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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ministério do Leitor

MINISTÉRIO DO LEITOR
1- Conhecer e compreender o texto.
* Quem fala no texto? A quem fala? Com que finalidade?
* De que género de texto se trata? Um relato? Uma exortação? Um diálogo?
Uma oração? Uma censura?
* O que sentem as personagens que aparecem no texto?
* Há palavras difíceis de compreender? Que significam?
* O texto é divisível em partes? Onde começa e acaba cada parte?
2- Preparar uma leitura expressiva
* Quais as palavras mais importantes e as expressões ou frases principais
que importa sublinhar?
* Onde fazer pausa, breve ou prolongada?
* Onde evitar a pausa?
* Qual o tom de voz (ou tons de voz) adequado ao texto?
* Qual o ritmo (as acentuações, os encadeamentos) e o movimento
(acelerado, rápido, espaçado, lento) que se deve usar, no texto ou nas
partes?
* Articular e pronunciar bem cada palavra e cada sílaba (não negligenciar as
consoantes).
* Não deixar cair demasiado o tom de voz, mesmo nos pontos finais (o
verdadeiro ponto final está no fim do texto e que, em nosso entender, salvo
poucas excepções, não tem muito lugar na proclamação litúrgica).
* O leitor mais habilitado nunca descuida a preparação antecedente, com
exercícios parcelares e com o texto completo, várias vezes em voz alta.
3- Exprimir os sentimentos do autor e das personagens
* A celebração litúrgica actualiza a palavra. O texto escrito torna-se palavra
viva hoje, naquele lugar e para aquela assembleia.
«Deus fala hoje ao seu povo».
* Não se trata de dramatizar, ou melhor dito, de criar uma ilusão, mas de
reproduzir ou tornar vivos um texto e um acontecimento. Não se trata de
atrair a atenção para a pessoa do leitor, mas para a Palavra e Acção
divinas.
* O leitor tem a responsabilidade de, usando os seus dotes oratórios, a sua
técnica refinada e a sua arte de dizer, promover o encontro vital e a
comunhão entre Deus e os ouvintes.
4- Examinar algumas minúcias antes da celebração
* O leccionário está no ambão (não uma revista ou jornal, ou folhetos)? Está
aberto na página própria?
* O microfone está ligado? O volume, o tom e a altura estão correctos (Evite-
-se o seu ajuste durante a celebração, mediante o sopro ou os dois toques
de dedos da praxe, ou outros ruídos perturbadores).
* A que distância deve estar a boca para que a voz seja audível e expressiva?
5- Saber deslocar-se para o ambão
* Situar-se, desde o começo da celebração, num lugar não muito afastado do
ambão.
* Não avançar para o ambão antes de estar concluído o que precede cada
leitura (oração, canto, admonição).
* Caminhar com um passo normal, sem ostentação nem precipitação, sem
rigidez nem displicência, mas com uma digna e ritmada naturalidade.
6- Postura
* Pés bem assentes, levemente afastados e firmes. Não balancear-se, nem
cruzar os pés, nem estar apoiado apenas num pé, com pés cruzados ou um
à frente e outro atrás.
* Não debruçado sobre o ambão, nem com os braços cruzados ou as mãos
nos bolsos. Os braços poderão manter-se pendentes ao longo do corpo, ou
dobrados para permitir um leve e discreto apoio das mãos na orla central do
ambão (evitando tocar o Leccionário a fim de não o danificar com a
adiposidade corporal).
7- Apresentação
* Não trajar algo que possa distrair ou ofender os presentes, se por
ostentação, seja por desleixo pouco conveniente ou ridículo (camisetas de
anúncios, vestuário desalinhado ou sujo, cabelo «espetado»...). ter critério e
apresentar-se como pessoa educada e normal.
8- Antes de começar
* Guardar uma breve pausa para olhar a assembleia, a fim de registar na
mente, pois é para ela que se dirige e também para estabelecer com ela
contacto directo antes de iniciar a proclamação.
* Respirar calma e profundamente.
* Esperar que toda a assembleia esteja sentada e tranquila e se tenha criado
um ambiente de silêncio e escuta.
9- Título
* Ler só o título bíblico. Nunca se leia 1ª ou 2ª leitura ou salmo responsorial ou
a frase a vermelho que precede a leitura.
* Após a leitura do título, faça-se uma pausa para destacar o texto que vai ser
proclamado.
10- Ler devagar
* O ouvinte não é um gravador, mas uma mente humana que requer tempo
para sentir, reagir, ouvir, entender, coordenar e assimilar. Geralmente, lê-se
depressa e não se fazem as pausas adequadas, como pede o texto lido (a
pontuação oral nem sempre coincide com a pontuação escrita). A leitura
rápida pode cortar o contacto com a assembleia.
11- Ler com a cabeça levantada
* A cabeça deve estar direita, no prolongamento do corpo. Com a cabeça
levantada, a assembleia contacta um rosto e, a própria voz ganha em
clareza e volume e o leitor exprime um texto dirigido à assembleia e não
devolvido ao livro.
* Se o ambão é baixo, será sempre melhor suster o livro nas mãos que baixar
a cabeça.
* O olhar deverá manter o contacto com a assembleia sem ser necessário os
constantes e perturbantes exercícios de levantar e baixar a cabeça.
12- Concluir a Leitura
* Fazer uma pausa após a última frase e antes de dizer: «Palavra do
Senhor».
* Dizer só «Palavra do Senhor» e nada mais. Trata-se de uma aclamação e
não de uma explicação.
* Seria mais expressivo que esta aclamação fosse cantada (pelo leitor,
primeiramente, ou, em caso de necessidade, por outra pessoa). Não sendo
cantada, deveria ser dita em tom de voz mais elevado (entenda-se, não
necessariamente num volume mais forte).
* Não abandonar o ambão antes da resposta da assembleia.
* Deixar o Leccionário aberto na página do Salmo responsorial ou da 2ª
Leitura, para que fique pronto para o leitor que se segue.
* Regressar ao lugar com calma e naturalidade, em passo normal e firme.

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