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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

A Minha Cruz!...

 

A Minha Cruz!...

A cruz do oratório da minha casa, que, de pequenino, me ensinaram a olhar porque nele estava Jesus, é afinal a minha cruz e a cruz dos outros, ou não fora o homem de braços abertos uma perfeita cruz.

No entanto, a cruz que contemplava...e a quem rezava ou acendia velinhas em caso de aflição, era só porque dela pendia um corpo, o corpo de Jesus. Jesus me levava a contemplá-lo e a rezar-lhe, sobretudo, nas aflições que a vida me apresentava, ou nos medos que os outros me punham ao falar do Inferno, do Purgatório, dos Lobisomens, dos trovões, das almas penadas, aos ladrões ou do “Zé do Telhado”.
Isto me levou depressa e pequeno a perder o medo da coisa má.

Afinal, vim a descobrir que a cruz era importante, não por si, mas pelo Jesus que, nela, num acto louco de amor por mim, e por todos, se entregou à morte ignominiosa num gesto tão sobrenatural e arrebatador, como só Ele era capaz.

Adoro-Te, ó Jesus, “árvore da vida”, pois o Teu gesto é bem significativo do teu amor infinito. Olho para Ti e vejo-Te de olhos cravados no Céu, sinal da esperança redentora do Pai, de braços estendidos para a todos nos abraçar como irmãos e de tronco em pé sinal de que na verticalidade da nossa vida pode estar o único e o maior gesto de Amor. É por isso que se vive Contigo, se reina Contigo, se ama e está-se contente porque no desejo de Te encontrar, acerta-se, enriquece-se e se abraça num gesto único de Salvação.

Até na cruz manifestaste o teu Amor. Salvaste a humanidade, deste vida e saúde aos que em Ti acreditam e manténs os teus braços abertos para a todos receberes e os pés cravados como se fossem as raízes de uma árvore que não tem mais fim...
Em Ti descobri, quando era pequenino, um amor sem fim e me enlevava descansado na Tua entrega, “árvore da vida”. Desse modo já não tinha medo da escuridão da noite, dos lobisomens, das almas penadas, dos diabos à solta, das trovoadas, da escuridão...e quando pretendia os teus favores acendia a minha velinha para que me valesses nas provas da escola, no dia que ia ao quadro para os problemas da aritmética, nos casos “difíceis” da minha vida. Filho de Deus, um Pai forte, poderoso que me defende dos “males” e bondoso porque me perdoa as minhas irrequietudes. Também acendia a velinha para que afugentasses as trovoadas, ou as coisas más...e sempre, em frente, confiante no Teu poder, ia crescendo à sombra dessa “árvore da vida” que me ensinou a ser lutador, criador, trabalhador, sofredor nas dores que sinto, no todo do meu corpo, entendedor do sofrimento alheio e...sobretudo ensinou-me a amar...

Por mais pesada que seja a nossa e a minha cruz jamais pesará tanto como a Tua!...Bendita cruz, a de Jesus que agora trazemos ao peito ou a colocamos em casa sempre para nos lembrar que a nossa vida de cristãos não é fácil, mas uma vida melhor para todos Tu a preparaste para os que queiram ser apóstolos e vitoriosos no combate pelas virtudes... e, com os anjos, atingirmos o Paraíso.

Adoro-Te, ó Jesus, na verdadeira “árvore da vida!”.
Não te admires que, de mãos postas e erguidas, muitas vezes, Te peça perdão porque a minha simplicidade é tanta, que outros encantos me podem ofuscar a alma e não basta que, de joelhos, te peça perdão a chorar, ou de lágrimas caídas de arrependido, entrem como espinhos no meu coração, como a Ti, sem culpa alguma, fizeram cravando-os na cabeça, como se de um malfeitor se tratasse. Também, como não chegasse, o peso duma cruz tiveste de abraçar porque sobre o Teu corpo sublime Te a envergara; ou como os cravos que nas Tuas mãos, e nos Teus pés, Te cravaram, como se da cruz não pudesses mais fugir, ó meu bom Jesus.

“Adoro-Te, árvore da vida, em que está o fruto de que todos vivemos, o Filho de Deus vivo”. (Frei Tomé de Jesus).

É esta Cruz que trazemos ao peito, não como amuleto, ou superstição, mas apenas para nos lembrar a Tua cruz redentora da humanidade inteira, na soberania de cada um, na força de cada coração, na saúde de cada alma e na esperança certa da glória que em Ti colocámos.

É que os Teus “braços nunca se encolhem, como os meus; nem a Tua face se enruguem, como as dores da minha escondidas em músculos abonados e rosados, como de saúde se tratasse, pois à Tua sombra ninguém foge, nem se encobre porque o espírito é maior que o corpo; ninguém despreza nem lança de si a veleidade da sua arrogância porque a humildade é uma bandeira de vitória...

Bendita Cruz que me enleva, e a todos nos eleva, para uma vida eterna e feliz.

É essa cruz que gostava de ver ao peito de cada um, na casa de cada família, e só, porque só ela nos livra de engulhos, nos poderemos confessar cristãos da bendita Cruz que nos traz a vitória sobre a morte, o pecado...e nos abre as portas do Paraíso.

 

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