Estas fotografias são do livro do Zamith: Um quadro a óleo na capela do Cemitério de Julian Mantins (Martinez), a foto de uma sobrinha da da Madre, a entrada para o convento e para a igreja, o mansoléu, um dos armários da capela do cemitério e uma janela da cela da Madre, no concento. Tenho outras fotografias mais actuais, mas já a as publiquei.
Tinha nascido uma menina!
Madre Maria da Conceição
Não foi a estrela do Oriente, mas com sabor a festa do dia seguinte, pois era véspera da Imaculada Conceição, um dia negro com muitas nuvens sobre Braga. Nesse dia 7 uma menina, a nova filha dos onze irmãos dum casal, rico, nobre. Como se aproximava o dia 8, o dia da Imaculada Conceição, adivinhava-se próxima a festa da Imaculada.No dia 7 toda a família também sentiram festa no coração à volta de um berço bem rico onde já crescia a menina Maria da Conceição e baptizada no dia 15 daquele mês Dezembro.
No entanto, sem se esperar, embora fosse a Maria da Conceição muito virtuosa e piedosa, aliás, segundo os bons exemplos da família com 22 anos voou para o Carmelo de S. José, no Porto. Fez o noviciado em 14 de Agosto de 1831, levando-a a assumir e a fazer profissão solene dos três votos: obediência, pobreza e castidade.
No entanto, veio parar ao Carmelo do Convento de Jesus Maria José, de Viana Castelo, em 11 de Julho de 1833. O título de Madre Maria da Conceição não foi usado por ela, mas apareceu a título póstumo devido à sua vida conventual exemplar.
Ocupou no Carmelo lugares humildes e secundários, preferindo a sombra e o anonimato, no silêncio e recolhimento, na penitência, na caridade, na oração, mas sobretudo distinguia-se pela obediência. Tocava órgão mas não cantava por ter fraca voz, só baixinho para não destoar.
Na Igreja do convento celebrava-se a festa de Stª Filomena que se punha, naquela altura, em paralelo com a da Senhora da Agonia.
Deixou de se fazer quando a Igreja se fechou ao público. Voltou a fazer-se e quase 70 anos mais tarde em 1858 a festa realizou-se a 15 de Agosto. Acabou a realização com orientações pastorais…
A Irmã, a Madre Maria da Conceição, faleceu em 19 de Março de 1888, tendo o funeral decorrido pelo caminho do lado poente encostado à Igreja e à muralha da quinta e que subia até ao caminho que ligava ao cemitério.
Em Viana nunca se falou de outra coisa se não da Madre Maria da Conceição. O odor de santidade à sua morte foi tanto que logo percorreu por todos os lados e a sua cela, ao fim de um ano, ainda tinha o mesmo odor preservado. Quando vim para esta paróquia o Lar de Santa Teresa recebia correio de longe agradecendo graças e mandando ex-votos.
Uma vez o Lar entregou-me a mim que o fiz chegar ao Carmelo.
Desde 19 de Março de 1888 que a sua cela de carmelita era guardada como relíquia, pois foi dali que a “freirinha” partiu para a eternidade.
O seu mausoléu, foi construído pela Câmara com esmolas que se recebiam a capela com os armários cheios de ex-votos de todas as espécies.
O primeiro livro a aparecer foi em 1908, em Setembro. De Espanha veio o Vice-Postulador. Aqui apareceu o primeiro livro?! O R. P. Miguel, da Sagrada Família, Vice-postulador, vindo de entre os frades espanhóis e ainda encontrou suas contemporâneas, embora o Convento já não fosse o original. Encontrou as 6 meninas do coro.
Foram estas que cederam a preciosa fonte desta biografia e o livro da Fundação e memórias do Convento.
Ainda se encontrou uma memória escrita, bastante extensa e pormenorizada, e mais 2 cadernos escritos à mão em pequenos cadernos de 23 linhas das mãos de uma religiosa que faleceu em Braga em 1918.
O Pe. Miguel, da Sagrada Família com a sua chancela de Vice- postulador para as causas dos Santos, para a sua Beatificação e canonização assinou e chancelou os factos recolhidos.
Com a revolução espanhola houve algumas turbulências, mas uma memória se salva de um incêndio.
Ultimamente aparece mais memórias escritas pelo Rer. Pe. José Luís Zamith.
Perante o exemplo da Madre Maria da Conceição, não podemos ter mais exemplos, assim assinou em 24 Novembro de 1952, assim assinou o Vice-postulador.
Em Maio de 1953 a Câmara de Viana entregou à Ordem do Carmelo, em solene e público acto, o Mausoléu e a capela do Cemitério.
Ficaram incólumes das tropas francesas comandadas por Napoleão. A rua das Trincheiras daí tem o nome. Quando comecei a andar por aqui como pároco as pessoas de provecta idade contavam que uma das meninas do coro caindo ao chão duma escada toda podre de madeira que subia à Torre, nada sofreu. Atribuíram, na altura, a um milagre da Madre Teresa da Conceição.
Quando acabaram as meninas do Coro, que muita gente da Bandeira conheceu ou participou nos seus funerais, encerrou o convento.
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