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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Levanta-te!...

Levanta-te!...


Jovem, eu te ordeno: levanta-te!
Queres ser meu discípulo?
Quem não se quer levantar, depois de caído? Há muitos modos de estar caído, mesmo estando de pé. Nem os enumero porque não há limite e fica sempre alguma coisa por escrever.
Pedro, tu amas-me? – “Antes que o galo cante, me negarás três vezes.”
Sinto muita dificuldade em dizer que estou tão perfeito que nunca precise de me levantar. Basta ter este sentimento para dizer: Sim, Senhor: Cá estou de pé. Queres que seja teu discípulo? Vou procurar sê-lo mesmo que isso exija grande mortificação e muita penitência. Não sou masoquista, mas sei que a vida é feita de alegrias e tristezas. As tristezas podem ser a austeridade do meu frigorífico da minha cozinha, os sofrimentos e as dores que vou carregando no dia-a-dia, sem nunca querer dizer que estou a carregar uma cruz semelhante à de Jesus.
Por todos já levaste a tua Cruz para que vivêssemos sempre sem situações de tais sofrimentos. Então somos nós que as criamos quando alguma tem de carregar e caminhar na vida com algum sofrimento ou alguma dor, não é carregar a tua cruz, é carregar o lado mau, diabólico que nos faz andar insatisfeitos e em guerra uns com os outros porque nos falta a paz interior e comunicativa nas relações com os outros.
O diabo existe, mas é em nós, quando pensamos mal dos outros, apontamos o dedo aos outros ou fazemos mal sem pensar que Amar a Deus exige que amemos o próximo, e, ninguém ama a Deus que não vê se não ama o próximo que vê.
Os budistas dizem que a dor purifica. Não carregamos as nossas dores como Cristo carregou a Cruz, carregamos as nossas dores que nos ajudam a purificar a nossa mente, o nosso coração e a ter sempre presente que em nós só há um lema: “Fazer Bem” ao Outro, cuidar do outro. O Amor está aí.
Quem ama verdadeiramente não é capaz de ficar caído, mas levantar-se e reabilitar-se de males que se fazem ou o Bem que fizemos, de uma forma imperfeita.
Não falta por aí quem insiste que o diabo existe. Sempre existiu, pois é verdade, mas ele está em nós quando conspurcamos a vida espiritual, com tudo o que é sujar a vida divina que recebemos no Baptismo e em todos os sacramentos, porque em vez de amarmos, odiamos, e o ódio é o fruto do demónio, do Belzebu.
Quem sofre procura equilibrar a vida não com desespero, mas como quem acredita que, pelos nossos males, Cristo foi crucificado na Cruz, para alívio das nossas dores e mesmo com elas podermos alcançar o Bem, chegar a Deus que é o Pai da infinita misericórdia e ninguém melhor que Ele sabe compreender e perdoar os medos de cada um e o que cada um faz e nos pareça um grande mal.
Deus é justo e misericordioso e só Ele sabe o que se passa com cada um.
Às vezes é mais fácil dizer sim, mas é preciso saber dizer não. É um problema de discernimento entre o mal e o bem.


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