de aperfeiçoamento integral continuado e nunca concluído.
O Projecto (método de planificação e realização de actividades) desenvolve a
consciência da vida como resposta a uma vocação e suscita e desenvolve as
atitudes fundamentais de liberdade e responsabilidade.
3. O Escutismo como movimento da Igreja
Vimos a profunda ligação do escutismo com a doutrina cristã, e
particularmente a sua articulação com a pedagogia da fé. Falar-se do Corpo
Nacional de Escutas como movimento da Igreja Católica significa, antes de mais,
que a Igreja se identifica com os ideais de formação preconizados pelo
movimento escutista, e mais ainda significa que o movimento escutista
desenvolve, por si mesmo, o sentido de comunidade e eclesialidade que o
constituem como verdadeiro movimento construtor de Igreja, um movimento
eclesial. Como diz a Carta Apostólica “Chistifideles Laici”, é sempre na
perspectiva da comunhão e da missão da Igreja e não, portanto, em contraste
com a liberdade associativa, que se compreende a necessidade de claros e
preciosos critérios de discernimento e de reconhecimento das agregações laicais,
também chamados “critérios de eclesialidade” que são: o primado da vocação à
santidade, manifestando nos frutos da graça que o Espírito Santo produz nos
fiéis; a responsabilidade de professar a fé católica acolhendo e testemunhando a
verdade sobre Jesus Cristo, sobre a Igreja e sobre o Homem em obediência ao
magistério da Igreja que autenticamente a interpreta; a conformidade e a
participação na finalidade apostólica da Igreja que é a evangelização e
santificação dos homens e finalmente o testemunho de uma comunhão sólida e
convicta em relação filial com o Santo Padre como centro perpétuo e visível da
unidade da Igreja universal e com o Bispo Diocesano “princípio visível e
fundamento de unidade da igreja particular” e na “estima recíproca entre todas as
formas de apostolado na Igreja”. Tudo isto implica uma sintonia com os
ensinamentos da Igreja, implica um enquadramento nos projectos e programas
pastorais de uma Diocese, implica uma articulação com as actividades de uma
paróquia.
4. Escutismo e Paróquia
Como movimento eclesial, o C.N.E. deve integra-se na pastoral de
conjunto da Paróquia e da Diocese, em articulação e complementaridade com
outros organismos que colaboram na missão da Igreja, sobretudo na
evangelização dos jovens. Uma dimensão importante de fé cristã que o escutismo
católico precisa de cultivar nos seus membros é a comunhão eclesial e a
consciência de pertença à Igreja. Jesus Cristo continua presente na história e vem
ao encontro das pessoas de todos os tempos através da Igreja. A própria
organização escutista assume as diferentes dimensões da vida da Igreja, numa
articulação com os diversos níveis da hierarquia, quer enquanto movimento
mundial com as suas estruturas próprias, que se identifica com a própria
catolicidade da Igreja, quer a nível nacional, ao nível das Regiões que se
articulam com a dimensão diocesana dos movimentos apostólicos, quer ainda ao
nível dos Núcleos onde as necessidades geográficas exigem a constituição de
zonas pastorais, quer, finalmente, ao nível dos Agrupamentos que devem
coincidir com as paróquias e integrar a sua actividade nos respectivos programas
pastorais. Em todos esses níveis, o escutismo pode e deve integrar-se e
colaborar mesmo com outros grupos, dentro de um reconhecimento recíproco da
pluralidade dos organismos e das formas agregativas dos fiéis. Daqui deriva uma
relação particular com as estruturas da paróquia e uma colaboração dentro de um
plano pastoral da responsabilidade do Pároco que é normalmente o Assistente do
Agrupamento.
4.1 – A relação do Escutismo com o Pároco e com a Paróquia
A comunhão eclesial não termina na fraternidade de cada unidade ou
agrupamento, mas realiza-se também na pertença a uma paróquia. É na paróquia
que o Escutismo católico faz habitualmente a experiência da eclesialidade, de
ligação ao povo de Deus. Na paróquia encontra o espaço físico (sede), a
possibilidade de uma formação cristã de base (catequese), a celebração dos
sacramentos, o ambiente eclesial e os vários serviços comunitários em que pode
colaborar (acção socio-caritativa, liturgia, catequese, etc.). É ainda na paróquia
que pode encontrar os dirigentes responsáveis e bem formados. Ao mesmo
tempo um projecto pastoral bem organizado e definido pode ser assumido e
integrado na “pedagogia do projecto” característico da metodologia escutista. É
por isso que devem as paróquias fazer um esforço por organizar no seu seio e
apoiar o escutismo católico, pois este movimento constitui um fermento de
vitalidade e dinamismo eclesial. A educação humana e cristã das novas gerações
é a melhor garantia do futuro da paróquia.
4.2 – Participação do Agrupamento na Pastoral de conjunto
Como foi afirmado anteriormente, a pedagogia do Projecto pode
perfeitamente articular as actividades e a formação dos escuteiros com a
actividade pastoral de uma paróquia. É por isso que a Conferência Episcopal
Portuguesa sugere que cada Agrupamento procure desenvolver em todos os seus
membros o sentido de pertença e de colaboração empenhada na paróquia,
orientando-os nomeadamente:
a) para a frequência do itinerário completo da catequese que estrutura a
formação cristã de base e conduz ao complemento de iniciação cristã. Isto implica
não apenas uma participação nas actividades da catequese por parte dos mais
jovens (Lobitos e Exploradores) como implica uma participação dos Pioneiros e
Caminheiros na caminhada de formação cristã que não deve terminar nunca com
a Primeiras Comunhão ou na Profissão de Fé, o que permite seguir a verdadeira
“pedagogia do progresso” escutista ao nível do crescimento na fé. Esta mesma
caminhada catequética e “progresso” escutista desenvolve-se e orienta-se por
sua vez.
b) Para a participação activa na celebração dominical da Eucaristia, fonte e
centro da vida cristã, e encontro festivo com Deus e com a comunidade. Os
agrupamentos do C.N.E. devem considerar a Eucaristia dominical como o polo à
volta do qual se ordenam as outras actividades. Isto quer dizer que o escuta deve
ser um dos primeiros a exercer uma activa, habitual e frutuosa participação na
Eucaristia, não apenas como membro da Assembleia cristã dominical, mas
colaborando ao nível dos diferentes ministérios que lhe são proporcionados:
Leitor, Cantor, Acólito. Quer isto dizer que a presença do escuteiro na Eucaristia
dominical não deve limitar-se de modo nenhum aos dias de Reunião de Piedade,
aos momentos em que, fardado, participa em lugar especial na Eucaristia, nem
muito menos quer dizer que quando os escuteiros participam e animam a
Eucaristia dominical, esta se tenha de orientar apenas e só por critérios de mística
escutista. A participação na Eucaristia orienta todos os cristãos, e muito
particularmente os escuteiros.
c) Para a presença activa e responsável nos grandes acontecimentos da
vida da família paroquial. Estar presente nos grandes acontecimentos não
significa apenas participar nas procissões com fanfarras e tudo o mais, mas
sobretudo assumir uma presença colaborante nas grandes iniciativas ao nível da
paróquia sejam elas de carácter socio-caritativo, litúrgico, celebrativo, elaboração
e funcionamento das estruturas da mesma paróquia, etc.
4.3 – O papel do Chefe de Agrupamento como garante da
eclesialidade
Toda esta actividade e integração do Agrupamento na Paróquia depende
da acção de duas entidades principais: o chefe de Agrupamento e o Assistente
que é o Pároco, na maior parte das vezes. O Chefe de Agrupamento é, em virtude
do perfil exigido pela própria estrutura do escutismo, uma personalidade que deve
impor-se pela preparação e pela experiência, embora se deva inserir dentro do
quadro dos demais dirigentes. É destes dirigentes que depende de maneira
preponderante a capacidade de formação e de evangelização do C.N.E, como diz
C.E.P. que continua: “são eles que dão forma concreta à pedagogia do escutismo
católico exercem uma influência marcante no estilo e nos frutos de cada
Agrupamento”.
A formação sólida dos Chefes de Agrupamento integra concretamente: a
formação cristã de base que fundamenta a identidade cristã, mas inclui também
uma formação especializada em ordem a conhecer por dentro o projecto
educativo do escutismo (C.I.P. para todos os dirigentes; C.A.P. para todos os
chefes de unidade ou secção e C.A.L. para os Chefes de Agrupamento) podendose
mesmo acrescentar a formação permanente que conduz a um
aperfeiçoamento contínuo das capacidades educativas (C.A.F. que integra o nível
da formação de formadores e aprofundamento da formação pessoal).
Como orientadores de um movimento católico, os Chefes de Agrupamento
são chamados a participar activa e responsavelmente na missão da Igreja e a
situar-se na renovação pastoral exigida pela nova evangelização. As sua acção
como dirigentes e uma participação no apostolado dos leigos como refere a Carta
Católica do Escutismo, n.º 6: “Os chefes católicos que assumem esta tarefa
educativa colaboram na missão confiada por Cristo à sua Igreja. Exercem a sua
responsabilidade de acordo com o seu Bispo e colaboram com os Assistentes.
Esta tarefa dá-lhes um lugar no apostolado dos leigos”. Compete particularmente
ao Chefe de Agrupamento esta articulação com os demais agentes da acção
pastoral da comunidade cristã, na medida em que, por um lado representa o
Agrupamento nas instituições da paróquia como o Conselho Pastoral, por
exemplo, ao mesmo tempo que serve de ponte entre as mesmas instituições e
organismos e o Agrupamento com as suas diferentes actividades e os demais
Dirigentes escutitas.
4.4 – O Assistente como Animador da Educação dos jovens
Se é verdade que a missão educativa do escutismo, mesmo ao nível
religioso, pertence aos Dirigentes leigos, há uma figura fundamental em qualquer
Agrupamento e na actividade escutista que se constitui como um ponto de
referência: o Assistente. Enquanto membros da equipa de chefia de um
Agrupamento ele não se reduz à figura de um capelão que “injecta um algo de
religioso” nas actividades escutistas, mas a sua missão é “revelar o sentido da fé
e viver ele próprio a experiência da comunhão”.
Mais do que isso, a garantia de eclesialidade na actividade dos
Agrupamentos depende em grande parte da articulação do Chefe de
Agrupamento com o respectivo Assistente, pelo que este deve sentir-se muito
próximo da vida e acção do Agrupamento e da sua articulação com as demais
actividades da paróquia. Ao Assistente compete ser o sinal que dá ao
Agrupamento aquele sentido de comunidade mais alargada, onde ele pode
relacionar-se com Jesus Cristo. Como diz a Nota Pastoral dos Bispos
Portugueses, “os Assistentes eclesiásticos desempenham no C.N.E, a formação
adequada dos dirigentes leigos são alguns dos aspectos que precisam do apoio,
da presença e do cuidado pastoral do Assistente. A renovação do escutismo
católico em ordem aos desafios da nova evangelização depende em grande parte
da preparação e da dedicação dos Assistentes eclesiásticos tanto a nível
paroquial como diocesano e nacional. Neste momento, os Assistentes são
chamados a prestar especial atenção ao crescimento da dimensão espiritual, à
educação para os valores humanos e cristãos, à renovação e actualização dos
rituais para os momentos celebrativos, e a velar, sobretudo, pela formação dos
Dirigentes, actualizando e acompanhando os cursos destinados a este fim. Esta
amplitude de tarefas e responsabilidades dos Assistentes reclama da parte destes
um trabalho em equipa tanto a nível nacional como a nível regional”.
A participação dos Assistentes na vida do Agrupamento passa
efectivamente por uma proximidade tão grande quanto possível, das actividades
do mesmo. Para tal, pretende-se que o Assistente seja capaz de nutrir um grande
amor pela juventude, compreendendo os jovens tais quais são para os levar a ser
o que devem ser; esse amor e interesse implicam uma presença frequente tanto
na sede como nas actividades de exterior e mesmo nos acampamentos. Deve
participar nas reuniões de Dirigentes onde tem lugar por direito próprio, bem como
nas reuniões de pais, tanto no sentido de dar apoio, como de lhes proporcionar a
adequada formação ao nível da fé de tal modo que os Dirigentes e Pais a possam
transmitir depois aos mais jovens. A necessária autonomia e liberdade que deve
caracterizar as actividades das associações de leigos e, em particular, o
escutismo católico, não deve degenerar num desinteresse ou alheamento dos
Assistentes para com as actividades do mesmo escutismo. Sabemos das
particulares limitações e dificuldades dos Agrupamentos em responder às novas
exigências da educação dos jovens e da necessidade premente de uma
preparação dos Chefes e Dirigentes para uma eficaz pedagogia aos diferentes
níveis, incluindo o crescimento na fé. Daí que se torne urgente exigir dos Párocos
e Assistentes uma nova consciencialização para as responsabilidades que
assumem ao ter o Escutismo na sua paróquia, ao mesmo tempo que lhes
asseguramos, como escuteiros, uma cooperação eficaz e actualizada bem como
uma fiel colaboração numa das tarefas mais prementes de toda a actividade
paroquial: a educação integral e a valorização da pessoa humana e
particularmente da juventude bem como a edificação de uma base sólida para a
formação do sentido de comunidade, de solidariedade, de cooperação, de
dinamismo, de iniciativa, de altruísmo, de entrega desinteressada ao serviço dos
outros.
5. Conclusão
Numa análise pertinente aos problemas de que sofre a sociedade
portuguesa actual, a Conferência Episcopal publicou, em Maio passado, uma
Nota Pastoral “Crise de Sociedade, crise de Civilização”, particularmente
comentada pela sua pertinência e mesmo contundência de linguagem. Aí se
afirma, entre outras coisas, que: “na nossa sociedade sente-se cada vez mais que
as regras inspiradoras dos comportamentos, as próprias leis, e o sentido global da
vida individual e comunitária deixaram de se inspirar em padrões éticos de
valores, num quadro cultural que defina um projecto e um ideal, na linha da nossa
tradição cultural e decorrem ao sabor de critérios imediatistas e pragmáticos onde
não se escondem intenções de alguns grupos de provocar rupturas fracturantes
em relação à tradicional cultura portuguesa, ou mesmo em relação à influência da
doutrina da Igreja na sociedade; (...) a toxicodependência e a delinquência juvenil
alertam para uma crise de juventude cuja solução é dificultada pela falta de apoio
e protecção à família e pela ausência de uma ousada e inovadora concepção da
política de educação; a globalização acentuada com a mediatização da vida fez
surgir novos poderes fragilizando aqueles em que tradicionalmente assentava a
harmonia da sociedade; o poder político está fragmentado e enfraquecido; há
sintomas preocupantes de perda de confiança nas instituições, há cada vez mais
margem para a ilegalidade e para a anomia.”
Ao mesmo tempo, a situação de desequilíbrio e instabilidade internacional
provocada pelos atentados de 11 de Setembro contra as “Torres Gémeas” de
Nova York, para além das fragilidades de um sistema que colocava a América
como centro do mundo e referência única dos padrões de comportamento ao
nível global, onde o poder do dinheiro dominava todos os outros valores, vem
revelar uma sociedade e uma cultura ocidental assente “numa Europa amorfa,
lente, gordurosa de palavras e raquítica de carácter, que, enquanto tal, só existe
nos tratados e nos directórios europeus, mas que não existe na sociedade e
deixou de fazer história.” Fala-se à saciedade de taxas, de percentagens, de
moeda, de quadros comunitários de apoio, de regiões, de coesão e de
programas. Ao mesmo tempo minguam as referências éticas, valorativas,
geracionais, familiares – coisas por certo antiquadas para alguns – e definha o
caudal que gerava lideres capazes de unir, robustecer, encorajar e orientar as
pessoas. Asfixiadas por um indiferentismo que adormece, anestesia, fere e até
deixa matar, as sociedades democráticas, livres e abertas não estão preparadas
para combater o mal nas suas mais insidiosas e paradoxalmente mais artesanais
cobardias.
À perplexidade dos analistas, perante a incapacidade em responder a
estas novas situações, dada a falência dos sistemas de educação e de
construção da sociedade, respondemos nós, escuteiros, com a capacidade
mobilizadora do escutismo como escola de educação da juventude, com a
capacidade de formação de lideres capazes de entusiasmar os mais jovens face
aos valores da solidariedade e do serviço. Apresentamos um ideal de vida e um
movimento que não deixou de modo nenhum morrer os valores por que pode e
deve orientar-se a formação dos jovens; um movimento que sempre lutou contra a
inércia e o indiferentismo, um movimento para quem continuam sagrados os
ideais da cidadania porque “o escuta é bom cidadão”, os valores de cada povo
porque “o escuta é filho de Portugal”, os valores da família porque “o dever do
escuta começa em casa”, valores estes expressos nos Princípio e na Lei que
constituem a base da formação do escutismo; um movimento que, face ao
relativismo religioso e perante a anomia ou falta de referências éticas, leva a que
os jovens “se orgulhem da sua fé e por ela orientem toda a sua vida”.
Seguindo o desafio que Baden-Poowell nos deixou como testamento,
vivemos o ideal e o programa de vida de “deixar o mundo um pouco melhor do
que o encontrámos”, assumimos a responsabilidade de, como movimento da
Igreja católica, contribuir para o crescimento na fé e na caridade daqueles com
quem trabalhamos e no meio em que nos inserimos. Cremos que as paróquias
muito podem esperar dos escuteiros, mas também esperamos que as mesmas
paróquias e outras instituições da Igreja assumam as suas responsabilidades
para que, nesta igreja-comunhão, possamos realizar as nossas tarefas uns com
os outros, em ordem aos objectivos que nos propomos: ser homens melhores,
ser cristãos mais conscientes, ser afinal mais santos como Deus quer de
nós.
Jorge Alves Barbosa,
Assistente Regional do C.N.E.
Paróquia de Nossa Senhora de Fátima
Contribuinte n.º 501 171 762
Ao Chefe de Agrupamento
N.ª Sr.ª de Fátima
Eng. Joaquim Flores
Assunto: Frequência da Catequese.
Conforme é de conhecimento geral, o Escutismo não substitui a
Catequese, nem a Catequese o Escutismo. São coisas completamente diferentes.
O facto de um jovem estar no escutismo católico não o dispensa de
frequentar a catequese, após os 14 anos, porque, segundo as normas o
escutismo, deve acompanhar o ritmo normal da catequese, que são 10 anos, até
ao Crisma e não até aos 14 anos, como era antes.
Aquilo que eu tenho exigido é que não haja progressão no Escutismo se
não houver frequência normal de catequese, ainda que não seja nesta Paróquia.
Essa frequência deve ser certificada, por escrito, pelo pároco para não haver
equívocos e acontecer o que já me atiraram à cara... Seja em que idade for!
Acontece, porém, que o mesmo pode não acontecer a quem não faz
promessa ou avança de posto. Aceita-se, naturalmente, uma renovação de
compromisso que não vai ter valor na progressão do escuta, isto é, se quiser
avançar no futuro não o poderá fazer só porque fez renovação, terá de ter o
certificado do Crisma, pois qualquer escuteiro, e muito mais um dirigente
compromete-se, perante a Igreja, a ser formador na fé, isto é, assume
compromissos de ser participante no Apostolado dos Leigos, dando exemplo de
prática religiosa, dominical, etc., ...
Portanto, há tarefas apostólicas que os escuteiros assumem. Por esse
facto tem de seguir o ritmo normal da catequese desde o 1º ano até ao Crisma.
Fique certo: Uma renovação pode ser feita em qualquer altura, mesmo sem
frequência da catequese, até para acolher. Além do mais, deve ter sabido antes
as regras...
A propósito dos divorciados. Ainda não li porque teria de andar à procura
da revista. Apeteceu-me falar logo, mas os divorciados “recasados” (divorciados
diferentes de anulações)têm de ser afastados do escutismo.
Particularmente penso que um divorciado que apenas o está de facto, ou
até de direito, mas mantêm-se ambos vivendo como solteiros – não “recasados” -
(ou só o escuteiro), que as coisas poderão ser diferentes em relação ao que está
de novo casado.
Quanto ao exemplo, por hipótese, que o Veiga apresentou, se a mulher
foge de casa e ele fica em casa. Se ele volta a casar, afasta-se do escutismo.
Se não se casasse outra vez poderia ser dirigente, quer houvesse ou não
consumação de facto ou de direito. Esta é a minha opinião, salvo outras
orientações de especialistas em Moral e Direito Canónico.
É tudo o que me parece dizer sobre a reunião.
Pareceu-me que o Eng.º Flores estava também dentro deste espírito, por
isso, eu disse concordar “in genere” com ele, mas gostaria de repensar melhor
sobre o que ouvi.
Se não fui claro, posso esclarecer, mas dado a Ângela me ter pedido a
resposta no outro dia, no fim da missa, é porque talvez tivesses pressa nela. Aí
vai com um grande abraço de respeito, admiração e gratidão.
Acerca da minha saída em Julho deve ser por volta do 30 ou 31, daí que
as promessas possam ser mesmo no Campo. É ponto assente? Já escrevi na
LUZ.
06/05/2003
O Pároco
(P.e Artur Coutinho)
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