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sábado, 18 de junho de 2011

ACHADOS DOCUMENTOS ANTIGOS NA CAPELA DO SENHOR DO ALÍVIO--RELÍQUIS DE SANTA BEATRIZ DA SILVA

De facto encontraram-se estes documentos históricos recentes através dos cuidados da Maria de Lourdes Ramos Lima e sua irmã Maria da Agonia quando faziam limpeza numa cómoda velha que existe na sacristia e que tinha escapado quando a Comissão de Culto tinha feito o inventário porque também nessa altura não se andou atrás de coisas hipoteticamente escondidas.Juntamente com um certificado do Vaticano em latim com data de MDCCCXXXII, apareceram mais 5 pequenos papéis dobrados em quadradinhos e redobrados ou redobradinhos sobre si e muito bem: 1. Um deles tem terra; 2. Tecido de seu hábito de 0,5m2; 3. Outro com 1cm2 de tecido; 4. Também apareceram duas folhas de alfarroba com cerca de 3 a 4 cm2; 5. Por fim um raminho com uma flor e fruto que não identifiquei até agora, mas deve ser uma relíquia de Santa Teresa do Menino Jesus; 6. Um pequeno envelope de cartão pessoal naturalmente portador de uma hóstia com estes dizeres: “Ostia tocada a las reliquias de la venerable D. ª Beatriz da Silva. M. Ch. D. Juão Moralados la regala a la Exma Sra Delfina Rosa da Oliveira Cardoso Belleiro. Puede tomarse con un poco de agua y encomendarse a la venerable”.


Tradução do Latim: D. PLÁCIDO ZURLA, ORDEM BENEDITINA DA CONGREGAÇÃO CAMALDULENSE, TITULAR DA SANTA CRUZ DE JERUSALÉM E CARDEAL PRESBÍTERO, VIGÁRIO GERAL DE NOSSO SENHOR SUA SANTIDADE O PAPA, JUIZ ORDINÁRIO DA CÚRIA ROMANA E DO SEUS DISTRITOS, ETC. (Brasão Cardinalício)

A todos aqueles que irão ver esta carta asseguramos e atestamos, para a maior glória de Deus Omnipotente e veneração dos Seus Santos, que reconhecemos as sagradas partículas das vestes da Beata Maria, as quais foram retiradas dos locais autênticos, e colocámos num recipiente metálico arredondado adornado com vidro, cuidadosamente fechada e atada com uma fita de seda vermelha, marcada com o nosso selo; e damos a permissão de guardá-la, enviá-la para fora da cidade, expô-la publicamente para veneração dos fiéis em Igreja ou capela.

Em testemunho de tal ordenámos estas cartas de reconhecimento, assinadas por nós e carimbadas com o nosso selo e assinadas pelo Custódio das Sagradas Relíquias.

Em Roma, no nosso palácio, 7 de Fevereiro de 1832 (T. pelo catequista L. Pinto).

João Martins Arezes, avô pelo lado da mãe de Maria Arezes Carvalhido, da Rosa, do José e do Domingos foi o doador de um grande Oratório à Capela do Senhor do Alívio que, em 1978 já só havia uma cruz muito antiga talvez do séc. XVIII, com o crucifixo feito de pano e massa, oco e de que agora suponho haver pequenos bocados porque se desfez todo, por fragilidade e velhice em que se encontrava. Encontra-se agora na Igreja Paroquial a Cruz com um Cristo oferecido pelo Pe. Manuel Costa e usado na Sexta feira Santa, depois de reconstruído.

Não se sabe a origem do Oratório, apenas se sabe que a casa era de duas senhoras irmãs (conhecidas por rabujanas) que lá viviam e o João Martins Arezes cuidou delas e deu-lhes depois a casa.

Foi neste dia que descobrimos talvez algo que veio dentro do Oratório com a ajuda de uma limpeza feita pela Maria de Lurdes Ramos Lima ou sua irmã Maria da Agonia que logo me chamaram.




Trata-se de um documento dos princípios do séc. XVIII de Roma, em latim a confirmar que as relíquias eram verdadeiras e as relíquias da altura ainda da B. Beata Maria Beatriz da Silva, portuguesa, que foi canonizada em 3 de Outubro de 1976, pelo Papa Paulo VI.

Os pais de Maria Arezes e dos seus irmãos eram o José Carvalhido Pinheiro, nascido na Casa da Quinta de Baixo, onde hoje é o Berço e de Maria Martins Arezes que vivia ali junto à casa que o seu avô herdou. A mãe da Maria falou-me dessas senhoras e tenho uma vaga impressão que elas tinham ou tiveram um padre na família, eram sobrinhas, talvez. Não é apenas uma vaga ideia, mas já quis confirmar e ninguém soube falar do padre e muito da relação familiar do padre com as respectivas mulheres que ainda se lembram. Mais fui descobrir testemunhos condizentes como este “Rabujanas” era alcunha de origem de rabujo ou rabujento, a casa das rabujanas era habitada pela Clara e pela Teresa, pessoas ricas e de bem.


Toda a casa e terreno vinha ter á capela da Senhora das Necessidades e de costas dava com o Cerqueira. A riqueza veio de Macau e do Brasil.

A Olímpia da Conceição era irmã da Clara e da Teresa e casou três vezes. Só teve filhos do 1.º casamento, nascida talvez em 1869, e dizia coisas muito engraçadas sobre a casa e a capela do Senhor do Alívio depois de construida, diz a neta Teresa Casanova. Teria sido assaltada depois de inaugurada, mas algumas coisas foram recuperadas e falava no oratório e nas riquezas interiores do oratório que existia na casa onde viviam as irmãs. Além disso, ela afirmava que junto à capela e cruzeiro com alpendre que era conhecido pelo Senhor da Cruz Barras e que chegou ali o mar. Isto é velho na tradição da Abelheira sobre o mar.

A Olímpia teve do 1.º casamento a Ana Rodrigues Casanova que foi mãe da Teresa Casanova, do largo antigo do Souto, hoje, Rua Francisco Sá Noronha, a Rosa que foi criada no Soajo e o José que morreu numa fábrica de pirotecnia, em Bertiandos, tendo deixado geração. A Olímpia da Conceição devia ter falecido em 1954.

Quem era Beatriz da Silva que foi canonizada?

Nasceu em Portugal em 1424, como Beatriz da Silva Menezes, filha do Conde de Viana, e tinha 20 anos quando acompanhou a princesa Isabel de Portugal, para a corte espanhola. Pouco tempo depois, Beatriz tomou o véu do convento Cisterciano de São Domingos de Silos em Toledo, Espanha. Mais tarde Santa Beatriz fundou a Congregação da Imaculada Conceição, séculos antes da confirmação da definição da Perpétua Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria. Tempos depois, o Cardeal Cisneros concedeu à Congregação, a regra de Santa Clara de Assis (Clarissas Pobres).

Por isto é conhecida também como Santa Beatriz dos Pobres.

A Ordem da Imaculada Conceição a que este Mosteiro é incorporado, foi fundada por Santa Beatriz em 1489. A Ordem é totalmente de vida contemplativa. Vive o mistério de Cristo a partir da fé, da oração constante, da disponibilidade e do ocultamento silencioso. A clausura é um modo de unir-se mais profundamente à Paixão de Cristo e de participar de um modo especial do mistério pascal. Além de sinal de separação do mundo, essencial à vida contemplativa, a clausura constitui uma opção de solidão e de recolhimento vivendo como num deserto em despojamento e em amor a Cristo crucificado. Na sabedoria da Cruz manifesta-se o ocultamento da vida com Cristo em Deus. Este clima de recolhimento e de silêncio, facilita a oração, a ordem, a paz e a unidade da pessoa ao encontro com Deus, passando a ser sacrifício de louvor oferecido ao Pai em nome dos homens e mensagem de amor, de paz e de alegria que Deus oferece ao mundo. Santa Beatriz morreu em 9 de Agosto de 1492. Seu culto foi confirmado em 1926, e foi canonizada pelo Papa Paulo VI em 3 de Outubro de 1976.

2 comentários:

Jardim do Céu disse...

Exc.Sr. ACOUTINHO.
Somos as filhas de Santa Beatriz - monjas da Ordem da Imaculada Conceição da sua terra natal - Campo Maior.

Ficamos radiantes ao ler a sua descoberta sobre os "ACHADOS DOCUMENTOS ANTIGOS NA CAPELA DO SENHOR DO ALÍVIO--RELÍQUIS DE SANTA BEATRIZ DA SILVA"
Gostariamos de colocar este grande achado no nosso blog. Santa Beatriz permanece viva e, principalmente, este ano em que comemoramos os 500 anos.

Encantadas pela sua descoberta desejamos estabelecer contacto e quando quizer pode vir ao mosteiro, onde o receberemos com toda a gratidão.

A comunidade de concepcionista de Campo Maior

Artur Coutinho disse...

Podem colocar no vosso Blog. Parabéns pelos 500 anos.
Têm residencial Para paroquianos que vão a Lisboa. Até quantos.